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Resumo
Trata-se de análise referente às Fundações Públicas de direito privado, visto que às Fundações Públicas de
direito público aplicam-se as mesmas regras aplicáveis às autarquias, ou seja, o regime estatutário.
Regra geral, no quadro acima, o que está em preto para fundação pública de direito público é o mesmo que
está escrito para as autarquias. Isso se justifica em razão de a fundação pública de direito público ser espécie
do gênero autarquia, não tem diferença nenhuma.
O art. 39 da Constituição, quando fala em regime jurídico único, fala somente em fundação pública,
conforme se verifica:
O entendimento pacífico é que o artigo transcrito se refere à fundação pública de direito público, porque a
administração é pessoa de direito público, a autarquia é pessoa de direito público. Então, se a fundação foi
colocada ao lado da direta e da autárquica, a fundação foi tratada como pessoa jurídica de direito público.
Inclusive, essa é a posição de Celso Antônio.
Onde pode ser fundamentado que o regime da fundação pública de direito privado é o da CLT? Em um
exemplo de fundação pública de direito privado. A FUNPRESP, que está na lei nº 12.618/12, lei que criou a
previdência complementar. O art. 4º, § 1º, da lei em questão cria a FUNPRESP e diz que ela é fundação
pública de direito privado. O art. 7º da lei referida fala que o regime jurídico é o da CLT, conforme se vê:
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Art. 7º O regime jurídico de pessoal das entidades fechadas de previdência complementar
referidas no art. 4º desta Lei será o previsto na legislação trabalhista.
Desse modo, as fundações públicas de direito privado adotarão o regime celetista para contratação de
pessoal.
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Curso: Direito Administrativo Avançado
Resumo
Finalidade.
Quanto à finalidade, não existem diferenças entre fundação pública de direito público (autárquica) e a
fundação pública de direito privado. Ambas vão atuar na ordem social, ou seja, atuar na saúde, educação e
assistência social.
Forma.
Aqui existe uma diferença entre elas. A fundação pública de direito público tem a forma autárquica. Já as
fundações públicas de direito privado possuirão for particular.
Atenção: a forma particular é a única semelhança existente entre a fundação pública de direito privado e a
fundação privada.
Desse modo, depois de sua constituição, ou seja, na sua forma, não mais se aplica o direito civil á fundação
pública de direito privado, e sim as regras de direito público.
Privilégio Fiscal
Em relação a privilégios fiscais, importante lembrar expressão “Fazenda Pública”, a qual se refere às pessoas
jurídicas de direito público.
Ocorre que as fundações públicas, sejam elas de direito público, sejam de direito privado, atuam na ordem
social, e nenhuma delas possuirá fins lucrativos. Nesse sentido, o poder público, por opção do legislador,
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fomenta as suas atuações, razão pela qual é possível reconhecer a existência de privilégios a essas
instituições.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
Em relação à exigência de ser “instituídas pelo poder público”, importa pontuar que, seja de direito público,
seja de direito privado, para ser fundação pública, necessariamente ela precisa ser instituída por lei. Desse
modo, independente da sua natureza, as fundações públicas serão “instituídas pelo poder público”.
As fundações públicas de direito privado, de igual modo, serão “mantidas pelo poder público”, notadamente
pela União. Nesse sentido o DL 200:
Nesse sentido, tanto as fundações públicas de direito público quanto as fundações públicas de direito privado
gozarão de imunidade fiscal, visto que ambas serão “instituídas e mantidas pelo Poder Público”.
Em resumo:
DIREITO PRIVADO
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CELETISTA
PARTICULAR
PRIVILÉGIOS FISCAIS E ART. 150, VI, a, §2º da CRFB; ART. 150, VI, a, §2º da CRFB;
PROCESSUAIS
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Curso: Direito Administrativo Avançado
Resumo
Prerrogativa Processual.
Quanto às prerrogativas processuais, é possível enxergar uma diferença entre as fundações públicas de
direito público e as fundações públicas de direito privado.
Isso porque, o termo “fazenda pública” refere-se às pessoas jurídicas de direito público. Nesse sentido, as
fundações públicas de direito público possuem natureza autárquica, logo, pode-se dizer que possuem
caráter público, logo, gozarão de privilégios processuais iminentes às autarquias.
Já a fundação pública de direito privado, não terão prerrogativas processuais, uma vez que não estão
dentro do conceito de fazenda pública.
Características complementares.
Forma de ingresso: O art. 37, I, da CF exige a elaboração de concurso público, seja para cargo (fundação
pública de direito público), seja para emprego público (fundação pública de direito privado). Logo, é exigível
concurso público para ingresso seja na fundação pública de direito público, seja na fundação pública de
direito privado.
Natureza jurídica dos bens: o art. 98 do CC determina que: “São públicos os bens do domínio nacional
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a
pessoa a que pertencerem.” Assim, os bens da fundação pública de direito público serão considerados
público, enquanto os bens da fundação pública de direito privado, serão particulares.
Obrigatoriedade de licitação: O art. 37, XXI, da CF determina que a administração pública direta e indireta
deverá proceder por meio de licitação, logo, tanto as fundações públicas de direito público quanto as
fundações públicas de direito privado deverão licitar. No mesmo sentido, o art. 1º, p. único da Lei nº
8.666/93:
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes
a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta,
os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades
de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.
Responsabilidade civil: O art. 37, §6º institui que “§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
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causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”
Logo, aplica-se a teoria da responsabilidade civil objetiva tanto para a fundação pública de direito público
quanto para a fundação pública de direito privado.
Em resumo:
DIREITO PRIVADO
CELETISTA
PARTICULAR
PRIVILÉGIOS FISCAIS E ART. 150, VI, a, §2º da CRFB; ART. 150, VI, a, §2º da CRFB;
PROCESSUAIS