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ÉTICA PROFISSIONAL – INTRODUÇÃO

Objetivos: O estudo da disciplina intitulada “Ética Profissional” está diretamente relacionado ao “Estatuto da Ordem dos Advogados do
Brasil” - EOAB. Por isso, analisaremos os dois institutos. Verificaremos questões sobre o exercício da advocacia, a inscrição nos quadros da
OAB, os direitos dos advogados e os elementos que caracterizam a advocacia; falaremos sobre a “procuração”, renúncia de mandato, honorários
advocatícios, publicidade, incompatibilidades, dentre outros. Além disso, abordaremos os temas trazidos pelo Novo Código de Ética e
Disciplina dos Advogados - NCED, como, por exemplo, o advogado “pro bono”.

Ementa: Considerações iniciais sobre a advocacia; elementos que caracterizam o exercício da advocacia; direitos do advogado; princípios
trazidos pelo NCED; a procuração e seus requisitos; a extinção, a renúncia e a revogação do mandato; os honorários advocatícios: critérios,
responsabilidade e práticas eticamente reprováveis; incompatibilidades e impedimentos; publicidade em geral; advogado empregado e
sociedade de advogados; advogado “pro bono”, infrações e processo disciplinar.

Bibliografia básica

COLNAGO, Rodrigo; SOUZA, Josyanne Nazareth de. Ética profissional e da advocacia. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

GARCIA, Leonardo; ROCHA, Roberval. (Orgs.). Estatuto da OAB e Ética Profissional. Salvador: Juspodivm, 2017.

MARIN, Marco Aurélio. Como se preparar para o exame de Ordem. 1ª fase: Ética profissional. 9ª ed. Rio de Janeiro: Método, 2012.

Bibliografia complementar:

ARAÚJO JR, Marco Antonio. Ética profissional. 8ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.

BIELA JUNIOR, Lincoln. Minimanual do Novo Código de Ética e Disciplina dos Advogados. 2ª ed. Salvador: Juspodivm, 2017.

PAGAN, Marcos. Ética profissional. São Paulo: Atlas, 2010.

1 – Introdução

- Somos mais de um milhão.

- A forma de advogar também mudou.

- O generalista e o especialista.

- A advocacia “pro bono” e a advocacia “boutique”.

- Antes era somente no contencioso judicial.

- O processo ficou digital.

- A função social e a gestão dos conflitos.

- O NCED: Resolução nº 02/2015 do CFOAB.

- Ab-rogação do CED anterior.

- Novidades: advocacia pro bono; publicidade profissional; participação do advogado em programa de entrevistas de TV e rádio; valor mínimo
dos honorários.

- Adequação para uma advocacia contemporânea e indispensabilidade à administração da justiça.

2 – A importância do estudo da ética

- A ética é uma ciência?

- Qual o objeto de estudo da ética?

- Qual a diferença entre a ética e a moral?

- A formação do caráter individual (+ 1 milhão de inscritos).

- Forma empresarial da advocacia e o “generalista integrador”.

- Ética desvalorizada pelo imediatismo.

- O adv. deve estudar sempre. Ex: aprimoramento das leis, etc.

- O advogado transforma a vida em lógica e o juiz....!

- O direito é meio e não um fim. No conflito entre direito X justiça.


CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1 – Regulamentação legal da advocacia

a) Lei Federal nº 8.906/94 (EOAB)

b) Regul. Geral do EOAB (RG/EOAB)

c) Código de Ética e Disciplina (NCED)

d) Provimentos (PROV. / CFOAB).

- Os advogados públicos devem obedecer?

Art.8º NCED: As disposições deste Código obrigam igualmente os órgãos de advocacia pública, e advogados públicos, incluindo aqueles que
ocupem posição de chefia e direção jurídica.

- Aplicação conjunta!

2 – Exercício da advocacia.

- Ato privativo do advogado.

- Inscrição na OAB (Bacharel em Direito).

- Rábulas e provisionados Ex: Luiz Gama, Evaristo de Moraes e Cosme de Farias.

Art. 3º EOAB: O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na
Ordem dos Advogados do Brasil.

3 – Inscrição na OAB

- A inscrição é imprescindível para o exercício da atividade advocatícia.

- Mas onde devo me inscrever?

Art. 10 EOAB: A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer o seu domicílio
profissional, na forma do regulamento geral.

§ 1º Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física do
advogado.

- Requisitos para inscrição: (Art.8 EOAB).

a) Capacidade civil plena.

b) Bacharelado em direito.

c) Quite com “eleição” e “militares”

d) Não exercer atividade incompatível.

e) Idoneidade moral.

f) Prestar compromisso.

g) Aprovação na OAB.

Art.28 EOAB: A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades:

I – Chefe do Poder Executivo e membros da mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais.

II – Membros do Judiciário, MP, dos tribunais e Conselhos de Conta, juízes classistas, bem como, quem julga em órgãos de deliberação coletiva
da adm. Públ. Direta ou indireta.

III – Ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos da Adm.Pública direta ou indireta, em suas fundações, empresas controladas ou
concessionárias de serviços públicos.

IV – Direta ou indiretamente vinculados a qualquer órgão do Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro.

V – Ocupantes de cargo ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial.

VI – Militares de qualquer natureza, na ativa.

VII – Ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições
parafiscais.

VIII – Ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive, privadas.

§ 1º A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de exercê-la temporariamente.
§ 2º Não se incluem nos casos do inciso III os que não detenham poder de decisão relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho
competente da OAB, bem como, administração acadêmica do magistério jurídico.

Art.8º: Para inscrição como advogado é necessário:

I – Capacidade civil....

§1º O Exame da OAB é regulamentado em provimento do Conselho Fed. OAB.

§ 2º Estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve fazer prova do título de graduação e revalidá-lo no Brasil, além
dos requisitos legais.

§3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo 2/3 dos votos de todos
os membros do conselho competente.

- Observância do contraditório e ampla defesa.

§4º Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial.

- OBS: A idoneidade moral é presumida.

- Inscrição = nº registro = todos os documentos com assinatura.

- A carteira da OAB é de uso obrigatório no exercício da advocacia: identificação civil em todo o território nacional. (Art.13 EOAB).

- Âmbito de validade da inscrição: ilimitadamente no território da seccional, mas cabe inscrição suplementar.

Art.10 EOAB: A inscrição principal......

§2º Além da principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos territórios passar a exercer
habitualmente a profissão considerando-se habitualidade a intervenção judicial que exceder de cinco causas por ano.

§ 3º No caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra unidade federativa, deve o advogado requerer a transferência de sua
inscrição para o Conselho Seccional correspondente.

§ 4º O Conselho Seccional deve suspender o pedido de transferência ou de inscrição suplementar, ao verificar a existência de vício ou
ilegalidade na inscrição principal.

Art. 26 RG/EOAB: O advogado fica dispensado de comunicar o exercício eventual da profissão, até o total de cinco causas por ano, acima do
qual obriga-se à inscrição suplementar.

(EXAME 2011.1). Semprônio reside no Estado W, onde mantém o seu escritório de advocacia, mas requer sua inscrição principal no Estado
K, onde, em alguns anos, pretende estabelecer domicílio. No concernente ao tema, à luz das normas estatutárias, é correto afirmar que:

A) O advogado pode eleger qualquer seccional para inscrição principal ao seu arbítrio.

B) O Conselho Federal pode autorizar a inscrição principal fora da sede do escritório do advogado.

C) Na dúvida entre domicílios, prevalece o da sede principal do exercício da advocacia.

D) A inscrição principal está subordinada ao domicílio profissional do advogado

(EXAME 2013.1). Um jovem advogado inicia sua carreira em seu estado natal, angariando clientes em decorrência das suas raras habilidades
de negociador. Com o curso do tempo, sua fama de bom profissional se espraia e, em razão disso, surgem convites para atuar em outros estados
da federação. Ao contatar um cliente no Estado Y, distante mais de mil quilômetros do seu estado natal, é surpreendido pelas autoridades de
Y, com determinação restritiva ao seu exercício profissional, pôr não ser advogado do local. A partir do exposto, nos termos do EOAB, assinale
a afirmativa correta:

A) O advogado deve restringir o exercício profissional ao local em que obteve sua inscrição.

B) O advogado deve solicitar autorização a cada processo em que atuar fora do local de inscrição.

C) O advogado deve realizar Exame de Ordem em cada estado em que for atuar.

D) O advogado pode exercer sua profissão em todo o território nacional

Em algumas situações, o advogado pode fazer uso da “licença profissional” (ART.12 EOAB).:

I - Requerimento, por motivo justificado;

II - Passar a exercer, temporariamente, atividade incompatível com a advocacia;

III - For acometido de doença mental curável

(EXAME 2012.2). Terêncio, após intensa atividade advocatícia, é acometido por mal de origem psiquiátrica, mas diagnosticado como passível
de cura após tratamento prolongado. Não podendo exercer os atos da vida civil, apresenta requerimento à OAB. No concernente ao tema, à luz
das normas aplicáveis, é correto afirmar que é caso de:
A) Cancelamento de inscrição.

B) Impedimento ao exercício profissional, mantida a inscrição na OAB.

C) Licença do exercício da atividade profissional

D) Penalidade de exclusão por doença.

Em algumas situações, o advogado pode ter a sua inscrição cancelada: (Art.11 EOAB).

I - A requerer.

II - Sofrer penalidade de exclusão.

III - Falecer.

IV- Passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia.

V- Perder qualquer dos requisitos necessários para a inscrição.

(EXAME 2010). Fábio, advogado com mais de dez anos de efetiva atividade, obtém a indicação da OAB para concorrer pelo quinto
constitucional à vaga reservada no âmbito do Tribunal de Justiça. No curso do processo também obtém a indicação do Tribunal e vem a ser
nomeado pelo Governador do Estado, ingressando nos quadros do Poder Judiciário. Diante disso, à luz das normas estatutárias ocorrerá:

A) Cancelamento da inscrição como advogado

B) A suspensão até que cesse a incompatibilidade.

C) O licenciamento do profissional.

D) A passagem para a reserva do quadro de advogados.

(EXAME 2012.4). José da Silva, advogado renomado, é acometido por doença mental considerada pela unanimidade dos médicos como
incurável, perdendo suas faculdades de discernimento e sendo considerado absolutamente incapaz por sentença judicial. Nos termos das
regras estatutárias, sua inscrição como advogado será:

A) Suspensa até laudo médico sobre a doença portada.

B) Cancelada diante da incurabilidade da doença

C) Extinta por decisão de junta médica convocada para tal fim.

D) Suspensa temporariamente para avaliação pelo Conselho Seccional.

(EXAME 2011.2). Alcides, advogado de longa data, resolve realizar concurso para o MP, vindo a ser aprovado em primeiro lugar. Após os
trâmites legais, é designada data para a sua posse, circunstância que acarreta seu requerimento para suspender sua inscrição nos quadros da
OAB, o que vem a ser indeferido. No caso em comento, em relação a Alcides, configura-se situação de:

A) Cancelamento da inscrição por assunção de cargo incompatível

B) Suspensão da inscrição até a aposentadoria do membro do MP.

C) Suspeição enquanto permanecer no cargo.

D) Incompatibilidade, podendo atuar, como advogado, em determinadas situações.

OBS: Pode ocorrer o cancelamento da inscrição por conta do não pagamento de anuidade?

R: Notificação / Suspensão / 3 Suspensões

Diferença entre as causas que autorizam a licença profissional e as causas que levam ao cancelamento da inscrição.

Art. 22 RG/EOAB: O advogado, regularmente notificado, deve quitar seu débito relativo à anuidades, no prazo de 15 dias da notificação, sob
pena de suspensão, aplicada em processo disciplinar.

§ único: Cancela-se a inscrição quando ocorrer a terceira suspensão, relativa ao não pagamento de anuidades distintas.

4 – Atos privativos da advocacia.

A) Postulação perante os órgãos do Poder Judiciário;

B) Atividades de consultoria, assessoria e direção jurídica;

(Art.1º, incisos I e II, da Lei nº 8.906/94).

- E se for postular perante órgãos administrativos?

- Existem outras exceções?


I – Impetrar “habeas corpus” (Art.1º, § 1º Lei 8.906/94).

“Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal”.

II – Propor ação de alimentos. (Art.2º da Lei nº 5.478/68) .

Art. 2º. O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente, qualificando-se, e exporá suas necessidades,
provando, apenas, o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho,
profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe.

III – Art. 791 da CLT.

Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações
até o final.

IV – Demandar perante o JEC, nos casos autorizados em lei (Art.9º c/c Art.10 da Lei nº 10.259/2001).

Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de
valor superior, a assistência é obrigatória.

Art. 10. As partes poderão designar, por escrito, representantes para a causa, advogado ou não.

V – Celebrar acordos (a transação é ato de direito material).

OBS: Se for ato constitutivo de sociedades, deve haver a assinatura de advogado. (STF Adin 1127-8).

Provimento nº66/88: “É privativo dos advogados inscritos nos quadros da OAB o assessoramento jurídico nas transações imobiliárias e na
redação de contratos e estatutos de sociedades civis e comerciais...”.

Função de diretoria e gerência jurídicas em empresas é atividade privativa de advogado, inclusive ser for pública e também instituições
financeiras. (Art.7 RG/EOAB).

São válidos os atos privativos da advocacia quando praticados por pessoas que não é advogado? E se for advogado, mas estiver suspenso,
licenciado, impedido, etc.

É obrigatório a atuação de advogado em processo administrativo disciplinar?

a) Súmula 343 STJ: É obrigatória a presença de advogado em todas as fases do PAD.

b) Súmula Vinculante nº 05 STF: A falta de defesa técnica por advogado no PAD não ofende a constituição.

(EXAME 2012.4). Laura, advogada na área empresarial, após concluir o mestrado em renomada instituição de ensino superior, é convidada
para integrar a equipe de assessoria jurídica da empresa K S/A. No dia da entrevista final, é inquirida pelo Gerente Jurídico da empresa, bacharel
em Direito, sem inscrição na OAB, apesar de o mesmo ter logrado êxito no Exame de Ordem. Observado tal relato, consoante as normas do
Regulamento Geral do EOAB, assinale a afirmativa correta:

A) O bacharel em Direito pode exercer as funções de Gerência Jurídica mesmo que não tenha os requisitos para ingresso na OAB.

B) A função de Gerente Jurídico é privativa de advogados com regular inscrição nos quadros da OAB

C) O bacharel em Direito, caso preencha os requisitos legais, inclusive aprovação em Exame de Ordem, pode exercer funções de Gerente
Jurídico antes da inscrição na OAB.

D) A função de Gerente Jurídico, como é de confiança da empresa, pode ser exercida por quem não tem formação na área.

(EXAME 2012.3). Paulo, bacharel em Direito, exerceu relevantes cargos no Poder Executivo das três esferas de Governo, adquirindo profundo
conhecimento sobre as atividades internas da Administração Pública. Após aposentar-se, sem requerer inscrição nos quadros da OAB,
estabelece serviço de consultoria jurídica, tendo angariado vários clientes desde o período da inauguração da sua atividade. De acordo com o
narrado e observadas as normas estatutárias, assinale a afirmativa correta:

A) Dentre as atividades privativas do advogado incluem-se a postulação judicial e a assessoria jurídica, mas não a consultoria.

B) O bacharel em Direito aposentado não tem vedado qualquer prática de atividade jurídica, mesmo não inscrito nos quadros da OAB.

C) O advogado atua na atividade judicial pugnando pela defesa dos interesses dos seus clientes e na consultoria jurídica

D) As atividades privativas do advogado incluem a assessoria jurídica, a direção jurídica e a atuação nos Juizados Especiais.

- Os estagiários podem praticar todos os atos privativos da advocacia, desde que assistidos por advogado. (Art.3§2º EOAB c/c Art.29
RGOAB).

Art.3 EOAB: O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogados são privativos dos inscritos na
OAB.

§2º. O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os atos previstos no art.1º, na forma do regimento geral, em conjunto com
advogado e sob responsabilidade deste.
Art.29 RG/EOAB: Os atos de advocacia, previstos no Art.1º do Estatuto, podem ser subscritos por estagiário inscrito na OAB, em conjunto
com o advogado ou o defensor público.

- Pode o estagiário inscrito na OAB praticar, isoladamente, alguns atos?

Art.29 §1º RG/EOAB: O estagiário inscrito na OAB pode praticar isoladamente os seguintes atos, sob a responsabilidade do advogado:

I – Retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga;

II – Obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos;

III – Assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos.

§2º Para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário pode comparecer isoladamente, quando receber autorização ou substabelecimento do
advogado.

(EXAME 2011.1). Juvenal, estagiário regularmente inscrito nos Quadros da OAB, em processo no qual se encontra indicado como tal, retira
do cartório os autos do processo, deixando de devolvê-lo no prazo legal. Regularmente intimado, mantém a sua inércia. Em termos disciplinares,
é correto afirmar que:

A) O estagiário não sofre sanções disciplinares.

B) O advogado responsável pelo estagiário é o destinatário das sanções nesse caso

C) Não há diferença na atuação do estagiário e do advogado para efeito de sanções disciplinares.

D) No caso em tela, não haverá qualquer sanção nem ao advogado nem ao estagiário.

(EXAME 2013.2). Ferrari é aluno destacado no curso de Direito, tendo, no decorrer dos anos, conseguido vários títulos universitários, dentre
eles, medalhas e certificados. Indicado para representar a Universidade em que estudou, foi premiado em evento internacional sobre arbitragem.
A repercussão desse fato aumento seu prestígio e, por isso, recebeu numerosos convites para trabalhar em diversos escritórios de advocacia.
Aceito o convite de um deles, passou a redigir minutas de contratos, sempre com supervisão de um advogado. Após um ano de estágio,
conquistou a confiança dos advogados do seu setor e passou a ter autonomia cada vez maior. Diante dessas circunstâncias, passou a chancelar
contratos sem a interferência de advogado. Nos termos do EOAB, o estagiário deve atuar:

A) Autonomamente, após um ano de estágio.

B) Conjuntamente com um advogado, em todos os atos da advocacia

C) Autonomamente, em alguns atos permitidos pelo advogado.

D) Vinculado ao advogado em atos judiciais, mas não em atos contratuais.

(EXAME 2012.1). Nos termos das normas do RG/EOAB, o estagiário poderá isoladamente realizar o seguinte ato:

A) Atuar em audiências do JEC representando os clientes do escritório.

B) Obter com os chefes de Secretarias certidões de peças de processos em curso

C) Sustentar oralmente os recursos nos tribunais, quando cabível a defesa oral.

D) Assinar petições iniciais ou contestações quando incluído no instrumento de mandato.


INSTRUMENTO DE MANDATO – PROCURAÇÃO

1 - Conceito:

“Define-se, assim, o mandato judicial como sendo a outorga de poderes a uma pessoa habilitada, para a defesa ou patrocínio de interesses do
outorgante perante qualquer juízo ou tribunal”. (Yussef Said Cahali).

- E se for sociedade de advogados? (nome da sociedade / Art.15§ 3º Lei 8.906/94).

2 – Capacidade Postulatória.

- Pressuposto processual subjetivo relativo à parte indispensável ao válido desenvolvimento da relação processual.

- Advogado demandante pode postular em causa própria? E se não o for?

3 – Momento de exibir a procuração.

- No momento em que a petição inicial é ajuizada, sendo autor.

- No momento da primeira manifestação, sendo réu.

- Excepcionalmente: urgência (15 d. + 15 d.) por decisão judicial . (Art. 104 CPC + Art.5, §1º Lei 8.906/94).

E se a juntada do mandato não ocorrer? Há conseqüências? E a situação de terceiros? (Art. 104 CPC).

- Patrocínio de interesses de cliente que já possui advogado constituído. (regra geral – Art.14 Código de Ética).

4 – Requisitos do mandato.

Regra: forma escrita

Pode ser por instrumento público ou particular (não exige reconhecimento de firma).

Mandato verbal (presumido): É possível no JEC, mas não é válido na fase recursal (Art.9,§3º Lei 9099/95) – Há controvérsias (nome do adv.
já consta no termo audiência).

Procuração apud acta: quando é feita nos próprios autos do processo, reduzida a termo pelo escrivão e assinada pelo outorgante perante o juiz.

5 – Abrangência da cláusula “ad judicia” e os poderes especiais.

Regra geral: habilita para todos os atos do processo. (Exceção: especificamente previstos).

a) Receber citação inicial: ciência do interessado sobre a demanda, facultando-lhe a defesa.

b) Confessar: equivale a reconhecer, seja pelo patrono do autor, seja pelo adv. do réu, de fatos contrários ao interesse do cliente.

c) Reconhecer a procedência do pedido: é o aceite da parte demandada, da pretensão deduzida em juízo pelo autor.

OBS: Diferença entre confissão e reconhecimento da procedência do pedido. (reconhece a existência de fatos que a princípio lhe são
desfavoráveis / réu aceita as consequências que o autor pretende extrair em juízo).

d) Transacionar: pressupõe concessões mútuas para a composição dos litígios.

e) Desistência: acarreta a extinção do processo sem o exame de mérito.

f) Renúncia do direito em que se funda a ação: praticado por quem demanda, acarretando o sentenciamento do feito com resolução do mérito.

Substabelecimento

- Deve ser sempre escrito, mas prescinde de instrumento público.

- Pode ser com ou sem reserva de poderes.

- O substabelecimento com reserva de poderes pode ser feito independentemente do conhecimento do constituinte, pois o outorgado
original fica vinculado ao processo.

- Os honorários devem ser combinados entre substabelecido e substabelecente. (Art.26, caput, §2º, do Código de Ética).

- - Substabelecimento sem reservas: acarreta a desvinculação do advogado do processo e só pode ser levado a cabo com inequívoco
conhecimento do constituinte.

- OBS: O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe
conferiu o substabelecimento.

Pode o cliente impor ao advogado a atuação conjunta com outro profissional? R: Não. O advogado não é obrigado a aceitar a imposição de seu
cliente que pretenda ver com ele atuando outros advogados, nem a aceitar a indicação de outro profissional para com ele trabalhar no processo.
Extinção natural do mandato

- Concluída a causa ou arquivado o processo, presume-se cumprido e extinto o mandato. (Art.13 do Código de Ética).

- Não se dá a extinção do mandato por decurso do tempo. O mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso de tempo,
salvo se o contrário for consignado no respectivo instrumento.

Renúncia do mandato

- - As relações entre advogado e cliente baseiam-se na confiança recíproca. Se lhe falta, é recomendável que dissipe com seu cliente
e não havendo acordo, promova o substabelecimento ou dele renuncie.

- - A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo que a determinou, fazendo cessar a responsabilidade profissional
pelo acompanhamento da causa, uma vez decorrido o prazo de dez dias previsto na lei processual, contado da data de ciência da
renúncia, salvo anterior constituição de novo patrono.

Revogação do mandato

- O constituinte pode, a qualquer tempo, revogar o mandato outorgado ao advogado; neste caso, ficará obrigado ao pagamento dos
honorários advocatícios convencionados, sendo que os sucumbenciais deverão ser repartidos proporcionalmente entre todos os
profissionais que atuaram no processo.

- A revogação produz efeitos imediatos.

- Conflito de interesses: os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em caráter permanente para
cooperação recíproca, não podem representar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses opostos.

- Conflito de interesses entre clientes: sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e não conseguindo o advogado
harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com prudência e discrição, por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado sempre o
sigilo profissional. (Art.20 Código de Ética).

- - É permitido ao advogado demandar contra ex-constituinte?

- R: Sim. Nesta hipótese, o causídico deverá resguardar o sigilo profissional (Art. 21 do Código de Ética).

- - Atuação como preposto e advogado: é defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e
preposto do empregador ou cliente. (Art.25 do Código de Ética).

Considerações finais.

Espécies de procuração:

a) Procuração para o foro em geral;

b) Procuração com poderes especiais;

c) Procuração apud acta;

O prazo para atuar sem procuração, havendo urgência, será de 15 dias podendo ser prorrogável por mais 15 dias. Essa prorrogação não é
automática.

São hipóteses de extinção do mandato:

a) Renúncia (unilateral do advogado)

b) Revogação (unilateral do cliente)

c) Substabelecimento sem reserva de poderes (transferência total de poderes)

d) Conclusão da causa e conseqüente arquivamento dos autos. (forma presumida de extinção do mandato).
HONORÁRIOS

1 – Honorários Advocatícios.

Conceito de contrato de prest. Serviços adv.

Obrigatoriedade de forma escrita. O que é recomendável? (Art.48 do Cód. Ética).

Pagamento dos honorários contratuais diretamente no processo em que os serviços advocatícios foram prestados. O que é necessário fazer?
(Art.22§4º EOAB).

Contrato escrito como título executivo. (título executivo extrajudicial – ausência de testemunha / privilegiado: falimentares, concordatas,
liquidações extrajudiciais, etc.).

Contrato verbal: autoriza o manejo de demanda executiva? Pode ser cobrado judicialmente os honorários?

Prestação de serviço sem o acerto de honorários. (divergência e fixação judicial / Tabela)

Competência para julgamento da ação de cobrança de honorários profissionais.

R: Justiça do Trabalho X Justiça Comum

STJ (Súmula 363)

Riscos da demanda: advertência ao cliente / Direito à informação. (Art.9 do Código de Ética / Art.6º, III, do CDC).

2. Honorários convencionados e sucumbenciais.

H. Sucumbenciais: fixados judicialmente em favor do adv. da parte vencedora (85CPC).

H. Convencionados: ajustados entre advogado e seu cliente, mediante contrato escrito. (Art.48 Código Ética).

Os sucumbenciais pertencem ao advogado, salvo expressa disposição em contrário / Dúvida e STF (direito disponível).(art.23 do EOAB).

Indicação de advogado em favor de pessoa comprovadamente necessitada. (Ausência de Defensoria Pública – fixação pelo juiz (Art.22§1º
EOAB)).

Advocacia pro bono: “para o povo” – Advocacia prestada de forma voluntária e gratuita para pessoas carentes.

Pode ser pro bono para pessoa jurídica? (sem fins lucrativos).

Fins político-partidários.

A compensação de honorários sucumbenciais entre as partes. R: Não pode. (Art.85§ 14 CPC).

Critérios de fixação da sucumbência (85CPC)

Critérios de fixação dos convencionais (Art.48 e 49 do Código de Ética).R: relevância, complexidade, trabalho para demandas futuras, proveito
que o cliente pode auferir, lugar da prestação, etc.

3 – Elaboração do contrato.

a) Individualização e qualificação das partes.

b) Fixação objeto do contrato.

c) Fixação do preço e forma de pagamento (no caso de omissão, presumir-se-á o pagamento em até três vezes.

d) Parte final: data e assinatura contratantes

4 – Responsabilidade perante clientes.

Sociedade de adv. respondem subsidiariamente e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes, sem prejuízo da responsabilidade
disciplinar. (art.17 EOAB)

Prazo prescricional: prescreve em 5 anos a ação para cobrar o advogado.

Incidência do CDC: Artigo 14§4º CDC, mas jurisprudencialmente há controvérsia.


PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADVOCACIA

1 – Da indispensabilidade do advogado

- O advogado é indispensável à administração da Justiça (Art. 133 CF/88).

- O NCED foi além e disse que o advogado é o defensor do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais,
da cidadania, da moralidade, da Justiça e da paz social. (Art.2º).

No seu ministério, o advogado presta um serviço público e exerce uma função social. (Múnus Público).

- Esse múnus público contribui para o acesso à justiça, o qual não se restringe ao Poder Judiciário.

- A função social consiste na aplicação do direito quando atua, e não apenas da lei, participando ativamente da justiça social. Aplicando o
direito corretamente, ele mitiga as desigualdades sociais. (Art.3º NCED).

2 – Da independência do advogado

- Entre advogados, com o magistrado e MP não há hierarquia e nem subordinação. (Art.6º EOAB).

- O advogado deve zelar pela sua liberdade e independência. (Art.4º NCED).

- Por isso, não é obrigado a aceitar outro advogado atuando com ele.

Apesar do princípio da informação, a independência do advogado permite que ele elabore a estratégia de defesa do seu cliente sem se subordinar
ao mesmo.

- Esse princípio se aplica tanto na advocacia pública quanto na advocacia privada. (Art.8§1º NCED).

- O advogado também pode recusar determinada causa. (Art.4º NCED).

3 – Da mercantilização da advocacia.

- NCED: Artigo 5º estabelece a vedação ética da mercantilização da advocacia, ou seja, todos os tipos mercantis ligados à publicidade, aos
meios de cobrança, local de instalação do escritório, ao relacionamento com os clientes não podem ser praticados pelo advogado.

Ex: Instalação de escritório em shoppings ou do uso de veículo com a indicação de “advocacia itinerante”, com estacionamento em frente de
agência de INSS ou estabelecimento prisional.

- Impossibilidade da publicidade em outdoors, muros, veículos, elevadores, rádio e TV, etc.

- No caso do shopping: captação indevida de clientela e concorrência desleal devido ao elevado fluxo de pessoas com lojas de grifes e com
forte apelo propagandístico.

- O sigilo profissional seria desrespeitado, assim como a inviolabilidade do escritório, pois o locador receberia uma porcentagem pelo
faturamento, devendo ter acesso à contabilidade dos lojistas e confidencialidade dos clientes.

4 – Da veracidade e Lealdade

- O advogado não pode expor fatos falseando deliberadamente a verdade e utilizando a má-fé, ou seja, não pode mentir. (Juízo e Administrativo).
(Art.6º NCED).

- O advogado não deve, regra geral, abandonar seu cliente, salvo se este for indigno do patrocínio (Lealdade).

- Essa lealdade abrange o adversário, os colegas de profissão e o juiz. (Art.2º, parág.único II, do NCED).

Ex: Art.34, XIV, EOAB. “Comete infração disciplinar o advogado que deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado,
bem como, de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa”.

5 – Do dever de informação

- O advogado deve informar seu cliente de maneira clara, adequada e transparente, sem equívocos, dos eventuais riscos da pretensão do cliente
as consequências que poderão advir da demanda, nos termos do Art.9º NCED.

Ex: Se perder a demanda, o condenado deverá pagar as verbas de sucumbência; alterar a verdade dos fatos ou usar o processo para conseguir
objetivo ilegal caracteriza litigância de má-fé.

6 – Da confiança

- A relação entre advogado e cliente baseia-se na confiança. (Art.10 NCED).

- É recomendável que a ausência de confiança seja exposta e, não podendo saná-la, que seja feito substabelecimento (sem reservas) ou renúncia
ao mandato.

- Por isso, o advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo
justificável ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis.
Ex: Advogado que perde o contato com o cliente e esse passa por uma determinada dificuldade (econômica ou de saúde) e constitui um novo
advogado para a prática da medida judicial urgente e inadiável.

OBS: Mesmo que a contratação seja de uma sociedade de advogados, o princípio da confiança será sempre observado.

- O substabelecimento sem reserva de poderes exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente.

- Essa confiança vale em mandatos judiciais ou extrajudiciais e não tem prazo de validade, salvo previsão na procuração.

- Ao postular contra ex-cliente ou ex-empregador, o advogado deverá resguardar o sigilo profissional. (Tribunal de Ética orienta que o advogado
contratado evite atuar contra ex-clientes antes de transcorridos 2 anos da extinção da relação empregatícia) + causas diferentes.

- Se ocorrer a quebra da confiança teremos a renúncia ou revogação:

- Renúncia: parte do advogado e não precisa relatar o motivo que a determinou. Cessa sua responsabilidade pelo acompanhamento da causa
após decorridos 10 dias do pedido. Não exclui a responsabilidade do advogado por danos eventualmente causados ao cliente ou a terceiros.

- OBS: O advogado não será responsabilizado por omissão do cliente quanto a documento ou informação que lhe devesse fornecer para a
prática oportuna de ato processual do interesse do cliente.

- Revogação: parte do cliente que perdeu a confiança no advogado, mas isso não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas,
bem como, as sucumbências do advogado que deve ser feita de maneira proporcional.

- OBS: Sociedade de advogados não podem representar clientes com interesses opostos. Ex: Advogados da mesma sociedade defendendo
reclamante e reclamada – quebra de confiança.
ÉTICA NA ADVOCACIA

1 – Autonomia

- O advogado deve proceder sem receio de desagradar juízes, promotores e outras autoridades.

- Desagravo: sempre que o advogado for ofendido ou destratado: exercício da função, de ofício ou a requerimento, qualquer pessoa, o
desagravo público. (Art.7º, § 5º EOAB).

2 – Sigilo Profissional

- O advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos que tenha conhecimento no exercício da profissão.

- Esse dever não tem um valor absoluto, pois é possível que haja justa causa. (Vida e Honra).

3 – Depoimento Judicial

- O advogado não é obrigado a prestar depoimento em processos, mas pode. Isso desde que não seja sobre fatos que tenha que preservar o
sigilo profissional.

- Essa regra vale para as esferas penais, civis e administrativa.

4 – Publicidade

- O que se evita é a informação que viole a ideia de discrição e instrução.

- Não pode haver mercantilização da profissão por meio da captação de clientela.

- A publicidade é vedada diante dos seguintes aspectos:

a) Veiculação por meio de rádio, cinema e televisão.

b) Outdoors e formas assemelhadas de publicidade. Tem sido permitido o painel luminoso.

c) Inscrição em muros, paredes, elevadores, veículos, espaços públicos, etc.

d) Divulgação de serviços junto com outras atividades.

e) Fornecimento de dados de contato em colunas ou artigos acadêmicos, jurídicos e literários.

f) Panfletagem ou assemelhados.

- Patrocínio de eventos e publicações: restrições quanto à área de atuação.

Deve ser evitado:

a) Habitualidade sobre consultas em meios de comunicação;

b) Debater causas que estão sob patrocínio de outro causídico.

c) Abordar tema de forma a comprometer a dignidade da profissão.

d) Divulgação de listas de clientes.


INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES

1 – Infrações e sanções disciplinares

- Onde estão? Art. 34 e 35 do EOAB

- São 29 incisos.

- Tem um parágrafo único que traz algumas condutas que são incompatíveis com a advocacia: a) prática reiterada de jogo de azar, não
autorizados em lei; b) incontinência pública e escandalosa; c) embriaguez ou toxicomania habituais.

Artigo 35: São sanções disciplinares: I – Censura; II – Suspensão; III – Exclusão; IV – Multa.

§ único: as sanções devem constar dos assentos do inscrito, após o trânsito em julgado da decisão, não podendo a “Censura”, ser objeto de
publicidade.

2 – A Censura e atenuantes

- Art.36: A censura será aplicada nos casos de:

I – Infrações dos incisos I a XVI e XXIX do Art.34.

II – Violação a preceitos do NCED.

III – Violação a preceito desta lei, quando para a infração não se tenha estabelecido sanção mais grave.

§ único. A censura pode ser convertida em advertência, em ofício reservado, sem registro nos assentamentos do inscrito, quando presente
circunstância atenuante.

- A censura não impede o indivíduo de continuar a exercer a advocacia, mas a punição consta em seus assentos, ou seja, diante de nova punição,
será considerado reincidente e sofrerá punição mais grave.

- Mas quais seriam as situações que atenuam a sanção disciplinar aplicada?

- Art. 40 do EOAB. Circunstâncias atenuantes:

I – Falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;

II – Ausência de punição disciplinar anterior;

III – Exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da OAB;

IV – Prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública.

§ único. Os antecedentes profissionais do inscrito, as atenuantes, o grau de culpa por ele revelada, as circunstâncias e as consequências da
infração são considerados para o fim de decidir:

a) Sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa e de outra sanção disciplinar;

b) Sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicáveis.

Ex: Violou segredo profissional (Infração leve) + primário = censura convertida em advertência. Mas se já tiver uma punição por censura,
deverá ser suspenso podendo ser aplicado a pena de multa de 1 a 10 anuidades.

3 – Reabilitação e impedimento

Art. 41. É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, um ano após seu cumprimento, a reabilitação, em face de
provas efetivas de bom comportamento.

§ único. Quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de reabilitação depende também da correspondente reabilitação
criminal (Art.94 CP).

Art. 42. Fica impedido de exercer o mandato o profissional a quem forme aplicadas as sanções disciplinares de suspensão ou exclusão.

- A responsabilidade disciplinar é aplicada a todos aqueles que infringirem dispositivos do EOAB, RG/EOAB e do NCED. (Advogados e
estagiários).

A advertência não é considerada uma punição porque não consta no rol do art. 35 EOAB, bem como, não é considerada para efeitos de
reincidência.

OBS: A advertência acaba sendo um benefício ao advogado por ter recebido uma punição leve e por apresentar atenuantes. EX: Já exerceu
cargo na OAB com assiduidade e proficiência. Diante de nova infração, poderá sofrer a censura.

4 – A suspensão

- A suspensão é mais grave e impede o advogado de exercer a profissão, em todo o país, por um prazo que pode variar entre 30 d e 12 meses.

- O prazo de suspensão pode se estender por prazo indeterminado nas hipóteses do Art. 37,§§2º e 3º
a) Recursar-se injustificadamente a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele;

b) Deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo;

c) Incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional. Nesses casos específicos, a suspensão perdura até que o advogado
satisfaça integralmente a dívida, inclusive com correção monetária ou até que preste novas provas de habilitação.

- O que são novas provas de habilitação? É novo Exame da OAB?

Art.37. A suspensão é aplicável nos casos de:

I – Infrações definidas nos incisos XVII a XV do Art.34

II – Reincidência em infrações disciplinares.

5 – A exclusão

A exclusão é aplicável nos casos de:

I – Aplicação, por 3 vezes, de suspensão;

II – Infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34.

§ único. Para aplicação da sanção disciplinar de exclusão é necessária a manifestação favorável de 2/3 dos membros do Conselho Seccional
competente.

A exclusão é a sanção mais grave aplicada pela OAB.

Quem for excluído terá sua inscrição cancelada. (Art.11, II, EOAB). Não poderá advogar até que seja reabilitado.

É necessária a manifestação favorável de 2/3 dos membros do Conselho Seccional competente.

6 – A multa

Sanção acessória que não será aplicada isoladamente, mas em conjunto com a censura ou suspensão sempre que houver circunstâncias
agravantes, como a reincidência.

As infrações leves são punidas com censura;

As infrações graves são punidas com suspensão;

As infrações gravíssimas são punidas com exclusão.

Fala-se em prescrição intercorrente (Art.43, §1º do EOAB), quando, durante o decorrer do processo, o mesmo ficar paralisado por mais de 3
anos, pendente de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado ex officio ou por requerimento da parte interessada. Os eventuais
responsáveis pela paralisação serão punidos pela OAB.

O valor da multa pode variar de 1 (uma) a 10 (dez) anuidades.

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