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I. A produção está diretamente ligada à interação social e não apenas à necessidade do funcionário.
São as expectativas pessoais e as normas que o conduzem que estabelecem os seus níveis de
competência e eficiência. Dessa forma, quanto mais confortável o meio em que esse indivíduo
vive, mais ele produz de maneira eficaz.
II. O compartilhamento de experiências entre si, onde os trabalhadores se apoiam e disseminam suas
experiências. Isso permite criar uma troca mútua de trabalho contínuo e não faz com que esse
trabalhador se isole. Com essa atitude, fica fácil definir cotas de produção sem que as metas sejam
prejudicadas.
III. O estudo mostrou que aspectos informais dentro das organizações apresentavam uma visão da
empresa mais leve, criando assim interações sociais com grupos distintos de pessoas que
acabavam socializando sobre todo e qualquer assunto. São os chamados “grupos informais”, que
criavam suas próprias regras de conduta, crenças e expectativas de vida.
IV. As relações humanas são um conjunto de atitudes e experiências resultantes desse convívio e
interação de pessoas, seus grupos e o meio em que vivem. Lembrando que não se pode esquecer
que cada indivíduo interfere com o meio, seja por personalidade ou até mesmo suas projeções e
expectativas de vida.
V. O perfil das funções em relação as atribuições de cada colaborador, isto é, a relevância do cargo
que se ocupa em relação às competências e atribuições. Os estudos apontaram uma migração de
determinados trabalhadores para outros setores, nem sempre dentro de suas características e
perfis de trabalho, e sim apenas para quebrar a rotina e elevar o respeito entre o meio que
trabalhavam.
VI. O foco em aspectos emocionais. O emocional, tanto positivo quanto negativo, afeta o
comportamento do indivíduo. Essa particularidade foi a mais trabalhada pela equipe de Mayo.
O principal objetivo dessa escola foi identificar a influência dos aspectos humanos na
organização e humanizar a administração, dando ênfase nas pessoas. Essa preocupação foi necessária
devido ao tratamento mecânico que a teoria anterior dava aos funcionários de suas empresas.
A Escola das Relações Humanas criou uma nova perspectiva para o estudo da Administração.
Isso se deu principalmente pela necessidade em conhecer as atividades e os sentimentos dos
trabalhadores, assim como buscar entender a formação dos grupos e a motivação das relações sociais
que surgiam dentro das próprias empresas.
Vários autores colaboraram para compreender esses eventos sociais e a interação entre os
indivíduos dentro das organizações. Porém, a seguir serão destacados 3 desses teóricos que
contribuíram para a criação dessa teoria.
Nascido em 1880, na Austrália, Elton Mayo foi um grande estudioso da sociologia e um dos
fundadores e principais teóricos da sociologia industrial dos Estados Unidos. Além disso, é
considerado o fundador do movimento das Relações Humanas, sendo o responsável pelo
desenvolvimento da Experiência de Hawthorne (considerado o ponto de partida para as ideias que
deram origem a essa Teoria).
A experiência conduzida por Elton Mayo tinha como objetivo desvendar e pesquisar o motivo
dos constantes conflitos entre os empregados e os empregadores e tentar buscar meios que pudessem
aumentar a produção da fábrica da Western Eletric Company, em Chicago, local em que o experimento
foi desenvolvido.
Com o decorrer da experiência, Mayo começou a observar a importância das relações
humanas dentro da empresa. Ao final do projeto, destacou alguns pontos que caracterizava essas
relações, tais como: o nível de produção é resultado da integração social, o grupo é o maior
incentivador do comportamento de um indivíduo, os grupos informais criavam as suas próprias regras,
existiam líderes informais que eram reconhecidos em meio aos grupos e a importância do conteúdo
do cargo e a ênfase nos aspectos emocionais na organização informal. Essas descobertas acabaram se
tornando os pilares básicos da Escola das Relações Humanas.
Nascida em 1869, nos Estados Unidos, Mary Parker se formou em filosofia, história e ciência
política pela faculdade de Harvard. Na maior parte da sua vida, ela se dedicou à sua cidade natal
trabalhando como educadora e organizadora de serviços sociais e assistenciais. E, devido aos
problemas sociais provocados pelo processo de industrialização, Mary adquiriu interesse em estudar
a administração industrial em busca de soluções para esses impasses.
Em certo sentido, as concepções de Mary P. Follet dão continuidade às teses da Escola
Clássica, na medida em que admitem a existência de princípios gerais aplicáveis tanto à indústria como
a qualquer outra forma de organização. No entanto, incorporando em suas análises uma abordagem
psicológica, preparou o terreno para as concepções da Escola de Relações Humanas. Ela acreditava
que era necessário incluir a psicologia para entender os comportamentos dos trabalhadores e buscar
melhores resultados nas indústrias. Além disso, essa abordagem psicológica seria útil para a gerência
compreender as pessoas e os agrupamentos que se encontravam no interior de uma fábrica.
Mary foi considerada “A Profetisa da Administração”, uma vez que trouxe para a sociedade
os conceitos iniciais que mais tarde foram trabalhados pela Teoria das Relações Humanas. Porém, por
ter tido ideias revolucionárias em uma época dominada pelos pensadores e estudiosos do sexo
masculino, a proposta da Srta. Follet acabou se perdendo. Hoje se entende a enorme contribuição que
essa cientista política concedeu ao estudo da administração.
Nascido em 1886, também nos Estados Unidos, Chester Barnard foi um executivo que
trabalhou a maior parte da sua vida na empresa American Telephone and Telegraph, até chegar ao
cargo de presidente. Foi um dos primeiros a estudar os processos de tomada de decisão, o tipo das
relações entre as organizações formais e informais e o papel e as funções do executivo.
Chester se destacou por classificar a Teoria das Relações Humanas nas organizações como
um deslocamento da análise da organização formal para a informal. Segundo ele, “as organizações
informais são necessárias para o funcionamento de uma organização formal. Elas atuam como um
meio de comunicação, coesão e proteção da integridade individual”.
Em uma de suas obras, Barnard destaca as principais tensões entre o indivíduo e a
organização, e conclui que os sistemas de treinamento, seleção, vigilância e recompensa não são
suficientes para garantir que os indivíduos cooperem com a empresa. Ele afirma que para resolver esse
impasse, é necessário o desenvolvimento de valores comuns e de uma ética que gere maior
comprometimento dos indivíduos com a organização.
Assim como boa parte das Escolas da Administração, a Teoria das Relações Humanas
colaborou com princípios que são bem utilizados no dia a dia das empresas. Esses princípios são de
grande importância para a construção dos alicerces de atenção especial aos colaboradores, que
certamente são a parcela de maior importância dentro de uma organização.
Afinal, o que seria de uma empresa sem o setor de Recursos Humanos? O foco da empresa
está na escolha do perfil ideal para cada cargo ou função, na obtenção de talentos, no estudo e na
implementação de políticas de benefícios, planos de remuneração e processos de fusões e aquisições,
além de trabalhar para aplicar projetos que visem a manutenção constante da motivação dos
colaboradores. Mas citando exemplos práticos, podemos usar a preocupação das organizações em
periodicamente realizar pesquisas de clima com o intuito de identificar possíveis conflitos de
relacionamento entre os colaboradores e solucioná-los antes que afetem toda a equipe.
Outro exemplo prático de aplicação dessa teoria são os encontros que alguns gestores de
empresas realizam para discutir resultados, desempenho e demais assuntos organizacionais. Isso ajuda
a não só atualizar os objetivos da equipe e cobrar metas, mas também se torna um momento de reunir
os colaboradores e lhes trazer a oportunidade de expressar suas percepções sobre o trabalho e propor
ações que aprimorem o ambiente organizacional.
Fora isso, ainda existem inúmeras outras propostas que visam estreitar as relações entre as
organizações e seus colaboradores. Essas propostas, que foram melhoradas e contextualizadas para a
realidade atual, são frutos direto da contribuição que a Escola das Relações Humanas trouxe para o
estudo da administração.