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ARTIGOS
Introdução
O presente trabalho tem como propósito apresentar os deveres dos advogados dispostos no Código de Ética e Disciplina
da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), com intuito de melhor compreensão ao leitor, teceremos os comentários
pertinentes ao artigo 2º do respectivo código.
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15/08/2021 Comentários acerca dos deveres do advogado dispostos Código de Ética e Disciplina da OAB art. 2º - Jus.com.br | Jus Navigandi
Em conformidade com a nossa Lei Maior que traz em seu corpo, a indispensabilidade, a qual se expressa: art. 133 “O
advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da
profissão, nos limites da lei“.[2]
Tamanha inconsequência de nossa parte, o seria, se no presente texto não apresentássemos a citação de Ruy Barbosa,
que segue: “Legalidade e liberdade são tábuas da vocação do advogado”.
O Supremo Tribunal Federal, através do relator Marco Aurélio destaca:
O princípio da indispensabilidade não foi posto na Constituição como favor corporativo aos
advogados ou para a reserva de mercado profissional. Sua ratio é de evidente ordem
pública e interesse social, como instrumento de garantia de efetivação da cidadania. É
garantia da parte e não do profissional.[3]
De extrema relevância, também, os ensinamentos de Piero Calamandrei, citado por Carlos Henrique Soares:
Importante colocação faz Antonio Carlos Faccioli Chedid, conforme vasta experiência na magistratura:
Afirmamos por várias oportunidades, com convicção teórica e prática, colhidas durante
longos dezoito anos de magistraturacomum e agora especializada que jamais se atingirá a
plenitude de uma entrega justa da prestação jurisdicional sem a presença do profissional
do direito.[5]
A partir deste momento, nos resta a apresentação dos demais elementos contidos no artigo 2º do Código de Ética e
Disciplina da OAB.
2.1.1. O Parágrafo único do art. 2º e respectivos incisos.
O parágrafo único do referido artigo dispões sobre os deveres do advogado, os quais são apresentados nos incisos I a
IX, como apresentaremos adiante.
Primeiramente nos cabe a transcrição precisa do disposto, como segue:
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15/08/2021 Comentários acerca dos deveres do advogado dispostos Código de Ética e Disciplina da OAB art. 2º - Jus.com.br | Jus Navigandi
Os deveres dispostos nos sentidos vão ao encontro do que é apresentado no caput do artigo 2°, sendo que, qualquer
interpretação equivocada do que está expresso seria uma afronta ao intelecto humano.
Todavia, de maneira sucinta, comentaremos cada um dos incisos acima apresentados.
I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de essencialidade
e indispensabilidade;
Diante do exposto na introdução, deste trabalho, a conduta, honradez, nobreza, dignidade profissional são essenciais
para o advogado, visto que, o mesmo deve primar pela Justiça e pelos princípios morais e sociais.
Destarte, torna-se inconcebível qualquer outra postura de um profissional de tamanha responsabilidade perante a
sociedade.
II – atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé
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A fim de alçar a justiça em plenitude, o disposto no inciso II, é posto como razão e modo de atuação do profissional
perante a sociedade e ao Estado Democrático de Direito.
III – velar por sua reputação pessoal e profissional.
A reputação pessoal e profissional do advogado é essencial, devido a sua essencialidade perante a sociedade, exemplo
de conduta social.
IV - empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento pessoal e profissional.
Tanto no que tange esta profissão quanto qualquer outra, a necessidade de aperfeiçoamento é constante. No caso dos
advogados, este aperfeiçoamento tornar-se-á mais frequente devido as frequentes alterações nas legislações que
compõem nosso ordenamento jurídico.
V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis.
O advogado é o profissional integrante fundamental da Justiça, imperativo, portanto, que contribua tanto ao
aprimoramento das instituições, do Direito quanto das próprias leis que integram nosso ordenamento.
VI - estimular a conciliação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios.
O estímulo a conciliação é de fundamental importância, a fim de evitar, litígios, o advogado, por seu turno, tem o dever de
atuar neste sentido. Neste ponto, vale ressaltar, que além de disposto no Código de Ética, tal obrigação é constante em
nosso ordenamento jurídico e apresenta-se disposta, também, na Lei. N° 13.105/2015.
VIII – abster-se de:
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente;
b) patrocinar interesses ligados a outras atividades estranhas à advocacia, em que também atue;
c) vincular o seu nome a empreendimentos de cunho manifestamente duvidoso;
d) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana;
e) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste.
O inciso VIII, nitidamente expressa, que diante da especialidade e função social da profissão, existem limites éticos, sem
os quais não alçaríamos a função precípua que alicerça esta profissão.
IX – pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos seus direitos individuais, coletivos e difusos,
no âmbito da comunidade.
De acordo com o que fora apresentado até o momento, cristalino que o advogado deva atuar de acordo com o inciso IX,
a fim de alcançar os objetivos e princípios inerentes a sua profissão.
3. Considerações finais
De acordo com o propósito deste trabalho de apresentar o artigo 2° do Código de Ética e Disciplina da OAB, tecendo os
comentários devidos, torna-se concluso que a profissão de advogado é de vital importância à sociedade, à Justiça e à
manutenção do Estado Democrático de Direito.
4. Referências bibliográficas
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal.
BRASIL. Código de Processo Civil (2015). Lei n° 13.105 de 16 de março de 2015. Brasilia, DF: Diário Oficial da União
(DOU).
BRASIL, Ordem dos Advogados do. Código de Ética e Disciplina da OAB. Brasília, DF: OAB. 2005.
PAIVA, Mário Antônio Lobado de (Coord.). A importância do advogado para o direito, a justiça e a liberdade. Rio de
Janeiro: Forense, 2000.
SOARES, Carlos Henrique. O advogado e o processo constitucional. Belo Horizonte: Decágolo. 2004.
STF. Diário da Justiça (DJ). Ação Direta de Inconstitucionalidade. Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do
Brasil. Rel. Ministro Marco Aurélio; ADIn n°1127. Distrito Federal. 1994.
Notas
[1] BRASIL, Ordem dos Advogados do. Código de Ética e Disciplina. Brasília – DF. 2005 p. 1.
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[2] BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília – DF. 1988 p. 85.
[3] STF. Ação Direta de Inconstitucionalidade. Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil. Rel. Ministro
Marco Aurélio; ADIn n°1127. Distrito Federal. 1994.
[4] SOARES, Carlos Henrique. O advogado e o processo constitucional. Belo Horizonte: Decágolo. 2004. p. 174.
[5] CHEDID, Antonio Carlos Faccioli. Indispensabilidade do advogado e o exercício privativo do “jus postulandi” em
qualquer processo judicial e administrativo. In: Paiva, Mário Antônio Lobado de (Coord.). A importância do advogado para
o direito, a justiça e a liberdade. Rio de Janeiro: Forense, 2000. p. 80.
[6] BRASIL, Ordem dos Advogados do. Código de Ética e Disciplina da OAB. Brasília – DF: 2005. pp. 1 e 2.
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