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Curso: Direito Administrativo Avançado

Aula: Regime de Contratação do Pessoal.


Professor: Luiz Oliveira

Resumo

Trata-se de análise referente às Fundações Públicas de direito privado, visto que às Fundações Públicas de
direito público aplicam-se as mesmas regras aplicáveis às autarquias, ou seja, o regime estatutário.

Vejamos o quadro a seguir:


DL 200/67 art. 5 º AUTARQUIA FUNDAÇÃO PÚBLICA
CE-RJ art. 77 §2º
PERSONALIDADE JURÍDICA DIREITO PÚBLICO DIREITO PÚBLICO
DIREITO PRIVADO
REGIME DO PESSOAL ESTATUTÁRIO ESTATUTÁRIO
CELETISTA
FINALIDADE ATIVIDADE TÍPICA DA ADM. ORDEM SOCIAL
PÚBLICA
FORMA INTRA ESTATAL AUTÁRQUICA
PARTICULAR
PRIVILÉGIOS FISCAIS E ART. 150, VI, a, §2º da CRFB; ART. 150, VI, a, §2º da CRFB;
PROCESSUAIS
ART. 100 E 109, i, da CF, IDEM AUTARQUIAS
ART. 183 CPC/15 Lei NÃO TERÃO
9.469/97, art. 10

Regra geral, no quadro acima, o que está em preto para fundação pública de direito público é o mesmo que
está escrito para as autarquias. Isso se justifica em razão de a fundação pública de direito público ser espécie
do gênero autarquia, não tem diferença nenhuma.

O art. 39 da Constituição, quando fala em regime jurídico único, fala somente em fundação pública,
conforme se verifica:

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de


sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº
2.135-4)

O entendimento pacífico é que o artigo transcrito se refere à fundação pública de direito público, porque a
administração é pessoa de direito público, a autarquia é pessoa de direito público. Então, se a fundação foi
colocada ao lado da direta e da autárquica, a fundação foi tratada como pessoa jurídica de direito público.
Inclusive, essa é a posição de Celso Antônio.

Onde pode ser fundamentado que o regime da fundação pública de direito privado é o da CLT? Em um
exemplo de fundação pública de direito privado. A FUNPRESP, que está na lei nº 12.618/12, lei que criou a
previdência complementar. O art. 4º, § 1º, da lei em questão cria a FUNPRESP e diz que ela é fundação
pública de direito privado. O art. 7º da lei referida fala que o regime jurídico é o da CLT, conforme se vê:

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Art. 7º O regime jurídico de pessoal das entidades fechadas de previdência complementar
referidas no art. 4º desta Lei será o previsto na legislação trabalhista.

Desse modo, as fundações públicas de direito privado adotarão o regime celetista para contratação de
pessoal.

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Curso: Direito Administrativo Avançado

Aula: Finalidade. Forma. Privilegio Fiscal.


Professor: Luiz Oliveira

Resumo

Finalidade.
Quanto à finalidade, não existem diferenças entre fundação pública de direito público (autárquica) e a
fundação pública de direito privado. Ambas vão atuar na ordem social, ou seja, atuar na saúde, educação e
assistência social.

Por essa razão, inclusive, nenhuma delas possui fins lucrativos.

Forma.
Aqui existe uma diferença entre elas. A fundação pública de direito público tem a forma autárquica. Já as
fundações públicas de direito privado possuirão for particular.

Atenção: a forma particular é a única semelhança existente entre a fundação pública de direito privado e a
fundação privada.

Nesse sentido o DL nº 200/67:

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:

IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,


sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento
de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com
autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção,
e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica


com a inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas
Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às
fundações

Desse modo, depois de sua constituição, ou seja, na sua forma, não mais se aplica o direito civil á fundação
pública de direito privado, e sim as regras de direito público.

Privilégio Fiscal
Em relação a privilégios fiscais, importante lembrar expressão “Fazenda Pública”, a qual se refere às pessoas
jurídicas de direito público.

Ocorre que as fundações públicas, sejam elas de direito público, sejam de direito privado, atuam na ordem
social, e nenhuma delas possuirá fins lucrativos. Nesse sentido, o poder público, por opção do legislador,
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fomenta as suas atuações, razão pela qual é possível reconhecer a existência de privilégios a essas
instituições.

Vejamos o que dispõe o art. 150, CF:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e


mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados
a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Em relação à exigência de ser “instituídas pelo poder público”, importa pontuar que, seja de direito público,
seja de direito privado, para ser fundação pública, necessariamente ela precisa ser instituída por lei. Desse
modo, independente da sua natureza, as fundações públicas serão “instituídas pelo poder público”.

Quanto à manutenção financeira, em relação às fundações públicas de direito público, indiscutivelmente


serão “mantidas pelo poder público”, por meio de dotação orçamentária.

As fundações públicas de direito privado, de igual modo, serão “mantidas pelo poder público”, notadamente
pela União. Nesse sentido o DL 200:

Nesse sentido o DL nº 200/67:

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:

IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,


sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento
de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com
autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de
direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

Nesse sentido, tanto as fundações públicas de direito público quanto as fundações públicas de direito privado
gozarão de imunidade fiscal, visto que ambas serão “instituídas e mantidas pelo Poder Público”.

Em resumo:

DL 200/67 art. 5 º AUTARQUIA FUNDAÇÃO PÚBLICA

CE-RJ art. 77 §2º

PERSONALIDADE JURÍDICA DIREITO PÚBLICO DIREITO PÚBLICO

DIREITO PRIVADO

REGIME DO PESSOAL ESTATUTÁRIO ESTATUTÁRIO

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CELETISTA

FINALIDADE ATIVIDADE TÍPICA DA ADM. ORDEM SOCIAL


PÚBLICA

FORMA INTRA ESTATAL AUTÁRQUICA

PARTICULAR

PRIVILÉGIOS FISCAIS E ART. 150, VI, a, §2º da CRFB; ART. 150, VI, a, §2º da CRFB;
PROCESSUAIS

ART. 100 E 109, i, da CF, ART. 183 IDEM AUTARQUIAS


CPC/15 Lei 9.469/97, art. 10
NÃO TERÃO

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Curso: Direito Administrativo Avançado

Aula: Prerrogativa Processual. Características Complementares.


Professor: Luiz Oliveira

Resumo

Prerrogativa Processual.
Quanto às prerrogativas processuais, é possível enxergar uma diferença entre as fundações públicas de
direito público e as fundações públicas de direito privado.

Isso porque, o termo “fazenda pública” refere-se às pessoas jurídicas de direito público. Nesse sentido, as
fundações públicas de direito público possuem natureza autárquica, logo, pode-se dizer que possuem
caráter público, logo, gozarão de privilégios processuais iminentes às autarquias.

Já a fundação pública de direito privado, não terão prerrogativas processuais, uma vez que não estão
dentro do conceito de fazenda pública.

#OBS: cuidado com as decisões do STF para a ECT.

Características complementares.
Forma de ingresso: O art. 37, I, da CF exige a elaboração de concurso público, seja para cargo (fundação
pública de direito público), seja para emprego público (fundação pública de direito privado). Logo, é exigível
concurso público para ingresso seja na fundação pública de direito público, seja na fundação pública de
direito privado.

Natureza jurídica dos bens: o art. 98 do CC determina que: “São públicos os bens do domínio nacional
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a
pessoa a que pertencerem.” Assim, os bens da fundação pública de direito público serão considerados
público, enquanto os bens da fundação pública de direito privado, serão particulares.

Obrigatoriedade de licitação: O art. 37, XXI, da CF determina que a administração pública direta e indireta
deverá proceder por meio de licitação, logo, tanto as fundações públicas de direito público quanto as
fundações públicas de direito privado deverão licitar. No mesmo sentido, o art. 1º, p. único da Lei nº
8.666/93:

Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes
a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta,
os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades
de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.

Responsabilidade civil: O art. 37, §6º institui que “§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
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causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”
Logo, aplica-se a teoria da responsabilidade civil objetiva tanto para a fundação pública de direito público
quanto para a fundação pública de direito privado.

Em resumo:

DL 200/67 art. 5 º AUTARQUIA FUNDAÇÃO PÚBLICA

CE-RJ art. 77 §2º

PERSONALIDADE JURÍDICA DIREITO PÚBLICO DIREITO PÚBLICO

DIREITO PRIVADO

REGIME DO PESSOAL ESTATUTÁRIO ESTATUTÁRIO

CELETISTA

FINALIDADE ATIVIDADE TÍPICA DA ADM. ORDEM SOCIAL


PÚBLICA

FORMA INTRA ESTATAL AUTÁRQUICA

PARTICULAR

PRIVILÉGIOS FISCAIS E ART. 150, VI, a, §2º da CRFB; ART. 150, VI, a, §2º da CRFB;
PROCESSUAIS

ART. 100 E 109, i, da CF, ART. 183 IDEM AUTARQUIAS


CPC/15 Lei 9.469/97, art. 10
NÃO TERÃO

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