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Igreja Presbiteriana de Vila Nova Goiânia-


GO Classe de Adolescentes EBD –
IPVN/2023
Profs: Rev. Samuel R. Montalvão; Arthur Galiza.
A1 = Capítulo 1 – O que é Cosmovisão? – Parte 1.
Amando a Deus no Mundo – Héber Campos Jr. – Editora Fiel, 2019 – p.18-24.

Introdução
Começamos nesta aula nosso novo curso para classe de adolescentes: Amando a
Deus no Mundo. Este título é o mesmo nome que intitula o livro do rev. Héber Campos Jr.
(Pastor da Igreja Presbiteriana Aliança em Limeira/SP). Amando a Deus no mundo é
resultado de uma década de trabalho do rev. Héber Campos que concentrou seus estudos
na área de Cosmovisão.
Portanto, nosso curso irá tratar sobre um tema tão atual e que é fruto de uma vida de
labor teológico de um dos nomes mais importantes do presbiterianismo brasileiro na
atualidade. Agora, por que estudarmos este tópico? Amando a Deus no Mundo é um
trabalho sobre Cosmovisão. E Comovisão talvez seja o tema mais relevante na formação
do cristão e suas relações com o mundo em que vive.
De maneira simples e objetiva, cosmovisão se refere a visão de mundo que uma
pessoa possui. Vários temas estão relacionados à cosmovisão. Por exemplo: O que cremos
ser o homem; Qual a origem do Universo; Qual o valor da Vida; Como um cristão deve
relacionar-se a política; Arte; O que entendemos por sexualidade etc;
Veremos ao longo do nosso curso que precisamos ter uma cosmovisão bíblica. E
este é o nosso objetivo com vocês. A partir de um estudo dedicado a este tema
desenvolvermos uma cosmovisão bíblica para que possamos amar Deus no mundo.
Hoje entraremos no capítulo 1 de Amando a Deus no Mundo que possui como título
– O que é Cosmovisão?. Devemos gastar duas aulas neste capítulo.

Cosmovisão e a Experiência Transcultural


Cosmovisão é um assunto que tem ganhado relevância em nossos dias. Apesar disso,
vivemos em um emaranhado de informações fragmentadas e que difcilmente temos uma
discussão sadia sobre o que é cosmovisão. Mesmo porque, cosmovisão, comumente é uma
coisa que passa despercebida aos nossos olhos. E por isso, o contexto que melhor destaca
nosso entendimento sobre cosmovisão é quando temos contato com culturas diferentes.
Você já viveu uma situação de estranhamento ao conhecer alguem que vem de uma cultura
totalmente diferente da sua?
Pois é, “a experiência transcultural nos sensibiliza para enxergar a cosmovisão de
uma cultura. Choques culturais ilustram bem a diferença de cosmovisões, de enxergar o
mundo, não só entre culturas, mas entre indivíduos” (p.19).
Algo curioso sobre nosso tempo é que as diferenças culturais e consequentemente
sobre cosmovisão não são coisas que estão distantes geograficamente mais. Mas, do seu
lado, pode viver uma pessoa que parece vir de um universo diferente. E por isso ela
interpreta coisas como “a política, meio ambiente, religião, causas sociais e até diversão”
de uma forma diferente da sua.
E aí acontece um fenômeno que as redes sociais (principalmente) tem destacado em
nossos dias – o choque e divergência de cosmovisões. Não é uma diferença de opinião
apenas. Mas, é um choque causado porque pessoas de cosmovisões diferentes tem
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compreensões distintas sobre a vida.


Algo muito importante comentado pelo rev. Héber Campos é que: “A diferença de
cosmovisões pode produzir tantos atritos relacionais, intelectuais, religiosos, que
precisamos ser mais conscientes do que significa uma cosmovisão” (p.20).
E aqui nós precisamos começar a destrinchar melhor o que é cosmovisão pra
entendermos melhor o que estamos tratando.

Conceitos sobre Cosmovisão:


É importante entedermos que quando tratamos sobre Cosmovisão, esta, possui
níveis e dimensões difrentes.
Por exemplo: no geral cidadãos brasileiros tem um entedimento comum sobre como
funciona o Estado. Nós somos Republicanos e entendemos que o estado funciona assim.
Agora, e se você conversasse com um mulçumano. É bem provavel que vocês divergiriam
de opinião sobre qual deve ser o funcionamento do Estado.
Por isso precisamos de algumas classificações sobre o que é cosmovisão que nos
ajude a entender melhor o assunto.
A Cosmovisão possui uma ...
Dimensão Pública: “uma dimensão coletiva de cosmovisão diz respeito a valores e
ideias socialmente compartilhadas. Enquanto temos nossa individualidade, somos seres
inseridos em contextos sociais e acabamos adquirindo semelhanças com família,
comunidade, nação ou século (dimensão pública de cosmovisão)” (p.20).
Dentro da dimensão pública de uma cosmovisão, possuímos estes quatro círculos
que moldam como vemos o mundo:
Família: “Sua família pode ter uma tradição ou jeito de celebrar aniversários que
lhe parece o único jeito certo de celebrar (outras famílias discordariam) ou, talvez, sua
família tenha uma forma de disciplinar filhos que é reprovada por outras” (p.20).
Comunidade: “Uma comunidade toda pode ser contagiada pelo pessimismo crítico
de que “político é tudo igual” (i.e. todos são corruptos e incorrigíveis) ou talvez essa
comunidade seja marcada por tão forte preconceito para com a figura do policial que
mesmo quem não é bandido enxerga o policial como inimigo” (p.20).
Nação: “Uma nação inteira pode compartilhar a preferência pelo futebol sobre todos
os demais esportes ou entende que para alguém ser bom hospedeiro precisa receber seus
hóspedes com muita comida (nem todo país é assim)” (p.21).
Século / Época: “podemos estar sujeitos ao “espírito da época” (zeitgeist, termo
popularizado por Hegel) e sermos todos críticos da forma bárbara com que medievais
tratavam hereges ou como colonos tratavam escravos. Esses dois exemplos são tão
repulsivos em pleno século 21 que temos dificuldades de entender como cristãos poderiam
justificar a morte de hereges ou a posse de escravos” (p.21).
Esses quatro círculos de uma dimensão pública da cosmovisão demonstram que
todos nós estamos inseridos em ambientes nos quais compartilhamos ideias comuns e por
isso não estamos isentos de influência na maneira como enxergamos o mundo.

Cosmovisão e Cristianismo:
Diante desses apontamentos deveriamos pensar “a força daquilo que é socialmente
compartilhado para moldar nossa visão da realidade deveria levar-nos a refletir sobre a
importância da igreja na vida do cristão” (p.21). E por isso, a Igreja possui uma função
ímpar em formar a cosmovisão de uma pessoa.
O rev. Héber Campos Jr. reforça que a Igreja “é instrumento para lapidar a
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perspectiva que o crente tem da vida. Igreja não pode ser um grupo de pessoas que em
grande parte da vida vive de forma independente (‘cada um na sua’). Esse ajuntamento
individualista de pessoas com diferentes cosmovisões não é igreja. É propósito da igreja
possibilitar que pessoas que vêm de contextos diferentes ‘pensem concordemente, no
Senhor’” (Fp 4.2) (p.21).
Ao chegar neste ponto há uma questão que precisamos considerar – Será que nossa
cosmovisão realmente se conforma com a verdade das Escrituras? A verdade é que
provavelmente todos nós em nossa formação como indivíduos assimilamos padrões de
cosmovisões estranhos ao Evangelho.
E em razão da verdade do Evangelho devemos pensar: “se fomos transportados do
império das trevas para o reino do Filho do seu amor (Cl 1.13), se nossa identidade
espiritual foi transformada (2 Co 5.17), então sofremos a maior mudança de cosmovisão e
teremos diferença de perspectiva com descrentes em vários temas. Conhecer as razões por
detrás de posições antibíblicas será muito útil na medida em que buscamos dar razão de
nossa esperança” (1 Pe 3.15) (p.22).
Ainda assim, não há uma cosmovisão cristã única. Possuímos entendimento
diferente sobre questões doutrinárias, litúrgicas, políticas, culturais etc; no meio da Igreja.
Isso é problemático, entretanto, “tais discordâncias revelam que ainda estamos sendo
moldados pelo próprio Espírito para que tenhamos uma perspectiva mais semelhante à do
nosso Deus” (p.22).

A Conformidade à uma Cosmovisão Bíblica


Se tomarmos nossa discussão sobre cosmovisão no nível da individualidade
perceberemos, como já mencionado, que existem disparidades entre nós em nossa
individualidade e uma cosmovisão cristã bíblica. Deus está agindo em nós e nos
conformará à sua Palavra. No entanto, por que isso acontece? Essas disparidades são
explicadas por dois conceitos.
Uma Cosmovisão possui um Aspecto Objetivo. O aspecto objetivo de uma
cosmovisão diz respeito ao modelo de cosmovisão. Então, quando falamos de
cosmovisão cristã, cosmovisão naturalista, e cosmovisão budista, estamos tratando sobre
modelos de cosmovisão. Modelos trazem respostas gerais como “existe divindade? Como
ele (ou eles) é (são)? O que é o ser humano? Qual o seu destino?” (p.22).
Também, uma Cosmovisão possui um Aspecto Subjetivo. O aspecto subjetivo de
uma cosmovisão diz respeito a forma apropriada pelo indivíduo. O rev. Héber nota “O
cristão pode acreditar em um modelo que afirme que Deus é providente e supre cada uma
de nossas necessidades (Fp 4.19), porém sua ansiedade revela como tal credo ainda não
foi de todo apropriado. Uma coisa é o modelo, o ideal de cosmovisão, outra coisa é a forma
como na prática nós enxergamos a vida e seus desafios” (p.23).
Por isso, nós temos um longo desafio ao ensinar doutrinas cristãs na Igreja. Ao lidar
com pessoas percebemos que elas precisam se conformar a uma cosmovisão bíblica. E por
isso o rev. Héber explica que “conhecer modelos de cosmovisão é útil, mas entender
pessoas envolve mais do que conhecer modelos” (p.23).
O processo de conformação de nossa visão de mundo à Palavra de Deus durará uma
vida. A exposição e estudo da Palavra de Deus mediante a operação do Espírito Santo em
nossa vida é que conformará nossas micro-cosmovisões a uma cosmovisão Bíblica.

Em Quê este Estudo nos auxilia?


1. Convívio com irmãos; 2. Nos ajuda a compreender qual deve ser nossa postura
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no mundo; 3. Nos ajuda a entender porque pessoas têm dificuldade de mudar de opinião
em questões chave; 4. Nos auxilia a compreender porque nem sempre meu proceder
combina com minha confissão de fé.; 5. Nos ajuda a crescer no entendimento de como
devemos expressar nosso amor para com Deus enquanto ainda no mundo (p.24).

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