– Ética profissional (resumo da apostila)
contraditório e devido processo legal.
ÉTICA PROFISSIONAL
I.INTRODUÇÃO
A ética profissional trata-se de um conjunto de normas
de conduta que as pessoas que desempenham
determinada função são submetidas, seriam morais
singulares. Compondo, assim, os direitos e deveres dos
advogados, nesse caso específico. A ciência dos deveres
recebe o nome de deontologia, já a dos direitos,
diceologia (MEDINA, 2016).
A ética profissional trata-se de um “complexo de
princípios que servem de diretrizes no exercício de uma
profissão, estipulando os deveres que devem ser
seguidos no desempenho da atividade profissional”
(SPERANDIO, 2002, p. 10).
ESTATUTO DA ADVOCACIA E OAB
O estatuto da advocacia é instuido pela lei 8.906/94 e
é divido em 3 partes (na apostila tem 4 mas a parte
‘’das disposições gerais e transitórias’’ não serão
abordadas no curso), sendo elas:
1. DA ADVOCACIA: parte em que trata sobre
todos os assuntos relacionados com o
exercício da advocacia como direitos dos
advogados, inscrição na OAB, constituição da
sociedade de advogados, advogado
empregado, questões de honorários e etc.
2. DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL:
dispõe sobre os objetivos da Ordem e como
são determinados os orgões que a compõe.
3. DO PROCESSO NA OAB: normas que
regulam o processo disciplinar e os recursos
cabíveis.
PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS PARA A ADVOCACIA
Como base para a regulamentação da advocacia,
temos 3 princípios essenciais que embasam e toda a
atividade da advocacia e são anteriores a atividade da
advocacia por já existirem na Constituição.
1. SIGILO PROFISSIONAL: É um principio de
ordem publica e é um direito/dever do
advogado. O sigilo profissional ultrapassa o
campo direito e passa a ser um dever, ou
seja, o advogado tem o DEVER de manter o
sigilo para que a relação com o cliente seja
pautada na confiança e assim seja
respeitado o principio da ampla defesa,
Advogado não revela sigilo profissional,
exceto se houver grave ameaça ao direito a
vida, grave ameaça ao direito a honra ou
quando o advogado é afrontado pelo cliente.
No último caso só pode ser revelado o
necessário.
2. INDEPENDENCIA PROFISSIONAL: O
advogado deve zelar por sua independência
profissional, No art 133 da CF está
estabelecida a ‘’imunidade profissional’’,
logo, todos os atos praticados no exercício
da profissão não serão violados e tem por
objetivo garantir a independência
profissional do advogado para que a ampla
defesa e a justiça serem respeitados.
Também é nesse ponto que é abordado a
inexistência de hierarquia ou subordinação
entre advogados, magistrados e membros
do ministério público(art 6º do Estatuto da
advocacia).
3. MERCANTILIZAÇÃO DA ADVOCACIA: A
advocacia não deve ser relacionada com
atividades de comercio, com o objetivo de
asseguar a essencialidade e
indispensabilidade conforme disposto no art
133, a advocacia é um serviço social publico
então não é possível se transformar em um
ato de comércio.
➢ Art. 7, inciso II, da Lei 8.906/94
DA ADVOCACIA
DA ATIVIDADE DE ADVOCACIA (ARTS 1º AO 5º)
1. Art 1º, inciso I dispõe que a postulação aos
órgãos do poder judiciários, juizados
especiais e em seu inciso II dispõe que a
atividades de assessoria, consultoria e
direções jurídicas são de atividades
privativas da advocacia.
• Existe uma exceção no § 1º:
impetração de Habeas Corpuss em
qualquer instância ou tribunal não é
uma atividade privativa da
advocacia.
• Obs: postulação de ações na justiça
da paz, justiça do trabalho e nos
juizados não se faz necessário ter um
advogado desde que as limitações

infraconstitucionais sejam
respeitadas
• APENAS O ADVOGADO poderá
exercer a atividade de assessoria,
consultoria e direcionamento
jurídico
• Contratos sociais só poderão ser
registrados nos órgãos competentes
depois de serem revisados por um
advogado conforme o disposto no
Art 1º, § 2º da lei 8.906/94
• IMPORTANTE ressaltar que a
atividade da advocacia não pode ser
realizada em conjunto com outra
atividade conforme estabelecido no
Art 1º, § 2º do estatuto, mas o
exercício da advocacia em conjunto
com outra atividade é possível desde
que o sigilo profissional seja
respeitado.
2. Art 2º define que o advogado é indispensável
para a administração da justiça
• § 2º e 3 :A imunidade profissional é
inviolável durante o exercício da
profissão e também garante a
independência pessoal e funcional,
excessos serão punidos.
• O §3º foi declarado constitucional
através do julgamento da ADIs
1.127 e 1.105.
• Múnus público: o advogado no
exercício de sua profissão exerce
função social e presta serviço
público.
3. Competência territorial: Art. 3º em território
brasileiro, o exercício da advocacia e a
denominação advogado são privativos dos
inscritos na OAB.
• No § 3º é definido que os estagiários
podem praticar atos privativos da
advocacia, desde acompanhados por
advogados e são proibidos de
realizar publicidade.
4. Nulidade: Art 4º São passiveis de nulidade
atos praticados por pessoas que não são
inscritas na OAB e atos praticados por
advogados suspensos, licenciados, impedidos
ou que exerçam cargos incompatíveis com a
advocacia.
5. Substabelecimento/urgência e mandato: Art
§5º é descrito que para que o advogado possa
– Ética profissional (resumo da apostila)
postular em juízo ou fora dele, é necessário
que ele tenha do mandato outorgado pelo
cliente.
• Em casos de urgência, o advogado poderá
atuar sem procuração desde que a
apresente no prazo de 15 dias, que
poderá ser prorrogado § 1º do art 5º
• Substabelecimento com reserva de
poderes: autorização para quem um
advogado atue passe a atuar em conjunto
com o substabelecente e se trata de um
ato pessoal do cliente disposto no Art. 26
do código de ética.
• Substabelecimento sem reserva de
poderes: significa que o advogado entrega
a outro o processo, que ficará a cargo
exclusivo do substabelecido e o cliente
necessita ter ciência desse ato mas não
precisa autorizar também exposto no Art.
26 no código de ética.
6. Renúncia: § 3º do art 5º: O advogado que
renunciar ao mandato continuará, durante os
dez dias seguintes à notificação da renúncia,
a representar o mandante, salvo se for
substituído antes do término desse prazo,
para isso o cliente deve ser devidamente
notificado e o prazo para a renúncia valer
deve ser contado em dias úteis.
• Renuncia por substabelecidos: se for
substabelecimento com reservas de
poderes, deve ser feita ao
substabelecente e por subs sem
reserva é feita diretamente ao
cliente.
7. Revogação: é o ato inverso a renúncia, o
cliente é quem retira aos poderes ora
outorgados ao advogado. Observar o Art. 11
do código de ética – obs. Na apostila diz art
14º mas lendo o código, encontrei sobre isso
no art. 11º , vejamos:
‘’Art. 11. O advogado não deve
aceitar procuração de quem já tenha
patrono constituído, sem prévio
conhecimento deste, salvo por
motivo justo ou para adoção de
medidas judiciais urgentes e
inadiáveis.’’

DOS DIREITOS DO ADVOGADO (ARTS 6º
AO 7º - A)
1. Paridade: Art 6º garante que os advogados a
inexistência de subordinação ou hierarquia
em relação a magistrados e membros do
ministério publico.
2. Liberdade de ação: Art. 7º, I, o advogado tem
direito de exercer em todo o território
nacional com liberdade absoluta.
3. Inviobilidade: Inc. II, do escritório ou local de
trabalho do advogado (exceto quando o
advogado é o investigado, quando o
investigado é o advogado, preserva-se a
inviolabilidade)
4. Comunicação: Inc. III poderá o advocagado se
comunicar pessoalmente e de forma privada
com seu cliente mesmo que recolhido em
locais considerado incomunicáveis.
5. Representante da OAB: Inc. IV, quando preso
em flagrante por motivo relacionado ao
exericio da profissão.
6. Prisão: Inc. V, não poderá ser recolhido preso
antes do trânsito em julgado, senão em Sala
de Estado Maior, com instalações e
comodidades dignas ou em prisão domiciliar.
7. Inc VI: Ingressar livremente nas salas de
sessões e tribunais de audiências e etc.
8. Inc. VII: Permanecer sentado ou em pé ou
retirar-se dos locais descritos no VI sem pedir
licença.
9. Inc. VIII: Dirigir-se diretamente aos
magistrados nas salas e gabinetes de
trabalho, independente de horário marcado
ou qualquer outra condição.
10. O inc. IX foi julgado inconstitucional
11. Pela ordem: Inc. X, palavra que deve ser
usada exclusivamente pelo advogado com a
finalidade de esclarecer equivoco ou duvida
surgida em relação a fatos, documentos ou
afirmações que influenciem na decisão.
12. Reclamações: Inc. XI devem ser feitas
verbalmente ou por escrito perante qualquer
juízo, tribunal ou autoridade, contra
inobservância de preceito de lei, regulamento
ou regimento.
13. Falar: Inc. XII sentado ou em pé, em juízo,
tribunal ou órgão de deliberação coletiva da
Administração Pública ou do Poder
Legislativo
– Ética profissional (resumo da apostila)
14. Examinar: Inc: XIV em qualquer instituição
responsável por conduzir investigação,
mesmo sem procuração, autos de flagrante e
de investigação de qualquer natureza, findos
ou em andamento, ainda que conclusos à
autoridade, podendo copiar peças e tomar
apontamentos, em meio físico ou digital.
• Em relação ao inc XIV deve ser
observada o Art. 7º da lei 13.245/15 e a
lei 13.73/19 , parágrafos 10, 11, 12 e 13
15. Vista: inc. XV de processos judiciais ou
administrativos, em cartórios ou na
repartição competente, ou retira-los pelos
prazos legais.
16. Retirar: inc. XVI autos de processos findos,
mesmo sem procuração, pelo prazo de 10
dias.
17. Publicamente: inc. XVI será desagravado,
caso ofendido no exercício da profissão ou
me razão dela.
18. Recusar-se: XIX, a depor como testemunha
em processo no qual funcionou ou venha a
funcionar sobre casos que são relacionados
sobre cliente ou ex cliente mesmo se
autorizado ou solicitado pelo constituinte.
19. Retirar-se: inc XX, do recinto onde se
encontra aguardando pregão para ato
judicial, após 30 minutos do horário
designado e ao qual ainda não tenha
comparecido a autoridade que deve presidir
a ele, mediante comunicação protocolizada
em juízo.
20. Assistir: XXI, aos seus clientes investigados
durante a apuração de infrações, son pena de
nulidade absoluta do respectivo
interrogatório ou depoimento e,
subsequentemente, de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele
decorrentes ou derivados, direta ou
indiretamente, podendo, inclusive, no curso
da respectiva apuração apresentar:
A) razões e quesitos
B) Foi vetado
21. Prisão em flagrante: § 3º, o advogado
somente poderá ser preso em flagrante, por
motivo de exercício da profissão, em caso de
crime inafiançável, observando-se a
necessidade de comunicação expressa à
seccional.
22. Instalações: § 4º, o poder judiciário deve
instalar, em todos os juizados, fóruns,
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tribunais, delegacias e presídios, salas
especiais permanentes para os advogados,
com uso e controle assegurados à OAB.
➢ Art 7º A dispõe sobre os direitos à mulher
advogada.
23. Gestante: no art 7º , I a e b e no II garante a
entrada livre em tribunais, sem que as portas
ou aparelhos de raio x afetem o bebê, vaga
em garagem dos fóruns e tribunais e garante
a lactante, adotante ou quer der à luz a
acesso a creche ou local para atendimento
adequado às necessidades do bebê.
24. No inc III, garante que as advogadas
gestantes ou nas condições acima
mencionadas terão preferencia na ordem das
sustentações orais e audiências, devendo
comprovar suas condições, caso necessário.
25. Suspensão de prazos: inc IV, para a advogada
adotante ou que der à luz, quando for a única
advogada constituída também é direito
garantido, desde que haja notificação por
escrito ao cliente. (O cliente poderá revogar
o mandato e constituir outro patrono, caso
não deseje sujeitar-se à suspensão de prazo.