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O que é o Estatuto da Advocacia e OAB

O Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, Lei Federal


nº 8.906/94, se origina do Projeto de Lei nº 2.938/1992, de iniciativa do então
Deputado Federal Ulysses Guimarães.

Referido Projeto de Lei pretendia substituir a Lei nº 4.215, de 27 de abril de


1963, e se baseou no art. 133 da Constituição Federal.

Visava a uma lei mais atualizada, que guarnecesse os advogados de uma


ferramenta mais atualizada e compacta. Até antes da entrada em vigor do
Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94), a profissão do advogado era
regulamentada pela Lei nº 4.215/63, que possuía 158 artigos. Para se ter
uma ideia, a Lei atual conta com 87 artigos. .

A antiga Lei 4.215/63 teve o projeto elaborado em meados da década de


1950, encaminhado ao Congresso Nacional em 1956. Era baseada no
Regulamento da OAB de 1931.

A legislação antiga não refletia as transformações ocorridas no plano econômico,


social e político, sobretudo após um regime de exceção vivido no Brasil.
Portanto, a Lei nº 8.906/94 veio em boa hora.

Estrutura do Estatuto da Advocacia

O Estatuto da Advocacia, ou Estatuto da OAB, como também o chamarei


daqui em diante, possui a estrutura geral abaixo. Para facilitar sua leitura, o
conteúdo se organiza pelos Títulos, e você pode navegar clicando no menu:
 Título I – Do artigo 1º ao artigo 43 trata da advocacia: requisitos para ser
advogado, inscrição nos quadros da OAB, sociedades de advogados, ética
profissional, entre outros.
 Título II – Do artigo 44 ao artigo 67 está desenhada a estrutura geral da OAB e
da Caixa de Assistência dos Advogados, passando pelo Conselho Federal,
Conselho Seccional e as Subseções.
 Título III – Do artigo 68 ao artigo 77 estão as regras dos processos na OAB,
com especial foco nos processos disciplinares.

Aqui faço um parêntese para deixar claro como a OAB leva em conta a questão
da Ética na Advocacia, dedicando 4 artigos para tratar do procedimento
disciplinar, que é o processo por onde a OAB apura as faltas éticas –
violações das regras éticas cometidas por advogados ou estagiários
inscritos nos quadros da OAB.

Neste texto, você confere um guia do Estatuto da Advocacia e da OAB


comentado de acordo com os Títulos do documento. Boa leitura!

Título I do Estatuto da Advocacia: Art. 1º ao art.


43

Afinal, o que é a advocacia?

A advocacia é a atividade profissional que consiste no exercício da defesa de


direitos e interesses de cidadãos, seja frente a outros cidadãos, empresas, ou
mesmo frente ao Estado (governo).

Somente os advogados podem realizar requerimentos a órgãos do Poder


Judiciário e aos juizados especiais. Isso se chama “capacidade postulatória”,
que significa deter a possibilidade de promover requerimentos.

Também cabe somente aos advogados exercer atividades de consultoria,


direção e assessoria jurídicas, tudo isso definido pelo artigo 1º do Estatuto da
OAB.
O exercício da advocacia usa o verbo “advogar”, que pode ser entendido
como “aquele que é chamado”. O termo deriva da Grécia e Roma antigas, e
era empregado para definir aquele que era chamado para socorrer outro
perante a Justiça. Atualmente este “aquele” é chamado de Advogado.

Portanto, a advocacia pode ser definida como o ofício que exerce


a representação dos cidadãos perante o Poder Judiciário.

Requisitos para ser Advogado

Para ser advogado é necessária inscrição nos quadros da OAB, e para se


inscrever nos quadros da OAB, o artigo 8º traz as seguintes exigências:
 I – capacidade civil;
 II – diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de
ensino oficialmente autorizada e credenciada;
 III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
 IV – aprovação em Exame de Ordem;
 V – não exercer atividade incompatível com a advocacia;
 VI – idoneidade moral;
 VII – prestar compromisso perante o conselho.

O advogado pode ainda requerer sua exclusão dos quadros da OAB,


inclusive pedir licenciamento para, por exemplo, o exercício de um cargo
público que seja incompatível com o exercício da advocacia.

E sempre que o advogado estiver exercendo sua atividade, ele precisa se


identificar com nome e número de inscrição na OAB.

O site do Cadastro Nacional dos Advogados reúne informações dos


profissionais, como seu número de inscrição na OAB e estado de origem.
Para consultar, basta acessar o site oficial, preencher os campos
necessários, e pesquisar.

Mais: Conheça os melhores advogados do Brasil


Direitos do Advogado previstos no Estatuto da Advocacia

Há um capítulo específico para tratar sobre os direitos dos advogados,


também conhecidos como prerrogativas.

No projeto de Lei que instituiu o Estatuto da Advocacia foram mantidos os


direitos dos advogados, antes previstos na Lei nº 4.215/63. Para facilitar a
compreensão, foram concentrados em um só capítulo, condensados,
facilitando a compreensão e o entendimento de todos.

As prerrogativas do advogado constituem um direito especial e são fundamentais


para o exercício da profissão em razão da função social do advogado.

Diante do fato de que o advogado trabalha com interesses, muitas vezes


antagônicos entre si, as prerrogativas garantem que os cidadãos sejam bem
representados, assim como sejam bem defendidos seus interesses.

Recentemente foi incluído no Estatuto direitos específicos para as advogadas,


tratando de situações que envolvam gestação, amamentação e adoção.

Sociedades de Advogados

O Estatuto da OAB é quem disciplina a forma de como uma sociedade de


advogados pode ser criada.

Diferentemente das empresas mercantis, as sociedades de advogados são


registradas perante a OAB. Portanto, ao invés de protocolizar o Contrato
Social na Junta Comercial, o registro de uma sociedade de advogados se faz
protocolizando o Contrato Social perante a OAB.

O advogado pode também constituir uma sociedade unipessoal de advocacia,


que levará o sufixo “SOCIEDADE UNIPESSOAL DE ADVOCACIA”.
Tomando de exemplo um advogado chamado JOÃO RAMALHO que registra
sociedade unipessoal de advocacia, a razão social de sua sociedade será
JOÃO RAMALHO SOCIEDADE UNIPESSOAL DE ADVOCACIA.

Embora as sociedades de advocacia possam constituir filiais, os sócios não


podem participar de outra sociedade, mesmo que seja uma unipessoal. Por
exemplo: se o advogado João Ramalho (exemplo anterior) já possui sua
sociedade unipessoal, ele não poderá compor uma outra sociedade
enquanto a sua estiver ativa.

Lembram-se que mencionei a importância da Ética para a advocacia no


início deste texto? Então, para os advogados constituintes da sociedade de
advocacia permanecem as mesmas regras de ética que são aplicáveis aos
advogados autônomos.

Muitas pessoas confundem as sociedades de advogados com as empresas


mercantis. De fato ambas têm diversos aspectos similares, mas as regras
éticas impõem limitações que não existem para as sociedades mercantis.

Por fim, importante diferença entre as sociedades mercantis e de advocacia


é de que não há necessidade de mover incidente de desconsideração da
personalidade jurídica das sociedades de advogados. Isso porque o artigo 17
do Estatuto da OAB prevê que a responsabilidade dos sócios é subsidiária e
ilimitada. Ou seja, não há procedimento específico para desconsideração da
personalidade jurídica.

Regime de Trabalho de Advogados Empregados

O Estatuto da OAB possui previsão para os advogados que venham a


trabalhar em regime celetista. Contudo, há alguma particularidades que
precisam ser observadas.
A principal diferença em relação ao que estabelece a CLT tem a ver com
a jornada do advogado empregado, que é de 4 horas diárias, ou 20 horas
semanais. Passando disso, é considerada hora extra, que deve ser
remunerada em 100% da hora normal.

Essa jornada fixada para os advogados pode ser flexibilizada quando:

 Houver previsão em acordo coletivo ou;


 O advogado empregado trabalhar exclusivamente para um só empregador.

O advogado empregado também possui jornada noturna, que vai das


20:00h até as 05:00h, sendo o adicional noturno equivalente a 25%.

Embora pareça um pouco estranho essa regulamentação de jornada


noturna, não é incomum que advogados passem a noite trabalhando em
teses e argumentações, para alguns escritórios.

Ao advogado empregado é assegurado um salário mínimo, que deve ser fixado


por sentença normativa ou acordo coletivo. Geralmente é fixado pelos
sindicatos dos advogados, e é feito por acordo coletivo.

Embora o empregado esteja sujeito à subordinação, requisito inerente à


relação jurídica de emprego, essa subordinação não tira do advogado a
independência, que é a faculdade do advogado em ter sua própria convicção
com relação aos fatos que lhes são submetidos.

Apesar de existir regulamentação no Estatuto da OAB, não é comum ver a


figura do advogado empregado na prática, pois normalmente os escritórios
ou formalizam sociedade, ou definem um contrato de associação com o
advogado.

E como ficam os honorários do advogado empregado?


O advogado empregado tem direito à percepção dos honorários de
sucumbência quando trabalhar em um escritório de advocacia. A Lei definiu
como forma de partilhá-los a livre estipulação por acordo, que pode ser
verbal (tácito) ou escrito, entre o advogado empregado e o escritório de
advocacia.

Honorários advocatícios no Estatuto da Advocacia

Segundo o dicionário Michaelis, honorários são um substantivo masculino,


plural, consistente no pagamento em retribuição a serviços prestados pelos que
exercem uma profissão liberal; remuneração.
É uma palavra que deriva do Latim “honorarius”. Significa aquilo que serve
para honrar alguém, e no plural serve para designar o pagamento que
aufere uma pessoa que exerce sua profissão de maneira independente.
Portanto, os honorários advocatícios são a remuneração prestada ao advogado
em razão do exercício de seu ofício, justificados pelo exercício independente do
ofício de advogar. Sempre que houver a prestação de serviço por advogado,
a remuneração será devida. Pode parecer óbvio, mas é o que determina o
artigo 22 do Estatuto da Advocacia e OAB.
Os honorários advocatícios podem ser pactuados por meio de contrato
escrito, por arbitramento judicial (quando o Juiz fixa), ou por meio
dos honorários de sucumbência.

Importante frisar que o contrato de honorários não precisa ser subscrito


por duas testemunhas para constituir título executivo, e tem o prazo de 5
anos para ser executado.

Saiba mais sobre a cobrança de honorários advocatícios com este


ebook elaborado pela Aurum. Nele, você encontra formas práticas de
calcular os honorários e tira as principais dúvidas sobre o tema.
Incompatibilidade e impedimento do advogado: qual a
diferença?

Existem situações nas quais os advogados podem ficar impedidos de atuar


como advogados, ou então a situação gere incompatibilidade com o
exercício da advocacia. Enquanto a incompatibilidade se refere à proibição total
para a prática da advocacia, o impedimento se refere a algumas situações
específicas.

O artigo 28 do Estatuto da Advocacia descreve as situações nas quais há


incompatibilidade. Entre elas estão o exercício da advocacia por juízes,
promotores, prefeitos, governadores, ministros de estado, secretários
estaduais, militares da ativa, dentre outros.

Já o artigo 30, também do Estatuto da Advocacia, diz respeito aos


impedimentos. Eles se destinam basicamente a determinar a
impossibilidade do exercício da advocacia contra ou a favor daqueles que
os remuneram, à exceção dos Procuradores, Advogados, Defensores e
dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e
fundacional, que podem advogar a favor daqueles que os empregam, pois a
função deles consiste em defender o órgão do qual são vinculados.

Essas regras existem para evitar que possa haver qualquer tipo de
favorecimento para o advogado, ou mesmo que a atuação do profissional
possa prejudicar seu cliente. Por exemplo, um advogado funcionário de
uma autarquia municipal, cujo cliente processa esta mesma autarquia.

Podemos entender que as incompatibilidades e impedimentos dos


advogados servem para proteger a sociedade contra um possível conflito de
interesses, e assim preservar o legítimo interesse dos cidadãos.

A Ética do Advogado e as Infrações Disciplinares


A Ética é indissociável aos advogados. Afinal, é ela quem garantirá, dentre
outras coisas, a confiança e segurança de que necessita o cidadão ao
depositar nos advogados suas informações mais íntimas.

Os preceitos éticos se encontram discriminados no Código de Ética e


Disciplina da Advocacia, e são diversos. Por exemplo, falta de prestação de
contas pelo advogado por quantias recebidas pelo cliente, locupletamento,
abandono do processo, dentre outras.

O Código de Ética e Disciplina

O Código de Ética e Disciplina da Advocacia é uma regulamentação à parte,


mas complementar, do Estatuto da Advocacia.

Atualmente é regido pela Resolução nº 02, de 19 de outubro de 2015,


editada pelo Conselho Federal da OAB. É composta de 80 artigos e
disciplina matérias como o relacionamento do advogado com seus clientes e
a publicidade na advocacia.

Leia mais sobre marketing de relacionamento aqui no Portal da Aurum.

As Infrações Disciplinares no Estatuto da Advocacia

As infrações disciplinares são possibilidades legais pelas quais o advogado


pode vir a ser punido se cometê-las. São também conhecidas como faltas
éticas.

Estas infrações disciplinares estão elencadas no artigo 34 do Estatuto da OAB, e


são em número de 29.

Quando um processo ético disciplinar é julgado, se leva em conta se algum


dos fatos praticados e comprovados no processo se compatibilizam com
alguma das hipóteses do artigo 34 do Estatuto da Advocacia, ou então do
Código de Ética e Disciplina.
Como dito, a apuração de uma infração ética ocorre no âmbito de um
processo ético disciplinar, e suas particularidades serão tratadas adiante,
em um capítulo próprio.

Título II do Estatuto da Advocacia: Art. 44 ao


art. 67

O Estatuto da Advocacia dedica um Título para trazer as disposições gerais


acerca da Ordem dos Advogados da Brasil. Abaixo, compartilho uma
síntese do conteúdo.

A Ordem dos Advogados do Brasil – OAB

A OAB possui a finalidade de defesa da Constituição, da ordem jurídica do


Estado democrático de direito, defender os direitos humanos, a justiça
social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da
justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas.

Também constitui finalidade exclusiva da Ordem representar, defender,


selecionar e disciplinar os advogados em todo o território nacional.

A Ordem possui personalidade jurídica (PJ) e é independente do Poder


Público. Se organiza de forma federativa:

 Federação (Conselho Federal)


 Estados (Conselhos Seccionais) e;
 Municípios (Subseções)

Toda esta estrutura é responsável por fixar as contribuições anuais dos


advogados, promover os exames de ordem, realizar e manter os cadastros
dos inscritos, dentre várias outras atribuições.
A estrutura da OAB também comporta a chamada Caixa de Assistência dos
Advogados, que é uma entidade com personalidade jurídica distinta da OAB,
mas que possui a finalidade de prestar assistência aos inscritos na OAB
(advogados e estagiários), dentro de cada Conselho Seccional.

Aqui no estado de São Paulo, a CAASP é a Caixa de Assistência responsável


por prover assistência aos advogados. Vai desde livrarias a farmácias e
consultórios odontológicos, com valores diferenciados.

Os cargos para os Conselhos Seccionais e Subseções são eletivos. Apenas a


eleição para o Conselho Federal é realizada de forma indireta, na qual os
Conselheiros Federais – eleitos por meio das chapas eleitas do Conselho
Seccional – é que votam para eleição do Presidente do Conselho Federal.

O mandato de todos é de 3 anos, e a reeleição não tem um limite, podendo


o interessado se candidatar e ser eleito quantas vezes desejar.

Importante destacar que não há remuneração para as funções exercidas pelos


advogados no âmbito da OAB, sendo um exercício voluntário por parte dos
interessados.

Título III do Estatuto da Advocacia: Art. 68 ao


art. 77

Processos na OAB

O Estatuto da OAB diferencia apenas os processos ético-disciplinares dos demais


processos internos que instruem e promovem os atos da OAB.

A inscrição para concorrer a eleições, a infração a direito da advocacia


(processo de desagravo), o pedido de inscrição, todos estes são alguns
processos que tramitam na OAB.
Há também os processos ético-disciplinares, que são os processos
tendentes a responder consultas sobre a aplicação do Estatuto da OAB e do
Código de Ética e Disciplina, inclusive para apurar o cometimento de
infração ética por inscritos na OAB (advogados e estagiários, ok?).

Por determinação da lei, se o processo for ético-disciplinar se aplica o


Código de Processo Penal, a Lei do Processo Administrativo, e o Código de
Processo Civil. Sendo processo de qualquer outro tipo, então a aplicação é
da Lei do Processo Administrativo e o Código de Processo Civil.

Importante destacar para aqueles que estejam lendo este texto, que as leis
processuais (CPC, CPP) regulamentam como os processos irão tramitar.

O Código de Ética e Disciplina da OAB, no artigo 58, parágrafo 1º, autoriza a


regulamentação de atos processuais pelas Turmas Disciplinares. Isto quer dizer
que é possível que haja, em alguma Seccional, regulamentação distinta,
com relação à prática processual, entre o que dispõem as leis processuais e
alguma outra Seccional da OAB.

A dica aqui é para que o interessado em atuar em processos da OAB verifique a


regulamentação que a Seccional determinou para a classe de processo que está
o interessado trabalhando.

Representação – Processo ético-disciplinar

A representação é o meio que o cidadão possui para informar à OAB que


um inscrito seu pode ter violado o Estatuto da Advocacia ou mesmo o
Código de Ética e Disciplina. O processo que se forma é o processo ético-
disciplinar.

Com a notícia de possível violação estatutária ou da ética, então o


representado (parte contra quem é promovida a representação) é
notificado para apresentar sua versão dos fatos e os documentos (fase da
Defesa Prévia).

Ao processo que contém a representação se dá o nome de processo ético-


disciplinar. Leva esta nomenclatura porque julga a ética e a disciplina do
inscrito na OAB, quando do desempenho de suas funções.

Ao final do andamento do processo ético-disciplinar é proferida uma


decisão, que julga se o inscrito cometeu ou não alguma infração disciplinar,
aplicando a penalidade respectiva, ou não.

As infrações éticas estão descritas no artigo 34 do Estatuto da OAB, e as


regras éticas no Código de Ética e Disciplina. Cabe a todos os inscritos nos
quadros da OAB observar as regras, sob pena de, não o fazendo, responder a
um processo ético-disciplinar.

Recursos

A OAB possibilita a interposição de recursos no âmbito de seus processos,


sendo que o prazo para todos os recursos é de 15 dias.

Os prazos são todos contabilizados em dias úteis por força da Resolução nº


9, de 18 de outubro de 2016, que acabou com a contagem dos prazos em
dias corridos.

Importante destacar para o leitor estagiário ou advogado, de que no âmbito


dos processos na OAB são admitidos Embargos de Declaração, e o prazo para
sua interposição é de 15 dias úteis, e não de 5 dias úteis como no caso do
Processo Civil.

Da Turma Deontológica
As Turmas Deontológicas são componentes do Tribunal de Ética e
Disciplina, mas ao contrário das Turmas Disciplinares, ela não julga notícias
de possíveis infrações éticas.

A função das Turmas Deontológicas é a de responder consultas teóricas sobre


a aplicação do Estatuto da OAB, Código de Ética e Disciplina e outras
normas proferidas pela Seccional e pelo Conselho Federal da OAB.

Por exemplo, digamos que um advogado quer iniciar um canal no YouTube


para tirar dúvidas jurídicas, e o Código de Ética e Disciplina não é
suficientemente claro sobre essa possibilidade.

Então, antes de subir o canal, o advogado pode promover uma consulta


perante a Turma Deontológica, que fará uma análise hipotética da situação
em abstrato, e dará sua interpretação sobre ser possível ou não a prática
do ato pretendido.

Este fluxo que a Turma Deontológica promove tem a finalidade de garantir


ao inscrito nos quadros da OAB que as regras éticas pertinentes à profissão sejam
respeitadas, antes de haver exposição do inscrito nos quadros da OAB à
sociedade, visando também preservar a ética da profissão do advogado.

Uma dúvida muito comum em relação aos limites da OAB é quando se


pensa em marketing jurídico e assuntos relacionados. Pensando nisso, aqui
no Portal da Aurum você confere alguns conteúdos que podem tirar suas
principais dúvidas:

 Marketing jurídico digital: como acertar na estratégia


 Publicidade na advocacia: principais dicas

Conclusão
O Estatuto da Advocacia agregou a legislação esparsa que se debruça sobre
a advocacia, compilando em um texto sóbrio, objetivo e abrangente um norte
que a advocacia necessitava após o período de sucessivos governos
militares autoritários.

A legislação continua atual e focada nos acontecimentos contemporâneos,


em que nunca foi tão necessária para combater abusos, tanto por parte do
Estado, como por iniciativa de alguns particulares.

O inscrito nos quadros da OAB deve manter o Estatuto da Advocacia como


força motriz e luz de proa para o exercício de sua profissão. Assim agindo, não
que se garanta navegar em mares calmos, mas de certo que navegará com
segurança.

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