Você está na página 1de 48

Centro Universitário Salesiano de São

Paulo – U.E de Lorena


Curso de Direito - 2024

 ÉTICA PROFISSIONAL

 Profa. Me. Zeima Satim

 zeima.mori@unisal.br
UA 2- CONTINUAÇÃO

ATIVIDADE DA ADVOCACIA- arts. 15 ao 30, do EOAB –


Da Sociedade de Advogados/ Do Advogado
Empregado- arts. 15 ao 21, do EOAB;
Incompatibilidades e Impedimentos- arts. 27 ao 30, do
EOAB-
 CAPÍTULO IV- DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS-

 Art. 15. Os advogados podem reunir-se em


sociedade simples de prestação de serviços de
advocacia ou constituir sociedade unipessoal de
advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no
regulamento geral. (Redação dada pela Lei nº
13.247, de 2016)
 § 1o A sociedade de advogados e a sociedade
unipessoal de advocacia adquirem personalidade
jurídica com o registro aprovado dos seus atos
constitutivos no Conselho Seccional da OAB em
cuja base territorial tiver sede. (Redação dada
pela Lei nº 13.247, de 2016)
◦ Mesmo que o advogado trabalhe sozinho, ele poderá
constituir uma sociedade unipessoal (de uma só
pessoa) para prestar seus serviços de advocacia.

◦ Isso traz vantagens, especialmente no campo tributário,


considerando que este advogado poderá recolher os
tributos pelo sistema do SIMPLES, o que será mais
vantajoso para ele do que a tributação de pessoa física,
que possui alíquotas mais altas.

◦ Além disso, existem outros benefícios indiretos: o


advogado será uma "pessoa jurídica“, pela qual poderá
comprar carros mais baratos, ter acesso a determinados
tipos de financiamento em condições especiais, planos
de saúde empresarial etc.
 § 2o Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade
unipessoal de advocacia o Código de Ética e Disciplina,
no que couber. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de
2016)
 § 3º As procurações devem ser outorgadas
individualmente aos advogados e indicar a sociedade de
que façam parte.
 § 4o Nenhum advogado pode integrar mais de uma
sociedade de advogados, constituir mais de uma
sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar,
simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma
sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na
mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional.
(Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)

 § 5o O ato de constituição de filial deve ser
averbado no registro da sociedade e arquivado no
Conselho Seccional onde se instalar, ficando os
sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal
de advocacia, obrigados à inscrição suplementar.
(Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)

 § 6º Os advogados sócios de uma mesma


sociedade profissional não podem representar em
juízo clientes de interesses opostos.
 § 7o A sociedade unipessoal de advocacia pode
resultar da concentração por um advogado das
quotas de uma sociedade de advogados,
independentemente das razões que motivaram tal
concentração. (Incluído pela Lei nº 13.247, de
2016)

 Dessa forma, a Sociedade Unipessoal pode


resultar:


 de uma escolha inicial do advogado. Ex:
advogado inicia sua carreira e decide, desde logo,
constituir uma sociedade unipessoal; ou

 da concentração por um advogado das quotas de


uma sociedade de advogados. Ex: dois
advogados possuíam uma sociedade simples de
advocacia (os dois eram sócios). Um deles
morreu. Esta sociedade simples poderá ser
transformada em sociedade unipessoal com a
concentração das quotas do sócio falecido na
figura do sócio que permanece vivo.
 § 8º Vetado pela Lei nº 14.365, de 2022
 § 9º Vetado pela Lei nº 14.365, de 2022
 § 10. Cabem ao Conselho Federal da OAB a
fiscalização, o acompanhamento e a definição de
parâmetros e de diretrizes da relação jurídica
mantida entre advogados e sociedades de
advogados ou entre escritório de advogados
sócios e advogado associado, inclusive no que se
refere ao cumprimento dos requisitos norteadores
da associação sem vínculo empregatício
autorizada expressamente neste artigo. (Incluído
pela Lei nº 14.365, de 2022)

 § 11. Não será admitida a averbação do contrato de
associação que contenha, em conjunto, os elementos
caracterizadores de relação de emprego previstos na
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. (Incluído
pela Lei nº 14.365, de 2022)

 § 12. A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal


de advocacia podem ter como sede, filial ou local de
trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com
outros escritórios de advocacia ou empresas, desde que
respeitadas as hipóteses de sigilo previstas nesta Lei e no
Código de Ética e Disciplina. (Incluído pela Lei nº 14.365,
de 2022)

 Art. 16. Não são admitidas a registro nem
podem funcionar todas as espécies de
sociedades de advogados que apresentem
forma ou características de sociedade
empresária, que adotem denominação de
fantasia, que realizem atividades estranhas à
advocacia, que incluam como sócio ou titular de
sociedade unipessoal de advocacia pessoa não
inscrita como advogado ou totalmente proibida
de advogar. (Redação dada pela Lei nº 13.247,
de 2016)
◦ Atualizada a redação por conta do
advento do "Direito Empresarial“, em
substituição ao "Direito Comercial" (ou
mercantil) com o CC 2002.

◦ Assim, a expressão "mercantil" é


substituída por sociedade empresária
(mais atual).
 § 1º A razão social deve ter, obrigatoriamente, o
nome de, pelo menos, um advogado
responsável pela sociedade, podendo
permanecer o de sócio falecido, desde que
prevista tal possibilidade no ato constitutivo.
 § 2º O impedimento ou a incompatibilidade em
caráter temporário do advogado não o exclui da
sociedade de advogados à qual pertença e
deve ser averbado no registro da sociedade,
observado o disposto nos arts. 27, 28, 29 e 30
desta Lei e proibida, em qualquer hipótese, a
exploração de seu nome e de sua imagem em
favor da sociedade. (Redação dada pela Lei nº
14.365, de 2022)
 § 3º É proibido o registro, nos cartórios de
registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas
comerciais, de sociedade que inclua, entre
outras finalidades, a atividade de advocacia.

 § 4º A denominação da sociedade unipessoal


de advocacia deve ser obrigatoriamente
formada pelo nome do seu titular, completo ou
parcial, com a expressão ‘Sociedade Individual
de Advocacia’. (Incluído pela Lei nº 13.247, de
2016)
◦ A denominação da sociedade unipessoal de
advocacia deve ser obrigatoriamente formada
pelo nome do seu titular, completo ou parcial,
com a expressão ‘Sociedade Individual de
Advocacia’.

◦ Ex: João da Silva Carvalho Sociedade Individual


de Advocacia.
 Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da
sociedade individual de advocacia respondem subsidiária
e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por
ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo
da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer.
(Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)

 Art. 17-A. O advogado poderá associar-se a uma ou mais


sociedades de advogados ou sociedades unipessoais de
advocacia, sem que estejam presentes os requisitos legais
de vínculo empregatício, para prestação de serviços e
participação nos resultados, na forma do Regulamento
Geral e de Provimentos do Conselho Federal da OAB.
(Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)

 Art. 17-B. A associação de que trata o art. 17-A desta Lei
dar-se-á por meio de pactuação de contrato próprio, que
poderá ser de caráter geral ou restringir-se a determinada
causa ou trabalho e que deverá ser registrado no
Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver
sede a sociedade de advogados que dele tomar parte.
(Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)

 Parágrafo único. No contrato de associação, o advogado


sócio ou associado e a sociedade pactuarão as condições
para o desempenho da atividade advocatícia e estipularão
livremente os critérios para a partilha dos resultados dela
decorrentes, devendo o contrato conter, no mínimo:
(Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
 I - qualificação das partes, com referência expressa à inscrição
no Conselho Secional da OAB competente; (Incluído pela Lei nº
14.365, de 2022)
 II - especificação e delimitação do serviço a ser prestado;
(Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
 III - forma de repartição dos riscos e das receitas entre as
partes, vedada a atribuição da totalidade dos riscos ou das
receitas exclusivamente a uma delas; (Incluído pela Lei nº
14.365, de 2022)
 IV - responsabilidade pelo fornecimento de condições materiais
e pelo custeio das despesas necessárias à execução dos
serviços; (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
 V - prazo de duração do contrato. (Incluído pela Lei nº 14.365,
de 2022)

Do Advogado Empregado- Regidos pela CLT

 Art. 18 do EOAB - A relação de emprego, na


qualidade de advogado, não retira a isenção
técnica nem reduz a independência profissional
inerentes à advocacia.
 Diz respeito a independência do advogado,
devendo impor a direção tecnica que será
adotada, valendo-se de seus conhecimentos e
dos limites legais e éticos. A subordinação é
administrativa.
 Tais regras não se aplicam ao advogado público
(da administração pública direta, autarquias,
fundações ou sociedades de economia mista).
§ 1º O advogado empregado não está obrigado à prestação
de serviços profissionais de interesse pessoal dos
empregadores, fora da relação de emprego. (Incluído pela
Lei nº 14.365, de 2022)

Se houver interesse pessoal do empregador, surgirá novo


contrato, com fixação de honorários em separado.

§ 2º As atividades do advogado empregado poderão ser


realizadas, a critério do empregador, em qualquer um dos
seguintes regimes: (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)

I - exclusivamente presencial: modalidade na qual o


advogado empregado, desde o início da contratação,
realizará o trabalho nas dependências ou locais indicados
pelo empregador; (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
II - não presencial, teletrabalho ou trabalho a distância:
modalidade na qual, desde o início da contratação, o trabalho será
preponderantemente realizado fora das dependências do
empregador, observado que o comparecimento nas dependências
de forma não permanente, variável ou para participação em
reuniões ou em eventos presenciais não descaracterizará o
regime não presencial; (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)

III - misto: modalidade na qual as atividades do advogado poderão


ser presenciais, no estabelecimento do contratante ou onde este
indicar, ou não presenciais, conforme as condições definidas pelo
empregador em seu regulamento empresarial, independentemente
de preponderância ou não. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)

§ 3º Na vigência da relação de emprego, as partes poderão


pactuar, por acordo individual simples, a alteração de um regime
para outro. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
 Art. 19. O salário mínimo profissional do
advogado será fixado em sentença normativa,
salvo se ajustado em acordo ou convenção
coletiva de trabalho.

O salário do advogado empregado não é
estabelecido à nível nacional, mas por acordo
individual ou convenção coletiva de trabalho e na
falta destes, por sentença normativa proferida
pela Justiça doTrabalho (nos casos de dissídios).
Art. 20. A jornada de trabalho do advogado
empregado, quando prestar serviço para empresas,
não poderá exceder a duração diária de 8 (oito)
horas contínuas e a de 40 (quarenta) horas
semanais. (Redação dada pela Lei nº 14.365, de
2022)
§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como
período de trabalho o tempo em que o advogado
estiver à disposição do empregador, aguardando ou
executando ordens, no seu escritório ou em
atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as
despesas feitas com transporte, hospedagem e
alimentação.
- PORTANTO:

- Período de trabalho – considera-se o tempo


em que o advogado estiver à disposição do
Empregador (aguardando ou executando
ordens);

- em seu escritório ou atos judiciais e


extrajudiciais;

- Deve ser reembolsado de despesas com


transporte, alimentação e hospedagem.
-
§ 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal
são remuneradas por um adicional não inferior a cem por
cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo
contrato escrito.

Hora Extraordinária – adicional de 100%


sobre o valor da hora.
§ 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia
até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como
noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.

Hora Noturna – acrescida de 25% sobre o


valor da hora.
- O advogado empregado pode exercer
outra atividade remunerada para outro
empregador?

Se o seu contrato individual de trabalho for de


dedicação exclusiva, não poderá.
Nos demais casos, poderá fazê-lo fora do
horário normal de sua jornada de trabalho.
Art. 21. Nas causas em que for parte o
empregador, ou pessoa por este
representada, os honorários de sucumbência
são devidos aos advogados empregados.

Parágrafo único. Os honorários de


sucumbência, percebidos por advogado
empregado de sociedade de advogados são
partilhados entre ele e a empregadora, na
forma estabelecida em acordo.
O Art. 21 do EOAB trata da questão da
Sucumbência- Honorários de Sucumbência ou
verbas de sucumbência constituem exclusivamente
remuneração do trabalho do advogado. Portanto, serão
devidos ao advogado empregado, nas causas em que
for parte o Empregador.
O STF considerou legal os acordos realizados
entre Empregador e Empregado, quando o próprio
advogado empregado expressamente renuncia à
sucumbência em favor do Empregador.

Parágrafo Único- Poderá ter divisão dos


honorários de sucumbência entre advogado
empregado e a sociedade de advogados, na forma de
acordo entre eles estipulado.
“ ADVOCACIA DE PARTIDO”.

Trata-se de um contrato de prestação de serviços


advocatícios, porém de forma autônoma, sem
relação de subordinação, com pagamentos
mensais, independente do número de consultas ou
atos judiciais e extrajudiciais praticados.
Ex: Cobranças de Comércios em geral e
Assessorias
DAS INCOMPATIBILIDADES E DOS IMPEDIMENTOS-

São restrições ao exercício da advocacia.


Art. 27. A incompatibilidade determina a proibição
total, e o impedimento, a proibição parcial do
exercício da advocacia.

INCOMPATIBILIDADE é a proibição total para a


advocacia, mesmo em causa própria, ou seja, a
restrição é absoluta, enquanto que o
IMPEDIMENTO é a proibição parcial, relativa.
Art. 28 do EAOAB- enumera em seus incisos as
funções ou cargos incompatíveis:

I-) Chefe do Poder Executivo e membros da Mesa


do Poder Legislativo e seus substitutos legais:
Presidente da República, Governador do Estado,
Prefeito Municipal e seus vices; Mesa do Poder
Legislativo (Presidente do Senado Federal, Vice
Presidente da Câmara de Vereadores, Primeiro
Secretário da Assembléia Legislativa).
II - membros de órgãos do Poder Judiciário, do
Ministério Público, dos tribunais e conselhos de
contas, dos juizados especiais, da justiça de paz,
juízes classistas, bem como de todos os que
exerçam função de julgamento em órgãos de
deliberação coletiva da administração pública direta
e indireta; (Vide ADIN 1.127-8)
Ex: Juiz de Direito, Juiz do Trabalho, Juiz Federal,
Juiz de Paz, Membros do Ministério Público
(Promotor e Procurador) e Membros dos Tribunais e
Conselhos de Contas.
OBS 1: ADIn 1127-8 excluiu da incompatibilidade o
Juiz Eleitoral e seus suplentes e os advogados, que
compõem o TSE e os TRE.

OBS 2: Alcança os Oficiais do Ministério Público do


Estado de São Paulo (Parecer dado pelo Tribunal de Ética e
Disciplina, Relator Fábio Kalil).

EXCEÇÃO: Juízes Aposentados ou exonerados, pelo prazo


de 3 anos não podem advogar (quarentena). Trata-se de
impedimento (limitação parcial, restrição transitória).
III - ocupantes de cargos ou funções de direção em
Órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em
suas fundações e em suas empresas controladas ou
concessionárias de serviço público;
Funcionário Público, no sentido lato sensu, com cargo
ou função de direção e decisão sobre terceiros;
(Ex: Diretor de Escola, Secretário de Educação; Chefe
de Serviço de Benefícios da Gerência Executiva do
INSS).
IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou
indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que
exercem serviços notariais e de registro;

São os ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou


indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que
exercem serviços notariais e de registro;

Ex: Funcionários ligados diretamente ou indiretamente ao


Poder Judiciário (ex: assessor de desembarbador) e os que
exercem serviços notariais e registrários (cartórios);
V - ocupantes de cargos ou funções vinculados
direta ou indiretamente a atividade policial de
qualquer natureza;

Ex: Polícia Civil ou Militar, nas esferas municipal,


estadual e federal, Policia Rodoviária, Polícia
Federal, Corpo de Bombeiros, escrivão de
polícia, carcereiro, investigador de polícia, tenente
da Polícia Militar, soldado da Polícia Militar,
Legista, perito criminal e até guardas municipais.
VI - militares de qualquer natureza, na ativa;
Ex: Militares do Exército, Marinha e Aeronáltica,
enquanto na ativa; Após reformados podem
advogar;

VII - Servidores que atuem nas atividades de


lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos
ou contribuições.
Ex: Auditor da Receita Federal, Auditor do
Ministério do Trabalho, Delegado da Receita
Federal, Fiscal de Rendas Estadual.
OBS: não abrange Fiscais do PROCON , Fiscais
de Obra.
VIII - ocupantes de funções de direção e gerência
em instituições financeiras, inclusive privadas.
Ex: Gerente do Banco do Brasil e Diretor da CEF.
Diante da possibilidade de captação de clientela e
de concorrência desleal.

§ 1º A incompatibilidade permanece mesmo que o


ocupante do cargo ou função deixe de exercê-lo
temporariamente. Ex: afastamento temporário.
§ 2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os
que não detenham poder de decisão relevante
sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho
competente da OAB, bem como a administração
acadêmica diretamente relacionada ao magistério
jurídico.
Parágrafo 2º. Não enquadram aqueles que não têm
poder de decisão sobre terceiros e também os
cargos de direção e administração de instituições
acadêmicas de ensino jurídico.
Ex: Coordenador de Curso de Direito pode advogar.
IMPORTANTE: A incompatibilidade perdura até o
afastamento ou desligamento total do advogado ou
nos casos de aposentadoria, exoneração ou
demissão, devendo o interessado solicitar sua
inscrição ou sua revalidação de inscrição.
Se a incompatibilidade for permanente gera o
cancelamento da inscrição;
Se licenciado (temporário) gera a nulidade absoluta
dos atos praticados.
§ 3º As causas de incompatibilidade previstas nas
hipóteses dos incisos V e VI do caput deste artigo
não se aplicam ao exercício da advocacia em causa
própria, estritamente para fins de defesa e tutela de
direitos pessoais, desde que mediante inscrição
especial na OAB, vedada a participação em
sociedade de advogados. (Incluído pela Lei nº
14.365, de 2022)
OBS: Em 17/03/2023, o STF, por maioria, declarou
inconstitucional alteração do Estatuto, que autoriza
o exercício em causa própria por policiais e militares
na ativa.
§ 4º A inscrição especial a que se refere o § 3º
deste artigo deverá constar do documento
profissional de registro na OAB e não isenta o
profissional do pagamento da contribuição anual, de
multas e de preços de serviços devidos à OAB, na
forma por ela estabelecida, vedada cobrança em
valor superior ao exigido para os demais membros
inscritos. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
Art. 29. Os Procuradores Gerais, Advogados
Gerais, Defensores Gerais e dirigentes de órgãos
jurídicos da Administração Pública direta, indireta e
fundacional são exclusivamente legitimados para o
exercício da advocacia vinculada à função que
exerçam, durante o período da investidura.

Porém somente quando vinculados à função que


exerçam e durante o período de investidura.
Ex: Secretário Jurídico Municipal, Defensor Público
Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia:
I - os servidores da administração direta, indireta e
fundacional, contra a Fazenda Pública que os
remunere ou à qual seja vinculada a entidade
empregadora; todos os servidores não incluídos nas
situações específicas de incompatibilidades.
Não atinge apenas a pessoa jurídica a qual se vincula, e sim
a “Fazenda” que mesmo indiretamente, propicia sua
remuneração. Ex: O servidor de uma autarquia do Estado
de SP não poderá advogar contra a própria autarquia, contra
o Estado e toda a sua Administração indireta e fundacional;
Ex: Advogados públicos.
II - os membros do Poder Legislativo, em seus
diferentes níveis, contra ou a favor das pessoas
jurídicas de direito público, empresas públicas,
sociedades de economia mista, fundações públicas,
entidades paraestatais ou empresas
concessionárias ou permissionárias de serviço
público.
Os integrantes do Poder Legislativo (demais parlamentares),
que não seja a mesa diretora (incompatibilidade =>têm
impedimento de maior amplitude). Não podem exercer
advocacia contra ou a favor do Estado, em qualquer
situação, incluindo permissionárias e concessionárias de
serviço público. Servidores do Legislativo, não
parlamentares, aplica-se o impedimento (inc. I).
Parágrafo único. Não se incluem nas hipóteses
do inciso I os docentes dos cursos jurídicos.
Refere-se aos casos de impedimentos no exercício
da advocacia. Trata-se de limitação variável,
proibição parcial de advogar.
Ex: Docente da Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo (autarquia estadual)
poderá advogar contra o Estado de SP (Fazenda
que o remunera), mas não poderá fazê-la contra a
própria Universidade, em decorrência do sigilo
profissional.
Entendido apenas quanto à restrição do exercício
profissional a certas pessoas, ou seja, defere-se a
inscrição, mas limita-se o seu exercício.

Isto para evitar que o advogado possa se valer de


informações privilegiadas, em razão da atividade
profissional, obtendo vantagens sobre os outros
colegas.

Você também pode gostar