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A Teoria das Relações Humanas é uma corrente administrativa que enfatiza as pessoas, a organização
informal e os agentes existentes na organização, opondo-se às Terias Clássica e Burocrática que
focavam com grande propriedade as funções e a estrutura organizacional. Surgiu com a Experiência
de Hawthorne, realizada em uma fábrica que possibilitou à organização industrial deixar de lado a
antiga preocupação com as estruturas e processos, para dar espaço às questões com as pessoas e
suas relações. O foco principal das sociedades cooperativas é ver a organização como um grupo de
pessoas, considerando a dinâmica grupal e interpessoal para o desempenho de trabalho em equipe,
com o intuito de alcançar os resultados pretendidos. Diante do exposto, o presente trabalho analisa
as características da Teoria das Relações Humanas no contexto institucional. Este estudo trata de uma
pesquisa qualitativa, com características descritivas e exploratórias, cuja finalidade está em apresentar a
importância da utilização da abordagem humanista no processo de gestão de cooperativas. Para obtenção
dos resultados foi realizada certas pesquisas de consulta Bibliográficas. Na sequência as pesquisas foram
analisadas e suas particularidades avaliadas. Emerge que os resultados obtidos permitiram concluir que as
características da Teoria das relações Humanas têm especial aplicabilidade na gestão de organizações,
devido principalmente ao carácter tipicamente. Fica claro, que a adopção das contribuições essências
dessa teoria constitui de valiosa relevância para que as cooperativas possam promover a socialização dos
cooperados e assim possam evidenciar acções estratégicas com estruturas diferenciadas frente ao mercado
e seus agentes.
Salientam Stoner e Freeman (1999) que a Teoria das Relações Humanas tem suas origens nos
Estados Unidos, como resultado das experiências de Elton Mayo, denominada Experiência de
Hawthorne. Foi a partir desse trabalho que Mayo percebeu a necessidade de tornar a
administração mais humana e democrática. Ainda mais quando as ciências humanas
influenciaram as organizações, ao libertar dos conceitos rígidos e mecanicistas das Teorias
Clássica e Burocrática. Com a Teoria das Relações Humanas surge uma nova concepção sobre a
natureza do homem, o homem social.
Para Del Fiaco (2006), uma nova linguagem passa a dominar o cenário administrativo: fala-se
agora em motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo, enfim,
assim os conceitos clássicos de autoridade, hierarquia, racionalização do trabalho,
departamentalização, princípios gerais da administração passam a ser contestados.
Neste contexto, é possível observar a importância dos aspectos humanistas nas organizações
cooperativas, em particular nos empreendimentos ligados à Economia Solidária. As deficiências
quanto à aplicação da abordagem humanista da administração tem gerado inúmeros conflitos nas
cooperativas, muitos dos quais ocasionam desestruturação da dinâmica grupal da organização.
1.1. Origens da Teoria das Relações Humanas
1.1.1. Principais autores das teorias transitivas
1.1.2. Mary parker follett
A carreira de Follett baseou-se, sobretudo nos trabalhos sociais e no estudo das pessoas como
componente central das organizações. Em particular, explorou os conceitos de gestão do conflito,
responsabilidade individual e de aprendizagem das técnicas de liderança. Dava grande
importância às relações individuais na organização e ao reconhecimento das motivações dos
trabalhadores, cujas reações não podem ser definidas com precisão. Também analisava padrões
de comportamento dos funcionários dentro das organizações.
Em 1918 publicou The New State: Group Organization the Solution of Popular Government,
onde desenvolveu suas próprias ideias sobre governo democrático. De um modo geral, Follett
defendeu a substituição de instituições burocráticas por networks, nas quais as próprias pessoas
analisariam seus problemas e, então, produziriam e implementariam suas próprias soluções. Em
sua concepção, na verdadeira democracia cada indivíduo deveria participar do processo de
tomada de decisão, aceitando a responsabilidade pessoal pelo resultado.
1.1.3. Ordway Tead
Oliver Sheldon (1894-1951), consultor inglês administrativo, foi um dos principais autores
das Teorias Transitivas. Apresentou em 1923 (Philosophy of Managemente) uma filosofia de
administração que enfatizava as responsabilidades sociais da empresa. Em seu ponto de vista a
empresa tinha a obrigação de oferecer produtos e/ou serviços tanto quanto bem-estar para a
comunidade (responsabilidades sociais).
Segundo ohn Dewey (1859-1952), filósofo americano, nasceu em Burlington, uma pequena
cidade agrícola do estado americano de Vermont. Foi influenciado pelo experimentalismo das
Ciências Naturais, resolvendo criar uma escola laboratório ligada à universidade onde
leccionava, para testar métodos pedagógicos. Ele insistia na necessidade de estreitar a relação
entre teoria e prática, pois acreditava que as hipóteses teóricas só têm sentido no dia-a-dia. Outro
ponto-chave de sua teoria é a crença de que o conhecimento é construído de consensos, que por
sua vez resultam de discussões colectivas.
Na teoria das relações humanas, os enfoques são nas pessoas. A máquina, o método de
trabalho e a organização formal dão lugar aos aspectos psicológicos e sociológicos. Elton Mayo,
considerado o "pai das relações humanas", iniciou em 1927 estudos na Western Electric
Company. Tal estudo recebeu o nome de Hawthorne, teve quatro fases e duração de cinco anos,
o que permitiu o aparecimento de novos conceitos sobre administração.
Na Primeira Fase: Nessa fase, foram estudados dois grupos de trabalho, que operando
em condições idênticas, tiveram sua produção constantemente avaliada. Um dos grupos
teve suas condições ambientais de trabalho mantidas constantes, enquanto o outro teve
sua iluminação intensificada, propositalmente. Para frustração dos pesquisadores, ambos
os grupos apresentaram variações semelhantes de produtividade, independente da
intensidade da luz existente, levando os pesquisadores à verificação da existência de
outras variáveis; descoberta do factor psicológico, preponderante sobre o factor
fisiológico.
Na Segunda Fase: Com a introdução de novas variáveis independentes (horários de
descanso, lanches, reduções no período de trabalho, sistema de pagamento) buscava-se
identificar aquela que mais se relacionava com a produtividade. Após diversas variações
nas condições de trabalho, que resultaram em crescimento da produtividade, retornaram o
trabalho às condições originais, e mesmo assim presenciando um crescimento na
produtividade das pessoas.
Na Terceira Fase: Programa de entrevistas buscando maiores conhecimentos sobre as
atitudes e sentimentos do trabalhador, entrevistando 21.126 operários; revelação da
existência da organização informal; por meio dessa organização informal, os operários se
mantinham unidos com certa lealdade entre si ou para com a empresa; essa lealdade
dividida entre o grupo e a companhia poderia trazer conflito, tensão, inquietação e
provável descontentamento.
Na Quarta (e última) Fase: Foi montado um grupo experimental, composto por nove
operadores, nove soldadores e dois inspectores, que passaram a ser constantemente
observados na sala de observações de montagens de terminais; a observação permitiu
perceber as artimanhas utilizadas por esses operários para reduzir seu trabalho, de acordo
com padrões que o próprio grupo considerava ideal; aqueles trabalhadores que não o
fizessem eram punidos simbolicamente pelo grupo; nessa última fase da experiência, foi
possível o estudo das relações entre a organização informal dos operários e a organização
formal da fábrica.
A experiência de Hawthorne durou de 1927 a 1932, quando foi encerrada por motivos não
vinculados ao seu desenvolvimento. Entretanto, a influência de seus resultados sobre a teoria
administrativa foi fundamental, abalando terrivelmente os princípios da Teoria Clássica, então
dominante.
“Em essência, Mayo diz que o desempenho das pessoas depende muito menos dos métodos de
trabalho, segundo a visão da administração científica, dos que dos factores emocionais ou
comportamentais. Destes, os mais poderosos são aqueles decorrentes da participação do
trabalhador em grupos sociais. A fábrica deveria ser vista como um sistema social, não apenas
económico ou industrial, para a melhor compreensão de seu funcionamento e de sua eficácia.”
(MAXIMIANO, 2002, p.238)
A organização passa a ser considerada como um conjunto de seres humanos que carecem de
motivação, incentivos e estímulos para produzirem. Houve também o surgimento de novas
terminologias na linguagem da administração, factores intangíveis e subjectivos (Chiavenato, I.,
2004)
Outras descobertas:
O ser humano é motivado, não por estímulos salariais e económicos, mas por
recompensas sociais e simbólicas;
O comportamento humano é derivado da totalidade de fatos coexistentes (Lewin);
Esses fatos coexistentes têm o carácter de um campo dinâmico, no qual cada parte do
campo depende de uma inter-relação com as demais partes (Lewin);
Esse campo dinâmico é o espaço de vida que contém a pessoa e o seu ambiente
psicológico.
1.7. Níveis de estágio de motivação
Para Maslow, as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia
de importância e de influência, representadas numa pirâmide, tendo na base as necessidades mais
baixas (necessidades fisiológicas) e no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades de
auto-realização).
Como diz Cervo, A. L. P. (2006) A cooperação humana não é o resultado das determinações
legais ou da lógica organizacional, e tem causas mais profundas como revelou a Experiência de
Hawthorne. Com base nessa experiência, Mayo passa a defender os seguintes pontos de vista: o
trabalho é uma actividade tipicamente grupal e o nível de produção é mais influenciado pelas
normas do grupo do que pelos incentivos salariais e materiais de produção.
Fonte: Hotlink
Conclusão
Após o conhecimento adquirido nesta pesquisa, através da leitura dos artigos “Sociologia das
organizações, Introdução à teoria geral da administração, Administração: Teoria e Processo”
identificou-se como um ponto importante para o surgimento das teorias administrativas que cada
teoria surge em decorrência das necessidades vividas naquele momento, ou seja, naquela época.
A Teoria Clássica, por ser a primeira teoria, fez com que todas as outras a tivessem como ponto
de partida, tanto para criticar pontos negativos quanto para acrescentar novas ideias. O fato é que
ela foi a teoria que trouxe a possibilidade de os pensadores procurarem soluções para melhorar a
época em que viviam. Portanto, nenhuma teoria é contrária a outra, todas são o aprimoramento
de uma mais antiga, adaptando-a à época, pois uma teoria completa a outra. Conclui-se, então,
que as teorias clássicas foram debatidas, actualizadas e chegaram às novas teorias, trazendo a
possibilidade para que evoluíssem, possibilitando uma gestão mais participativa, fazendo as
actividades intelectuais e de comunicação interagirem, formando as organizações flexíveis.
Unindo, de certa forma, a organização e os trabalhadores, o que nas teorias clássicas não era tão
normal. Por fim, as práticas administrativas unem os pontos positivos de todas as antigas teorias
para se adaptar aos problemas atuais e solucioná-los da melhor e mais rápida forma possível.
Bibliografia
Del Fiaco (2006): Administração Industrial e Geral. São Paulo: Atlas. Cap 1, 2a. Parte.
Chiavenato (2004): Administração contemporâneo. 2° ed. San Diego: Ed. Mc Graw Hill.
Ordway Tead (1860-1933): Dinâmica em Grupo: teoria e sistemas. 1º ed. São Paulo – SP. Atlas.
Oliver Sheldon (1894-1951): Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro, Campus,. vol.
Maximiano, (2002, p.238): Sociologia das organizações. 1. Ed. São Paulo: Atlas.
Cervo, A. L. P. (2006): Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall.