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Desembarcando agora.
Não deixo de notar que ela não usou o plural. Sou filho
único e, depois da perda do meu pai, ela se tornou um pouco
superprotetora. Acho que acreditou que eu voltaria para a Califórnia
depois da faculdade, se esquecendo de que foi ela quem me
incentivou a estudar em Northwestern, onde me apaixonei pela
cidade e pelo meu trabalho.
Seguro a mão de Holly, enquanto as pessoas saem,
passando pelo balcão da segurança.
— Eu prometo, este Natal vai ser perfeito.
Holly solta um suspiro, me dando um sorriso caloroso.
— Já é.
Eu me inclino, pressionando meus lábios aos dela.
— Apenas seja você, querida. Não existe alguém capaz de
resistir a você.
Enquanto encaro aqueles olhos azuis, ouço alguém
pigarreando.
Nossas cabeças se viram na mesma hora.
— Mãe!
— Dean, meu menino!
Não me importo que tenha trinta e quatro anos e que seja
um homem adulto, porque quando minha mãe me puxa para um
abraço, tudo parece possível. Todos os planos pelos quais tenho
estado agoniado nas últimas semanas, e até mesmo o estresse de
sua chegada, desaparecem.
Vai ficar tudo bem.
Tem que ficar tudo bem.
Minha mãe me solta e sorri para Holly.
— É tão bom ver você — ela diz.
É como se todo o ar que estava sendo contido em um
balão se soltasse, e, em seguida, Holly abraça minha mãe.
— Espero que o seu voo tenha sido bom.
— E foi. Longo, e realmente, você não precisava fazer um
upgrade. — Ela dá um tapinha na minha bochecha. — Mas foi fofo.
— Foi ideia da Holly.
Minha mãe se vira para ela.
— Obrigada, querida. É ótimo que Dean tenha alguém para
cuidar dele.
Quero argumentar com ela, mas então meu telefone toca.
— É do escritório, tenho que atender — informo, antes de
me afastar. — Oi, Misty.
— Oi, Dean, desculpe incomodá-lo… Sei que você tirou os
próximos quatro dias de folga, mas temos um grande problema.
Minha assistente não ligaria se não fosse algo sério.
— O que está acontecendo?
Ela conta todos os fatos sobre o cliente e como ele está se
preparando para cancelar tudo. Eu tinha deixado tudo ajeitado antes
de sair do trabalho na sexta-feira.
— Como a situação ficou tão ruim? — pergunto.
— Parece que o cliente não concordou muito desde o
início. Matthew tem tentado agradá-los, mas… Acho que estão a
poucas horas de cancelar o contrato conosco. Eu…
Olho para minha mãe e Holly.
— Estarei no escritório em quarenta minutos. Ninguém toca
em nada.
E, com isso, todo o estresse que eu pensava ter ido
embora, está de volta.
— O apartamento está lindo — a mãe de Dean comenta,
enquanto se move. — E qual é o seu quarto?
Ah, vou matá-lo quando ele voltar.
— Você gostaria de desfazer as malas? — pergunto, na
esperança de evitar a pergunta.
— Não, não, está bem. Você sabe quando Dean estará de
volta?
Balanço a cabeça em negativa. Já se passaram três longas
horas. No começo foi bom, voltamos para casa, colocamos as malas
no quarto de hóspedes e depois fomos ao mercado comprar
mantimentos que, aparentemente, eu tinha esquecido. Embora
achasse que teria a maior parte do que precisava para o nosso
jantar de amanhã, a senhora Pritchard queria fazer alguns pratos
especiais que sua família come todos os anos e dos quais ela não
havia me falado.
Em seguida, ligamos para a mãe dela, que só chegará
mais tarde nesta noite, mas o telefonema só me deu vinte minutos,
enquanto eu estava esperando, não tão pacientemente, o retorno de
Dean.
Agora, porém, terminamos de adicionar algumas
decorações na árvore de Natal, os toques finais que ela pensou que
fariam com que parecesse um pouco mais festivo e… ainda sem
sinal de Dean.
— Não sei — admito. — Vou mandar uma mensagem para
ele.
Meus dedos voam sobre a tela do celular, que não saiu da
minha mão, e envio uma mensagem frenética.
Mudança de planos.
Okay, me avise.