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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE

TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO

GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS E GESTÃO FINANCEIRA

TEMA: TEORIA DAS RELACOES HUMANAS E TEORIA COMPORTAMENAL

DISCENTES:

INES COSSA

KEILA GABRIEL

NESTON MACUACUA

PAULA XERINDA

RICARDO

DOCENTE: OCTAVIO MASSINGE

SETEMBRO DE 2023
INDECE
Introdução

A Abordagem Humanística da Administração representa uma transferência da ênfase


anterior, colocada nos aspetos técnicos e formais da Administração para os aspetos
sociológicos e psicológicos do trabalho. Esse estudo compreendeu dois assuntos
distintos, a saber:

A análise do trabalho e adaptação do trabalhador ao trabalho.

Essa teoria abordou o lado humano das organizações. A abordagem constituiu-se na


mais dura oposição à Teoria Clássica e seus preceitos, pois apresentou evidências da
existência de outros aspetos envolvendo a produtividade humana nas organizações,
de natureza não mecanicista ou operacional.

A abordagem humanística esta subdividida em 2 teorias na qual é o objetivo do nosso


trabalho, a saber:

Teoria das Relações Humanas e Teoria Comportamental.

Objetivos
Geral
 Compreender o surgimento humanístico das organizações

Específicos
 Identificar os fatores do surgimento dessas teorias

Metodologia

Do ponto de vista metodológico o trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica, o


que incluí artigos científicos publicados em periódicos acadêmicos, neste caso as nossas
pesquisas foram feitas em bibliotecas da UDM, USTM e Biblioteca Nacional..

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1. Teoria das Relações Humanas
1.1. Origem da teoria das relações humanas

A teoria das relações humanas tem suas origens nos seguintes fatos:

1- A necessidade de humanizar e democratizar a administração, libertando-a dos


conceitos rígidos e mecanicistas da teoria clássica e adequando-as aos novos padrões de
vida do povo americano. A teoria das relações humanas revelou um movimento
tipicamente americano.

2- O desenvolvimento das ciências humanas, principalmente a psicologia, assim como a


crescente influência intelectual e suas primeiras aplicações à organização industrial. As
ciências humanas vieram demostrar a inadequação dos princípios da teoria clássica.

3- As ideias da filósofa pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de Kurt


Lewin, foram fundamentais na administração. Elton Mayo é o fundador da escola.
Dewey e Lewin também contribuíram para sua concepção

4- As conclusões da experiência de Hawthorme, realizada entre 1927 e 1932, sob a


coordenação de Elton Mayo, que puseram em xeque os principais postulados da teoria
clássica da administração.

1.2. A Experiência de Hawthorne

Na teoria das relações humanas, os enfoques são nas pessoas. A máquina, o método
de trabalho e organização formal dão lugar aos aspetos psicológicos e sociológicos.
Elton Mayo, considerado "pai das relações humanas", iniciou em 1927
estudos na Wesern Electric Company. Tal estudo recebeu o nome de Hawthorne, teve
quatro fases e duração de cinco anos, o que permitiu o aparecimento de novos
conceitos sobre administração.

Na Primeira Fase:

Nessa fase, foram estudados dois grupos de trabalho,


que operando em condições idênticas, tiveram sua produção constantemente avaliada.
Um dos grupos teve suas condições ambientais de trabalho mantidas constantes,
enquanto o outro teve sua
iluminação intensificada, propositalmente. Para frustração dos pesquisadores, ambos os

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grupos apresentaram variações semelhantes de produtividade, independente da
intensidade da luz existente, levando
os pesquisadores à verificação da existência de outras variáveis; descoberta do fator
psicológico, preponderante sobre o fator fisiológico.

Na Segunda Fase:

Com a introdução de novas variáveis independentes (horários de descanso, lanches,


reduções no período de trabalho, sistema de pagamento) buscava-se identificar aquela
que mais se relacionava com a produtividade. Após diversas variações nas condições de
trabalho, que resultaram em crescimento da produtividade, retornaram o trabalho às
condições originais, e mesmo assim presenciando um crescimento na produtividade das
pessoas.

Na Terceira Fase:

Programa de entrevistas buscando maiores conhecimentos sobre as atitudes e


sentimentos do trabalhador, entrevistando 21.126 operários; revelação da existência da
organização informal; por meio dessa organização informal, os operários se mantinham
unidos com certa lealdade entre si ou para com a empresa; essa lealdade dividida entre o
grupo e a companhia poderia trazer conflito, tensão, inquietação e provável
descontentamento.

Na Quarta (e última) Fase:

Foi montado um grupo experimental, composto por nove operadores, nove soldadores e
dois inspetores, que passaram a ser constantemente observados na sala de observações
de montagens de terminais; a observação permitiu perceber as artimanhas utilizadas por
esses operários para reduzir seu trabalho, de acordo com padrões que o próprio grupo
considerava ideal; aqueles trabalhadores que não o fizessem eram punidos
simbolicamente pelo grupo; nessa última fase da experiência, foi possível o estudo das
relações entre à organização informal dos operários e a organização formal da fábrica. A
experiência de Hawthorne durou de 1927 a 1932, quando foi encerrada por motivos não
vinculados ao seu desenvolvimento. Entretanto, a influência de seus resultados sobre a
teoria administrativa foi fundamental, abalando terrivelmente os princípios da Teoria
Clássica, então dominante.

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1.3. A civilização industrial e o homem

A Teoria das Relações Humanas mostra o esmagamento do homem pelo impetuoso


desenvolvimento da civilização industrializada. Elton Mayo, o fundador do movimento,
dedicou três livros aos problemas humanos, sociais e políticos decorrentes da
civilização baseada na industrialização e na tecnologia.

Os métodos de trabalho visam à eficiência e não à cooperação. A cooperação humana


não é o resultado das determinações legais ou da logica organizacional. Mayo defende
os seguintes pontos ꓽ

1- O trabalho é uma atividade tipicamente grupal. O nível de produção é


influenciado mais pelas normas de grupo do que pelos incentivos salariais e
materiais de produção.
2- O operário não reage como um individuo isolado, mas como um membro social.
3- A tarefa básica da administração é formar uma elite capaz de compreender e de
comunicar, com chefes democráticos, persuasivos e simpáticos com todo o
pessoal.
4- Passamos de uma sociedade estável para uma sociedade adaptável, e
negligenciamos a habilidade social.
5- O ser humano é motivado pela necessidade de "estar junto, de ser reconhecido”,
de receber adequada comunicação. Mayo se contrapõe à afirmação de Taylor de
que a motivação básica do empregado era salarial, a fim de usufruir uma
remuneração mais elevada. Para Mayo, a organização eficiente por si só, não
leva a maior produção, pois ela é incapaz de levar a produtividade se as
necessidades psicológicas do trabalhador não forem descobertas, localizadas e
satisfeitas.
6- A civilização industrial traz como consequência a desintegração dos grupos
primários da sociedade, como a família, os grupos informais e a religião.

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1.4. Comparação entre Teoria Clássica e Teoria das Relações
Humanas

Teoria Clássica Teoria das relações Humanas


Trata a organização como uma máquina Trata a organização como grupo de
pessoas
Enfatiza as tarefas ou a tecnologia Enfatiza as pessoas
Inspirada em sistemas de engenharia Inspirada em sistema de psicologia
Autoridade centralizada Delegação de autoridade
Linha claras de autoridade Autonomia de empregado
Especialização e competência técnica Confiança e abertura
Acentuada divisão do trabalho Enfase nas relações entre as pessoas
Confiança nas regras e nos regulamentos Confiança nas pessoas
Clara separação entre linha e staff Dinâmica grupal e interpessoal
Fonte: Chiavenato 2004

2. Teoria Comportamental da Administração

Segundo Chiavenato (1987), a Teoria Comportamental (ou Teoria Behaviorista) da


Administração trouxe uma nova direção e um enfoque dentro das posições normativas e
prescritas das teorias anteriores (Teoria Clássica, Teoria das Relações Humanas e Teoria
Burocrática) e a adoção de posições explicativas e descritivas. A ênfase permanece nas
pessoas, mas dentro do contexto organizacional mais amplo. (A valorização das pessoas
deve ocorrer dentro do contexto que elas estão inseridas) Os defensores do
behaviorismo atacavam duramente a Teoria Clássica, em função de seu excessivo
mecanicismo, argumentando que o homem deveria pensar e criar mais. Os seguidores
de Simon também criticavam a Teoria das Relações Humanas, pela sua ingenuidade,
sugerindo que a liberdade fosse complementada com mais responsabilidade. Para

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Simon, grande parte da pesquisa em ciência cognitiva tinha como objetivo entender
como os sistemas inteligentes executam o trabalho.

Em 1947, surge nos EUA, o livro O Comportamento Administrativo, de Simon,


alcançando enorme repercussão, ao opor-se totalmente à Teoria Clássica, aceitando
alguns princípios da Teoria das Relações Humanas. O livro também encaminha o
surgimento da Teoria da Decisão. Sendo assim, pode-se dizer que o behaviorismo
reescalona as abordagens anteriores, incrementando-as e diversificando-as largamente.

2.1. Contexto Histórico

A Teoria Comportamental surge no final da década de 1940 como evolução de uma


dissidência da Escola das Relações Humanas, que recusava a concepção de que a
satisfação do trabalhador gerava de forma intrínseca a eficiência do trabalho. A
percepção de que nem sempre os funcionários seguem comportamentos exclusivamente
racionais ou essencialmente baseados em sua satisfação exigia a elaboração de uma
nova teoria administrativa (Chiavenato, 2000). Segundo Paula (2000), esta escola
começou a se constituir durante a década de 40: é herdeira do ideário da Escola de
Relações Humanas e exerceu grande influência nas empresas brasileiras durante toda a
década de 70. Através da abordagem behaviorista, expressa nas teorias de autores como
Abraham Maslow, Frederick Herzberg, Douglas McGregor, Rensis Likert e Chester
Barnard, esta escola procurou se posicionar como uma legítima opositora da Escola
Clássica. No entanto, segundo Paula (2000), a tentativa não a isenta de suas dívidas com
o psicologismo e com o funcionalismo. Na verdade, utilizando técnicas como a
dinâmica de grupo, a liderança não-diretiva e o aconselhamento, entre outras, a Escola
Comportamental prosseguiu legitimando a ideologia participacionista. (As técnicas que
buscam a valorização do homem e o incentivo à participação constituem características
da busca pela sustentabilidade) Assim, Paula (2000) afirma que Tragtenberg, ao analisar
as duas principais escolas administrativas da primeira metade do século XX, concluiu
que estas refletem o capitalismo monopolista e se manifestam ideologicamente. Estas
escolas se estabeleceram como portadoras de teorias e práticas eficientes para viabilizar
a produção massificada, mas auxiliaram principalmente na harmonização das relações
entre capital e trabalho. Além disso, ao comparar a Escola Clássica e a Escola das
Relações Humanas, o autor inferiu que as teorias administrativas são dinâmicas:
transformam-se de acordo com mudanças estruturais e conjunturais. Constatou também

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que, apesar da facilidade com que se reeditam e se adaptam, estas teorias obedecem a
um princípio genético, pois herdam características de suas antecessoras.

2.2. Principais Modelos da Teoria comportamental


Os modelos comportamentais são ferramentas úteis para compreender e prever o
comportamento humano. Nós destacamos alguns dos principais modelos explicados,
que fornecem uma base sólida para entender o comportamento individual e coletivo.

O Behaviorismo Radical é uma teoria comportamental que foi desenvolvida por B.F.
Skinner. Esta teoria afirma que o comportamento é determinado por fatores externos,
como reforço positivo e/ou negativo. Assim, os estímulos externos podem aumentar ou
diminuir a probabilidade de que um comportamento se repita. Por exemplo, se um
estímulo positivo (como elogios) for fornecido após um comportamento desejado, isso
aumentará a probabilidade de que esse comportamento se repita.

Outro modelo importante é a Teoria das Necessidades de Maslow. Esta teoria afirma
que as necessidades humanas estão organizadas em cinco níveis hierárquicos:
necessidades fisiológicas, segurança, afiliação, estima e autorrealização. Quando as
necessidades de um nível são satisfeitas, o indivíduo se move para o próximo nível, o
que é necessário para a motivação e o comportamento. Por exemplo, se um indivíduo
não tiver suas necessidades fisiológicas satisfeitas, como comida e água, ele não estará
motivado a buscar mais alto nível de motivação.

O Modelo de Aprendizagem Social de Bandura também é um dos principais modelos


explicados. Esta teoria afirma que o comportamento humano é influenciado por três
principais fatores: observação, experiência direta e condicionamento. Segundo a teoria,
os indivíduos podem aprender comportamentos novos ao observar os outros, tendo
experiências diretas, ou mesmo através de estímulos externos. Por exemplo, um
indivíduo pode aprender a falar inglês ao observar outras pessoas falando o idioma ou
ao participar de aulas de inglês.

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Finalmente, a Teoria da Personalidade do Desenvolvimento de Erikson pode ser
usada para explicar o comportamento humano. Esta teoria afirma que a personalidade é
influenciada por oito estágios de desenvolvimento ao longo da vida. Durante cada
estágio, o indivíduo enfrenta desafios que precisam ser superados para que ele possa se
desenvolver adequadamente. Estes desafios são importantes para o desenvolvimento da
auto-estima, da identidade e da capacidade de relacionamentos saudáveis. Por exemplo,
durante o primeiro estágio de desenvolvimento (0-1 ano de idade), o bebê aprende a
confiar ou desconfiar dos outros. Se o bebê aprender a confiar, isso pode levar a
relacionamentos saudáveis e à capacidade de lidar com desafios futuros1.

As teorias comportamentais são fundamentais para a compreensão do comportamento


humano. Estas teorias descrevem o que motiva o comportamento humano e como as
pessoas aprendem. Elas fornecem uma base para a compreensão dos processos
cognitivos e comportamentais que afetam a capacidade de uma pessoa de tomar
decisões, criar relacionamentos e alcançar seus objetivos.

2.3. Características Básicas da Teoria do Comportamento

Segundo Chiavenato (2003), A Teoria comportamental é caracterizada por ser


decorrência da teoria das relações humanas. Assim, sua ênfase ainda se encontra no
comportamento humano, porém, leva em consideração o contexto organizacional, de
forma mais ampla, abrangendo a influência desse comportamento na organização como
um todo e as perspectivas das pessoas diante das organizações.

Suas características são:

1. Ênfase no comportamento observável: enfatiza o comportamento observável e


mensurável em oposição aos processos mentais internos. Isso significa que a
teoria se concentra no comportamento manifesto, como as ações, reações e
respostas do indivíduo ao ambiente externo.

2. Ênfase na aprendizagem: enfatiza a importância do aprendizado na formação do


comportamento humano. Aprendizagem é vista como um processo contínuo que
ocorre através da experiência e da interação com o ambiente.
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Teoria Comportamental: O que é, quais são, Características (gestaodesegurancaprivada.com.br)

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3. Personalidade como uma coleção de comportamentos: vê a personalidade como
uma coleção de comportamentos aprendidos. Esses comportamentos são
influenciados por fatores como experiência de vida, reforço e modelagem.

4. Técnicas de modificação de comportamento: enfatiza a importância das técnicas


de modificação de comportamento, incluindo reforço positivo e negativo,
modelagem, dessensibilização sistemática, contra condicionamento e extinção.
Essas técnicas são usadas para mudar ou eliminar comportamentos indesejáveis
e reforçar comportamentos desejáveis.

5. Enfoque na motivação: A teoria do comportamento enfatiza a importância da


motivação na formação do comportamento humano.

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3. Conclusão

Conclui-se que a Teoria de recursos humanos é o factor primordial em qual


organização, pois realiza o gerenciamento assertivo e humanizado dos colaboradores

A Teoria Comportamental é uma das teorias mais importantes da Administração, e tem


como foco entender como as pessoas se motivam e se comportam nas organizações.
Através dela, gestores podem adaptar sua abordagem para obter melhores resultados,
compreendendo as necessidades individuais de seus funcionários.

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4. Bibliografia

 CHIAVENATO, Idalberto, I. Administração de empresas: uma abordagem


contingencial. São Paulo: MCGraw-Hill, 1987.
 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6ª
edição, Brasil: Campus, 2000.
 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. Brasil:
Elvesier Editora, 2003.
 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a teoria geral da administração. 7ª edição,
rio de Janeiro, Campus 2004
 PAULA, Ana Paula Paes de. Teoria critica nas organizações:(Debates em
Administração). São Paulo: Tompson Learning 2000.
 Teoria Comportamental: O que é, quais são, Características
(gestaodesegurancaprivada.com.br) acessado em 08.09.2023

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