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CONTABILIDADE GESTÃO

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Claudia Pêgo | UAB | CONTABILIDADE GESTÃO


Conteúdo
Dicionário de Abreviaturas .................................................................................................................................................... 3
Capítulo 1 ................................................................................................................................................................................ 6
Noção de Contabilidade de Gestão ................................................................................................................................... 7
Subconjuntos da Contabilidade de Gestão ....................................................................................................................... 8
Capítulo 2 ................................................................................................................................................................................ 9
Conceitos e sua classificação ........................................................................................................................................... 10
Custos.................................................................................................................................................................................. 0
CIP ....................................................................................................................................................................................... 1
Consumo de Matéria-Prima ............................................................................................................................................... 2
Mão de obra direta ............................................................................................................................................................ 3
Mão de obra direta ............................................................................................................................................................ 4
Gastos Gerais de Fabrico .................................................................................................................................................... 5
CIPA e CIPV ......................................................................................................................................................................... 6
C.Complexivo e Resultado / Custos fixos e variáveis ........................................................................................................ 7
Capítulo 3 ................................................................................................................................................................................ 8
Resultado do exercício ....................................................................................................................................................... 9
Demonstração dos Resultados por naturezas ................................................................................................................. 10
Demonstração dos Resultados por naturezas ................................................................................................................. 11
Demonstração dos Resultados por funções .................................................................................................................... 12
Demonstração dos Resultados por funções .................................................................................................................... 13
Capítulo 4 .............................................................................................................................................................................. 14
Processos produtivos ....................................................................................................................................................... 15
Produção conjunta ........................................................................................................................................................... 16
Repartição dos custos conjuntos (produtos principais) .................................................................................................. 17
Repartição dos custos conjuntos (subprodutos e resíduos) ........................................................................................... 18
Utilidade e limitações na produção conjunta ................................................................................................................. 19
Capítulo 6 .............................................................................................................................................................................. 20
Sistemas de Custeio.......................................................................................................................................................... 21
Alternativas de custeio (custos fixos industriais) ............................................................................................................ 22
Sistema de custeio total completo .................................................................................................................................. 23
Sistema de custeio total racional ..................................................................................................................................... 24
Sistema de custeio total com imputação dos custos fixos industriais por quota teórica.............................................. 25
Sistema de custeio variável.............................................................................................................................................. 26
Utilização do sistema de custeio variável.................................................................................................................... 27
Sistemas de custeio e Resultados .................................................................................................................................... 28

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Resultados e valorização dos inventários ....................................................................................................................... 29
Capítulo 8 .............................................................................................................................................................................. 30
Método das secções homogéneas ................................................................................................................................... 31
Grupos de secções ............................................................................................................................................................ 32
Custo das Secções............................................................................................................................................................. 33
Apuramento do Custo das Secções.............................................................................................................................. 34
Imputação dos Custos das Secções e de Armazenagem ................................................................................................. 35
Armazéns de matérias – imputação às compras ......................................................................................................... 36
Armazéns de matérias – imputação aos consumos .................................................................................................... 37
Armazém de produtos acabados ................................................................................................................................. 38
Apuramento do Custo de produção ................................................................................................................................ 39
Apuramento do resultado ................................................................................................................................................ 40
Capítulo 9 .............................................................................................................................................................................. 41
Método de apuramento do custo industrial ................................................................................................................... 42
Método direto .................................................................................................................................................................. 43
Método indireto ............................................................................................................................................................... 44
Método direto versus Método indireto........................................................................................................................... 45
Capítulo 11 ............................................................................................................................................................................ 46
Enquadramento ................................................................................................................................................................ 47
Alterações no apuramento dos custos ............................................................................................................................ 48
Método ABC...................................................................................................................................................................... 49
Tipos de atividades na abordagem ABC .......................................................................................................................... 50
Método das secções homogéneas vs. Método ABC........................................................................................................ 51
Vantagens e dificuldades da implementação do ABC ..................................................................................................... 52
Tema ................................................................................................................................................................................. 53

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Dicionário de Abreviaturas
Monitor José Luís Silva

Abreviatura Descrição

𝐴𝑀𝑃 Armazém de matérias-primas

𝐴𝑃𝐴 Armazém de produtos acabados

𝑀𝑃 Consumo matéria-prima

𝐶𝐶 Custo Complexivo

𝐶𝑇 Custo de transformação

𝐶𝐼𝑃 Custo industrial de produção

𝐶𝐼𝑃𝐴 Custo industrial de produção acabada

𝐶𝐼𝑃𝑉 Custo industrial de produção vendida

𝐶𝑀𝑃 Custo médio ponderado

𝐶𝑃 Custo primo

𝐶𝑉 𝐼𝑛𝑑 𝑈𝑛𝑖𝑡 Custo variável industrial unitário

𝐶𝑉𝑅 Custo, volume, resultados

𝐶𝐴 Custos administrativos

𝐶𝐷 Custos distribuição

𝐶𝑃𝐸 Custos e perdas extraordinários

𝐶𝐹 Custos financeiros

𝐶𝐹 𝐼𝑛𝑑 Custos fixos industriais

𝐶𝐹’𝐼𝑛𝑑 Custos fixos industriais incorporados

𝐶𝐼𝑁𝐼 Custos industriais não incorporados

𝐶𝑉 𝐼𝑛𝑑 Custos variáveis industriais

𝐷𝑅𝐿 Demonstração de resultados líquidos

𝐷𝑅𝐹 Demonstração de resultados por funções

𝐷𝑅𝑁 Demonstração de resultados por naturezas

𝐹𝐼𝐹𝑂 First in first out

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𝐹𝑆𝐸 Fornecimentos e serviços externos

𝐺𝐴 Gastos administrativos

𝐺𝐷 Gastos de distribuição

𝐺𝐼𝐷 Gastos de inovação e desenvolvimento

𝐺𝐹 Gastos financeiros

𝐺𝐺𝐹 Gastos gerais de fabrico

𝐼𝑓𝑃𝑣𝑓 Inventários finais da Produção em vias de fabrico

𝐼𝑓𝑃𝐴 Inventários finais produtos acabados

𝐼𝑖𝑃𝑣𝑓 Inventários iniciais da Produção em vias de fabrico

𝐼𝑖𝑃𝐴 Inventários iniciais produtos acabados

𝐿𝐼𝐹𝑂 Last in first out

𝑀𝑂𝐷 Mão de obra direta

𝑀𝑂𝐼 Mão de obra indireta

𝑂𝐶𝑂𝑝 Outros custos operacionais

𝑃𝑆 Ponto de separação (produção conjunta e produção disjunta)

𝑃𝐴 Produção acabada

𝑃𝑛 Produção normal

𝑃𝑟 Produção real

𝑃𝑉𝐹 Produtos em vias de fabrico

𝑃𝐺𝐸 Proveitos e ganhos extraordinários

𝑃𝐹 Proveitos financeiros

𝑄𝑇 Quota teórica

𝑅𝐹 Rendimentos financeiros

𝑅𝐴𝐼 Resultado antes dos impostos

𝑅𝐵 Resultado bruto

𝑅𝐶 Resultado corrente

𝑅𝑂 Resultado operacional

𝑅𝑐𝑟 Resultados custeio racional

𝑅𝑐𝑡 Resultados custeio total

𝑅𝑐𝑣 Resultados custeio variável

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𝑆𝐶𝑇𝑄𝑇 Sistema de custeio com imputação dos custos fixos industriais por quota teórica

𝑆𝐶𝑇𝐶 Sistema de custeio total completo

𝑆𝐶𝑇𝑅 Sistema de custeio total racional

𝑆𝐶𝑉 Sistema de custeio variável

𝑈𝐼 Unidade de imputação

∆𝐼𝑐𝑟 Variação inventário custeio racional

∆𝐼𝑐𝑡 Variação inventário custeio total

∆𝐼𝑐𝑣 Variação inventário custeio variável

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Capítulo 1

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Noção de Contabilidade de Gestão
Monitor José Luís Silva Data 16 de março de 2019

Ideias gerais Notas

Contrariamente às primeiras décadas do século XX, os tempos atuais são caracterizados


por:

• Globalização das economias


• Encurtamento dos ciclos de vida dos produtos
• Primazia dada à satisfação do cliente
• Qualidade total
• Crescente peso da incorporação de intangíveis no valor final dos produtos
Objetivo central

Conseguir, face à Turbulência


mudança, a Termo instalado para definir as características instáveis, insuscetíveis de previsão,
sobrevivência e o sucesso das variáveis externas
da organização.

É a componente do
processo de gestão
centrada na utilização
eficiente e eficaz dos
recursos, que acrescenta
valor à organização, ao
comprovar de modo
contínuo se os mesmos
estão a ser corretamente
utilizados

Sumário / Fonte:

1 – Âmbito e objetivos da contabilidade de gestão (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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Subconjuntos da Contabilidade de Gestão
Monitor José Luís Silva Data 16 de março de 2019

Ideias gerais Notas

A Contabilidade de O ramo da Contabilidade de Gestão deve abranger três subconjuntos distintos, não
Gestão é uma ciência autónomos, de atividades e tecnologias:
contabilística
Contabilidade de gestão Contabilidade de gestão
Contabilidade de custos
operacional estratégica

Estas correspondem a diferentes estádios de evolução das organizações, caracterizadas


atualmente por:

• Operarem em contextos dinâmicos e competitivos


• Achatarem as suas estruturas
• Eliminarem a especialização funcional
• Eliminarem as divisões entre a organização, os fornecedores e clientes
• Compreenderem o seu núcleo de competências
• Integrarem os sistemas de informação e disponibilizá-los em tempo real
• Prescindirem de modalidades remotas de controlo

Em Embora a realidade organizacional tenda a seguir as características verificadas a nível


Portugal mundial, as referências formais ao tema foram as que constaram do Plano Oficial de
Contabilidade (hoje já ultrapassado), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47/1977, que referia
que:

“outros aspetos importantes não se focaram, destacando-se os que


respeitam à contabilidade de custos, analítica ou de gestão,
entendendo-se que os correspondentes desenvolvimentos devem ser
considerados a níveis setoriais e numa fase posterior, embora com a
desejável brevidade”

Sumário / Fonte:

1 – Âmbito e objetivos da contabilidade de gestão (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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Capítulo 2

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Conceitos e sua classificação
Monitor José Luís Silva Data 16 de março de 2019

Ideias gerais Notas

Surge no momento do consumo; é a expressão monetária do


Gasto
consumo de meios se exploração
Conceitos económicos Valor dos recursos utilizados numa organização, incluído no
Custo
conceito de Gasto
Despesa Verifica-se quando nasce a obrigação de pagar
O resultado de um
determinado exercício Pagamento Verifica-se quando se dá a saída dos meios monetários
económico resulta da
diferença entre os Rendimento Referem-se aos benefícios da atividade (inclui réditos e ganhos)
Rendimentos verificados
nesse exercício e os Rédito Rendimento proveniente das atividades correntes
Gastos em que foi
necessário incorrer para Receita Verifica-se quando nasce o direito de receber
gerar esses rendimentos.
Recebimento Verifica-se quando se dá a entrada dos meios monetários

Gastos por Gastos de Funcionamento dos armazéns de matérias e de produtos


Funções/atividades Aprovisionamento acabados e semiacabados
Gasto de Produção ou Valorização dos recursos utilizados na fabricação dos
industriais produtos ou prestação de serviços
Gastos de distribuição Funcionamento da estrutura Comercial
Gastos
Funcionamento da estrutura Administrativa
administrativos
Gastos de
Atividades relacionadas com a pesquisa de novos
Investigação e
produtos, serviços, tecnologias e métodos
Desenvolvimento
Funcionamento de qualquer estrutura da empresa,
Gastos financeiros identificando-se com o custo associado à utilização de
capitais alheios

Sumário / Fonte:

2 – Conceitos, classificação de custos e apuramento do custo de produção (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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Custos
Monitor José Luís Silva Data 16 de março de 2019

Ideias gerais Notas

Objeto de custeio A determinação de custos pressupõe a existência de uma realidade ou grandeza que se
pretende realizar, seja ela uma atividade, uma função, um departamento, um produto ou
serviço, etc.

Custo direto Custo indireto


 Correspondem a custos  Identificam-se com custos que respeitam
exclusiva e especificamente de simultaneamente a vários objetos de custeio
um determinado objeto  Pressupõem critérios de imputação aos
 Não ocorreriam se o objeto de diferentes objetos de custeio
custeio não existisse  Pela subjetividade implícita, podem ser
 Fácil determinação questionáveis

Custos dos Produtos / O Custo do produto é o montante que lhe é atribuído para efeitos da valorização dos
Custos do Período respetivos inventários.

O Gasto do período é o valor do custo referente às unidades vendidas (único a afetar o


resultado).

Regra geral, só os custos industriais são inventariáveis, sendo que os gastos das restantes
funções afetam sempre o resultado do período em que ocorrem.

Período de referência
usual – mês civil

Sumário / Fonte:

2 – Conceitos, classificação de custos e apuramento do custo de produção (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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CIP
Monitor José Luís Silva Data 17 de março de 2019

Ideias gerais Notas

Relativamente aos custos industriais, podem considerar-se o conceito de Custo Industrial


da Produção (CIP), que é composto pelas seguintes categorias:

• Consumo de Matéria-Prima (MP)


• Mão de obra direta (MOD)
• Gastos gerais de fabrico (GGF)

O Custo industrial da produção (CIP) identifica-se com o somatório dos custos da Função
industrial registados ao longo do período, e podem ser classificados em duas
componentes:

• Consumo de matéria-prima
• Custos de transformação

Nos custos de transformação encontra-se incluído o consumo de matéria subsidiária.

Matéria-prima Mão de obra direta

Custo direto Gastos gerais de fabrico

Custo industrial de produção Despesas

Gastos totais Lucro Produto

Sumário / Fonte:

2 – Conceitos, classificação de custos e apuramento do custo de produção (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)
http://blog.mepassaai.com.br/tres-elementos-do-custo-de-fabricacao/

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Consumo de Matéria-Prima
Monitor José Luís Silva Data 16 de março de 2019

Ideias gerais Notas

O consumo de matéria-prima constitui um custo direto do produto, cujo montante


dependerá da quantidade consumida e do respetivo custo unitário.

Este custo unitário poderá incluir:

Custo da
Custos suportados até à chegada da matéria à empresa
aquisição
Eventuais custos que se verifiquem internamente e que
Custos internos devam ser imputados às matérias antes de se registar a sua
em entrada em armazém

A quantidade consumida poderá ser calculada a partir das requisições feitas ao armazém
de matérias, onde se deverá registar não só a quantidade requisitada, mas também o
objeto de custeio em que vai ser incorporada.

O valor a atribuir às matérias consumidas será função do custo a que se encontram


registadas em inventário e do critério valorimétrico utilizado (FIFO, LIFO, CMP, ou outro).

O facto de adotarmos o critério de CMP leva a que tantos os consumos como o inventário
final se encontrem valorizados ao mesmo custo unitário.

O consumo pode ser determinado conforme abaixo:

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 + 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑛𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 − 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑛𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

As compras líquidas podem ser apuradas da seguinte forma:


𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 = 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 − 𝐷𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢çõ𝑒𝑠 − 𝐷𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 − 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠

Sumário / Fonte:

2 – Conceitos, classificação de custos e apuramento do custo de produção (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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Mão de obra direta
Monitor José Luís Silva Data 16 de março de 2019

Ideias gerais Notas

A mão de obra direta identifica-se com os custos associados à remuneração dos


trabalhadores, cuja atividade é específica da produção de determinado produto ou
serviço.

É necessário considerar-se o número de horas registadas por objeto de custeio e o


respetivo custo horário.

O custo horário deverá ponderar não só a remuneração do trabalhador, mas também os


encargos com remunerações que lhe estão associados.

Visto que o pagamento é irregular ao longo do ano (atendendo a variáveis como férias,
etc.), é necessário proceder à especialização mensal, de forma a poder ser efetuado um
cálculo dos encargos mensalmente.

Esta especialização mensal consegue-se a partir de uma taxa teórica que vai permitir a
distribuição dos mesmos de forma regular ao longo do período de laboração.

Um
trabalhador

11 meses
produtividade

14 meses
remunerações

Sumário / Fonte:

2 – Conceitos, classificação de custos e apuramento do custo de produção (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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Mão de obra direta
Monitor José Luís Silva Data 16 de março de 2019

Ideias gerais Notas

Os encargos com as remunerações (encargos sociais) correspondem ao valor total


despendido pela empresa que não sejam contrapartida direta dos meses trabalhados.

A taxa de encargos sociais teórica é calculada da seguinte forma (exemplo para uma
remuneração mensal de 1.500 €):

Ordenados (tempo
Encargos sociais
de trabalho)

1500 × 11 = 16500 Mês de férias 1500,00


Subsídio de férias 1500,00
Subsídio de Natal 1500,00
Segurança Social 1500 × 14 × 0,2375 = 4987,50
Seguro de A.T. e outros 412,50
encargos
Total 𝟏𝟔𝟓𝟎𝟎, 𝟎𝟎 Total 𝟗𝟗𝟎𝟎, 𝟎𝟎

𝐸𝑛𝑐𝑎𝑟𝑔𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 9900


𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑐𝑎𝑟𝑔𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 = = = 0,60 = 𝟔𝟎%
𝑂𝑟𝑑𝑒𝑛𝑎𝑑𝑜𝑠 16500

O custo horário a considerar no cálculo da MOD vai ser acrescido, neste caso, de 60% para
encargos sociais:

𝑀𝑂𝐷 = 𝑁. º 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 × 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑜 × 1,60

Sumário / Fonte:

2 – Conceitos, classificação de custos e apuramento do custo de produção (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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Gastos Gerais de Fabrico
Monitor José Luís Silva Data 16 de março de 2019

Ideias gerais Notas

Esta componente vai incluir todas as restantes naturezas de custos industriais:

• Mão de obra indireta (MOI)


• Consumos de água, eletricidade e combustíveis
• Consumo de matérias subsidiárias
• Amortização de edifícios e equipamentos
• Seguros (exceto os que respeitam a pessoal
• Rendas
• Etc.

Verifica-se que é um conjunto muito heterogéneo, e respeita a custos maioritariamente


considerados indiretos no que se refere à sua relação com o objeto de custeio.

Alguns deles poderão ser comuns a vários objetos de custeio.

Calculadas as três componentes do CIP, estas podem ser agrupadas de modo a identificar
os custos diretos (MP e MOD) e os custos indiretos (GGF) do objeto de custeio:

Custo direto
do produto 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑃𝑟𝑖𝑚𝑜 (𝐶𝑃) = 𝑀𝑃 + 𝑀𝑂𝐷

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 (𝐶𝑇) = 𝑀𝑂𝐷 + 𝐺𝐺𝐹

Custo
industrial

Sumário / Fonte:

2 – Conceitos, classificação de custos e apuramento do custo de produção (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)
https://slideplayer.com.br/slide/9051781/

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CIPA e CIPV
Monitor José Luís Silva Data 16 de março de 2019

Ideias gerais Notas

Custo industrial da Corresponde ao valor a atribuir aos produtos acabados durante o período,
produção acabada independentemente do momento em que são iniciados.

Tem de incorporar, para além dos custos industriais que ocorreram no período (CIP), como
também o valor de eventual produção não acabada (produção em vias de fabrico)
existente no início e no fim do período.
A valorização da
𝐶𝐼𝑃𝐴 = 𝐶𝐼𝑃 + 𝐼𝑖𝑃𝑣𝑓 − 𝐼𝑓𝑃𝑣𝑓
produção em vias de
fabrico é sempre 𝐶𝐼𝑃𝐴
𝐶𝐼𝑃𝐴 (𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜) =
bastante subjetiva 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎
Este custo unitário vai permitir valorizar os produtos vendidos, bem como os inventários
em armazém no final do mês.

O CIPV, ou Custo das vendas, corresponde ao montante de custos industriais incorporados


Custo industrial da nos produtos/serviços vendidos durante determinando período, independentemente do
Produção vendida momento em que foram produzidos.

𝐶𝐼𝑃𝑉 = 𝐶𝐼𝑃𝐴 + 𝐼𝑖𝑃𝐴 − 𝐼𝑓𝑃𝐴


Este custo será repercutido na Demonstração de Resultado por Funções (DRF).

Quanto aos gastos não industriais, pode falar-se em:

• Gastos de Distribuição (GD)


• Gastos Administrativos (GA)
• Gastos de Inovação de Desenvolvimento (GID)
• Gastos Financeiros (GF) / Rendimentos Financeiros (RF)

A soma algébrica destas naturezas de gastos corresponde ao Custo Comercial em sentido


lato.

𝐶𝐶 = 𝐺𝐷 + 𝐺𝐴 + 𝐺𝐼𝐷 + 𝐺𝐹

Sumário / Fonte:

2 – Conceitos, classificação de custos e apuramento do custo de produção (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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C.Complexivo e Resultado / Custos fixos e variáveis
Monitor José Luís Silva Data 16 de março de 2019

Ideias gerais Notas

Custo complexivo Corresponde a todos os custos que afetam o resultado de um determinado período

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑥𝑖𝑣𝑜 = 𝐶𝐼𝑃𝑉 + 𝐶. 𝐶𝑜𝑚𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙

Resultado O Resultado pode ser evidenciado de acordo com a contribuição de cada função para a
sua formação, originando vários conceitos de resultados parcelares:

𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑏𝑟𝑢𝑡𝑜 (𝑅𝐵) = 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 − 𝐶𝐼𝑃𝑉


𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑅𝑂) = 𝑅𝐵 − 𝐺𝐷 − 𝐺𝐴 − 𝐺𝐼𝐷 − 𝑂𝐺
𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 (𝑅𝐴𝐼) = 𝑅𝑂 + 𝑅𝐹 + 𝐺𝐹

Custos fixos e variáveis


Relativamente à forma como os custos se comportam face a variações do nível de
atividade, podemos falar de dois grupos:

Custos
Cujo valor global vai depender do nível de atividade
Variáveis
Numa perspetiva de curto prazo, o montante mantém-se
Custos fixos
constante, independentemente da atividade desenvolvida

A definição de atividade depende da natureza do custo que se está a analisar:

Custos industriais Custos não industriais

Variabilidade em função da quantidade Variabilidade em função da quantidade


produzida vendida

Sumário / Fonte:

2 – Conceitos, classificação de custos e apuramento do custo de produção (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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Capítulo 3

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Resultado do exercício
Monitor José Luís Silva Data 17 de março de 2019

Ideias gerais Notas

Matching entre O resultado de um determinado período de tempo (exercício económico) obtém-se pela
rendimentos e gastos diferença entre os rendimentos reconhecidos nesse mesmo período e os gastos que se
suportaram, necessários para a formação desses rendimentos.

No que respeita aos custos de produção (ou industriais) deve ser apenas considerado
como gasto o custo dos produtos vendidos e requer (genericamente) que seja feita a
especialização económica de gastos a imputar ao exercício, relativamente a despesas ou
pagamentos que ocorram fora do período de tempo de referência.

Exemplo de uma
demonstração de
resultado do exercício

Sumário / Fonte:

3 – Demonstração dos resultados por naturezas e por funções | O apuramento de resultados (livro Temas de
Contabilidade de Gestão - …)
https://www.treasy.com.br/blog/resultado-operacional-e-resultado-liquido/

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Demonstração dos Resultados por naturezas
Monitor José Luís Silva Data 17 de março de 2019

Ideias gerais Notas

A DRN é uma das peças contabilísticas, de caráter obrigatório, elaborada no âmbito da


Contabilidade Financeira.

Mas, caso seja considerado relevante, a DRN também poderá ser preparada no âmbito da
Contabilidade de Gestão.

DRN aplicada à:
O fim do exercício • Elaborada no fim de cada exercício económico, após as
económico é geralmente Contabilidade operações de apuramento de resultados
coincidente com o ano Financeira • Gastos e rendimentos evidenciados atendendo à sua natureza
civil • Objetivo – calcular o resultado líquido do exercício
• Reporta-se a períodos de tempo mais curtos que o exercício
económico
• O cálculo do “Custo das Matérias consumidas” resulta da
valorização das matérias-primas, matérias subsidiárias (e
outras matérias consumidas, desde que saiam do armazém, e
não sejam contabilizadas como FSE), atendendo ao critério de
Contabilidade valorimetria adotado pela empresa
de Gestão • A rubrica “Variação de Inventários da Produção” assume uma
importância fundamental na elaboração da DRN (quando se
está a trabalhar com empresas industriais ou de prestação de
serviços)
o A inclusão desta rubrica na DRL tem como objetivo
permitir o apuramento dos resultados na ótica dos
produtos ou serviços que são vendidos

Sumário / Fonte:

3 – Demonstração dos resultados por naturezas e por funções | O apuramento de resultados (livro Temas de
Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Demonstração dos Resultados por naturezas
Monitor José Luís Silva Data 17 de março de 2019

Ideias gerais Notas

A “variação de inventários da produção” é a diferença algébrica entres os inventários


finais e iniciais de produtos acabados e intermédios, subprodutos, desperdícios, resíduos
e refugos, e produtos e trabalhos em curso.

Esta diferença é corrigida pela regularização de inventários.

Nas naturezas de gastos evidenciadas, a parte correspondente à função industrial respeita


apenas aos custos industriais ocorridos no período (CIP). Atendendo a que se pretende
considerar a produção vendida, então é necessário efetuar o seguinte cálculo:

𝐶𝐼𝑃𝑉 = 𝐶𝐼𝑃 ± (𝐼𝑖𝑃𝐴 − 𝐼𝑓𝑃𝐴) ± (𝐼𝑖𝑃𝑣𝑓 − 𝐼𝑓𝑃𝑣𝑓)

∆𝑃𝐴 ∆𝑃𝑣𝑓

Modelo da DRN
(Portaria nº 220_2015, de
24-07)

Sumário / Fonte:

3 – Demonstração dos resultados por naturezas e por funções | O apuramento de resultados (livro Temas de
Contabilidade de Gestão - …)

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Demonstração dos Resultados por funções
Monitor José Luís Silva Data 17 de março de 2019

Ideias gerais Notas

A DRF caracteriza-se por ser elaborada atendendo às funções desenvolvidas na


organização, que podem ser:

Função industrial • Rubrica “Custo das vendas e dos serviços prestados”


Função distribuição (ou
• Rubrica “Gastos de distribuição”
comercial)
Função administrativa • Rubrica “Gastos administrativos”
Gastos de investigação e
• Rubrica “Gastos de investigação e desenvolvimento”
desenvolvimento
Função financeira • Rubrica “Gastos de financiamento (líquidos)”

Modelo da DRF
(Portaria nº 220_2015, de
24-07)

Sumário / Fonte:

3 – Demonstração dos resultados por naturezas e por funções | O apuramento de resultados (livro Temas de
Contabilidade de Gestão - …)

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Demonstração dos Resultados por funções
Monitor José Luís Silva Data 17 de março de 2019

Ideias gerais Notas

Devem ainda salientar-se os seguintes aspetos:

• O custo das vendas corresponde ao custo industrial dos produtos vendidos e/ou
dos serviços prestados (CIPV)
• Existem situações em que é necessário recorrer à rubrica “Custos Industriais não
incorporados” (CINI)
• Os resultados apurados nas DRFs e nas DRNs no final do exercício económico são,
regra geral, os mesmos

Relativamente à rubrica CINI, esta acontece quando, por exemplo, i) a empresa adota
determinado sistema de custeio que não lhe permite imputar ao custo dos produtos todos
os custos fixos industriais ocorridos (custeio variável, custeio racional e imputação dos
custos fixos por quotas teóricas, etc.), ii) existem diferenças de imputação resultantes da
imputação de encargos estimados (encargos sociais, amortizações, seguros, etc.) e iii)
sempre que sejam apurados desvios contabilísticos no âmbito do sistema de custeio
básico.

Poderão existir divergências nos casos em que as demonstrações sejam construídas para
períodos de tempo mais curtos, visto que:

DRN DRF

 Regista os encargos pelos valores  Regista mensalmente um duodécimo


realmente processados dos encargos totais estimados para o
exercício

Sumário / Fonte:

3 – Demonstração dos resultados por naturezas e por funções | O apuramento de resultados (livro Temas de
Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Capítulo 4

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Processos produtivos
Monitor José Luís Silva Data 13 de abril de 2019

Ideias gerais Notas

Processos produtivos Os processos produtivos das empresas podem ser simples ou múltiplos.

Processos
• Objeto é a fabricação de um único produto
produtivos simples
• Processos através dos quais se obtêm vários produtos
diferentes
Processos
• Podem ser:
produtivos múltiplos
o Disjuntos
o conjuntos

Produção disjunta
É um regime de fabricação múltipla em que, a partir da transformação das matérias-
primas, se obtêm vários produtos autónomos, isto é, que não verificam qualquer relação
de interdependência e que, por isso, podem ser produzidos independentemente uns dos
outros.

Produção conjunta É um regime de fabricação múltipla em que, a partir de uma mesma ou de um conjunto
de matérias-primas, se obtêm vários produtos interdependentes, não sendo possível
fabricar um sem que, obrigatoriamente, se obtenha por arrastamento, o outro ou os
outros.

Neste tipo de processo existe normalmente uma fase conjunta da produção e uma fase
disjunta. O momento do processo produtivo em que os produtos se autonomizam designa-
se por ponto de separação (PS).

Fase 1 Fase 2, 3, …, n
PS
Vinhos de mesa

Vinhos finos
Exemplo de uma
produção conjunta Suco de uva
Processo Espumantes
comum de
in natura
produção Coolers

Quentão

Suco de uva

Sumário / Fonte:

4 – Produção conjunta (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Produção conjunta
Monitor José Luís Silva Data 13 de abril de 2019

Ideias gerais Notas

Como consequência da produção conjunta, surgem dois conceitos de custo distintos:

Tipologia de custos Custos conjuntos ou comuns Custos específicos

 Correspondem à fase conjunta da  Respeitam à fase disjunta da produção


produção (Fase 1) (Fase 2, …, n)
 Respeitam simultaneamente a mais  Respeitam a cada um dos produtos
do que um produto separadamente
 Não é possível conhecer o valor a  São possíveis de imputar, de forma
imputar a cada um deles fiável, aos vários produtos

Em regime de produção conjunta, e para efeitos contabilísticos, os produtos podem ser


Tipologia de produtos classificados em três tipos:

• Constituem o objeto principal da atividade da empresa


Produtos
• Valor comercial mais elevado quando comparados com os
principais ou
outros produtos que resultam de um regime de fabrico
coprodutos
conjunto
• Não constituem o objeto principal da atividade da empresa
• São obtidos por arrastamento da fabricação dos produtos
Subprodutos principais
• Têm geralmente valor comercial, mas este tende a ser inferior
aos dos produtos principais
Resíduos, • Produtos que podem ou não ter valor comercial
desperdícios • Podem originar custos adicionais, como, por exemplo, custos
e refugos de remoção e de transporte

Sumário / Fonte:

4 – Produção conjunta (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Repartição dos custos conjuntos (produtos principais)
Monitor José Luís Silva Data 13 de abril de 2019

Ideias gerais Notas

O problema fundamental nos regimes de produção conjunta reside na necessidade de


repartição dos custos conjuntos pelos vários tipos de produtos, de modo a ser possível
determinar o custo industrial unitário de cada um deles.

Para tal, existem critérios de repartição de custos conjuntos pelos produtos principais,
subprodutos e resíduos.

Existem duas abordagens possíveis:


Critérios de repartição
dos custos conjuntos • Utilizar uma medida de volume (p. ex., a quantidade produzida)
pelos produtos principais • Atender ao valor comercial de cada produto principal (p. ex., o valor de venda da
produção e o valor de venda da produção no ponto de separação)

Atendendo às abordagens mencionadas, os três critérios de repartição mais


frequentemente utilizados são:

• O critério apenas pode ser utilizado quando os produtos


principais se encontram na mesma unidade de medida
Quantidade
• Tem como desvantagem o facto de não atender ao valor
produzida
comercial dos produtos nem aos seus custos específicos
industriais e não industriais
• Também chamado como valor de venda potencial
• Este critério ultrapassa as limitações do anterior, ao possibilitar
Valor da venda
a sua aplicação a produtos expressos em unidades de medida
da produção
diferentes e ao ponderar o valor comercial de cada produto
• À semelhança do anterior, não pondera os custos específicos
• Os custos conjuntos são repartidos pelos produtos principais
proporcionalmente ao valor de venda da produção no ponto de
Valor de venda
separação (valor de venda da produção deduzido de todos os
da produção no
custos específicos industriais e não industriais)
ponto de
• Considera para a repartição não só o valor comercial dos
separação
produtos, mas também os respetivos custos específicos
industriais e não industriais

Sumário / Fonte:

4 – Produção conjunta (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Repartição dos custos conjuntos (subprodutos e resíduos)
Monitor José Luís Silva Data 13 de abril de 2019

Ideias gerais Notas

Critérios de repartição O regime de fabrico conjunto pode originar a fabricação de produtos principais, mas
dos custos conjuntos também de subprodutos. Apesar de os subprodutos terem geralmente um valor comercial
pelos subprodutos inferior ao dos produtos principais, a sua existência afeta a repartição dos custos
conjuntos.

Existem dois critérios possíveis, consoante os subprodutos tenham ou não valor comercial:

• Atribui ao subproduto um resultado nulo


• Os custos conjuntos a imputar devem ser iguais ao valor de
venda da produção do subproduto deduzido de todos os
Lucro nulo custos específicos industriais e não industriais que lhe estão
associados
• Critério tendencialmente mais utilizado, pois os subprodutos
têm geralmente valor comercial
• Assume que o subproduto não tem qualquer custo
• Os custos industriais são imputados na totalidade aos
Custo nulo produtos principais
• Utiliza-se este critério no caso de o subproduto não ter valor
comercial

Critérios de repartição O regime de fabrico conjunto pode ainda originar a obtenção de resíduos.
dos custos conjuntos
Os resíduos podem ter, regular ou esporadicamente, um valor comercial, originando
pelos resíduos
geralmente custos adicionais.

Aos resíduos é possível aplicar os critérios descritos para os subprodutos.

Contudo, se os resíduos tiverem regularmente valor comercial é preferível adotar o


critério do lucro nulo enquanto que, se não tiverem regularmente valor comercial, será
mais adequada a adoção do critério de custo nulo.

Sumário / Fonte:

4 – Produção conjunta (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Utilidade e limitações na produção conjunta
Monitor José Luís Silva Data 13 de abril de 2019

Ideias gerais Notas

Utilidade
• A utilização de critérios de repartição dos custos conjuntos pelos vários produtos
surge da necessidade de se calcular o custo industrial unitário de cada produto
pelo menos para efeitos de:
o Elaboração do Balanço – necessário mensurar inventários de produtos
acabados, subprodutos e resíduos no final do período
o Apuramento dos resultados para apresentação da Demonstração dos
Resultados por Natureza (determinação da variação da produção) e por
Funções (apuramento do custo das vendas e, consequentemente, do
resultado bruto)

Limitações
• Devido ao facto de se terem utilizado critérios para repartir os custos conjuntos e
dada a própria natureza dos regimes de produção conjunta, a informação que é
obtida não permite tomar decisões de gestão relativamente a cada um dos
produtos individualmente considerados, como por exemplo:
o Aumento ou redução da produção – As decisões só podem ser tomadas
a partir do resultado global dos vários produtos obtidos em regime de
produção conjunta; efetivamente, não é possível tomar decisões de
aumentar a fabricação de um produto isoladamente, visto que tal
decisão afetará obrigatória e necessariamente a fabricação de outro ou
outros
o Grau de transformação dos produtos obtidos no ponto de separação
– as decisões relativas à venda de produtos numa determinada fase de
acabamento ou noutra não podem ser tomadas com base nos custos
industriais unitários; tais decisões devem ser tomadas comparando
rendimentos adicionais com os custos específicos dos produtos que
aquelas ocasionaram

Sumário / Fonte:

4 – Produção conjunta (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Capítulo 6

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Sistemas de Custeio
Monitor José Luís Silva Data 13 de abril de 2019

Ideias gerais Notas

O custo dos produtos fabricados e/ou dos serviços prestados é, normalmente,


determinado pelos respetivos custos de natureza industrial.

Tipologia Natureza Descrição


Diretos • Originados especificamente pelos produtos e serviços
Diretos ou
• Originados sem uma relação direta com os produtos e
indiretos Indiretos
serviços
• Verificam uma relação de causalidade direta com o
nível de produção
Variáveis
• São inequivocamente imputáveis aos produtos
produzidos nesse período
• Geralmente associados a uma determinada capacidade
Variáveis instalada
ou fixos • Mantêm-se inalterados seja qual for o nível de
utilização dessa capacidade
Fixos
• Quando a capacidade instalada não estiver a ser
utilizada, pode ser considerada como custos de
subatividade, sendo discutível se deve fazer parte do
custo dos produtos

Sumário / Fonte:

6 – Sistemas de custeio (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Alternativas de custeio (custos fixos industriais)
Monitor José Luís Silva Data 13 de abril de 2019

Ideias gerais Notas

Existem várias alternativas de custeio consoante o tratamento dado aos custos fixos
industriais:

Sistemas de • Tanto os custos variáveis industriais como os fixos


custeio total industriais são incluídos no custo do produto ou serviço
Sistemas de • Apenas os custos variáveis industriais são considerados
custeio variável como custos do produto ou serviço

A opção por uma alternativa ou outra determina que custo dos produtos/serviços seja
valorizado de forma distinta, com os consequentes reflexos em termos de resultados.

Custos fixos industriais incorporados no Custos fixos industriais não incorporados


custo dos produtos/serviços no custo dos produtos/serviços

 Afetam os resultados do período por  Afetam diretamente os resultados do


via do respetivo valor que é período, numa rubrica própria de
repercutido no Custo das Vendas ou Demonstração de Resultados,
no CIPV designada por Custos Industriais não
Incorporados (CINI)

A problemática inerente aos diferentes sistemas de custeio centra-se na escolha da


alternativa que melhor associe os custos fixos de natureza industrial efetivamente
ocorridos em determinado período com a produção e as vendas desse mesmo período,
ou seja, que melhor permita que os resultados traduzam com razoabilidade as condições
de exploração verificadas no período.

Sumário / Fonte:

6 – Sistemas de custeio (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Sistema de custeio total completo
Monitor José Luís Silva Data 14 de abril de 2019

Ideias gerais Notas

O Sistema de custeio total é o método de apuramento do custo dos produtos/serviços


que inclui, para além dos custos variáveis industriais, os custos fixos desta natureza,
verificados num dado período.

Dependendo do grau de incorporação dos custos fixos industriais, poderemos ter


diferentes alternativas:

• Sistema de custeio total completo (SCTC)


• Sistema de custeio total racional (SCTR)
• Sistema de custeio com imputação dos custos fixos industriais por quota teórica
(SCTQT)

Sistema de custeio total completo

Caracteriza-se pela incorporação no custo dos produtos/serviços dos custos variáveis


industriais e da totalidade dos custos fixos industriais ocorridos em determinado período;
da determinação do CIPA é feita da seguinte forma:

𝐶𝐼𝑃𝐴 = 𝐶𝑉 𝐼𝑛𝑑 𝑈𝑛𝑖𝑡 × 𝑃𝑟 + 𝐶𝐹𝐼𝑛𝑑


Quando exista
subutilização da
capacidade instalada e a
produção do período for
superior às vendas do
mesmo, este sistema
permite diferir os custos
da subatividade
correspondentes às
unidades produzidas e
não vendidas, para
períodos seguintes.

Sumário / Fonte:

6 – Sistemas de custeio (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Sistema de custeio total racional
Monitor José Luís Silva Data 14 de abril de 2019

Ideias gerais Notas

De acordo com este sistema, o custo dos produtos/serviços inclui, para além dos custos
variáveis industriais, apenas parte dos custos fixos industriais.
Aplica-se quando a
produção real difere de Custos fixos industriais a incorporar no CIPA:
uma forma substancial da
𝑃𝑟
produção considerada 𝐶𝐹 ′ 𝐼𝑛𝑑 = 𝐶𝐹 𝐼𝑛𝑑 ×
𝑃𝑛
normal, ou seja, quando
se labora a níveis A determinação do CIPA é dada então pela seguinte expressão:
substancialmente 𝑃𝑟
inferiores aos da 𝐶𝐼𝑃𝐴 = 𝐶𝑉 𝐼𝑛𝑑 𝑈𝑛𝑖𝑡 × 𝑃𝑟 + 𝐶𝐹 𝐼𝑛𝑑 × 𝑃𝑟 < 𝑃𝑛
𝑃𝑛
capacidade instalada.

A diferença entre a totalidade dos custos fixos industriais ocorridos num dado período e
os custos fixos industriais incorporados no custo dos produtos (𝐶𝐹 𝐼𝑛𝑑 − 𝐶𝐹′𝐼𝑛𝑑) é
considerada como um custo do período e, portanto, incluída na DR na rubrica Custos
industriais não incorporados (CINI).

Quando a capacidade normal da empresa está a ser plenamente utilizada, a produção real
é igual à produção normal, logo todos os custos fixos industriais do mês são custos do
produto, não havendo por isso distinção entre SCTR e SCTC.

Sumário / Fonte:

6 – Sistemas de custeio (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Sistema de custeio total com imputação dos custos fixos industriais por quota teórica

Monitor José Luís Silva Data 14 de abril de 2019

Ideias gerais Notas

Os níveis de atividade de uma organização nem sempre se desenvolvem de forma regular


ao longo do ano, existindo por vezes fatores diversos que determinam a sazonalidade das
vendas ou da produção.

Nestes casos, coloca-se a necessidade de repartir os custos fixos industriais anuais


uniformemente pelos vários meses do ano, independentemente do volume de produção
efetivamente registado nesse mês, para que os efeitos da sazonalidade não afetem os
custos dos produtos nos meses de maior ou menor atividade.

A determinação do CIPA é realizada então da seguinte forma:

𝐶𝐼𝑃𝐴 = 𝐶𝑉 𝐼𝑛𝑑 𝑈𝑛𝑖𝑡 × 𝑃𝑟 + 𝑄𝑇 × 𝑃𝑟


A diferença entre o total
dos custos fixos
industriais registados em A quota teórica identifica-se com o custo fixo unitário médio anual, que é calculado
determinado período e dividindo os custos fixos industriais estimados para determinado nível de atividade
os imputados a esse previsto em termos anuais, pela produção anual prevista.
mesmo período através
da utilização de uma
quota teórica é
considerada como um
custo do período, logo
incluída na DR desse
mês, na rubrica de
Custos industriais não
incorporados (CINI).

A diferença pode ser


positiva ou negativa,
consoante a atividade
real observada for
inferior ou superior à
atividade média anual.

Sumário / Fonte:

6 – Sistemas de custeio (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Sistema de custeio variável
Monitor José Luís Silva Data 14 de abril de 2019

Ideias gerais Notas

De acordo com este sistema, apenas os custos variáveis industriais são considerados como
custos do produto/serviço e a determinação do CIPA é dada pela seguinte expressão:

𝐶𝐼𝑃𝐴 = 𝐶𝑉 𝐼𝑛𝑑 𝑈𝑛𝑖𝑡 × 𝑃𝑟

Os custos fixos industriais (𝐶𝐹 𝐼𝑛𝑑) não dependem do nível de produção, estando antes
relacionados com o período de tempo e, portanto, não são incorporados no custo dos
produtos, sendo antes considerados na sua totalidade como custos do período em que
ocorrem, incluídos na DR, rubrica do CINI.

Dentro desta alternativa de custeio surge por vezes referenciado o denominado Sistema
de custeio super variável (Throughput Costing), segundo o qual apenas as matérias diretas
são consideradas como custos dos produtos/serviços, sendo custos do período tanto os
custos de transformação variáveis, como os custos fixos industriais, diretos ou indiretos.
Trata-se de uma proposta recente, que visa diminuir os custos inventariáveis,
considerando que na realidade a maior parte dos custos de transformação têm caráter
fixo, numa ótica de curto prazo.

Sumário / Fonte:

6 – Sistemas de custeio (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Utilização do sistema de custeio variável
Monitor José Luís Silva Data 14 de abril de 2019

Ideias gerais Notas

O sistema de custeio variável conduz à determinação de resultados contabilísticos


coerentes com a análise Custo / Volume / Resultados (CVR), mesmo quando a produção
do período difira significativamente das vendas, uma vez que considera todos os custos
fixos industriais ocorridos em dado período como custos a afetar o resultado desse
período.

A utilização deste sistema proporciona informação que se reveste de grande utilidade para
a toma de decisões por parte dos gestores, como:

Decidir sobre uma melhor utilização a curto prazo da capacidade instalada

Efetuar uma análise de sensibilidade dos resultados face a variações do volume de


atividade
Analisar os resultados dos diferentes produtos e das diferentes estratégias de
marketing

As vantagens da utilização deste sistema de custeio devem ser entendidas no


enquadramento do comportamento dos custos face a variações do nível de atividade,
principalmente numa ótica de curto prazo e dentro de determinado intervalo de volume
relevantes.

Sumário / Fonte:

6 – Sistemas de custeio (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Sistemas de custeio e Resultados
Monitor José Luís Silva Data 14 de abril de 2019

Ideias gerais Notas

O facto de uma empresa poder optar por vários sistemas de custeio implica que os
resultados obtidos possam diferir consoante o sistema utilizado, dependendo da relação
existente entre produção e vendas, num determinado período.

A diferença de resultados é consequência do diferente grau de incorporação dos custos


fixos industriais na DR, considerados no custo das vendas (CIPV) ou nos custos industriais
não incorporados (CINI).

Importa então, relacionar os resultados a obter para cada um dos sistemas de custeio com
as alternativas de produção e vendas, admitindo como pressuposto que a empresa adota
o LIFO como critério de valorimetria ou que o inventário inicial é nulo.

Relação entre sistemas de custeio e resultados

Descrição 𝑃=𝑉 𝑃>𝑉 𝑃<𝑉

𝑃𝑟 < 𝑃𝑛 𝑅𝑐𝑡 = 𝑅𝑐𝑟 = 𝑅𝑐𝑣 𝑅𝑐𝑡 > 𝑅𝑐𝑟 > 𝑅𝑐𝑣 𝑅𝑐𝑡 < 𝑅𝑐𝑟 < 𝑅𝑐𝑣

𝑃𝑟 = 𝑃𝑛 𝑅𝑐𝑡 = 𝑅𝑐𝑟 = 𝑅𝑐𝑣 𝑅𝑐𝑡 = 𝑅𝑐𝑟 > 𝑅𝑐𝑣 𝑅𝑐𝑡 < 𝑅𝑐𝑟 < 𝑅𝑐𝑣

Sumário / Fonte:

6 – Sistemas de custeio (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Resultados e valorização dos inventários
Monitor José Luís Silva Data 14 de abril de 2019

Ideias gerais Notas

Critério valorimétrico Os custos fixos industriais que em determinado período não são incluídos no custo das
utilizado nesta análise é o vendas (CIPV) ou no CINI, encontram-se necessariamente incorporados no inventário final,
LIFO cuja valorização difere consoante o sistema de custeio adotado.

Relação entre custos fixos industriais incluídos no inventário final e sistemas de custeio

C. Fixos ind.
Incluídos nos
𝑆𝐶𝑇𝐶 𝑆𝐶𝑇𝑅 𝑆𝐶𝑉
inventários
finais

Pelo SCV, qualquer que 𝑃=𝑉 0 0 0


seja a relação entre
𝑃−𝑉 𝑃−𝑉
produção e vendas, o 𝑃>𝑉 𝐶𝐹 𝐼𝑛𝑑 × 𝐶𝐹 ′ 𝐼𝑛𝑑 × 0
inventário final nunca 𝑃 𝑃
comporta custos fixos
𝑃<𝑉 𝐶𝐹 𝐼𝑛𝑑 (𝐼𝑖) 𝐶𝐹 𝐼𝑛𝑑 (𝐼𝑖) 0
industriais

Relação entre resultados e a variação do inventários (∆)

𝑃=𝑉 𝑃>𝑉 𝑃<𝑉


Nota: Se for adotado o
FIFO, não é possível 𝑅𝑐𝑡 = 𝑅𝑐𝑟 = 𝑅𝑐𝑣 𝑅𝑐𝑡 > 𝑅𝑐𝑟 > 𝑅𝑐𝑣 𝑅𝑐𝑡 < 𝑅𝑐𝑟 < 𝑅𝑐𝑣
estabelecer uma relação
entre resultados e custos
∆𝐼𝑐𝑡 = ∆𝐼𝑐𝑟 = ∆𝐼𝑐𝑣 ∆𝐼𝑐𝑡 > ∆𝐼𝑐𝑟 > ∆𝐼𝑐𝑣 ∆𝐼𝑐𝑡 < ∆𝐼𝑐𝑟 < ∆𝐼𝑐𝑣
fixos industriais
considerados como
custos do período (DR)
ou incorporados no
inventário final

Sumário / Fonte:

6 – Sistemas de custeio (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Capítulo 8

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Método das secções homogéneas
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

As necessidades de informação para a gestão das empresas determina que os


gastos/custos devam ser identificados simultaneamente por natureza, por funções, pelos
diferentes objetos de custeio (produtos, serviços, etc.) e pela estrutura organizativa.

O Método das secções baseia-se na divisão da empresa em segmentos organizacionais


relativamente aos quais se determinam os custos de funcionamento, procedendo-se
posteriormente à sua imputação aos objetos de custeio – matérias, produtos, serviços.

Trata-se de uma Definição das secções


repartição intermédia
Deve acompanhar a estrutura orgânica da empresa e ter em consideração as necessidades
entre os gastos por
de informação identificadas como adequadas.
natureza e os gastos por
objeto de custeio. Objetivos do Método das secções
Apuramento dos gastos de funcionamento inerente aos diferentes segmentos
organizacionais da empresa para efeitos de controlo
Determinação, o mais razoavelmente possível, do custo dos produtos/serviços, para
fornecer boa informação para a gestão e para o cálculo das margens de cada
produto
Compatibilização entre as vantagens de dispor de determinada informação e os
custos inerentes à obtenção da mesma – custos associados à pormenorização

Princípios para constituição de uma secção


Existência de um responsável
Deve corresponder à concretização de determinada tarefa ou conjunto de tarefas
homogéneas
Deve ser, sempre que possível, identificada uma unidade de medida da atividade
desenvolvida que permita, simultaneamente, o seu controlo e a imputação dos
custos ao respetivo objeto de custeio
• Unidade de obra – cumpre os dois objetivos
• Unidade de imputação – âmbito é a repartição dos gastos pelos objetos de custeio
• Unidade de custeio – permite o controlo dos custos

Sumário / Fonte:

8 – Método das secções homogéneas (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Grupos de secções
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

De acordo com a estrutura orgânica da empresa e os objetivos já mencionados, podem


constituir-se os seguintes grupos de secções:

• Respeitam normalmente aos Armazéns de matérias e de


produtos acabados e semiacabados
• Trata-se predominantemente de custos de natureza fixa
Secções de
que devem ser repartidos pelos bens armazenados e cuja
Aprovisionamento
imputação final aos objetos de custeio vai depender do
sistema de custeio adotado e do critério de repartição
definido
• Identificam-se com a função Produção
• Podem ser classificadas em dois grupos:
o Secções principais – atividade diretamente afeta à
Secções obtenção dos produtos/serviços
Industriais o Secções auxiliares – atividade é o fornecimento de
serviços às outras secções ou que engloba custos
comuns a toda a função de produção, cujo
montante não justifica a discriminação por secções
Secções de
Distribuição
• Identificam-se com as funções Comercial, Administrativa
Secções
e de Investigação e Desenvolvimento
Administrativas
• Os seus custos correspondem aos gastos de estrutura
refletidos na Demonstração dos Resultados por Funções
Secções de
Investigação e
Desenvolvimento

Sumário / Fonte:

8 – Método das secções homogéneas (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Custo das Secções
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

Categorias dos custos de secções


Custos diretos Reembolsos
Respeitam a aquisições de bens e serviços Correspondem à valorização, a preço de
ao exterior: custo das prestações de serviços das
 FSE secções auxiliares aos respetivos
 Remunerações utilizadores – outras secções
 Encargos sociais (calculados de acordo
com a taxa teórica)
No caso dos seguros, são
todos excetos os que  Depreciações de edifícios e
respeitam ao pessoal, os equipamentos
quais estão incluídos nos  Seguros
encargos sociais teóricos  Consumo de matérias subsidiárias

Sumário / Fonte:

8 – Método das secções homogéneas (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Apuramento do Custo das Secções
Monitor José Luís Silva Data Click or tap to enter a date.

Ideias gerais Notas

Pontos a ter em atenção:

• Identificação da atividade, no caso das secções em que seja possível definir uma
unidade de obra, ou escolha de uma base de imputação (caso tal não seja possível)
• Os custos diretos deverão ser classificados em variáveis e fixos:
o A inclusão dos custos fixos no apuramento do custo da secção depende
do sistema de custeio que a empresa adotar
• Os reembolsos correspondem à prestação de serviços das secções auxiliares às
outras secções

Método de cálculo dos custos unitários


𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑈𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑟𝑎 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
A existência de unidade
de obra pressupõe 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
sempre que a secção tem 𝑈𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑖𝑚𝑝𝑢𝑡𝑎çã𝑜 =
𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝑖𝑚𝑝𝑢𝑡𝑎çã𝑜
uma atividade definida
que, normalmente, é
expressa em horas:
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑈𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑒𝑖𝑜 =
• Hm – hora 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑠
máquina
• Hh – Hora homem
• Hf – Hora de A definição da base de imputação depende da natureza da secção:
funcionamento • Secções principais e auxiliares – depende do modo como os custos devem ser
repartidos
• Secções de aprovisionamento – depende da natureza da secção e do critério de
imputação adotado

Estes procedimentos são válidos para a determinação dos custos de funcionamento de


qualquer das secções que integram os diversos departamento. No caso dos Departamento
Comercial e Administrativo, o mapa de síntese tem a designação de Mapa de Gastos
Gerais.

Sumário / Fonte:

8 – Método das secções homogéneas (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Imputação dos Custos das Secções e de Armazenagem
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

Após o apuramento, procede-se à sua imputação aos utilizadores da respetiva atividade:


Considerações sobre a Custos relativos às secções • Imputados às secções utilizadoras da sua
imputação dos custos dos auxiliares atividade
armazéns de produtos • Repercutidos no apuramento do custo
acabados e semiacabados: dos produtos/serviços
Custos inerentes às secções
Quando a imputação for proporcionalmente à atividade de cada
principais
feita à vendas, a secção principal despendida na produção
consideração dos custo de de cada produto
armazenagem como Custo Gastos relativos ao
das Vendas ou como Gasto funcionamento das secções dos • Considerados como custos do período na
de Distribuição dependerá Departamentos Comercial, Demonstração dos Resultados por
da circunstância de a Administrativo e de Investigação Funções
dependência hierárquica e Desenvolvimento
deste armazém estar,
respetivamente, na função
industrial ou na função de Para se proceder à repartição dos custos de armazenagem há que ter em linha de conta
distribuição. os respetivos critérios de repartição.

Em qualquer caso, o Os custos de funcionamento das Secções de Aprovisionamento (Armazéns de Matérias e


armazém poderá também de Produtos Acabados e Semiacabados) devem ser repartidos de acordo com a base de
incluir produtos imputação que se considerar mais conveniente, mas as mais usuais são as seguintes:
semiacabados.
• Quantidade comprada
A escolha do critério deverá Base de imputação dos custos • Valor das compras
resultar da análise de dos armazéns de matérias • Quantidades consumidas
registos anteriores sobre a
• Valor dos consumos
forma como se distribuem,
Base de imputação dos custos • Quantidades produzidas
ao longo do exercício, cada
dos armazéns de produtos • Quantidades vendidas
uma destas variáveis
(quantidade produzida,
acabados e semiacabados • Valor das vendas
quantidade vendida, valor
das vendas), já que o
objetivo é a distribuição o
mais regular possível destes
custos.

Sumário / Fonte:

8 – Método das secções homogéneas (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Armazéns de matérias – imputação às compras
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

Considerações sobre
base de imputação –
O facto de se optar por imputar os custos às compras, quer seja em quantidade ou valor,
Valor das compras
conduz a que as matérias adquiridas no período sejam valorizadas a um custo que inclui o
O custo global será valor de aquisição (externo) e o custo de armazenagem (interno), o que globalmente se
utilizado para valorizar as designa por custo da compra.
matérias adquiridas no
mês – irá ser repercutido
quer no custo das
matérias consumidas
(Mapa dos Custos de
Produção), quer no valor
das existências.

A utilização deste critério


pode dar origem a que
Base da imputação
alguns custos de
armazenagem não sejam 1. Quantidade comprada
incorporados no custo de
produção desse período 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡. 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟. (1) × 𝑈𝐼 𝐴𝑀𝑃
(caso algumas matérias 𝐶𝑇 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜
compradas não sejam 𝑈𝐼 𝑑𝑜 𝐴𝑀𝑃 =
∑ 𝑑𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠
consumidas
2. Valor das compras

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 (3) × 𝑈𝐼 𝐴𝑀𝑃


A inclusão dos custos
𝐶𝑇 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜
internos no custo das 𝑈𝐼 𝐴𝑀𝑃 =
∑ 𝑑𝑜 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠
compras não é exclusiva
dos custos de
armazenagem.

Sumário / Fonte:

8 – Método das secções homogéneas (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Armazéns de matérias – imputação aos consumos
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

A repartição pelos produtos far-se-á proporcionalmente ao total de matérias incorporadas


por cada um deles. Neste caso, o custo de armazenagem não influencia o valor das
existências em armazém.

Base da imputação

1. Quantidade consumida
𝐶𝑇 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜
𝑈𝐼 𝐴𝑀𝑃 =
∑ 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 (𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒)

2. Valor dos consumos


𝐶𝑇 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜
𝑈𝐼 𝐴𝑀𝑃 =
∑ 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟)

Em ambas as situações, o custo de armazenagem a imputar a cada produto fabricado será


incluído no Mapa dos Custos de Produção, como custo das matérias ou como custo de
transformação, resultando o respetivo montante da multiplicação da UI pelo total das
quantidades de matérias consumidas, ou pelo seu valor, consoante a base de imputação
adotada.

Sumário / Fonte:

8 – Método das secções homogéneas (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Armazém de produtos acabados
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

A escolha da base de imputação vai depender, fundamentalmente, da maior regularidade


da produção ou das vendas:

Produção mais regular

Adota-se a imputação do armazém aos produtos fabricados e o seu custo será repartido
pelos produtos proporcionalmente às quantidades produzidas e, consequentemente,
incluído no Mapa dos custos de produção, como um custo de transformação.

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐴𝑃𝐴 (𝑝𝑟𝑜𝑑. 𝑋) = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡. 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 (𝑋) × 𝑈𝐼 𝐴𝑃𝐴


𝐶𝑇 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜
𝑈𝐼 𝐴𝑃𝐴 =
∑ 𝑑𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎𝑠
Vendas mais regular

Se o armazém se encontrar na dependência funcional da produção, deverá ser


considerado na Demonstração de Resultados por Funções como parte do Custo das
vendas.

Caso o armazém se encontre na dependência funcional da distribuição, deverá ser


considerado na Demonstração dos Resultados por Funções como um Gasto de
distribuição.

Base da imputação

1. Quantidade vendida
𝐶𝑇 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜
𝑈𝐼 𝐴𝑃𝐴 =
∑ 𝑑𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐴𝑃𝐴 𝑈 (𝑝𝑟𝑜𝑑. 𝑋) = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡. 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎 (𝑋) × 𝑈𝐼 𝐴𝑃𝐴


2. Valor de venda
𝐶𝑇 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜
𝑈𝐼 𝐴𝑃𝐴 =
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐴𝑃𝐴 (𝑝𝑟𝑜𝑑. 𝑋) = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 (𝑝𝑟𝑜𝑑. 𝐶) × 𝑈𝐼 𝐴𝑃𝐴

Sumário / Fonte:

8 – Método das secções homogéneas (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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Apuramento do Custo de produção
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

O custo dos
produtos/serviços
produzidos no mês é
apurado mensalmente no
Mapa dos Custos de
Produção

• Custo da Matéria-Prima – resulta da valorização da quantidade consumida pelo


respetivo custo unitário de compra (tendo em consideração o critério
valorimétrico adotado pela empresa)
• Custos de transformação – correspondem à imputação aos produtos dos custos
de funcionamento das secções de acordo com:
o Secções principais – resultado da valorização da atividade de cada secção
utilizada por cada produto, pelo custo da respetiva unidade de obra
o Secções de aprovisionamento – considera-se o Armazém de matérias,
quando a base de imputação forem os consumos, e o Armazém de
produtos acabados, quando forem repartidos proporcionalmente à
produção. De qualquer forma, o custo unitário serão as respetivas
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 unidades de imputação, calculadas no Mapa do custo de secções
= 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡. 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 × (𝑃𝑣
• A determinação do valor de eventuais subprodutos será feita por aplicação do
− 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜𝑠)
critério do lucro nulo
• Os custos unitários apurados para os subprodutos e produtos principais
constituem a informação necessária à valorização da produção entrada em
armazém e à determinação do custo dos produtos vendidos e do montante das
respetivas existências finais

Sumário / Fonte:

8 – Método das secções homogéneas (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Apuramento do resultado
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

Após a determinação do custo de produção. É possível proceder ao apuramento de


resultados, elaborando a Demonstração dos Resultados por Funções.

Caso se trate de produção múltipla, apura-se o resultado por produto após o Custo das
vendas. Os restantes gastos e rendimentos são registados apenas pela sua totalidade. A
repartição destes valores por produto, exceto no que respeita aos Gastos de distribuição
variáveis, pressupõe a definição de critérios de imputação.

• Determinado a partir da quantidade vendida e do custo


Custos das
industrial da produção unitário, considerando o critério
vendas
valorimétrico adotado pela empresa
• Inclui os custos fixos industriais que não foram
repercutidos nos custos de produção, na eventualidade de
Custos se adotar um sistema de custeio que não o custeio total
industriais não completo
incorporados • Estes custos identificam-se com os custos fixos das Secções
industriais e das Secções de aprovisionamento, quando
estas últimas estão inseridas na Direção de produção
Gastos de
distribuição fixos
• Correspondem aos custos de funcionamento das secções
consideradas nas Direções Comercial e Administrativa
Gastos
administrativos
Gastos de
• Correspondem a gastos de natureza comercial que possam
distribuição
ser imputados diretamente a cada produto
variáveis
Gastos de
• Correspondem aos gastos desta natureza, podendo, ou
Investigação e
não, ser discriminadas por produto
Desenvolvimento
Gastos de • Resultam de factos alheios ao desempenho operacional da
Financiamento empresa – utilização de capital alheio e aplicações de cariz
(líquidos) financeiro

Sumário / Fonte:

8 – Método das secções homogéneas (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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Capítulo 9

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Método de apuramento do custo industrial
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

A determinação do custos dos produtos e dos serviços é condicionada pelas características


do processo de produção, podendo identificar-se:

• Método direto
• Método indireto

Uma vez que a realidade raramente apresenta processos produtivos com características
únicas de produção descontínua ou contínua, também os métodos direto e indireto de
apuramento dos custos não devem ser entendidos como dois modelos mutuamente
exclusivos.

Podem ser ajustados de modo a maximizar a sua adequacidade às características


específicas do processo produtivo de cada empresa.

É possível utilizar um sistema híbrido que apresente características de ambos os


métodos.

Sumário / Fonte:

9 – Métodos de apuramento do custo industrial – método direto e método indireto (livro Temas de Contabilidade de
Gestão - …)

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Método direto
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

Consiste na atribuição dos custos diretos e na imputação dos custos indiretos a cada uma
das ordens de produção ou de prestação de serviços.
Exemplos:
Este métodos deve utilizar-se essencialmente quando a fabricação ou a prestação de
• Construção civil
serviços é diversificada e desenvolvida de modo a satisfazer encomendas específicas.
• Aeronáutica
• Consultoria
financeira
6 etapas do método direto (Horngren et al.)
1. Identificação do produto ou serviço cujo custo se pretende determinar
2. Identificação dos custos diretos ou, melhor, dos custos relacionados com o
produto ou serviço a custear e que lhe podem ser atribuídos de uma forma
economicamente viável
PVF no início 3. Identificação dos custos indiretos ou, melhor, dos custos relacionados com o
do período produto ou serviço a custear, mas que não lhe podem ser atribuídos de uma
forma economicamente viável
4. Seleção da base de imputação a utilizar na imputação dos custos indiretos
5. Determinação do coeficiente de imputação dos custos indiretos
6. Determinação do custo dos produtos fabricados ou dos serviços prestados,
Custo do mês através da soma algébrica entre:
a. Custos diretos
b. Custos indiretos, que resultam da multiplicação do coeficiente de
imputação com a respetiva base de imputação
Obra
Obra por
acabada
acabar O produto ou serviço a custear é identificado ao longo de todo o processo de produção.
Custos da O custo de cada unidade de produto ou serviço é determinado como resultado da
obra acumulação de todos os custos suportados com o mesmo.
acabada
O período de apuramento dos custos de cada unidade de produto fabricado ou serviço
prestado corresponde ao período de tempo necessário para a sua conclusão.

PVF no final
do período

Sumário / Fonte:

9 – Métodos de apuramento do custo industrial – método direto e método indireto (livro Temas de Contabilidade de
Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Método indireto
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

Consiste na determinação dos custos suportados com cada unidade de produto fabricado
ou de serviço prestados como uma média dos custos suportados com a produção de todos
os bens, ou com a prestação de todos os serviços de natureza similar verificada durante
Exemplo: um certo período.

• Produção de Este método deve utilizar-se essencialmente quando a fabricação de bens ou a prestação
papel de serviços é uniforme ou pouco diversificada e é desenvolvida, no caso dos produtos,
• Laticínios para armazenamento até à sua venda posterior.
• Envio postal

4 etapas do método direto (Horngren et al.)


1. Esquematização do fluxo de unidades físicas
2. Determinação dos custos suportados durante o período contabilístico, que se
PVF no início designarão por custos do mês no pressuposto de que a empresa pretende
do período dispor de informação interna com uma periodicidade mensal
3. Determinação dos custos totais suportados até ao final do período
contabilístico, entendidos como o que resulta da soma dos custos acumulados
no início do mês com os custos suportados durante o mês
4. Repartição dos custos totais suportados até ao final do mês entre os produtos
Custo do mês ou serviços em vias de fabrico no final do mês e os produtos acabados ou
serviços concluídos durante o mês

O produto ou serviço a custear não é identificado ao longo do processo produtivo, uma


PVF no final vez que este se caracteriza pela produção de um número elevado de bens ou serviços
do período homogéneos durante um determinado período.

O custo de cada unidade de produto/serviço é determinado indiretamente como uma


custo médio por produto/por serviço que tenha em conta a acumulação dos custos
suportados durante um período e o número de unidades produzidas durante o mesmo.
PVF no final
O período de apuramento dos custos de cada objeto de custeio corresponde a um período
do período
definido para efeitos de acumulação dos custos (usualmente é o mês, ma pode ser
diferente, consoante as necessidades da empresa).

Sumário / Fonte:

9 – Métodos de apuramento do custo industrial – método direto e método indireto (livro Temas de Contabilidade de
Gestão - …)

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Método direto versus Método indireto
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

Critérios Método direto Método indireto

Produção diversificada e, na Produção uniforme ou pouco


Regime de fabrico maioria dos cados, por diversificada e, na maioria dos
encomenda casos, para stock

Por produto ou serviço, como


Forma de
parte integrante de um
apuramento dos Por ordens de produção
conjunto de produtos ou
custos
serviços homogéneos

Período de
Período de tempo necessário Período contabilístico,
apuramento dos
para a realização da obra usualmente o mês
custos

Determinação do Custo acumulado com as Inventariação dos PVF e


valor dos PVF ordens de produção em curso respetiva valorização

Sumário / Fonte:

9 – Métodos de apuramento do custo industrial – método direto e método indireto (livro Temas de Contabilidade de
Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Capítulo 11

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Enquadramento
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

Desenvolvido nos EUA Embora o seu desenvolvimento tenha ocorrido na década de 80, muitos dos princípios em
por Cooper e Kaplan, em que se baseia foram introduzidos por diversos investigadores (Church, Staubus, Shillinglaw
associação com a e Drucker), diversas décadas antes.
Harvard Business School
Durante os finais dos anos 80 e início dos anos 90, a abordagem ABC foi difundida
e pelo Computer Aided
exaustivamente como um instrumento de excelência para calcular corretamente os
Manufacturing
custos dos produtos (1.ª fase de desenvolvimento do ABC).

Mais tarde, em consequência das críticas, a abordagem deixou de estar tão focalizada no
cálculo dos custos dos produtos, para passar a ser difundida como uma instrumento de
auxílio aos gestores na tomada de decisões e na compreensão das causas dos custos nas
organizações (2.ª fase de desenvolvimento do ABC).

Novo ambiente de negócios das empresas: limitações dos sistemas convencionais de


apuramento de custos

O desenvolvimento da abordagem ABC está associado às limitações e insuficiências dos


sistemas tradicionais. Tais limitações tornaram-se mais evidentes a partir da 2.ª metade
do século XX com um aparecimento de um novo ambiente de negócios, que se caracteriza
pelo aparecimento de tecnologias e métodos sofisticados de produção, pelo aumento da
concorrência (que passa de local a global) e acréscimo do nível de exigência dos clientes.

As organizações passaram a produzir produtos mais complexos, recorrendo a novos


modelos de produção e a desenvolver atividades que, no passado, eram pouco relevantes,
mas que passaram a ser cruciais para a sua sobrevivência e sucesso (como controlo de
qualidade, marketing, design, I&D, engenharia, etc.).

Sumário / Fonte:

11 – Método ABC – Activity-based Costing (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Alterações no apuramento dos custos
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

Os custos diretos deixaram de ter um peso tão significativo na estrutura de custos, a


realização deste tipo de atividades comporta custos cuja variação não está associada a
variações de volumes de outputs.

Em contrapartida, os custos indiretos (overheads) passaram a ter um peso preponderante


na estrutura de custos da maior parte das organizações. Para além do peso que assumem
na atual estrutura de custos, a realização deste tipo de atividades comporta custos cuja
variação não está associada a variações de volumes de outputs.

Os sistemas tradicionais de imputação de custos baseiam-se no pressuposto de que os


custos indiretos são causados pela produção e pelas vendas, adotando bases de imputação
dos custos aos produtos baseados em volumes de output (número de horas-homem, valor
da MOD, número de horas-máquina, etc.).

O pressuposto de que os custos indiretos são proporcionais a volumes de outputs pelos


sistemas convencionais tem vindo a conduzir a que os custos de muitos produtos e
serviços sejam erradamente calculados e levem os gestores a tomarem decisões
potencialmente prejudiciais às organizações.

Foi devido a estas limitações que se tornou possível o desenvolvimento da abordagem


ABC.

Sumário / Fonte:

11 – Método ABC – Activity-based Costing (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

Claudia Pêgo | UAb | CONTABILIDADE GESTÃO


Método ABC
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

Atividade – Deve ser O método ABC mede o custo das atividades e objetos de custeio através da alocação de
entendida como as ações custos indiretos a atividades e da atribuição dos custos das atividades a objetos de custeio.
necessárias à realização
dos objetivos das
diversas funções Objetos de
Recursos Atividades
existentes nas custeio
organizações;
corresponde ao trabalho
realizado, envolvendo um Imputação dos recursos às atividades Atribuição dos custos das atividades
conjunto de tarefas e
operações

5 etapas para a implementação do ABC


Cost drivers – São na sua • Identificar as principais atividades que ocorrem numa organização
essência bases de Etapa 1
• As várias áreas devem ser entrevistadas e construídos fluxogramas
imputação; visam medir • Listar os vários recursos da organização que estão subjacentes à
o volume de trabalho e Etapa 2
realização das atividades
esforço subjacente à • Alocar os custos indiretos associados ao consumo e uso dos
realização das atividades, Etapa 3
recursos através de cost drivers de recursos
permitindo avaliar o seu • Selecionar os cost drivers de atividades mais adequadas para cada
nível de uso pelos Etapa 4
uma das atividades
objetos de custeio • Calcular os custos por objeto de custeio através da soma dos
Etapa 5
custos das atividades que contribuíram para a sua obtenção

Tipos de cost drivers

De • Usados no primeiro estádio do ABC para alocar os custos dos


recursos recursos às atividades
De • Adotados para proceder à atribuição dos custos das atividades
atividades aos objetos de custeio

Sumário / Fonte:

11 – Método ABC – Activity-based Costing (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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Tipos de atividades na abordagem ABC
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

As quatro atividades As quatro tipos de atividade no sistema ABC


foram identificadas por • Atividades associadas ao volume de outputs
Cooper • Corresponde às atividades cujos recursos são consumidos
e usados sempre que uma unidade adicional de output é
unit-level activities produzida/vendida
• A quantidade de recursos consumidos por estas
atividades é proporcional ao voluma de produção e
vendas
• Atividades associadas ao número de lotes
• Os recursos necessários para realizar este tipo de
Batch-level
atividades são independentes do número de unidades
activities
fabricadas no lote de produção, tendendo a variar em
função das ordens de produção e número de lotes
• Atividades associadas às linhas de produtos
• São intrínsecas a determinados produtos e serviços
específicos
Product-sustaining • Os custos inerentes à atividade de manter atualizada as
activities especificações dos produtos dependem das linhas de
produtos existentes e não de volumes de
produção/vendas ou do número de lotes e ordens de
produção
• Atividades sustentadoras do negócio
• Gastos não dependem de volumes de output, do número
de lotes fabricados ou do número de linhas de produtos
Facility-sustaining das empresas
activities • Engloba as atividades intrínsecas à realização do negócio,
cujos custos só podem ser alocados aos objetos de
custeio de uma forma totalmente arbitrária (e que, como
tal, não devem ser repartidos)

Sumário / Fonte:

11 – Método ABC – Activity-based Costing (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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Método das secções homogéneas vs. Método ABC
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

A principal diferença entre um sistema ABC e os sistemas tradicionais respeita à forma


como os custos resultantes das atividades do tipo batch-level e product-level são alocados
aos objetos de custeio através de outros cost drivers que não são baseados no volume do
output. Os custos associados a estas atividades devem ser atribuídas aos objetos de
custeio em função de cost drivers que captem o comportamento dos custos que lhes estão
subjacentes.

Comparando o método ABC (esquerda) com o das secções homogéneas (direita), podemos
verificar que existem diversas analogias entre ambos os modelos.

Mas o sistema ABC distingue-se superiormente pelas seguintes razões:

• Os custos indiretos considerados no sistema ABC podem ser de natureza industrial


e não industrial, enquanto que tradicionalmente o método das secções apenas
reparte pelos centros de custos, custos industriais
• As bases de imputação utilizadas na abordagem ABC (cost drivers) são mais
complexas do que as utilizadas no método das secções homogéneas, permitindo
estabelecer mais fácil e rigorosamente relações de causa e efeito entre o consumo
de recursos e os objetos de custeio; as bases de imputação do método ABC
permitem captar comportamentos mais sofisticados nos custos do que aqueles
que são captados por bases orientadas somente para volumes de outputs
• As secções (centros de custos), cuja existência é uma das características centrais
do método das secções, são substituídas por atividades na abordagem ABC; tal
facto permite que sejam constituídos pools de custos mais homogéneos do que os
que seria possível de identificar usando o método das secções homogéneas; a
maior homogeneidade dos custos nas diversas pools permite uma maior correção
na sua atribuição aos objetos de custeio

Sumário / Fonte:

11 – Método ABC – Activity-based Costing (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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Vantagens e dificuldades da implementação do ABC
Monitor José Luís Silva Data 25 de maio de 2019

Ideias gerais Notas

Vantagens
• Maior correção dos custos apurados por objeto de custeio
• Aumento da compreensão das causas dos custos e da necessidade de os
racionalizar
• Melhor controlo de custos e gestão de recursos
• Melhor perceção das atividades realizadas na organização
• Aumento da comunicação entre as várias áreas da organização

Dificuldades
• Encontrar informação na organização disponível para quantificar os cost drivers
que se consideram mais adequados para operacionalizar o sistema
• As atividades nem sempre são facilmente identificáveis; o facto de estas serem
transversais à organização e de se estenderem para lá das fronteiras dos
departamentos muitas vezes dificulta a sua identificação
• Envolve um grande dispêndio de recursos humanos e financeiros
• Obriga a revisões periódicas das atividades e dos cost drivers, como forma de
garantir a qualidade da informação gerada

Os sistemas ABC são sistemas significativamente onerosos, dados os custos que,


normalmente, estão associados à sua implementação e manutenção. Desta forma, muitas
organizações têm vindo a preferir manter em funcionamento os seus sistemas
convencionais de apuramento de custos.

Sumário / Fonte:

11 – Método ABC – Activity-based Costing (livro Temas de Contabilidade de Gestão - …)

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