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DEFINIÇÃO:
Associação é espécie do gênero Pessoa Jurídica, ou seja, dentre as formas de Pessoas
Jurídicas criadas pela lei, uma delas é a Associação.
Uma Associação se constitui pela reunião de pessoas que se organizam com uma
finalidade específica, comum, e sem fins lucrativos, conforme nos explica o artigo 53 do
Código Civil. Portanto, pode ela ser criada para atuar em área religiosa, moral, cultural,
desportiva ou recreativa.
No nosso caso, que é o das Associações de Moradores, podemos pontuar que a sua
finalidade essencial é a cultural, desportiva e, ainda, a recreativa.
Diante disso podemos afirmar que uma Associação representa a vontade de todos os
seus associados, não do Presidente, não do Conselheiro, não do Fundador, mas dos seus
integrantes como um todo.
“NASCIMENTO”:
O Código Civil prescreve em seu artigo 45 que: “começa a existência legal das pessoas
jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro,
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo,
averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo”. Em
outras palavras, uma Associação “nasce” com a inscrição do seu ato constitutivo no
respectivo registro, no caso, o Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas da
comarca em que a Associação tem sede. O ato constitutivo é a Ata de Fundação,
juntamente com o Estatuto Social, documento que estipula as regras internas da
Associação.
Neste mesmo artigo 45, fica claro que, todos os atos praticados pela Associação,
deverão ser levados a registro para que assim, o registro do cartório demonstre a
realidade jurídica da Associação.
O raciocínio é bastante lógico, mas, para fixarmos definitivamente vamos imaginar o
seguinte. Toda e qualquer pessoa tem o direito de saber sobre a “vida” de uma
Associação, para isso esta pessoa não precisa ir até a sua sede e questionar às pessoas
responsáveis sobre as informações que deseja obter. Mesmo por que, muitas vezes
poderá haver resistência ou receio destas em prestar tais informações. Por isso a
legislação atribuiu aos cartórios a função de dar publicidade a estes registros através de
uma certidão. O cartório tem o dever de informar tudo o que for necessário, seja
expedindo uma certidão de todos os atos arquivados, seja de uma ata específica, ou,
ainda, respondendo à quesitos apresentados pelo interessado.
Devemos ter em mente também, que uma Associação não expressa sua “vontade” (a
vontade de seus associados) pela “fala” ou por documentos emitidos, como o faz uma
Sociedade Empresária, uma Associação só pode se expressar, só pode verbalizar sua
“vontade” através de uma Ata, ou seja, através da Ata (seja de uma reunião ou de uma
Assembleia) fica firmado a vontade soberana do grupo, que somente terá validade
perante a sociedade, sobre aqueles que não integram a Associação, após o seu devido
registro em Cartório.
Princípio da Publicidade: Este é o princípio que garante o acesso do usuário às informações de todas as
Associações;
Princípio da Fé-pública: Este princípio emprega aos documentos emitidos pelo Cartório a devida fé-
pública, necessária para a comprovação dos atos ali expressos;
Princípio da Legalidade: Este princípio é também de fácil compreensão. Através dele tem-se que o Oficial
deve se ater rigorosamente aos ditames da Lei, daquele grupo de leis acima citadas.
Princípio da Territorialidade: Aqui temos a regra de competência territorial dos Cartórios. Determina que
o registro da Associação deverá ser feito na comarca onde tem sede, conforme previsto em seu Estatuto
Social;
Princípio da Continuidade: Atendo-se ao nosso caso, das Associações de Moradores, este talvez seja o
princípio mais importante de toda a cadeia registral. Através deste princípio todo ato trazido a registro
deve guardar relação com o título anterior, que encontra-se registrado no cartório.Outra forma de
exemplificar é fazendo uma comparação com o Registro de Imóveis, onde fica clara a situação que uma
pessoa só pode comprar um imóvel daquela que efetivamente consta proprietário no registro do cartório;
Princípio da Prioridade: O princípio da prioridade garante que todos os títulos apresentados ao cartório
obedecerão estritamente a ordem de sua protocolização. Não poderá o título que for protocolado por
último passar à frente do primeiro;
Princípio da Especialidade: Divide-se em Especialidade Objetiva e Especialidade Subjetiva. O primeiro
refere-se ao objeto do negócio, que deve ser perfeitamente detalhado, mais presente no Registro de
Imóveis. O segundo, por sua vez mais presente no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, atribui a
necessidade da perfeita caracterização das pessoas envolvidas com o ato, portanto, todos aqueles que
forem citados deverão sê-lo qualificados completamente, ou seja, com o nome completo, carteira de
identidade, número de CPF, nacionalidade, profissão, estado civil e residência. Bastante exigido para o
caso de eleições e atribuições diversas.
Princípio da Instância: Segundo o qual é proibido a atuação do Oficial por iniciativa própria, ou seja, o
mesmo só poderá praticar algum ato se requerido pela parte interessada.
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS:
Agora que já possuímos uma visão panorâmica sobre as regras do Cartório de Registro
Civil de Pessoas Jurídicas, podemos enumerar e explicar os documentos que são
exigidos para os registros das Atas, são eles:
B. Edital de convocação;
Motivo: levar a realização do ato (assembleia) ao conhecimento de todos os associados,
proporcionando o exercício do direito de comparecimento e, com isso, expor sua
vontade durante a Assembleia (artigo 60 do Código Civil). O Edital de Convocação será
publicado conforme previsto no Estatuto Social.
1. A quem se destina ?
As associações já existentes, sem fins econômicos, mas que por qualquer motivo se
encontram inativas e/ou sem administração, ou que não realizaram, tempestivamente,
assembleias para adequação do Estatuto e renovação da Diretoria e Conselho Fiscal;
Protocolo
(Recepção do título)
Conferência
(Até 15 dias)
Nota Devolutiva
(Exigências Legais)
Satisfação da Registro
Exigência (Até 30 dias do
(Reapresentação) protocolo)
MODELOS:
Requerimento
FULANO DE TAL
(presidente)
Firma Reconhecida
Termo de Abertura
TERMO DE ABERTURA
FULANO DE TAL
(presidente)
Termo de Encerramento
TERMO DE ENCERRAMENTO
FULANO DE TAL
(presidente)
NOME
Presidente da Comissão Eleitoral
Aos (colocar dia, mês, ano e hora do evento), nesta cidade na (colocar local
do evento), reunira-se na qualidade de fundadores os srs (a): (nome completo sem
abreviações, nacionalidade, estado civil, profissão endereço residencial e números
do Rg. CPF – tal requisito é obrigatório, conforme dispõe artigo 46, inciso II da Lei
10.406/02 e lei 11.127/05), relacionados em lista anexa e os demais, que assinam a lista
de presenças, como convidados, tendo por finalidade, única e exclusiva, fundar uma
associação de direito privado, sem fins econômicos, sem cunho político ou partidário.
Ainda com a palavra, o Sr. Presidente distribuiu aos presentes, cópias do estatuto
social a ser discutido, já de conhecimento geral, o qual, após ser integralmente lido e
debatido, restou aprovado, por unanimidade, e segue em anexo, como parte inseparável
da presente ata, para todos os fins de direito, ficando, portanto, definitivamente
constituída a associação.
Em ato contínuo, o Sr. Presidente deu início ao processo eletivo, visando compor
os cargos da Diretoria Executiva (e conselho fiscal – se houver), apresentando à
assembléia os candidatos anteriormente inscritos, submetendo-os à votação. Após a
contagem dos votos, presenciado por todos, ficou a Diretoria Executiva (e conselho
fiscal – se houver) composta da seguinte forma:
DIRETORIA EXECUTIVA
CONSELHO FISCAL
(SE HOUVER)
Membros – (colocar nome completo sem abreviações, nacionalidade, estado civil,
profissão, endereço residencial, números do RG e CIC, usar o mesmo critério para os
demais cargos previstos no estatuto social).
E, por fim, o sr. presidente dá posse aos eleitos, para a gestão de: (colocar data do
inicio e término), passando a palavra para quem quisesse se manifestar e, na ausência
de manifesto, como nada mais havia para ser tratado, agradeceu a presença de todos
e deu por encerrada a presente assembleia geral, determinando a mim, que servi
como secretário, que lavrasse a presente ata e a levasse a registro junto aos órgãos
públicos competentes para surtir os efeitos jurídicos necessários. A presente segue
assinada por mim e pelo Sr. Presidente e por todos os eleitos, como sinal de sua
aprovação.
Bauru, ____/_____/_____
______________________________
Presidente
_____________________________
Secretário
OAB nº
ELEITOS
Segue abaixo os requisitos mínimos que deve conter um Estatuto Social. Poderá a
Associação inserir novos dispositivos visando a melhor adequação à sua realidade
prática. Lembrando que toda e qualquer Associação deverá ter seu Estatuto Social
adequado ao Código Civil (Lei 10.406/2002), mesmo aquelas constituídas antes da
entrada em vigor deste Código deverão adequá-lo ao citado diploma legal.
Requisitos:
11. Exercício Fiscal (ata anual Prestação de Contas); Artigo 46, III, Código Civil.
12. Declarar se os membros respondem ou não subsidiariamente pelas obrigações sociais; Artigo
46, V, Código Civil.
13. Composição do patrimônio (fontes de recursos para manutenção); Artigo 54, IV, Código
Civil.
14. Declarar se o Estatuto é reformável no tocante à administração, e de que modo; Artigo 46, IV,
Código Civil.
15. Declarar as condições de extinção e o destino do patrimônio; Artigo 46, VI, Código Civil.
16. Assinar presidente, secretário e visto do advogado; Item 1.1 e 11, Capítulo XVIII, das
NSCGJSP.
17. Reconhecer firma dos signatários, exceto advogado;
ESTATUTO SOCIAL DA
(colocar a denominação social da associação)
Leis 10.406/2002 e 11.127, de 28 de junho de 2005.
Parágrafo Segundo - Quando a assembleia geral for convocada pelos associados, deverá o
Presidente convocá-la no prazo de 3 (três) dias, contados da data entrega do requerimento, que
deverá ser encaminhado ao presidente através de notificação extrajudicial. Se o Presidente não
convocar a assembleia, aqueles que deliberam por sua realização, farão a convocação;
Parágrafo Terceiro - Serão tomadas por escrutínio secreto as deliberações que envolvam eleições
da diretoria e conselho fiscal e o julgamento dos atos da diretoria quanto à aplicação de
penalidades.
ARTIGO 5º - DOS ASSOCIADOS
I. Votar e ser votado para qualquer cargo da Diretoria Executiva ou do Conselho Fiscal, na forma
prevista neste estatuto;
II. Usufruir os benefícios oferecidos pela Associação, na forma prevista neste estatuto;
III. Recorrer à Assembleia Geral contra qualquer ato da Diretoria ou do Conselho Fiscal;
ARTIGO 9º – DA DEMISSÃO DO ASSOCIADO
É direito do associado demitir-se do quadro social, quando julgar necessário, protocolando seu pedido
junto à Secretaria da Associação, desde que não esteja em débito com suas obrigações associativas.
ARTIGO 10 – DA EXCLUSÃO DO ASSOCIADO
A perda da qualidade de associado será determinada pela Diretoria Executiva, sendo admissível somente
havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento disciplinar, em que fique assegurado o direito
da ampla defesa, quando ficar comprovada a ocorrência de:
Parágrafo Primeiro – Definida a justa causa, o associado será devidamente notificado dos fatos a
ele imputados, através de notificação extrajudicial, para que apresente sua defesa prévia no prazo
de 20 (vinte) dias a contar do recebimento da comunicação;
Parágrafo Terceiro – Aplicada a pena de exclusão, caberá recurso, por parte do associado excluído, à
Assembleia Geral, o qual deverá, no prazo de 30 (trinta) dias contados da decisão de sua exclusão,
através de notificação extrajudicial, manifestar a intenção de ver a decisão da Diretoria Executiva ser
objeto de deliberação, em última instância, por parte da Assembleia Geral;
Parágrafo Quarto – Uma vez excluído, qualquer que seja o motivo, não terá o associado o direito de
pleitear indenização ou compensação de qualquer natureza, seja a que título for;
Parágrafo Quinto – O associado excluído por falta de pagamento, poderá ser readmitido, mediante o
pagamento de seu débito junto à tesouraria da Associação.
I. Diretoria Executiva;
II. Conselho Fiscal.
Parágrafo único - As decisões da diretoria deverão ser tomadas por maioria de votos, devendo
estar presentes, na reunião, a maioria absoluta de seus membros, cabendo ao Presidente, em caso
de empate, o voto de qualidade.
Parágrafo único - O Conselho Fiscal reunir-se-á ordinariamente, uma vez por ano, na segunda
quinzena de janeiro, em sua maioria absoluta, e extraordinariamente, sempre que convocado pelo
Presidente da Associação, ou pela maioria simples de seus membros.
ARTIGO 19 - DO MANDATO
As eleições para a Diretoria Executiva e Conselho Fiscal realizar-se-ão, conjuntamente, de 02 (dois) em
02 (dois) anos, (o período deste mandato é opcional), por chapa completa de candidatos
apresentada à Assembleia Geral, podendo seus membros ser reeleitos.
A perda da qualidade de membro da Diretoria Executiva ou do Conselho Fiscal será determinada pela
Assembleia Geral, sendo admissível somente havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento
disciplinar, quando ficar comprovado:
ARTIGO 21 - DA RENÚNCIA
Em caso renúncia de qualquer membro da Diretoria Executiva ou do Conselho Fiscal, o cargo será
preenchido pelos suplentes.
Parágrafo Primeiro – O pedido de renúncia se dará por escrito, devendo ser protocolado na
secretaria da Associação, a qual, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da data do protocolo, o
submeterá à deliberação da Assembleia Geral;
Parágrafo Segundo - Ocorrendo renúncia coletiva da Diretoria e Conselho Fiscal, o Presidente
renunciante, qualquer membro da Diretoria Executiva ou, em último caso, qualquer dos associados,
poderá convocar a Assembleia Geral Extraordinária, que elegerá uma comissão provisória composta por
05 (cinco) membros, que administrará a entidade e fará realizar novas eleições, no prazo máximo de 60
(sessenta) dias, contados da data de realização da referida assembleia. Os diretores e conselheiros eleitos,
nestas condições, complementarão o mandato dos renunciantes.
ARTIGO 27 - DA DISSOLUÇÃO
A Associação poderá ser dissolvida, a qualquer tempo, uma vez constatada a impossibilidade de sua
sobrevivência, face à impossibilidade da manutenção de seus objetivos sociais, ou desvirtuamento de suas
finalidades estatutárias ou, ainda, por carência de recursos financeiros e humanos, mediante deliberação
de Assembleia Geral Extraordinária, especialmente convocada para este fim, composta de associados
contribuintes em dia com suas obrigações sociais, não podendo ela deliberar sem voto concorde de 2/3
(dois terços) dos presentes, sendo em primeira chamada, com a totalidade dos associados e em segunda
chamada, uma hora após a primeira, com a presença de, no mínimo, 1/3 (um terço) dos associados, (o
quorum para este artigo é livre, sendo o acima meramente enunciativo).
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Presidente
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Advogado
Nome:
OAB nº