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História Bad Boy . JJK - Capítulo 1

Escrita por: tigerlilynoona

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que sempre me apoiam, me dando carinho e força para

continuar apesar dos obstáculos. Vocês são mágicos


e extraordinários. Amo muito vocês. ❞

Capítulo 1 - Ein ; Prólogo


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Perspectiva de Moon Aeri.

Eu não sei se tenho pretextos o suficiente para realmente me motivar e justificar. Eu acho que, no fundo, eu só
quero. Quero provocar, quero algo que não posso ter e que nunca nem quis ter, para começo de conversa.
tigerlilynoona
Usuário
Estou encostada na parede de um cômodo mais privado da ampla casa de toque contemporâneo que recebe o
Happy Hour sagrado de toda sexta-feira. 1 3.926
Histórias Seguidores
Respiro fundo três vezes. A batida grave da música ressona no tecido do meu suéter, entra em harmonia com meu
coração e sinto o efeito da bebida ao passo que meu rosto formiga em antecipação. Passo a mão pela minha saia e os

botões frontais, endireitando-a, e confiro minha maquiagem no espelho próximo dali. Pelo reflexo consigo ver Sora e
Jimin conversando afoitamente.

Meneio a cabeça e um sorriso de lado me escapa antes de arrumar uma mecha de cabelo teimosa atrás da

orelha e finalmente deixar que meus pensamentos ébrios me guiem.

“Vai ser divertido”, me convenço.

As luzes piscam em cores tricromáticas, queimando as pupilas acostumadas com os bares escuros. Vagueio

pelas frestas das pessoas que se apertam nesse alvoroço de alegria proposital misturada com sinceridade alcoolizada
enquanto a insanidade da noite parecia nos enfeitiçar.
E só podia ser isso. Embriaguez, insanidade... Eu culparia qualquer coisa pelos atos que eu estava prestes a cometer.

Eu estava determinada a encontrar, no meio do oceano de universitários, o garoto de olhos negros amendoados e
proibidos.

Proibidos para mim.

Um riso aparece no canto da minha boca quando penso nisso.

É tudo muito devagar para mim; meus passos, meu ombro que empurra os corpos alheios, meus olhos piscando,
minha mão que se livra de outras mãos ansiosas e toda consciência de que, na verdade, está tudo rápido demais.
Eu não penso duas vezes para provar que eu também faço o que eu quiser. Essa mania de ser desafiada e orgulhosa...
Foi o que me atravessou como uma carga elétrica maior que a surpresa ao ver Taehyung perto das escadas
praticamente devorando os lábios da garota de cabelos ruivos que costumava implicar com ele, comigo e nossos

amigos durante nossa infância e adolescência.

Com certeza não era nisso que ele estava pensando agora. Com certeza ele não se importava com isso agora.
Garotos não se importam com nada quando veem uma oportunidade.

E sem dúvidas, ela também não se lembra do garoto esquisito que ela certamente não estaria dando a menor chance
se ele agora não tivesse se transformado em um dos garotos mais bonitos do campus, com toda marra de quem sabe
exatamente disso. Claro que ele sabe.

E lá está ele, Tae, passando a língua pelos lábios dela antes de ambos sorrirem em meio à dança sensual que
seus corpos entoam em uníssono.
Um estalo agudo e violento de vidro tilintando à minha direita, distante de mim, me desperta.
Quando eu digo que “faço o que eu quiser”, quero dizer que eu também posso beijar um dos melhores amigos de
Taehyung e um dos garotos que eu mais detestava, só para provar meu ponto.

Meu orgulho foi ferido diante de vários rostos, uns conhecidos e outros não, porque claro que a essa altura muitos
sabiam que eu e Taehyung estávamos... Nos beijando ocasionalmente? Bem, ficando ou... Algo do tipo.
Então continuo procurando por ele.
Era quase como um jogo, mas Tae não sabia que estava participando. Ainda. Um jogo patético que eu certamente
repugnaria na manhã seguinte. Mas agora...

– Agora eu só preciso achar aquele idiota.

Taehyung e eu estudamos juntos aqui em Seul desde os 8 anos. Estivemos na mesma classe até o último ano de
escola e a cada ano que passava, nos aproximávamos mais e nos tornávamos mais amigos. Mesmo fazendo novas
amizades e passando pela típica fase em que garotas começam a notar os garotos de forma diferente e garotos só
querem saber de seus amigos, continuávamos próximos de alguma maneira. Acabei conhecendo também na época os

amigos que ele mais convivia e que viraram então meu ciclo: Park Jimin, Jung Hoseok (que é mais velho que nós) e
Jeon Jungkook¹.

Nos distanciamos quando meu pai foi transferido para Ulsan, após o fim do terceiro ano, e fiquei longe de Seul
por quase três anos.

Agora, nos reconectando quase que imediatamente desde meu retorno, sei que Tae conhece meu lado orgulhoso,
competidor e cabeça dura. Porque foi se aproveitando descaradamente disso que nos beijamos pela primeira vez há
semanas atrás, depois de ser desafiada em um jogo bobo no esquenta para uma festa.
Acabou que continuamos nos beijando na tal festa e mais algumas vezes após isso. Acho que nos primeiros dias
ficamos no limbo de sentimentos incertos, deslumbrados por descobrir um ao outro de outra forma depois de tantos
anos de convivência. Porém, acredito que esteja começando a ficar claro que não passou de uma curiosidade mútua.
Pelo menos é o que penso depois de me sentir meio tonta por ainda ser pega de surpresa ao vê-lo beijando outra.

O que me leva à ele.

O playboy incorrigível, mimado, prepotente... O próprio clichê do "bad boy".

Jeon Jungkook.

Meu Deus.

Eu odeio caras como ele.

Não que Taehyung seja muito diferente, longe disso. Mas Jungkook sempre foi... Jungkook.

– Aeri! – Alguém me chama e quase não consigo reconhecer a dona da voz dentre o som abafado. Sora. Seus

cabelos caramelo caiam desalinhados pelo seu rosto feminino e angelical.

Minha melhor amiga cambaleia até mim com uma expressão de quem havia bebido mais doses de soju do que
deveria.

– Sora... Você viu aquele m... – Interrompo o que eu estava prestes a dizer quando percebo o estado de Sora.
Cabelos desgrenhados, batom manchado e rastros do rímel, antes impecável, agora adornavam abaixo de seus cílios
inferiores. – Pera, você estava se pegando com alguém ou vomitando?

Ela pisca languidamente algumas vezes para mim antes de olhar incrédula e revirar os olhos exageradamente. O
aroma adocicado de seu perfume habitual se misturava com o cheiro pungente de álcool.

– Nem um nem outro. Eu tava enchendo a cara com Jimin pra esquecer que um dia eu conheci aquele idiota do

Hyunjin.

– Park Jimin? – Estudei por anos com Park mas só conheci Sora em Uslan. Ela também veio transferida de lá,

então ainda acho engraçado ver essa interação dos dois mundos (mesmo depois de meses de volta à Seul).

– Uhum... Cara, minhas botas estão matando meus pés, eu preciso sentar por dez minutos. O que você ia dizer?
– Ela apoia uma mão no meu ombro para abrir o zíper lateral de suas botas.

– Queria saber se você viu o Jungkook e... Sora! Não tira essas botas aqui. – Eu rio do jeito despreocupado que

ela dá de ombros e faz o que lhe dá na telha.

– Eu não tô nem aí, eu preciso conseguir andar amanhã. – Sora diz, sentando-se no sofá de couro preto ao lado,
junto com outros seres tão bêbados quanto nós. – E bem que eu podia não estar conseguindo andar por outro motivo,

mas infelizmente eu tenho dedo podre. E você quis dizer Taehyung? Porque se sim... Olha... – Ela olha para o chão,
arregalando os olhos e levanta uma mão como se quisesse dizer que era melhor eu nem saber.

– É, eu já sei. Mas eu não tô procurando por ele, é o Jungkook mesmo.

– Você procurando o Jungkook? – Ela cerra os olhos e me encara como se estivesse conectando os pontos que

iriam desvendar os mistérios do universo. Até desistir. – Última vez que o vi foi perto do bar improvisado, inclusive, se
você for lá, bem que podia me trazer qualquer coisa que tiver álcool. Qualquer coisa. – Ela pronuncia as últimas duas

palavras vagarosamente, o dedo indicador levantado e piscadelas lânguidas. Ah, Sora.

Olho em direção ao “bar” da casa. Uma cozinha americana com a bancada de mármore servida de muito álcool
barato. Vodcas de todas as cores e sabores e outras bebidas de procedência duvidosa, mais adentro alguns estudantes

brincando dos famosos drinking games, bebendo cerveja direto de um funil interligado por um longo tubo enquanto
vibravam e... Lá estava ele.

– Não e eu já volto, vou chamar alguém pra sentar aqui com você, fica aí.

Encostado na parede perto da cozinha, usando um jeans rasgado que evidencia o contorno de suas coxas

grossas, coturnos pretos, camiseta de botão flanelada xadrez que permitia um vislumbre da clavícula, dando espaço
apenas para a tatuagem do pescoço ser exposta, e uma jaqueta pesada preta que deixa o resto dos rabiscos apenas

para a imaginação... Ele parecia quase mais um adorno caro da casa. Claramente ele se destacava do resto dos “reles
mortais” que o cercavam.

Ele era como um imã que atraía todos os olhares mesmo com seu jeito retraído e misterioso. Seria até incrível

mergulhar o olhar em suas ondas turvas se ele não fosse um idiota.


Jungkook parece me notar quando meus passos tomam sua atenção e percebo que ele me averigua uma, duas, três

vezes com olhadelas rápidas.

Meu coração quer sair pela boca e eu me reprimo mentalmente. Isso é pra ser divertido. Quero me certificar de
que não estou tomando uma atitude infantil motivada pelo álcool, mas quando me dou conta, já estou em frente à

Jungkook, Jimin e outros dois amigos deles que não conheço.


Esses amigos fazem menção de que vão se ausentar para ir ao lado de fora da casa e não percebem minha presença.

Jungkook troca apertos de mão com eles e comenta sobre “daqui a pouco ir lá fora também”, já Jimin me encara,

sorrindo abertamente e feliz.

– Jimin! – Falo me dirigindo ao garoto de lábios carnudos e visivelmente ébrio. – Sora está bêbada no sofá e... E

pediu para que você fosse ficar lá com ela. – Aponto para onde minha amiga está sentada com um aceno de cabeça.

– Ah, é? Onde? Oh... – Ele começa a rir, observando Sora que me mirava com o olhar dúbio, por um lado confusa
e por outro entendendo tudo. Arregalo minhas orbes para ela, esperando que receba a mensagem que estou enviando

mentalmente para sua cabeça alcoolizada.

– É... Você sabe como ela fica quando está assim... Não podia ser eu, tinha que ser você. Fazer o quê? – Digo
sem firmeza alguma e é óbvio que estou tramando algo.

Se passa desapercebido por Jimin ou se ele prefere comprar a ideia de que Sora o quer do lado dela agora, eu

não sei. Mas logo o garoto dá um tapinha, com o dorso da mão, no peito de Jungkook avisando que voltaria já já.
Aproveito sua deixa para tomar o lugar dele ao lado de Jungkook e me encosto na parede. Me lembro de Taehyung e

seus lábios ocupados na boca de outra pessoa e tomo fôlego para sugerir à Jungkook uma trégua.

Mas ele é mais rápido que eu.

– Fala o que você quer, Aeri.

Franzo o cenho.

Uma frase é tudo que precisa. Todas as extremidades do meu corpo se tornam quentes e borbulhas de raiva já

estalavam contra minha caixa torácica. A essa altura eu já não tenho ideia se eu tenho um pavio muito curto ou se esse
garoto é muito prepotente. Eu nem havia dito nada e ele já se dirigia a mim como se eu estivesse incomodando a

realeza de Seul com minha presença desimportante. Se eu não o conhecesse melhor, marcharia para longe daqui e de

toda sua arrogância, mas sei que ele faz isso de propósito.

E ele não estava errado. Eu só estava aqui, ao lado dele, sozinhos, porque queria alguma coisa.

Olho para o garoto como se estivesse cravando adagas afiadas em seus olhos e ele ri anasalado, desviando logo o

olhar mas aproximando o copo vermelho de mim, oferecendo silenciosamente um gole de sua bebida.

Pego seu copo e dou um gole generoso. Merda. O gosto amargo de whisky invade minha boca e meu rosto se

contorce enquanto a bebida desce pela minha garganta com dificuldade, levando assim qualquer vestígio de sanidade

restante. Aperto os olhos e balanço a cabeça, devolvendo o plástico para o garoto que tinha um sorriso travesso
arranhando de leve seus lábios.

– Quem disse que eu quero alguma coisa?

Ele solta uma risada olhando para o copo.

– Você tá aqui, do meu lado, sem pretexto algum, sem mais ninguém pra te manter aqui e estava me olhando
parecendo uma doida de longe.

Fecho os olhos. Quero rir, mas só porque estou bêbada, porque ao mesmo tempo quero tirar o sorrisinho que ele

tem na cara com um soco.

– Você quem estava me olhando primeiro com olhar de psycho. Eu vi, tá? E eu preciso de um favor.

– Não posso fazer.

Me viro totalmente pra ele e o olho incrédula.

– Você nem sabe o quê que é?!

Ele suspira e revira os olhos rapidamente, nunca olhando em meus olhos. Tomo isso como uma concessão para

prosseguir.

– Vi Taehyung beijando a Hana. Vou provar que também faço o que quero, já que é assim. Então... – Tropeço nas

palavras e deixo a ideia no ar, respirando fundo e roubando um olhar de lado para ver sua reação. Nada.

– Então?

– Então quero que fique comigo.

Jungkook me olha de esguelha e não responde. Seu corpo não estremece, não esboça reação alguma, apenas
volta o olhar a sua frente e toma outro gole de sua bebida. O movimento de seu braço deixa seu cheiro emanar no ar.

Não é forte, porém não menos inebriante. Chega à mim com notas mentoladas e frutais e me lembram a

fragrância que ficou na minha mente desde que éramos colegiais.

– E por que você acha que eu te ajudaria com isso? – Ele finalmente fala, ainda observando o movimento das

pessoas, me tirando do transe momentâneo.

– Não te custa nada e você ainda ganha um beijo. – Quero bater na minha testa com a minha resposta. Entreguei
de bandeja a deixa pra ele tirar uma com a minha cara. Espero alguns segundos. Como ele não diz nada, tiro uma

mecha de cabelo que teima cair em frente ao meu rosto e continuo. – Qual o problema? Você beija trocentas garotas

todas as festas, não faria diferença. – Falo com um tom mais antipático do que eu gostaria.

– Aí que você se engana, me custa sim. – Ele me olha franzindo o cenho. – E realmente, posso conseguir outros

beijos e muito mais por aí, diga-se de passagem, sem precisar me colocar nesse seu plano sem pé nem cabeça. Isso é

idiota, Taehyung é meu amigo.

Jungkook muda o peso de um pé para o outro e passa seus dedos pelos fios de cabelo que insistiam em cair por

cima de sua testa. O vinco no meio de seus olhos ainda presente, sinalizando que ele não iria dar o braço a torcer para

mim tão cedo.

– Tá brincando comigo, né?

– Hah... Garota. Acho que você não entendeu. Eu e os meninos temos um... Como posso dizer? Um código.

Basicamente tem certas garotas que nenhum outro do grupo pode se envolver... E adivinha. Você é uma delas, muito
antes de você e Tae começarem com essa... Ideia torta. Eu não vou te beijar.

Ele desencosta seu corpo da parede em um impulso para sair, me deixar pairar com meu orgulho ferido pela

segunda vez na noite e ter o assunto como encerrado. Mas meu ego inflama, me queima por dentro e é ele que segura
o braço de Jungkook, o impedindo de avançar mais algum passo.

– Jungkook... Eu não ligo pra esse bro code de quinto ano que vocês inventaram. – Sinto a expressão de meu

rosto distorcer em desgosto. – Por que você é sempre assim comigo?

– Claro que não liga, né? Não diz respeito a você. – Ele deixa um riso soprado de escárnio escapar. – Você acha
que sempre tem o que quer? – E me olha, perpassando minhas pupilas, como se buscasse saber o que me causava

enquanto fala, antes de continuar. – E quem implica aqui é você.

Bem, a premissa da minha ideia é realmente fazer o que quero, mas se eu terei isso, já são outros quinhentos.
Diferente de como é com ele. Uma raiva misturada com pensamentos embriagados embaralham minha mente e a ideia

de ser desafiada acende meu lado ilógico. Quem ele pensa que é?

– Eu que sempre tenho o que quero? Hah... Eu nunca iria querer alguém como você. – Fecho os olhos e passo a
língua pelos lábios, respirando fundo. – Mas você poderia me ajudar. Ser legal pelo menos uma vez... Qual é, é só uma
brincadeira, Jungkook, não vai dar nada.

Ele não diz nada e fica apenas me fitando, um bico se formando em sua boca enquanto ele morde a bochecha.
Então ele inspira fundo, deixando que seu peitoral inflasse e demarcasse embaixo da camiseta xadrez. O colar
prateado que ele usa no pescoço reluz mesmo à pouca luminosidade e meus olhos caminham para longe de seus

olhos para acompanhar o movimento do seu corpo, inspirando e expirando, e minha mente me trapaceia. Imagino a
pele rabiscada dele por baixo do tecido.

Eu tenho que parar de beber.

Como se lesse meu semblante descarado, o garoto arqueia uma sobrancelha e visivelmente sua guarda abaixa,
ele relaxa e sua expressão passa de irritada para jocosa.

– Tá querendo mesmo me beijar, não tá? – Ele exibe os dentes enquanto ri e seu sorriso é quase infantil,
contrapondo com o resto do seu corpo. – Não precisava ter inventado essa historinha toda, era só me dizer. Quem sabe
eu até pensaria em dizer sim?

Ele junta o polegar e o dedo do meio e me dá um peteleco na testa.

Jungkook consegue me irritar. Sempre.

O empurro com as pontas dos dedos, mas ele mal dá um passo pra trás, continua me olhando com olhos semi

cerrados, pesados.

– Abaixa a bola, seu metido. – Falo entredentes.

– Por que não chama algum dos garotos do seu curso? Tenho certeza que alguns deles devem beijar o chão que
você passa e aceitariam qualquer coisa que você inventasse só pra ficar com você.

– Jungkook... Tem que ser você porque eu sei que vai deixar o Taehyung quite comigo. Ele nunca imaginaria que

eu ficaria com você, e sabe o que é pior? Você realmente está só me fazendo lembrar do tanto que eu não gosto de
você.

Ele parece se divertir com minha irritação e com o que eu acabei de dizer.

Então sorri de lado, cínico.

– Ah, é? Parece que você e ele estavam errados então... Princesa. – Ele vira o copo de bebida ainda me olhando
e sorrindo.

Um frio percorre meu ventre e vai até a garganta quando ouço o apelido idiota.

– Jungkook.

– Aeri.

O que tem de errado comigo? O príncipe playboy nunca se misturaria. O que tem de errado comigo? Eu devia ter
saído daqui há muito tempo.

Dou uma olhadela para trás e vejo Sora e Jimin rindo de alguma coisa que ele mostrava no celular dele para ela.
Quando me viro, Jungkook está me encarando. Uma fina camada brilhante envolvia seus olhos, claramente efeito do
álcool. Me aproximo até sentir minhas botas de cano alto baterem a ponteira dos coturnos dele, fico perigosamente

próxima. De perto, sua boca entreaberta resvala a respiração quente pela minha, noto a pintinha quase imperceptível
logo abaixo do seu lábio inferior e percorro o olhar até o dragão minuciosamente desenhado em seu pescoço. Sinto as
terminações do meu corpo congelarem, as pontas dos meus dedos se tornam gélidas, a saliva se ausenta da minha
língua.

Mas nossos olhares se cruzam e são pura chama. De quê?

– Você vai se arrepender amanhã, eu conheço você. – Ele fala com convicção, como se tivesse propriedade.

– Não diga isso, você não me conhece.

A expressão de Jungkook muda e o vinco em seu cenho aparece novamente, ele parece quase... Magoado.

– Diga o que quiser. Resolve isso só entre vocês.

– Você nunca vai mudar, não é? – Eu não estou mais falando do beijo nem de Taehyung e ele sabe porque o vejo
engolir seco e me encarar de cima. Os olhos apenas dois traços horizontais e intrépidos. Ele me responde sem piscar.

– Você é encrenca, Aeri.

Homens.

Nos encaramos por segundos que parecem infinitos, as pálpebras pesadas, travando uma guerra mental, antes
dele passar a língua pelos seus lábios róseos e fitar minha boca.
Estamos alheios a qualquer um que deve estar presenciando nossa interação, a música alta ainda estala nos graves e
as luzes alternam entre negra e vermelha, enquanto minhas pupilas se ajustam à proximidade.

– Sempre foi esse o motivo pra você ser um babaca? – Solto um suspiro de frustração e chego perto de sua
orelha direita, sentindo o metal algente de seus brincos e piercings roçarem na minha bochecha. – Perdi a vontade.
Você tem razão, tem outros garotos que aceitariam isso num estalar de dedos e é o que eu vou fazer agora.

Eu? Obviamente não ia procurar mais ninguém. Depois dessa discussão, minha cabeça parece voltar a encaixar
as peças que estavam escondidas do quebra-cabeças que meu “eu embriagado” fez e concluo que eu deveria apenas
conversar com Taehyung amanhã ao invés de pagar na mesma moeda. Chega.

Me afasto e volvo o corpo, pronta pra ir embora; com raiva de Jungkook, pra variar. Mas ele me puxa pelo tecido
do meu suéter com força e o impulso me prensa contra o corpo dele.

– Você me tira do sério, na moral. – Ele quase rosna.

E seus lábios cerram a distância entre nós e encontram os meus.

Sua boca é macia e sela a minha firme. E agora que isso está realmente acontecendo, eu não acredito. O beijo

de Jungkook não é nada do que eu poderia imaginar, e tenho certeza disso quando uma de suas mãos vai até meu
rosto e seu dedão o acaricia. Sinto um vestígio de hortelã misturado com o amargor amadeirado do whisky que ele
tomava até agora pouco. A combinação desperta minha curiosidade, consegue me instigar, e eu quero sentir... Mais.

O garoto se distancia devagar e passa a língua pelo meu lábio inferior antes de se movimentar num ritmo suave,
sensual e quente. Nada do que eu esperava, se é que eu esperava algo. Ele parecia estar saboreando minha boca e
sentir isso faz com que eu me encontre mole debaixo do toque... Minhas mãos involuntariamente movem-se para o

pescoço de Jungkook e agora ele estava impossivelmente perto.

Seu cheiro e seu gosto me tiram do modo são por alguns segundos e tudo que vejo são as estrelas e outros
padrões geométricos que se formam atrás dos meus olhos cerrados.

A língua dele dançava vagarosa e deliciosa contra a minha. Uma dança molhada e sacana. Nossas respirações se
misturam, quem diria, e Jungkook então embrenha seus dedos esguios nos meus fios longos e aperta minha cintura
com mais força. Abro os olhos e ele também, deslizando os lábios devagar pela minha boca, nossas expressões
confusas e com as testas vincadas. Como parar?

Meu lábio inferior é mordiscado e meu corpo quer ceder mais. O sinto me selar languidamente uma, duas, três, quatro
vezes até nos separarmos. Mas não o suficiente para termos espaço entre nós, apenas para conseguirmos respirar e
falar.

– Aeri...

– Você é um idiota.

Ele meneia a cabeça e ri soprado.

– Vai dizer agora que não gostou de beijar esse idiota?

– Convencido.

– Marrenta.

E logo ele diminui a distância entre nossos lábios novamente e sou pega de surpresa. Dessa vez seu beijo é mais

ávido, ardente e Jungkook me empurra contra a parede atrás de nós.

Nem penso, minhas mãos exploram seu tórax e sinto seu corpo rígido e quente por cima da camisa. A vontade de
arranhar seu peitoral e desenhar rastros avermelhados por toda pele e ouvi-lo arfar me domina... Tenho que parar de

pensar nisso.

Parar de pensar no calor do corpo dele colado com o meu e em sua mão que vagueia pela minha coxa e chega
até a base da minha bunda, apertando perversamente. Suprimo o gemido que quer escapar entre o beijo, mas minha

respiração já é uma bagunça e a dele também. Quando ele volta a apertar minha coxa, a levanta, querendo envolver
em sua cintura e deixo, entregue ao momento. O tecido da minha saia se ergue e minha calcinha roça no jeans da
calça dele, assim como seus dedos que subiam pela coxa e adentravam mais e mais pela saia como se queimassem
ao toque. Sinto minha intimidade arder e se contrair em antecipação.

Merda.

Eu poderia até parar agora, poderia empurrá-lo porque já cumprimos o que pedi, mas eu não quero. Agora eu

estava disposta a conhecer com a minha língua a tinta marcada em seu corpo, tracejando minha saliva por todo o sal
de sua pele... Mas não vou admitir jamais.

Eu devo estar muito doida mesmo. Ele é Jeon Jungkook, porra.

Os dedos do garoto vão até os cabelos da minha nuca e o puxam, pedindo espaço para descer da boca até meu
pescoço. Não contesto, deixo ele explorar a pele exposta e sensível, então ele suga de forma deliciosa e lenta e me faz
morder meus lábios. Me aproveito que ele está ocupado demais e puxo seu quadril para mais perto de mim pelo bolso

frontal da calça. O contato é sórdido e ele aspira o ar entre os dentes.


Sua língua lambe de onde ele maltratou até a minha orelha, brincando com o lóbulo e mordiscando. Quando sinto seus
dentes na minha pele, o gemido sôfrego que eu reprimi todo tempo, me escapa.

E então ele ri sacana ao pé do meu ouvido.

Eu detesto ele.

Para duas pessoas que travam inúmeras discussões sem sentido e juravam jamais querer encostar um no

outro... A cena estava no mínimo lasciva. Como o fogo e a pólvora, prontos para explodir, esperando o momento certo
para queimar juntos.

Eu não consigo parar. Ele não quer parar.

Não havia sentimento nem doçura nesse beijo. Mas mesmo assim, meu corpo teima em arrepiar sob seu toque
abrasador. Eu odeio isso e ignoro a sensação.

Jungkook sela meus lábios e retribuo instintivamente, ainda com uma mão em seu bolso frontal e a outra em sua
nuca, entranhada entre seus fios sedosos. Com pesar, meus lábios lentamente deixam cada milímetro dos dele... E é
como se a realidade me desse um tapa na cara, agudo e forte.

Nos encaramos com olhos alertas, estupefatos... Até um sorriso sacana aparecer nos lábios dele e quebrar o
encanto.
Ele abaixa o olhar por um momento e então sua mão direita vai até a parede e se espalma ao lado da minha cabeça,
permitindo que ele se aproxime e sussurre.

– Botas maneiras.

Jungkook.

Por mais que eu não quisesse admitir... Puta merda, que beijo gostoso.

Quando conheci Jungkook, anos atrás, nós éramos apenas adolescentes... Ele não era nada parecido com o que
é agora.

Lá pelos nossos 12 ou 13 anos, o garoto havia se mudado definitivamente para Seul. Taehyung me apresentou à

ele quando ainda éramos crianças, quando Jungkook vinha passar as férias na casa do pai. Por um bom tempo, eu
fazia parte da “panelinha” deles e era praticamente a protegida de ambos os jovens garotos. Não que eu não soubesse
me defender, mas quem faria eles dois escutarem? Nossa amizade era leve e aconchegante como a primavera. E
assim como ela, também só durou uma estação.

O tempo passou, continuamos crescendo, novas amizades surgindo e percebi que Jungkook se tornou apenas o
amigo playboy e babaca de Taehyung. “Alfinetadas” poderiam definir nossa relação. Ele me irrita, eu implico, ele revida,
eu estouro, ele refuta, eu penso em trezentas formas diferentes de arrancar a cabeça dele. E de alguma forma, ele

sempre estava no cenário, muito por conta de Taehyung, Jimin e Hoseok, mas sempre estava lá.

O que importa é que eu não o conheço mais há muitos, muitos anos. Mesmo frequentando a mesma escola,
mesmo tendo ciclos de amizades em comum, mesmo estudando agora na mesma universidade. O que eu vejo e sei de

Jeon é a casca que ele deixa exposta e essa casca é revestida de particularidades que antipatizo: o bad boy (se bem
que fuckboy também cairia bem nessa definição), destruidor de corações, pedante e inacessível.

E no fim das contas... Ele é uma incógnita.

No ensino médio, Taehyung sempre insistiu para que eu não o julgasse nem implicasse com ele, mas até hoje
não consigo deter-me quando vejo que é mútuo.
Jungkook ainda me olha com seu sorriso atrevido de quem aprontou alguma e não foi pego, quando vejo um garoto de

cabelos cor de mel pela minha periférica. Quando nossos olhares se cruzam, Taehyung está com as sobrancelhas
erguidas, mas seus lábios se curvam em um sorriso amarelo. Então termina de virar seu copo de bebida e não sustenta
seus olhos em mim. Logo vão para Jungkook que também o encara, por alguns segundos é como se os dois travassem

uma conversa mental e, pelo visto, essa conversa não foi das melhores. Então o garoto tatuado me deixa, se afastando
para a área externa da casa sem dizer nada.

Tae me lança um último olhar e desaparece em meio a luzes tricromáticas e o alvoroço de alegria proposital

misturada com sinceridade alcoolizada.

Amanhã eu lido com isso.

– Você sabe que caiu na toca do coelho, não sabe? – Sora se aproxima de mim, usando apenas meias e com as
botas em uma mão.

– Relaxa, eu ainda detesto ele. – Levo o copo que ela me passa até a boca e bebo enquanto observo Jungkook
por entre as portas de vidro, conversando em uma rodinha de amigos do lado de fora da casa.

– Se você diz... Vocês realmente deram um show com aquela performance de pegação, até salivei... Bons atores.

– Sora... O que quer dizer? – Pergunto sem paciência para joguinho de indiretas.

Ela meneia a cabeça e solta um suspiro frustrado.

– Vamos embora antes que eu fique mais bêbada e ligue pro meu ex. – Rio do seu jeito dramático e apalpo o
bolso da minha saia à procura do meu celular. Agora eu só queria chamar o uber, ir para casa, tomar um banho gelado
e dormir até entrar numa dimensão paralela onde eu não estava bêbada e cometendo erros.

Mensagem de Texto
De: Yeonjun

“Aeri-ah!
Você pode cobrir meu turno na cafeteria amanhã,
por favor, por favorzinho??

Fico te devendo uma.


Aeri?
Por favoooor!”

Yeonjun, meu calouro e companheiro de trabalho na cafeteria da universidade, ah... Mais essa. Nem honoríficos
esse safado usou para me pedir um favor. Rio sozinha do descaramento antes de responder ao garoto e pedir o uber.

Sora está tagarelando sobre alguma coisa enquanto andamos em direção à porta mas não consigo assimilar.
Minha cabeça está cheia dos acontecimentos recentes. Irei me arrepender amanhã das minhas atitudes? Argh, já
começo a sentir a dor de cabeça e imagino que deva ser minha consciência pesando.

Estou perto da saída com Sora e já posso ver o carro que nos levará para o dormitório estudantil parado do lado de
fora, quando Jungkook e Hoseok passam por nós, em direção à um grupo de garotos que eles sempre andavam juntos
pelo campus. Jungkook trespassa colado à mim e aperta leve e discretamente meu braço com o polegar e o indicador,
sem me olhar, e desaparece junto com o garoto que lhe dava um capacete.

Um frio na barriga me assombra inesperado.

Eu não vou cair na toca do coelho.

--------------------

“Takes one to know one,

You beat me at my own damn game.

You push and I'm pulling away;

Pulling away from you”

¹ Nesse universo, a maknae line tem a mesma idade!

✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶

1. Ein ; Prólogo Próximo Capítulo

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95 Comentários

BlueSkyy_m
Postado 3 semanas atrás 

Uiuiii gostei

kelenkkj
Postado 26/02/2023 19:49 

Eu sempre vou surtar com o beijo deles

kelenkkj
Postado 26/02/2023 19:17 

Que ódio tenho preguiça de ler tudo de novo 😭😭

kelenkkj
Postado 26/02/2023 19:16 

Tendo que ler tudo de novo pq não lembro de mais nada dessa fic

More_Fics
Postado 05/02/2023 12:01 

Tô lendo de novo, pq sou esquecida e sempre tem coisa que a gente deixa passar.❤

_mares_
Postado 02/01/2023 16:20 

Lendo dnv pq eu não consigo superar

Ver mais respostas 2 de 4

Respondido por sister_good 30/01/2023 19:07 

Não terminou ainda, mas até o último capítulo atualizado tá bom.

Respondido por sister_good 30/01/2023 19:08 

Resumindo: perfeito.

mallyzita
Postado 09/11/2022 01:27 

09/11/2022
01:27
Ok

pjmjkyj
Postado 03/10/2022 23:13 

começando a ler dia 03/10/2022


23:13

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