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01/2024 -
Lei Maria da Penha nas
Escolas.
Além das obrigações legais, as escolas estaduais precisam estar preparadas para abordar a Lei
Maria da Penha em suas práticas educacionais, tendo em vista ser uma legislação crucial para a
proteção das mulheres contra a violência doméstica e familiar, e constituindo um instrumento
fundamental para a promoção dos Direitos Humanos e a prevenção da violência de gênero.
No Brasil, a violência doméstica é uma realidade alarmante que afeta milhões de mulheres todos
os anos. Estatísticas revelam um cenário preocupante, com altos índices de agressões físicas,
psicológicas e até mesmo feminicídios dentro do ambiente familiar. Diante desse panorama, é
crucial que a problemática da violência doméstica seja abordada nas escolas, pois o ambiente
educacional desempenha um papel fundamental na formação dos jovens, não apenas
transmitindo conhecimento acadêmico, mas também promovendo valores de respeito, igualdade
e tolerância.
Boletim CINC 01/24: Lei Maria da Penha nas Escolas
É devido a essa lei, considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das três
melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres, que se pode
contar hoje com uma rede de delegacias, juizados, defensorias, promotorias e serviços
socioassistenciais especializados no atendimento às mulheres em situação de violência. Com isso,
utilizar a Lei Maria da Penha, continua sendo fundamental, pois a violência doméstica deixa
marcas em muitas esferas da vida da mulher, dos familiares, conhecidos/as, e das/os filhas/os,
atingindo também, o desenvolvimento educacional.
No Estado de São Paulo, entre os avanços está a promulgação da Lei nº 17.431 de 2021, que
consolida a legislação paulista relativa à proteção da mulher, que em seu artigo 69, institui a
Campanha Estadual da Lei Maria da Penha nas escolas públicas e particulares, para contribuir com
o conhecimento da comunidade escolar acerca da Lei Maria da Penha, impulsionar as reflexões
sobre o combate à violência contra a mulher, conscientizar a comunidade escolar da importância
do respeito aos Direitos Humanos e da Lei do Feminicídio, prevenindo e evitando as práticas de
violência contra a mulher.
A referida lei estadual, também estabelece no artigo 26, a necessidade de o Poder Executivo
intensificar as ações de difusão de informações relacionadas ao combate do feminicídio. O artigo
71, determina enquanto conteúdo obrigatório no Ensino Fundamental e Médio a crítica da
violência doméstica e da discriminação de gênero, indicando que seja inserido o tema de forma
transversal nos currículos escolares, abrangendo todas as áreas do conhecimento e componentes
curriculares.
Boletim CINC 01/2024: Lei Maria da Penha nas Escolas
Em 10 de junho de 2021, houve a publicação da Lei Federal n. 14.164, que alterou a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), para incluir conteúdo sobre a prevenção da
violência contra a mulher nos currículos da educação básica, e instituiu a Semana Escolar de
Combate à Violência contra a Mulher. A nova legislação federal estabelece que conteúdos
relativos aos Direitos Humanos e à prevenção de todas as formas de violência contra a criança, o
adolescente e a mulher serão incluídos, como temas transversais, nos currículos observadas as
diretrizes da legislação correspondentes.
Na mesma direção, o Governo de São Paulo em 2023, implementou o Protocolo "Não se cale"
como parte de uma política pública para combater a violência contra a mulher em locais como
bares, baladas, restaurantes e casas de espetáculos. Este protocolo fornece diretrizes e
treinamento para os colaboradores desses estabelecimentos, visando ajudar vítimas de assédio,
abuso, violência e importunação, desde garantir sua saída segura até acionar os serviços de saúde
e segurança pública.
Nesse sentido, estudantes da rede precisam entender a pertinência da Lei Maria da Penha na
medida que coíbe e pune a violência doméstica e familiar contra a mulher, tipificando as formas
de violência e prevendo mecanismos de proteção da mulher em situação de violência. Assim, o
enfrentamento da violência pela lei não envolve apenas violência física, mas qualquer ação ou
omissão que cause danos, sofrimento, violação da dignidade, ofensa a honra e a subjetividade,
violação dos bens e patrimônios.
Boletim CINC 01/2024: Lei Maria da Penha nas Escolas
Para contribuir com esse trabalho, em fevereiro de 2020, a Secretaria da Educação do Estado
de São Paulo (SEDUC), apresentou o Documento Orientador “Campanha Estadual Maria da
Penha—Orientações para a rede paulista de ensino”, elaborado pelo Centro de Inclusão
Educacional (CINC), em parceria com o Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos
Direitos das Mulheres (NUDEM) da Defensoria Pública do Estado de São Paulo.
O documento traz subsídios para que a equipe escolar possa contribuir com o debate em sala
de aula, encarando o tema sem tabu e contribuindo para a prevenção às violências domésticas
e familiares, nas diferentes áreas do conhecimento. São apresentadas as legislações
relacionadas bem como propostas de atividades que podem ser desenvolvidas por docentes
da rede que atuam nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
A Defensoria Pública de São Paulo através do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos
Direitos das Mulheres (NUDEM) elaborou a Cartilha “Lei Maria da Penha: sua vida começa
quando a violência termina” com informações sobre direitos e algumas medidas que podem ser
tomadas para prevenir ou interromper a violência contra mulher, que pode ser compartilhada
com servidoras e prestadoras de serviços de todas escolas estaduais, membros de Associação
de Pais e Mestres (APM) e com mães e familiares de estudantes. A cartilha foi ilustrada por duas
estudantes da rede, Diretorias Regionais de Franca e Adamantina, que venceram um concurso
educacional, disponível AQUI.
Também lembramos que todas as escolas com turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA),
precisam discutir a Lei Maria da Penha com suas/seus estudantes no sentido de promover
uma conscientização sobre seus direitos e responsabilidades, capacitando-as/os para
reconhecerem e denunciarem situações de violência em seu meio familiar ou comunitário.
Além disso, a abordagem desse tema contribui para a formação de cidadãos mais críticos e
atuantes, fortalecendo valores de respeito, igualdade de gênero e justiça social. Ao
contextualizar a importância e o alcance dessa legislação, os estudantes podem se tornar
agentes de mudança em suas comunidades, combatendo a violência contra as mulheres e
promovendo relações mais saudáveis e equitativas.
Por fim, recomendamos que esse Boletim seja compartilhado com as todas as unidades
escolares, e que elas sejam orientadas por PECs e Supervisoras/es (Pontos Focais - Inclusão
Educacional -EDSG) para desenvolvimento das atividades sobre a Lei Maria da Penha com
estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental, Ensino Médio e da Educação de Jovens e
Adultos.
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Boletim CINC 01/2024: Lei Maria da Penha nas Escolas
Links Importantes:
Links Importantes:
Materiais Educativos: Instituto Pró Mundo. Era uma vez outra Maria:
https://www.youtube.com/watch?v=_-xxysp953s
Materiais Educativos: Instituto Pró Mundo. Manual M: Trabalhando com Mulheres Jovens:
https://promundo.org.br/recursos/manual-m/?lang=portugues,
Mecanismo para acelerar a participação política das mulheres na América Latina e no Caribe.
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Música Maria da Vila Matilde de Elza Soares: https://www.letras.mus.br/elza-soares/maria-
da-vila-matilde/
Música Mulher do Fim do Mundo (Clipe Oficial) de Elza Soares:
https://www.youtube.com/watch?v=6SWIwW9mg8s
Geledés Instituo da Mulher negra: https://www.geledes.org.br/
Projeto Gênero na Escola, realizado pela Ação Educativa com apoio do Fundo Malala:
http://generoeeducacao.org.br/
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/multidominio/genero/20163-estatisticas-de-genero-
indicadores-sociais-das-mulheres-no-brasil.html?=&t=o-que-e
Agência Notícias do IBGE: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-
agencia-de-noticias/noticias/25223-mercado-de-trabalho-reflete-desigualdades-de-
genero.
Instituto Maria da Penha: https://www.institutomariadapenha.org.br/
Painel da Violência contra Mulher/ Fórum Brasileiro de Segurança Pública
https://forumseguranca.org.br/painel-violencia-contra-a-mulher/
Plataforma Cfemea – Movimento e transformação:
https://www.cfemea.org.br/plataforma25anos/
Plataforma SOS Mulher: https://www.sosmulher.sp.gov.br/#sobre
Relatório: “Visível e invisível: A vitimização de mulheres no Brasil” (2023) Fórum Brasileiro de
Segurança Pública: https://forumseguranca.org.br/wp-
content/uploads/2023/03/visiveleinvisivel-2023-relatorio.pdf
Versão da música “Mulheres”, na composição de Doralyce e Silvia Duffrayer:
https://www.youtube.com/watch?v=klnlPtOaqSs
Vídeo: Por Que Xingamos Homens e Mulheres de Modo Diferente? | Valeska Zanello |
TEDxUniversidadedeBrasília. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=6kCoRgdeNNc