Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
A Lei Maria da Penha consiste em uma política abrangente, sendo as medidas
protetivas consideradas as mais impactantes inovações legais, já que objetivam
interromper a situação de violência a que inúmeras mulheres são expostas em seus
lares. Por serem as mais impactantes, diretamente, no ciclo de violência, mobilizam
o sistema de segurança pública, jurídico , de saúde pública e a assistência social.
Estão, ainda, entre os conteúdos mais afetados por propostas de alterações,
especificamente, por meio de projetos de lei. Mas, questiona-se: o que pretendem
esses projetos de lei no âmbito da política pública? Quais os conteúdos dessa
agenda propositiva? Ser homem ou ser mulher parlamentar reflete no conteúdo
propositivo? O estudo, a partir de uma abordagem de gênero como categoria de
análise, analisa as proposições legislativas voltadas para a alteração das medidas
protetivas da Lei Maria da Penha a fim de caracterizar esta agenda propositiva. A
partir de uma revisão dos Projetos de Lei em trâmite na Câmara dos Deputados,
criou-se categorias de alterações legislativas de acordo com o tipo de alteração
almejada, assim como apresentou-se as principais características dessa agenda
conforme o sexo da autoria. Os resultados indicam que ser homem ou ser mulher
parlamentar impacta tanto no numero de proposições relativas à temática das
medidas protetivas quanto em relação ao conteúdo das alterações propostas.
Palavras-Chave: Poder Legislativo. Lei Maria da Penha. Medidas protetivas de
urgência. Políticas públicas. Gênero.
ABSTRACT
The study, from a gender approach as a category of analysis, analyzes the legislative
proposals aimed at amending the Maria da Penha Law, specifically the protective
Brasiliense, advogada, pós-graduada em Direito Público e Mestra em Poder Legislativo pelo Centro de
Formação da Câmara dos Deputados (2021). E-mail: danielalira@yahoo.com.br.
Analista Legislativo da Câmara dos Deputados, docente permanente no Mestrado em Poder Legislativo do
Cefor/Câmara dos Deputados, Doutora e Mestra em Psicologia e Especialista em Ciência Política. E-mail:
giovanaperlin@gmail.com.br.
measures of the Law, in order to characterize the propositional agenda related to
violence against women. From a review of the Bills in progress in the Chamber of
Deputies, categories of legislative changes were created according to the type of
change sought and, later, some characteristics of this agenda and the possible
consequences of the current propositional agenda are discussed in the public policy
to confront this type of violence.
conhecida como a Lei Internacional dos Direitos da Mulher. Essa Convenção buscou
a igualdade de gênero, além de reprimir todas as formas de violência contra a
mulher (PINAFI, 2007).
A ONU divulgou um estudo em 2006 conceituando “violência contra a mulher” como
“todo ato de violência praticado por motivos de gênero, dirigido contra uma mulher”,
independentemente de sua idade (GADONI-COSTA, DELL’AGLIO, 2010). Observa-
se a consolidação da ideia de que esse tipo de violência não se circunscreve à
violência física: “O assédio moral, o bulliyng que sofrem no âmbito de qualquer
relação íntima de afeto, configura violência psicológica”, que geralmente inicia o ciclo
de violência (WALKER, 1979). Submeter-se a relações sexuais contra a sua
vontade, caracteriza violência sexual, pois não existe débito conjugal. A destruição
de objetos ou não pagamento de alimentos são formas de violência patrimonial.
Esses e todos os demais atos descritos na Lei Maria da Penha e até os que não
estão previstos, mas dispõem de caráter lesivo contra a mulher, configuram violência
física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral, quando perpetrados no âmbito
doméstico (DIAS, 2016).
A violência é um dos maiores problemas sob o ponto de vista das políticas públicas
e, em grande parte dos casos, nasce nos lares, em ambiente doméstico, evoluindo
em um ciclo, no qual há um acirramento resultando em homicídios (WALKER, 1979).
Com relação aos dados da violência contra a mulher, conforme uma pesquisa
realizada em 2009 pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cada ano, cerca de 1,3
milhão de mulheres são agredidas no Brasil.
Feminicídio, derivado do termo original femicide, traduzido para o espanhol por
Lagarde (2004), se refere ao assassinato de mulheres pautado em gênero e
configura crime de lesa humanidade. Conforme a publicação da ONU GLOBAL
STUDY ON HOMICIDE: Gender-related killing of women and girls (UNODC, 2018, p.
24), ambos os termos, femicídio e feminicídio, tramitem “o entendimento (...) de que
os crimes de ódio contra as mulheres são perpetrados por homens simplesmente
por causa dos papéis de gênero atribuídos às mulheres”. O feminicídio pode ser
considerado um crime de estado, pois viola os direitos fundamentais das mulheres
por ausência de ação estatal (LAGARDE, 2004).
A Lei nº 13.104/2015 alterou o Código Penal para incluir o feminicídio como
qualificador do homicídio, quando a morte da mulher ocorre por motivações
7
diferentes relações que se estabelecem com o outro a partir de seu sexo construídas
culturalmente, principalmente as relações de poder (PERLIN, 2006).
Justamente a questão do poder entra em pauta quando o tema é a violência contra a
mulher. Optando pela compreensão da violência como forma de manutenção de
poder quando esse é ameaçado, Arendt (2009) nos aponta uma explicação frutífera
para a crescente onda de feminicídios no Brasil. A violência contra as mulheres
ocorre principalmente em situações nas quais o homem perde o suposto poder que
tem sobre ela ou quando percebe este poder ameaçado.
Ressalta-se que 2020 foi um ano atípico, pois assim que a quarentena foi
determinada em virtude da pandemia do COVID-19, o isolamento social causou
impacto nos casos de violência doméstica contra a mulher. Ainda é cedo para
avaliar todas as dimensões desse impacto, mas já há estudos comparativos como o
do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), feito em 16 de abril de 2020.
Muito foi conquistado, mas é nítido que muito mais precisa ser feito. O governo
possui papel central para o combate à violência contra a mulher. Políticas públicas
de conscientização devem ser constantemente formuladas e implementadas junto a
políticas de combate. Assim, será possível mudar a realidade social vivida
atualmente pela mulher na sociedade brasileira e enfim as garantias fundamentais
contidas na CF poderão ser efetivadas (LIMA, 2008).
15
3 MÉTODO
3.1 SELEÇÃO DAS PROPOSIÇÕES LEGISLATIVAS
Para selecionar as proposições, foi utilizado o SILEG (Sistema de Informação
Legislativa da Câmara dos Deputados). O sistema é atualizado diariamente, mais de
uma vez ao dia, e contém todas as proposições tramitadas ou em trâmite desde
1988, incluindo anos anteriores. Permite ainda buscas com diversos critérios de
pesquisa, com utilização do sistema data, conteúdo e palavras-chave, com diversas
combinações possíveis.
Em regra, a forma de alterar a Lei Maria da Penha é por meio de Projeto de Lei (PL).
O art. 61 da CF estabelece a competência para a apresentação de PL:
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro
ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso
Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais
Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos
casos previstos nesta Constituição (BRASIL, 1988).
Assim, a seleção das proposições utilizou como um dos critérios de pesquisa o tipo
Projeto de Lei. O segundo critério adotado foi o ano de apresentação do PL. Como a
Lei Maria da Penha data do ano de 2006, foram selecionados os projetos a partir do
referido ano.
Como o objetivo do estudo é analisar a agenda propositiva atual, delimitamos a
pesquisa ao PL em trâmite. Isso porque projetos transformados em Lei ou
arquivados ou já fizeram parte da agenda e atualmente estão incorporados à política
pública ou por algum motivo foram descartados e não fazem parte mais da agenda
atual. Projetos de lei são arquivados por diversos motivos, desde problemas formais
e impedimentos constitucionais, até o mero arquivamento por final de legislatura.
Prosseguimos com a delimitação do conteúdo propositivo, utilizando a expressão “lei
maria da penha” e o número da Lei, “Lei 11.340/2006”. Do resultado dessa seleção
buscou-se os PL que alterassem especificamente as medidas protetivas, objeto
deste estudo. Para tanto, utilizou-se como critérios a expressão “medidas protetivas”
e “Artigo 22 da Lei 11.340/2006”, e o mesmo para os artigos 23 e 24.
Finalmente, foram retirados os PL que tratavam de medidas protetivas relacionadas
às crianças ou aos idosos. Ao total, foram analisados 203 projetos.
16
de
obrigatoriedade da presença de matérias específicas de
prevenção,
combate e prevenção da violência doméstica contra a
dispositivos
mulher nos cursos de formação dos agentes de
para prevenir
segurança pública.
a violência
Mudam o
Altera o conceito de Dispõe sobre o conceito de violência doméstica e
conceito de violência familiar contra a mulher, bem como estende a proteção
violência doméstica contra perseguição obsessiva, alterando o art. 5º da Lei
doméstica expresso na nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
lei
Aumentam Altera a o Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de
ou modificam 1940, que dispõe sobre o Código Penal Brasileiro.
Relativa à a pena do Explicação: Aumenta a pena do homicídio qualificado em
pena agressor crime cometido no período em que a vítima estiver sob
as medidas protetivas estabelecidas na Lei Maria da
Penha.
Criam
programas
de
Altera as Leis n° 11.340, de 7 de agosto de 2006, e n°
Relativa aos atendimento,
13.239, de 30 de dezembro de 2015, para estabelecer
serviços de ampliam
prioridade de atendimento social, psicológico e médico a
saúde ações, entre
mulheres vítimas de violência.
outros no
âmbito da
saúde
Criam ou Altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 para
ampliam acrescentar o seguinte artigo 9-A para obrigar a
Relativa a
mecanismos notificação compulsória nos casos de suspeita ou
mecanismos
de denúncia confirmação de violência doméstica ou familiar contra a
de denúncia
mulher pelos serviços de saúde públicos e privados à
autoridade sanitária.
Criam
Relativa a
mecanismos Altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria
mecanismos
emergenciais da Penha), para dispor sobre o uso de dispositivo móvel
para
de aviso de de segurança para conferir maior efetividade às medidas
situações de
situação de protetivas de urgência.
emergência
violência
Estabelecem Altera a Lei nº 10.201, de 14 de fevereiro de 2001, para
ou destinam incluir os programas de combate e prevenção de
recursos violência contra a mulher como modalidade de projeto
Relativa a para a apoiado pelo Fundo Nacional de Segurança Pública e
orçamento política altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006,
autorizando o uso de recursos do Fundo Nacional de
Segurança Pública em ações envolvendo prevenção e
combate à violência doméstica e familiar.
Relativa a Criam ou Acrescenta dispositivo à Lei nº 11.340, de 7 de agosto
21
alteram
procediment
procediment
os dentro de 2006 para autorizar a autoridade policial a aplicar as
os na
dos órgãos medidas protetivas de urgência previstas no inciso II do
segurança
de art. 22 e nos incisos I e II do art. 23 da mesma lei.
pública
segurança
pública
Propostas
que visam
fornecer
Acrescenta parágrafo ao art. 23 da Lei nº 11.340, de 7
apoio, e/ou
de agosto de 2006, para assegurar aos dependentes em
Apoio e benefícios,
idade escolar de mulher vítima de violência doméstica
benefício sejam
ou familiar, em caso de mudança de domicílio por ordem
direto à pecuniários,
judicial, o direito à matrícula em escolas de educação
mulher de moradia,
básica mais próximas da nova residência.
de vagas,
entre outros
diretamente
à vítima
Inserem o Altera a Lei n° 11.340, de 7 de agosto de 2006 - Lei
agressor em Maria da Penha para incluir “Núcleos voltados a homens
Inclusão do programas com perfil violento, agressor ou com indicativos para a
agressor em sociais ou prática de tais atos, no intuito de levá-lo à
programas institucionais conscientização de quem ele é, seu papel social e a
necessidade de respeito à mulher, além de centros de
reabilitação.”
Cria ou
altera
Cria ou altera estruturas
estruturas governament
governament ais ou
Altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria
ais ou judiciárias de
da Penha), para dispor sobre a necessidade de
judiciárias de atendimento
realização de audiência de admoestação para a soltura
atendimento e
de agressor em caso de revogação de prisão preventiva.
e enfrentament
enfrentament o à violência
o doméstica
contra a
mulher
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
decisão (agenda formal) e/ou do público (agenda pública) (COBB, 1976). Até o mês
de dezembro de 2020, por meio de pesquisa realizada na busca de proposições do
site da Câmara dos Deputados, pesquisando por “medidas protetivas da Lei Maria
da Penha”, havia 203 Projetos de Lei (PL) tramitando para alterar projetos que
tratam de violência doméstica contra a mulher, seja para dispor sobre o uso de
dispositivo de segurança ou estabelecer outras medidas de proteção à vítima.
Para estudar a agenda propositiva legislativa da Câmara dos Deputados sobre o
assunto, analisaremos os Projetos de Lei selecionados no período entre 2008,
projetos mais antigos que ainda tramitam na CD, até o final de 2020, com foco nas
medidas protetivas, a fim de elaborar uma tabela de classificação por projeto, sexo e
partido do parlamentar autor (a) e alteração proposta, conforme as categorias que
foram elaboradas, tendo como parâmetro os artigos 22 a 24 da LMP.
53ª legislatura
1 47 0,02 4 466 0,01
2007 — 2011
54ª legislatura
9 45 0,20 10 468 0,02
2011 — 2015
55ª legislatura
17 51 0,33 23 462 0,05
2015 — 2019
56ª legislatura
45 77 0,58 83 436 0,19
até 2020
Total 72 120
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
O quadro com a série histórica mostra que houve um aumento deste tipo de
proposição a partir da 53ª legislatura até meados da 56ª, tanto por parte dos homens
quanto das mulheres. Todavia, corroborando a literatura, as mulheres apresentaram
um índice de proposição apresentada maior do que o dos homens em toda a série.
Os dados indicam que ser parlamentar do sexo feminino aumenta o número de
proposições sobre a temática das medidas protetivas. Ou seja, mulheres produzem
mais do que homens em relação a esta temática.
Quadro 8 – Legislaturas e número de parlamentares do SF que apresentaram
projetos
Legislatura Nr PL Nr de Índice de Nr PL Nr de Índice de
* autoria mulheres PL por autoria homens PL por
mulheres parlamentar mulheres homens parlamentare homens
es na s na
legislatura legislatura
24
53ª 0 12 0 1 69 0,01
legislatura
2007 —
2011
54ª 3 12 0,25 2 69 0,02
legislatura
2011 —
2015
55ª 3 13 0,23 3 68 0,04
legislatura
2015 —
2018
56ª 4 12 0,33 0 69 0
legislatura
2019 até
2020
*Para efeito de contagem, foram considerados os números no início da Legislatura,
desconsiderando os suplentes.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Represent
ação na Nr de
Região UF CD projetos Homens Mulheres
SP 70 28 16 12
RJ 46 18 9 9
Sudeste MG 53 7 2 5
ES 10 11 7 4
179 64 34 30
RS 31 10 9 1
PR 30 6 3 3
Sul
SC 16 3 2 1
77 19 14 5
AM 8 6 5 1
PA 17 4
AC 8 2
Norte AP 8 2 0 2
RO 8 2 1 1
RR 8 2 1 1
57 18 7 5
MS 8 5 3 2
MT 8 4 3 1
Centro -
DF 8 13 7 6
Oeste
GO 17 11 6 5
41 33 19 14
Nordeste PB 12 4 2 2
RN 8 3 1 2
CE 22 14 12 2
PI 10 9
SE 8 8 7 1
26
BA 39 7 2 5
PE 25 7 5 2
MA 18 5 4 1
124 52 29 14
Total 478 186 103 68
*não computados projetos de autoria de Comissões.
** não houve projeto apresentado por parlamentar do estado de Alagoas.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Nota-se que pelo número absoluto de projetos, a região que mais apresentou
PL foi a sudeste, seguida pela região nordeste, destacando os estados de São Paulo
e Ceará, respectivamente.
O gráfico de Pareto é usado, nesse caso, para apresentar, de forma ordenada, quais
estados possuem maior peso na composição final do total de projetos apresentados.
27
Ex.: Acima, pode-se perceber que 6 estados que possuem a maior quantidade de
projetos apresentam 50% do total de projetos: SP, RJ, CE, DF, ES e GO.
4.3 4.3. APRESENTAÇÃO POR REGIÃO
Como as bancadas dos estados possuem diferentes números de parlamentares,
torna-se importante desagregar os dados para a análise da proporção ou do índice
de projetos por região. Optamos pela análise por região principalmente devido à falta
de padronização dos dados disponibilizados pelos estados.
parlamentares
parlamentares
no espectro
PSDB 13 29
MDB/PMDB 12 34
CIDADANIA 3 0
Centro
PMB 3 0 0,43
PPS 2 8
PROS 1 8
TOTAL CENT 34 79
PSL 17 52
DEM 11 29
REPUBLICAN
OS 11 4
PRB 10 30
PL 7 0
PP 7 37
Direita
PSD 7 34 0,38
PTB 7 10
PR 4 33
PSC 4 8
SD 8 13
PODEMOS 7 11
PATRI 1 5
TOTAL DIR 101 266
PT 31 56
PDT 13 28
PSB 8 32
Esquerda
PSOL 1 9 0,45
PCdoB 5 9
PV 4 4
TOTAL ESQ 62 138
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
30
O conteúdo propositivo mais apresentado, mudança na pena, versa sobre tema não
apontado pela literatura como necessário para o aprimoramento da política. Já as
medidas com temas relativos a procedimentos na segurança pública e a criação ou
alteração das estruturas para atendimento e enfrentamento, citadas nas críticas
apresentadas pela literatura, foram contempladas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Lei Maria da Penha (LMP) é considerada uma política abrangente, sendo as
medidas protetivas consideradas as mais impactantes inovações legais, já que
objetivam interromper a situação de violência a que inúmeras mulheres são
expostas em seus lares. Por influenciar diretamente, no ciclo de violência, mobilizam
o sistema de segurança pública, jurídico e saúde pública, além da assistência social.
Ademais, essas medidas estão entre os conteúdos mais afetados por propostas de
alterações, especificamente, por meio de projetos de lei.
35
REFERÊNCIAS
ARAUJO, C. Partidos políticos e gênero: mediações nas rotas de ingresso das
mulheres na representação política. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 24,
p. 193-215, jun. 2005.
ARENDT, H. Sobre a violência. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. (Original
publicado em 1970)
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Presidência da República, 2020. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 12
ago. 2021.
BRASIL. Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a
violência doméstica e familiar contra a mulher. Lei Maria da Penha. Brasília, DF:
Presidência da República, 2006. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm. Acesso
em: 10 maio 2020.
BRASIL. Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990. Dispõe sobre os crimes hediondos,
nos termos do art. 5º, inciso XVIII da Constituição Federal. Brasília, DF: Presidência
37
LAGARDE, M. Por la vida e la libertad de las mujeres: fin al feminicídio. Fev. 2004.
Disponível em:
http://www.cimacnoticias.com.mx/especiales/comision/diavlagarde.htm. Acesso em:
13 ago. 2020.
LIMA, D. C. et al. Homens, gênero e violência contra a mulher. 2008. Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7578/9100. Acesso em: 12 maio
2020.
MACIEL, A. P. B. ALARCON, A. O.; GIMENES, E. R. Partidos políticos e espectro
ideológico: parlamentares, especialistas, esquerda e direita no Brasil. Revista
Eletrônica de Ciência Política, vol. 8, n. 3, 2017. Disponível em:
https://www.cesop.unicamp.br/vw/1IMb2TaMwNQ_MDA_36c05_/partidos%20pol
%C3%ADticos%20e%20espectro%20ideol%C3%B3gico%20parlamentares
%20especialistas,%20esquerda%20e%20direita%20no%20Brasil.pdf. Acesso em:
12 ago. 2021.
OLIVEIRA, A. K. C. M. C. de. Histórico, produção e aplicabilidade da Lei Maria da
Penha - Lei nº 11.340/2006. 2011. Disponível em:
http://bd.camara.gov.br/bd/handle/bdcamara/8429?show=full. Acesso em: 19 abr.
2020.
PENA, T. M. G. P. Desigualdade Social - Questão de Gênero. Uberlândia, 2005.
Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/revistafadir/article/view/18484/9912.
Acesso em: 20 nov. 2020.
PERLIN, G. D. B. et al. Women’s presence in the Brazilian Chamber of Deputies and
political representation: how women represent women? WORLD CONGRESS OF
POLITICAL SCIENCE, 24, 2016, Poznan, Poland. Panels. Disponível em:
https://wc2016.ipsa.org/my-ipsa/events/istanbul2016/paper/womens-presence-
brazilian-chamber-deputies-and-political-represent. Acesso em: 12 ago. 2021.
PERLIN, G. D. B. Gênero, multissexualidade e tendências sexuais contemporâneas:
desafios para uma atuação ética. Revista da Faculdade Regional da Bahia,
Salvador, v. 1, p. 78-92, 2006.
PINAFI, T. Violência contra a mulher: políticas públicas e medidas protetivas na
contemporaneidade. In: Revista Histórica. Edição n. 21. São Paulo: Arquivo do
Estado, 2007. Disponível em:
http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao21/
materia03/. Acesso em: 09 out. 2020.
39