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Apostila destinada ao Curso Técnico de Nível Médio em Agroindústria das Escolas Estaduais
de Educação Profissional – EEEP
Material elaborado/organizado pela professora Fábia Costa -
2018
SUMÁRIO
1.1. Conceito
serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a
perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária...”
Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como,
por exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.
Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido.
Por exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma
perturbação funcional..
Doença profissional também é acidente do trabalho?
Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na seqüência do exercício do
trabalho em si.
Doenças do trabalho são aquelas decorrentes das condições especiais em que o
trabalho é realizado. Ambas são consideradas como acidentes do trabalho, quando delas
decorrer a incapacidade para o trabalho.
Um funcionário pode apanhar uma gripe, por contagio com colegas de trabalho.
Essa doença, embora possa ter sido adquirida no ambiente de trabalho, não é considerada
doença profissional nem do trabalho, porque não é ocasionada pelos meios de produção.
Contudo, se o trabalhador contrair uma doença ou lesão por contaminação acidental,
no exercício de sua atividade, temos aí um caso equiparado a um acidente de trabalho. Por
exemplo, se operador de um banho de decapagem se queima com ácido ao encher a tina do
banho ácido isso é um acidente do trabalho.
Noutro caso, se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem proteção
auditiva adequada, submetido ao excesso de ruído, gerado pelo trabalho executado junto a
uma grande prensa, isso caracteriza igualmente uma doença de trabalho.
Um acidente de trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa apenas
por algumas horas, o que é chamado de acidente sem afastamento. É que ocorre, por exemplo,
quando o acidente resulta num pequeno corte no dedo, e o trabalhador retorna ao trabalho em
seguida.
Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas
atividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador acidentado
não retornar ao trabalho imediatamente ou até no dia seguinte, temos o chamado acidente com
afastamento, que pode resultar na incapacidade temporária, ou na incapacidade parcial e
permanente, ou, ainda, na incapacidade total e permanente para o trabalho.
A incapacidade temporária é a perda da capacidade para o trabalho por um período
limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas atividades normais.
É muito vulgar ouvir dizer que não há atividades seguras; todas têm os seus riscos.
E os riscos são as potenciais fontes de acidentes. Para diminuir os acidentes é então imperioso
eliminar ou minimizar os riscos e fazer o seu controlo.
eliminar ou isolar o risco. (exemplo: máquinas em manutenção devem ser sinalizadas com
placas de advertência; locais onde é proibido fumar devem ser devidamente sinalizados.
2. Gestão de Riscos
Portaria MTE n.º 1.297, de 13 de agosto de 2014, afirma que a NR-15 (Atividades e
Operações Insalubres) define limite de tolerância como “a concentração ou intensidade máxima
ou mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente que não causará
dano à saúde do trabalhador durante sua vida laboral.”
meio ambiente, exigem um meio de transmissão para propagar sua nocividade e agem até
mesmo sobre indivíduos que não têm contato direto com a fonte de risco. São representados
por fatores ou agentes existentes no ambiente de trabalho que podem afetar a saúde dos
trabalhadores, como: ruídos, vibrações, radiações, frio, calor, pressões anormais e umidade.
Os riscos químicos são identificados pelo grande número de substâncias que podem
contaminar o ambiente de trabalho e provocar danos à integridade física e mental dos
trabalhadores, a exemplo de poeiras, fumos,
névoas, neblinas, gases, vapores, substâncias,
compostos ou outros produtos químicos. São
substâncias compostas ou produtos que podem
penetrar no organismo pela via respiratória, pela
via cutânea (através do contato com a pele) ou
através do trato gastrointestinal (digestão). Pode
ter ação localizada, quando atua somente na região de contato, e ação sistêmica, quando são
absorvidos e distribuídos dentro do organismo, afetando diferentes órgãos e tecidos.
Os riscos biológicos
são microrganismos incluindo os
geneticamente modificados ou
não, as culturas de células, os
parasitas, as toxinas e os príons,
capazes de provocar infecções,
alergias ou toxidades em seres
humanos. Ainda podemos incluir
as bactérias, os vírus, os fungos
e mordidas e ataques por
animais peçonhentos, domésticos e selvagens.
Outros agentes existentes nos ambientes laborais e que são passíveis de causar
danos aos colaboradores são os riscos ergonômicos e de acidente ou mecânicos. Estes dois
outros riscos são trazidos pela norma regulamentadora 9.
Os riscos ergonômicos
estão ligados à execução de
tarefas, à organização e às
relações de trabalho, ao esforço
físico intenso, levantamento e
transporte manual de peso,
mobiliário inadequado, posturas
incorretas, controle rígido de tempo
para produtividade, imposição de
ritmos excessivos, trabalho em
turno diurno e noturno, jornadas de
trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade. Engloba também os fatores psicossociais e
entre eles podemos citar as situações causadoras de estresse e o relacionamento interpessoal
entre o trabalhador e seus colegas de trabalho ou a chefia.
Abaixo poderemos visualizar uma tabela que define o mapa de riscos ambientais,
estabelecido pela norma regulamentadora 5. Esta NR trata da Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes (CIPA) que é composta por trabalhadores e deve participar ativamente de todos
os programas de prevenção de riscos ambientais.
2.2. Periculosidade
1ª.) Art. 193 – CLT: “São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma
da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou
métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em
condições de risco acentuado.”
2ª.) Energia Elétrica – Lei No. 7.369/85, regulamentada pelo Decreto No. 93.412/86.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
O mapa de risco é a representação gráfica (em uma planta baixa) dos fatores de
risco existentes em um setor de trabalho ou em toda a empresa. Esta representação é feita
através de círculos de diferentes cores e tamanhos, permitindo fácil visualização de todos os
riscos de uma empresa. Como visto em alguns parágrafos acima, cada risco tem uma cor que o
representa, e o tamanho dos círculos vai ser de acordo com a graduação do risco que pode ser
classificado em pequeno (leve), médio e grande (elevado). Esta graduação vai ser mensurada
em conformidade com as sensibilidades dos trabalhadores.
identificação prévia dos riscos existentes nos locais de trabalho aos quais os
trabalhadores poderão estar expostos;
As atividades exercidas;
O ambiente.
Proteção coletiva;
Organização do trabalho
Proteção individual;
Brasil, pois sem ele o próprio Ministério não o reconhece como equipamento de proteção
individual.
Veja um exemplo:
Existem EPIs para proteção de praticamente todas as partes do corpo. Veja alguns
exemplos:
Cabeça e crânio: capacete de segurança
contra impactos, perfurações, ação dos
agentes meteorológicos etc.
A lei determina que os EPIs sejam aprovados pelo Ministério do Trabalho, mediante
certificados de aprovação (CA). As empresas devem fornecer os EPIs gratuitamente aos
trabalhadores que deles necessitarem. A lei estabelece também que é obrigação dos
empregados usar os equipamentos de proteção individual onde houver risco, assim como os
demais meios destinados a sua segurança.
Cabe ao Empregador:
Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
Exigir dos trabalhadores o seu uso;
Fornecer aos funcionários apenas EPIs que sejam aprovados pelo
órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho;
Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, a guarda e
conservação;
Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
Comunicar ao Ministério do trabalho e emprego qualquer
irregularidade observada;
Registrar o fornecimento do EPI ao trabalhador, podendo ser
adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.
Cabe ao Empregado:
Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que ele se destina;
Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
Sinais de Proibição
Indicam comportamentos proibidos de acordo com o pictograma inserido no sinal.
São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc.. Têm forma
circular, o contorno vermelho, pictograma a preto e o fundo branco.
Sinais de Obrigação
Indicam comportamentos obrigatórios de acordo com o pictograma inserido no sinal.
São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc.. Têm forma
circular, fundo azul e pictograma a branco
Sinais de Emergência
Fornecem informações de salvamento de acordo com o pictograma inserido no sinal.
São utilizados em instalação, acessos e equipamentos, etc.. Têm forma retangular, fundo verde
e pictograma a branco.
Tendo por base toda a avaliação realizada, quer sobre as variáveis que influenciam a
situação de trabalho e do correspondente impacto na Saúde e Bem-Estar do trabalhador, quer
sobre a própria atividade de Trabalho, no domínio da Higiene, Segurança e Saúde
Ocupacional, a Intervenção Ergonômica visa:
desenvolver estratégias de melhoria das condições de trabalho;
definir e divulgar critérios e ações para o desenvolvimento da educação sanitária e
de uma atitude de prevenção;
promover a aplicação de normas relativas à higiene, segurança e saúde
ocupacional;
projetar alterações tendentes a melhorar o funcionamento do sistema organizacional
no âmbito da higiene, segurança e saúde ocupacional.
Levantamento de cargas
17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de
trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.
17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas,
mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa
postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos:
a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de
atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do
assento;
b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação
adequados dos segmentos corporais.
17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos
requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para acionamento
pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como
ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das
características e peculiaridades do trabalho a ser executado.
17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes
requisitos mínimos de conforto:
a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
c) borda frontal arredondada;
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.
17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a
partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se
adapte ao comprimento da perna do trabalhador.
17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem
ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os
trabalhadores durante as pausas.
17.4. Equipamentos dos postos de trabalho.
17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar
adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser
executado.
17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação,
datilografia ou mecanografia deve:
a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado
proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação freqüente do
pescoço e fadiga visual;
b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a
utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento.
17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com
terminais de vídeo devem observar o seguinte:
a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento
à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de
visibilidade ao trabalhador;
b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador
ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;
c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira
que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais;
d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.
17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com
terminais de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as exigências
previstas no subitem 17.4.3, observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em
conta a análise ergonômica do trabalho.
17.5. Condições ambientais de trabalho.
17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às
características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação
intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de
desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes
condições de conforto:
a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira
registrada no INMETRO;
b) índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vinte e três graus
centígrados);
c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.
17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características definidas no subitem
17.5.2, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR
10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de
avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.
17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos
de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva e as demais
variáveis na altura do tórax do trabalhador.
17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou
artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.
17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.
17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma
a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de
trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira
registrada no INMETRO.
17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve
ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com
fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência.
17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem
17.5.3.4, este será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso.
17.6. Organização do trabalho.
17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em
consideração, no mínimo:
a) as normas de produção;
b) o modo operatório;
c) a exigência de tempo;
d) a determinação do conteúdo de tempo;
e) o ritmo de trabalho;
f) o conteúdo das tarefas.
17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do
pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do
trabalho, deve ser observado o seguinte:
a) para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em
consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;
para relaxar,
A indústria sempre teve associada a vertente humana, nem sempre tratada como sua
componente preponderante.
Até meados do século 20, as condições de trabalho nunca foram levadas em conta,
sendo sim importante a produtividade, mesmo que tal implicasse riscos de doença ou mesmo à
morte dos trabalhadores. Para tal contribuíam dois fatores, uma mentalidade em que o valor da
vida humana era pouco mais que desprezível e uma total ausência por parte dos Estados de
leis que protegessem o trabalhador.
Apenas a partir da década de 50 / 60, surgem as primeiras tentativas sérias de integrar
os trabalhadores em atividades devidamente adequadas às suas capacidades.
Atualmente em Portugal existe legislação que permite uma proteção eficaz de quem
integra atividades industriais, ou outras, devendo a sua aplicação ser entendida como o melhor
meio de beneficiar simultaneamente as Empresas e os Trabalhadores na salvaguarda dos
aspectos relacionados com as condições ambientais e de segurança de cada posto de
trabalho.
Na atualidade, em que certificações de Sistemas de Garantia da Qualidade e Ambientais
ganham tanta importância, as medidas relativas à Higiene e Segurança no Trabalho tardam em
ser implementadas pelo que o despertar de consciências é fundamental.
É precisamente este o objetivo principal deste curso, o de SENSIBILIZAR para as
questões da Higiene e Segurança no Trabalho.
Definições
A higiene e a segurança são duas atividades que estão intimamente relacionadas com o
objetivo de garantir condições de trabalho capazes de manter um nível de saúde aos
colaboradores e trabalhadores de uma Empresa.
Segundo a O.M.S. - Organização Mundial de Saúde, a verificação de condições de
Higiene e Segurança consiste "num estado de bem-estar físico, mental e social e não somente
a ausência de doença e enfermidade".
A higiene do trabalho propõe-se combater, dum ponto de vista não médico, as doenças
profissionais, identificando os fatores que podem afetar o ambiente do trabalho e o trabalhador,
visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais (condições inseguras de trabalho que podem
afetar a saúde, segurança e bem estar do trabalhador).
4.2. Saúde
Existem algumas doenças que não são consideradas doença de trabalho em virtude
de sua natureza, pois se desenvolvem naturalmente. São elas:
a) doença degenerativa;
b) doença inerente ao grupo etário;
c) doença que não produza incapacidade laborativa;
d) doença endêmica adquirida por segurado habitante de região e que se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.
As doenças degenerativas são crônicas, não transmissíveis e algumas não têm cura
conhecida. O conhecimento que se tem é de que elas podem se desenvolver devido a diversos
fatores, como tabagismo, excesso de peso corporal, má alimentação, vida sedentária,
predisposição genética e alcoolismo.
As doenças ligadas ao grupo etário têm necessariamente a idade como fato gerador
da enfermidade. Sua causa não decorre das atividades exercidas, e sim da própria idade.
Como exemplos dessa doença, podemos citar a presbiacusia (que é a perda da acuidade
auditiva iniciada a partir dos 30 anos, resultante da degenerescência das células sensoriais), a
catarata, doenças reumáticas, Alzheimer, entre outras.
Quais são as atividades rotineiras mais difíceis para uma pessoa com ler?
As pessoas com LER relatam que as maiores dificuldades ocorrem para realizar
algumas atividades de rotina, tais como limpar azulejo, abrir latas, polir panelas, torcer,
estender e passar roupas, segurar o telefone, escolher feijão, abotoar roupas, lavar cabelos
longos, segurar bebês, dirigir, carregar compras, trocar lâmpada, fazer pequenos consertos
caseiros.
Todas as pessoas podem ter ler?
Depende de suas atividades de trabalho. Eis algumas atividades de pessoas que
podem ter LER:
* caixas de supermercados e no comércio em geral;
* caixas de bancos e de serviços em geral;
* outras atividades do setor financeiro tais como compensação de cheques,
São movimentos repetidos de qualquer parte do corpo que podem provocar lesões
em tendões, músculos e articulações, principalmente dos membros superiores, ombros e
pescoço devido ao uso repetitivo ou a manutenção de posturas inadequadas resultando em dor
fadiga e declínio do desempenho profissional tendo como vítimas mais comuns os: digitadores,
datilógrafos, bancários telefonistas e secretárias. O termo Dort - (Distúrbio osteomuscular
relacionado ao trabalho), adotado no Bradil não é mais utilizado preferindo-se atualmente a
denominação Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT).
Fatores determinantes da Dort
1 - Postura: Posturas fixas são um fator de risco principalmente em trabalhos
sedentários. No entanto em trabalhos mais dinâmicos, com posturas extremas de tronco como,
por exemplo, abaixar-se e virar-se de lado também foram identificados como fatores de risco.
As más posturas de extremidades superiores também se constituem como fatores de
risco, tais como: desvios dos punhos, braços torcionados e elevação do ombro.
Todos esses desvios são influenciados por uma série de fatores ocupacionais e individuais,
incluindo característica do posto de trabalho, Ex: altura da mesa, da cadeira, formato da
cadeira e seu encosto, etc.
2 - Movimento e força: Estes dois fatores estão correlacionados ao aparecimento da
Dort - (Distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho) nas mãos e punhos. A combinação de
forças elevadas e alta repetitividade aumenta a magnitude da lesão mais do que qualquer uma
delas isoladamente.
Movimentos repetidos podem danificar diretamente os tendões através do freqüente
Sinais e sintomas?
Manifestações mais comuns são: formigamento, adormecimento e queimação do
polegar, dedo indicador, médio e metade
do anular. Ocorrem mais comumente à
noite e nas primeiras horas da manhã. A
dor pode irradiar para cotovelo, ombro e
região cervical.
A diminuição da sensibilidade
da mão pode causar fraqueza e perda da
capacidade funcional da mão. Os
pacientes geralmente referem que
deixam cair objetos e que não
conseguem sentir suas temperaturas, a mão pode ficar fria e seca.
Pode haver atrofia da região tenar, e quando comparado uma mão com a outra há um
achatamento desta região.
Condições mais propensas a desenvolver a doença:
A síndrome do túnel do carpo pode estar relacionada com a idade, o sexo, a
ocupação, a fatores hereditários e a condições médicas. Trabalhos que requerem o uso da
palma da mão com pressões e esforços repetidos ao nível do punho podem aumentar a
possibilidade de desenvolvimento de uma síndrome do túnel do carpo.
Diagnóstico:
Teste de Tinel - Percussão da área do nervo mediano e obtenção de choque
irradiado para o nervo mediano.
Teste de Phalen - Flexão passiva do punho por um período de
um minuto e será positivo se o paciente referir dor, choque ou
adormecimento na área inervada pelo mediano.
Teste de sensibilidade discriminativa de dois pontos revelará
perda da função sensitiva na região inervada pelo N. Mediano.
Tratamento conservador:
Os pacientes com poucos sintomas devem iniciara o
tratamento conservador. O tratamento conservador é realizado pelo uso
de órtese para alívio dos sintomas e fisioterapia. O tempo que o paciente
deverá usar a órtese varia de paciente para paciente e é de acordo com
a preferência do médico.
Tratamento cirúrgico:
É realizado quando os pacientes não apresentam melhora com o tratamento
conservador. A cirurgia é realizada com anestesia local e é realizado uma incisão no ligamento
transverso do carpo, que aliviará a compressão do nervo mediano.
Síndrome do túnel cubital:
O que é túnel cubital?
É um canal localizado ao nível do cotovelo por onde passa o nervo ulnar, cujos
limites são: epicôndilo medial anteriormente, lig. ulno-umeral lateralmente e póstero-
medialmente as duas cabeças do flexor ulnar do carpo. O teto do túnel é formado por uma
banda fibrosa que se estende do olécrano ao epicôndilo medial.
Quais as causas?
Algumas doenças podem predispor esta neuropatia compressiva, são: diabetes,
insuficiência renal, desnutrição, alcoolismo crônico, hemofilia, lepra, mieloma múltiplo,
acromegalia e outras.
Podem ser também por condições patológicas, traumáticas ou anatômicas.
Quadro clínico:
Paciente refere dor no cotovelo,
parestesias, hipoestesia no território do N. Ulnar e
paresia dos músculos inervados pelo N. Ulnar.
Tratamento
O tratamento conservador sempre deve
ser realizado e inclui o repouso do cotovelo,
medicação anti-inflamatória, uso de órtese e fisioterapia.
Quando o paciente não evolui bem há indicação de procedimento cirúrgico - neurólise do nervo
ulnar ao nível do cotovelo, com ou sem epicondilectomia, Transposição superficial.
Uma das causas mais comuns é a compressão do N. Ulnar no canal de Guyon por
um cisto sinovial. Outras causas são alterações da artéria ulnar que passa junto ao n. Ulnar e
fraturas dos ossos do carpo.
Quadro clínico
Dor ao nível do bordo medial do punho e
alterações de sensibilidade no dedo mínimo e metade
medial do dedo anular. Pode haver paresia progressiva
dos músculos intrínsecos da mão inervados pelo nervo
ulnar.
Tratamento
Quando se detecta uma causa física da compressão há indicação cirúrgica para
descompressão do nervo ulnar. Nas alterações anatômicas pode-se tentar tratamento
conservador com repouso, uso de órtese, medicação anti-inflamatória, medicação anti-
inflamatória e fisioterapia. Na persistência dos sintomas deve-se indicar cirurgia para promover
descompressão do nervo.
movimentos repetidos de lateralização do punho com preensão utilizando o polegar são mais
predispostas a desenvolver esta patologia.
Sinais e sintomas: O sintoma principal é dor na base do
polegar. Pode haver irradiação da dor para o polegar e antebraço.
A dor normalmente piora com o esforço físico da mão. Pode haver
e crepitação na região lateral do punho.
Como é feito o diagnóstico? O diagnóstico é feito
através da dor no lado radial do punho associado a certo grau de
edema. O sinal de Finkelstein é positivo: neste teste a manobra de
desvio ulnar do punho com mão fechada é extremamente
dolorosa nos pacientes portadores da doença.
Tratamento conservador:
Normalmente inicia-se o tratamento com medicação anti-inflamatória e uso de
imobilizador (gesso ou órtese) A infiltração com corticóide pode ser utilizada também para
melhorar o processo anti-inflamatório, bem como a fisioterapia.
Tratamento cirúrgico: Se os sintomas persistirem apesar do tratamento conservador
a cirurgia estará indicada. Realiza-se uma incisão transversa sob o primeiro compartimento
dorsal, seccionamos o ligamento dorsal do carpo e expõem-se os tendões abdutor longo do
polegar e extensor curto do polegar que são testados qto a mobilidade e aderências, a ferida é
então fechada.
Pós-operatório:
O paciente é mantido com curativo e orientado a movimentar o polegar dentro do
limite da sua dor. A recidiva é rara.
- Modificação do mobiliário:
- Conforto é essencial para a prevenção.
- Os postos de trabalho devem ser feitos para acomodar o trabalhador no seu
ambiente para que ele tenha uma movimentação eficiente e segura.
- As operações mais freqüentes devem estar ao alcance das mãos.
- As máquinas devem se posicionar de forma que o trabalhador não tenha que se
curvar ou torcer o tronco para pegar ou utilizar ferramentas com frequência.
- A mesa deve ser planejada de acordo com a altura de cada pessoa e ter espaço
para as movimentações das pernas.
- As cadeiras devem ter altura para que haja apoio dos pés, formato anatômico para
o quadril e encosto ajustável ao trabalhador.
Planejamento dos métodos de trabalho:
As pessoas devem aprender a identificar os sinais do próprio corpo, o que permite
perceber o início de qualquer desconforto. O importante é não deixar que as dores pequenas
evoluam.
Pausas - As pausas nos trabalho devem permitir principalmente um alívio para os
músculos mais ativos. Diferente da pausa para a recuperação do esforço físico pesado.
Obs: ainda não existe um esquema que estipule o tempo de pausa para evitar a tensão do
trabalho muscular localizado, mas o ideal é após 50 min. 1 hora de trabalho como por exemplo
em frente ao computador fazer uma pausa de 5 a 10 min. por hora.
Durante a pausa, pode-se levantar, caminhar um pouco e se possível fazer um
exercício de alongamento.
Exemplo: Entrelaçar os dedos das mãos, virando as palmas das mãos para frente e
esticando os braços para frente e para cima. Ajuda a relaxar o braço.
Outro alongamento é flexão e extensão de pescoço.
Fortalecimento muscular: Em casa para fortalecer os dedos da mãos, punhos e
antebraços é apertar uma bola de tênis ou de borracha repetidas vezes. Aperta com dois dedos
um é sempre o polegar, vai variando os dedos (um de cada vez).
Formas fisioterápicas de tratamento:
Crioterapia:
Está indicado quando se objetiva a diminuição do processo inflamatório agudo e do
edema e à analgesia. As manobras de compressão e elevação do membro potencializam sua
eficácia no controle do edema agudo. O frio pode se usado com bolsa contendo gelo picado ou
gelo mole. (3 partes de água para 1 de álcool). Duração de 10 a 30 min. podendo ser feito
várias vezes ao dia principalmente na fase aguda.
Contra-indicação: processos artríticos, rigidez articular, insuficiência vascular periférica.
Termoterapia:
O calor é um excelente método terapêutico, melhora o metabolismo e a circulação
local, aumenta a elasticidade do tecido conectivo, relaxa a musculatura e causa analgesia.
Calor superficial: Como exemplo temos: bolsas térmicas, banho de parafina, infra-
vermelho e turbilhão. Quando se objetiva administrar em extremidade sendo o banho de
REFERÊNCIAS
segurança e saúde no trabalho. 6. ed. rev. ampl. atual. Rio de Janeiro: GVC, 2007, 1196 p.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR- 4 – SESMT. Manuais de Legislação Atlas. 71ª.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR- 5 – CIPA. Manuais de Legislação Atlas. 71ª.
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Acidentes- PPRA. Manuais de Legislação Atlas. 71ª. Edição. São Paulo: Atlas, 2013d
COSTA, Hertz Jacinto. Manual de Acidente do Trabalho. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2007.
SALIBA, Tuffi Messias. Curso básico de segurança e higiene ocupacional. 3. ed. São Paulo:
ed. rev. ampl. São Paulo: Yendis, 2012. TST 331.45 M294 MP 2.ED.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!