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Ao Juízo de uma das Varas de Família e das Sucessões da Comarca

de Osasco - SP
Competente por distribuição

PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO IDOSO

XXXXXXX, brasileira, viúva, aposentada, residente e domiciliada na Avenida


XXXX – BSIRRO – CIDADE – UF – CEP 00.000-000, portadora da Cédula de
Identidade RG n. XXXXXX – SSP/SP, inscrita no CPF sob o n. XXXXXX, telefone:
3449-2795, e-mail XXXX@gmail.com, por seus Advogados e bastantes
Procuradores, propõe a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE ALIENAÇÃO PARENTAL


com pedido de danos morais

em face de YYYYYYYYY, brasileira, divorciada, portadora da Cédula de


Identidade RG nº desconhecido e inscrita no CPF/MF sob o nº desconhecido, com
endereço residencial na Rua XXXXXX.com.br, tendo em vista os fatos e o direito a
seguir aduzidos:

Dos fatos

A Autora é avó paterna do menor FULANO, hoje com 9 anos (07.11.2011).


O pai do menor e a Ré se divorciaram em 2017 e desde esta data a Ré proíbe o menor
de ter contato com a Autora.

Desde o nascimento da criança a Ré trabalhou na mente do filho e criou um


separatismo entre a avó e o neto.

Além disso, a Ré faz campanha de desqualificação da avó, chamando-a de “bruxa”,


dizendo para o menor não aceitar comida da casa da avó, e atribuindo à Autora e a
família do genitor qualificações pejorativas, culminando no afastamento do filho à
família paterna.

O menor sequer chama a Autora de Vó, referindo-se a ela simplesmente pelo


prenome.

Certo que o neto foi distanciado da avó em razão de interferência psicológica da mãe
que induziu o filho a nutrir um sentimento negativo pela Autora causando
distanciamento entre eles.

A Ré, genitora alienadora não tem a menor preocupação em extravasar seus


sentimentos de raiva, angustia alienando o filho na constante busca de sua
"vingança" contra seu alvo a Autora – avó paterna.

O neto acaba trazendo consigo uma imagem extremamente negativa em relação a


Autora, em decorrência de todas as falsas memórias incutidas diariamente, durante
anos, pela Ré.

A relação avoenga, reveste-se de outra roupagem: é leve, doce, amável, lúdica,


mágica, quase surreal. E não devemos privar as crianças dessa parte tão importante
da vida.

A Lei 12.318/10 é clara com relação às características do genitor alienante, em seu


art. 2º, I ao VII especificamente.

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Infelizmente, a Ré como genitora alienante, apresenta as características descritas no
texto legal.

Isto porque, a Ré realiza campanha de desqualificação da conduta da Autora,


dificulta o exercício da relação avoenga, dificulta o contato da Autora com o neto,
dificulta o exercício do direito de convivência familiar entre a avó e o neto, entre
outras.

Ainda a referida Lei, em seu art. 6º e incisos, prevê as sanções cabíveis ao genitor
alienante quando comprovado o ato da Alienação Parental:

Art. 6o Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta


que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação
autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da
decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de
instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a
gravidade do caso:

I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;

II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;

III - estipular multa ao alienador;

IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;

V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão;

VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;

VII - declarar a suspensão da autoridade parental.

É de extrema necessidade que seja realizada perícia psicológica com o menor e com
a Ré, a fim de se averiguar o grau de alienação parental, bem como para que o
melhor interesse do menor seja salvaguardado.

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Dano moral

A conduta da Ré, narrada nestes autos, é causadora de abalo moral, posto que ao
minar o relacionamento da avó com o neto criando uma separação, o que
possivelmente jamais será recuperado, gerou abalo moral passível de compensação
nos termos da lei.

A Autora amarga a dor inenarrável de permanecer distante de seu neto em virtude da


conduta livre e consciente perpetrada pela Ré [e por ela assumida publicamente] com
o único propósito de afastar a avó do convívio do neto.

Há elementos seguros – que serão comprovados no decorrer da instrução processual


– no sentido de que a Ré pratica, desde o nascimento do filho, condutas ilícitas que
geraram danos irreparáveis à psique da Autora que deverão ser amenizados coma
fixação de indenização moral a qual, sabidamente, possui o caráter punitivo e
compensativo.

Deste modo, constatada a presença dos pressupostos caracterizadores do ilícito civil


extrapatrimonial passível de reparação, consistentes na existência ato ilícito [CC, 186
e 187], dano e nexo causal, exsurge a obrigação de indenizar a parte lesada [CC, 927
e seguintes], nos termos do artigo 944 da lei civil substantiva civil.

Pedidos:

Diante do exposto, na forma da fundamentação, é a presente para requer se digne


este Douto Juízo em:

a. Conceder os BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA, ante a declaração


acostada de acordo e o preenchimento dos requisitos legais;

b. Deferir a PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO, tendo em vista que a


Requerente é idosa, nos termos do art. 1.048, inciso I do Código de Processo Civil.

c. Determinar a CITAÇÃO da Ré, nos termos do art. 247 do CPC (citação por
correio) – para responder aos termos da presente ação, sob pena de revelia e com os
benefícios do artigo 212, §2º, também do Código de Processo Civil.]

d. Aplicar ao presente caso o estatuto do Idoso.

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e. A intimação do representante do MINISTÉRIO PÚBLICO para intervir no
feito, nos termos do art. 4º da Lei nº 12.318/2010;

f. A concessão da medida de TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA para o


fim de estabelecer o direito de visitas avoengas.

g. DECLARAR a ALIENAÇÃO PARENTAL e CONDENAR a Ré,


suspendendo-lhe o direito de poder familiar e guarda, determinando
acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial, pelo prazo conveniente, nos
termos do artigo 6°, da Lei n° 12.318/2010;

h. Declarar a SUSPENSÃO DA AUTORIDADE PARENTAL da Ré em relação


ao filho menor;

i. ESTIPULAR MULTA AO ALIENADOR, nos termos do artigo 6º, inciso III


da lei 12.318/2010.

j. Determinar ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO E/OU


BIOPSICOSSOCIAL, nos termos do artigo 6º, inciso III da lei 12.318/2010.

I. Declarar a ocorrência de ALIENAÇÃO PARENTAL E ADVERTIR O


ALIENADOR.

k. Condenar a Ré ao pagamento de uma compensação por DANOS MORAIS,


em valor a ser arbitrado por este Juízo, sugerindo o valor de R$30.000,00;

l. Condenar a Ré no pagamento das despesas processuais e HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS.

m. Ao final JULGAR PROCEDENTE A AÇÃO..

Provas e valor da causa

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, sem
exceção de nenhuma.

Valor da causa: R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Nesses termos, pede e aguarda deferimento.

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Barueri, 19 de outubro de 2023

NOME
OAB/SP

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