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AO JUÍZO DO PLANTÃO JUDICIÁRIO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA

DO DISTRITO FEDERAL

RÔMULO MAIA, 21 anos, nascido em xx/xx/xxxx, comerciário,


portador do RG XXXX SSP/XX, CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, domicílio residencial
nos fundos do estabelecimento comercial em Ceilândia – DF, vem, por intermédio de
sua advogada (procuração em anexo), com escritório profissional situado no XXX,
Quadra XXX, Bloco X, CEP XXXX, onde recebe notificações e intimações, com fulcro
art. 300 do NCPC, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER


(com pedido de antecipação de tutela)

Em desfavor do DISTRITO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público interno,


inscrito no CNPJ sob o n. 00.394.601.0001/26, que deverá ser intimado e citado na
pessoa do(a) Procurador(a)- Geral do Distrito Federal, com domicílio no SAM, Projeção
I, Edifício Sede da Procuradoria-Geral do Distrito Federal, CEP 70620-000, telefone
(61) 3325-3367, e-mail: procuradoria@pg.df.gov.br.
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A parte autora não possui condições de arcar com os custos financeiros
do processo e os honorários advocatícios, estando atualmente com insuficiência de
recursos, de modo que, para os devidos fins legais, quanto às despesas que a presente
demanda possa causar, declarando, portanto, ser pessoa hipossuficiente. Diante disso,
pede a concessão dos benefícios da gratuidade judiciária, nos moldes preconizados pelo
art. 98 do CPC.

I - DOS FATOS

O Autor, com 21 anos de idade, encontra-se internado no Hospital


Regional de Ceilândia. Trata-se de paciente grave, com possibilidade de evolução
desfavorável, inclusive, com risco de óbito. Precisa ser transferido imediatamente para
leito de UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA que atenda às suas necessidades,
conforme solicitação do laudo médico.
O relatório médico anexo informa o estado de saúde atual da parte
requerente, bem como a necessidade de transferência para leito de UTI. Dessa forma, o
Autor foi inserido em lista de espera. Contudo após solicitação de informações junto à
Central de Regulação de Internação Hospitalar da Secretaria de Estado e Saúde do DF,
nesta data, foi obtida a resposta de que não há leitos disponíveis em hospital da rede
pública ou mesmo em hospital da rede particular contratada/conveniada com o SUS/DF
e que atenda às suas necessidades, sendo que a última informação de sua evolução
médica consta que continua aguardando uma vaga.
Assim, tendo em vista que o autor e sua família não possuem condições
financeiras de arcar com as despesas médicas, resta evidente o interesse processual da
parte requerente, tendo em vista que necessita com urgência ser transferido para um
hospital, na rede pública, conveniada e/ou hospital particular, haja vista que há relatório
firmado por médico integrante da rede pública de saúde local que informa a necessidade
de transferência para leito de UTI.
II - DO DIREITO

Dessa forma, importante destacar que a pretensão da parte requerente


está amparada nos arts. 196 e 198, inc. II, da Constituição Federal de 1988:

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
(...)
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
II– atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais.

A pretensão da parte requerente também possui guarida no art. 204, § 2º,


da Lei Orgânica do Distrito Federal:

Art. 204. A saúde é direito de todos e dever do Estado, assegurado


mediante políticas sociais, econômicas e ambientais que visem:
I – ao bem-estar físico, mental e social do indivíduo e da coletividade,
a redução do risco de doenças e outros agravos;
II– ao acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde, para
sua promoção, prevenção, recuperação e reabilitação:
[...]
2º As ações e serviços de saúde são de relevância pública e cabe ao
Poder Público sua normatização, regulamentação, fiscalização e
controle, devendo sua execução ser feita, preferencialmente, por meio
de serviços públicos e, complementarmente, por intermédio de
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, nos termos da lei.

Dessa forma, é necessário observar os dispositivos legais citados para se


destinar ou custear, urgentemente, em favor da parte autora, sua transferência em leito
de UTI.

III - DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

O art. 300, do NCPC/2015, afirma que a tutela de urgência será


concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. A probabilidade do direito está
embasada pelas disposições constitucionais que afirmam a responsabilidade do Distrito
Federal em prover os cuidados de UTI.
Diante de tudo o que acima se expôs, cumpre seja concedida, inaudita
altera pars, em caráter de urgência, medida liminar a título de antecipação da tutela,
para determinar que a ré seja compelida a transferir o autor para uma unidade de terapia
intensiva, para que o quadro grave que ora se apresenta seja reversível, evidentemente
visando à preservação de sua vida.

IV - DOS PEDIDOS

a. concessão dos benefícios da gratuidade judiciária, pois a parte autora não possui
condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo de
seu sustento próprio e familiar, em caso de sucumbência;

b. seja concedida a tutela provisória de urgência, com imediata intimação do Réu e da


Secretaria de Estado de Saúde por meio da CENTRAL DE REGULAÇÃO DE LEITOS
DE UTI para proceder à internação IMEDIATA da parte requerente em leito de UTI, em
qualquer hospital da rede pública, ou que, na impossibilidade, que a internação se dê em
qualquer hospital da rede particular, com todo o tratamento (cirurgia, medicamentos,
exames, apartamento, enfermaria, etc.) a expensas do Réu, até completa recuperação de
sua saúde ou até que possa ser transferido para qualquer hospital da rede pública, sob
pena de sequestro de verba pública até o limite do valor contido no orçamento de menor
valor contido nos autos;

c. a citação do Réu, na pessoa de seu representante legal, para, se julgar conveniente,


apresentar defesa, sob pena de revelia e confissão ficta dos fatos narrados na inicial,
inclusive com a realização de diligência em horário especial, nos termos dos artigos 212
e ss. do Código de Processo Civil;

d. a intimação do representante do Ministério Público;

e. a procedência do pedido, de maneira a confirmar a antecipação da tutela, por meio de


sentença, e condenar o Distrito Federal a fornecer a requerente, de forma IMEDIATA,
vaga em leito de UTI, em qualquer hospital da rede pública, ou que, na impossibilidade,
a internação da autora em UTI COM SUPORTE QUE ATENDA ÀS SUAS
NECESSIDADES se dê em qualquer hospital da rede particular, com todo o tratamento
(cirurgia, medicamentos, exames, apartamento, enfermaria, etc.), a expensas do Réu,
até completa recuperação de sua saúde, ou, até que possa ser transferido para qualquer
hospital da rede pública, sob pena de sequestro de verba pública até o limite do valor
contido no orçamento de menor valor contido nos autos.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos por direito, em
especial a prova documental e testemunhal, ademais declara-se a autenticidade dos
documentos acostados na presente petição, conforme inciso VI, do art. 425 do NCPC.

Atribui-se à causa o valor de R$30.000,00 (trinta mil reais).

Brasília-DF, 21 de março de 2023

__________________
Advogado(a)
OAB/XX n° XXX

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