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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SEGURANÇA DO TRABALHO

JOÃO NOGUEIRA DA SILVA FILHO

CULTURA PREVENCIONISTA
Gestão de Crises e Segurança do Trabalho

Itabuna
2015
JOÃO NOGUEIRA DA SILVA FILHO

CULTURA PREVENCIONISTA
Gestão de crises e Segurança do Trabalho

Trabalho de João Nogueira da Silva Filho apresentado à


Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como
requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas
disciplinas de Gestão e Saneamento Ambiental; Higiene
do Trabalho e Segurança Industrial; Higiene do Trabalho
e Biossegurança; Seminário IV.

Orientador: Profs. Edinei Hideki Suzuki


Fernanda Mendes Caleiro
Larissa M. Chompato
Francisco Licha Melchiades
Silvia Paulino Ribeiro Albanese
Vinícius Pires Rincão

Itabuna
2015
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2 OBJETIVO.............................................................................................................4
3 DEFINIÇÕES E CONCEITOS DE ACIDENTES DO TRABALHO.......................5
3.1 ACIDENTE DO TRABALHO..............................................................................5
3.1.1 Acidente No Conceito Legal...........................................................................5
3.1.2 Incidente.........................................................................................................5
3.1.3 Conceito Legal De Acidente De Trabalho......................................................6
3.1.4 Conceito Prevencionista De Acidente Do Trabalho.......................................6
3.1.5 Doença Profissional........................................................................................6
3.1.6 Doença Do Trabalho.......................................................................................6
3.1.7 Acidentes Registrados....................................................................................6
3.1.8 Acidentes Típicos............................................................................................7
3.1.9 Acidentes de Trajeto.......................................................................................7
3.2 CAUSAS DE ACIDENTES DE TRABALHO......................................................7
3.2.1 Ato Inseguro....................................................................................................7
3.2.2 Condição Insegura..........................................................................................7
3.2.3 Imperícia.........................................................................................................7
3.2.4 Imprudência....................................................................................................8
3.2.5 Negligência.....................................................................................................8
3.2.6 Fator Pessoal De Insegurança.......................................................................8
3.2.7 Fatores Psicológicos.......................................................................................8
3.3 PERIGO..............................................................................................................9
3.4 RISCO................................................................................................................9
3.4.1 Riscos Psicossociais......................................................................................9
3.4.2 Riscos Biológicos..........................................................................................10
3.4.3 Riscos Ergonômicos.....................................................................................11
3.4.4 Riscos Físicos...............................................................................................13
3.4.5 Riscos Químicos...........................................................................................13
3.4.6 Riscos De Acidentes.....................................................................................14
3.4.7 Avaliação Quantitativa do Risco...................................................................14
3.4.7.1 Decibelímetro................................................................................................14
3.4.7.2 Audiodosímetro ou Medidor de Pressão Sonora.........................................15
3.4.7.3 Luxímetro......................................................................................................15
3.4.7.4 Termômetro de globo ou Medidor de Stress Térmico..................................16
3.5 CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE DE TRABALHO.....................................16
3.5.1 Lesões Imediatas..........................................................................................16
3.5.2 Lesões Mediatas...........................................................................................17
3.5.3 Natureza da Lesão.......................................................................................17
3.5.4 Localização da Lesão...................................................................................17
3.5.5 LER (Lesões por Esforço Repetitivo)...........................................................17
3.5.6 Fonte da Lesão.............................................................................................18
3.5.7 Morte.............................................................................................................18
3.5.8 Perda de Tempo...........................................................................................18
3.5.9 Lesão com Perda de Tempo........................................................................18
3.5.10 Lesão sem Perda de Tempo........................................................................18
3.5.11 Incapacidade Total Permanente...................................................................19
3.5.12 Incapacidade Parcial Permanente................................................................19
3.5.13 Incapacidade Temporária.............................................................................19
4 SESMT.................................................................................................................20
5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO PARA O EMPREGADO............................21
5.1 Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC’S.................................................21
5.1.1 EPC...............................................................................................................21
5.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI’S...............................21
5.2.1 EPI................................................................................................................21
5.2.2 Uso do EPI....................................................................................................22
5.2.3 Escolha do EPI.............................................................................................22
5.2.4 Classificação ou Categoria dos EPI’s...........................................................22
5.2.4.1 Proteção para a cabeça................................................................................23
5.2.4.2 Proteção para os olhos e face......................................................................23
5.2.4.3 Proteção para vias aéreas............................................................................24
5.2.4.4 Proteção auditava.........................................................................................27
5.2.4.5 Proteção para o tronco.................................................................................29
5.2.4.6 Proteção para os membros superiores........................................................29
5.2.4.7 Proteção para os membros inferiores..........................................................32
5.2.4.8 Proteção para o corpo inteiro (macacão, capa de chuva);..........................33
5.2.4.9 Proteção para queda com diferença de nível (cintos de segurança contra
quedas ou impactos)...................................................................................................33
5.2.5 EPI’s e EPR’s para combate ao princípio de incêndio e incêndio...............35
5.2.6 Obrigações Legais........................................................................................35
6 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO E COMBATE A SINISTRO............37
6.1 PREVENÇÃO DE INCÊNDIO..........................................................................37
6.2 FOGO...............................................................................................................37
6.3 TRIÂNGULO DO FOGO..................................................................................38
6.4 TETRAEDRO DO FOGO.................................................................................38
6.5 COMBUSTÍVEIS..............................................................................................39
6.6 COMBURENTE................................................................................................40
6.7 FONTE DE CALOR..........................................................................................40
6.8 PRODUTOS DA COMBUSTÃO.......................................................................40
6.9 CLASSES DE INCÊNDIO................................................................................41
6.10 PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO.......................................................................42
6.11 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO............................................................44
6.12 AGENTES EXTINTORES................................................................................46
6.12.1 Água..............................................................................................................46
6.12.2 Espuma.........................................................................................................47
6.12.3 Pó Químico Seco..........................................................................................48
6.12.4 Gás Carbônico..............................................................................................49
6.13 EQUIPAMENTOS PORTÁTEIS DE COMBATE A INCÊNDIO........................49
6.13.1 Classe De Incêndio A Que Se Destina Cada Extintor..................................50
6.13.2 Uso Dos Agentes Extintores.........................................................................51
6.13.3 Sistema Automático Contra Incêndio No Supermercado.............................52
6.14 SISTEMA DE ALARME CONTRA INCÊNDIO.................................................53
7 PRIMEIROS SOCORROS...................................................................................55
7.1 AVALIAÇÃO DO LOCAL DO ACIDENTE........................................................55
7.2 FUNÇÕES VITAIS............................................................................................56
8 PCMSO................................................................................................................58
9 LTCAT..................................................................................................................59
10 PPRA...................................................................................................................61
11 CIPA.....................................................................................................................65
12 MAPA DE RISCOS..............................................................................................66
13 ACIDENTE DE TRABALHO MAIS FREQUENTES............................................69
14 CONCLUSÃO......................................................................................................70
REFERÊNCIAS...........................................................................................................71
3

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo expor uma visão geral sobre
a cultura prevencionista voltada para um supermercado, facilitando assim a
identificação dos riscos (seja físico, químico, biológico, ergonômico ou risco de
acidente) existentes dentro dos vários ambientes de trabalho que podemos
encontrar no supermercado, veremos como prevenir os acidentes e preservar a
saúde física e psíquica dos trabalhadores, para isso iremos fazer uso do Mapa de
Risco, APR (Análise Preliminar de Risco), EPI (Equipamento de Proteção Individual),
EPC (Equipamento de Proteção Coletivo), noções de Prevenção e Combate a
Princípio de Incêndio, conhecimentos básicos das Técnicas de Primeiros Socorros,
além de conhecermos um pouco de quem é a obrigação e a responsabilidade da
prevenção de acidentes dentro de uma empresa como um supermercado.
A metodologia adotada para a realização deste trabalho foi à
abordagem de pesquisa bibliográfica, sendo as fontes os livros, revista, artigos,
literaturas especializadas na área de segurança, NR’s, NBR’s e páginas de internet.
4

2 OBJETIVO

O presente trabalho se propõe a analisar a que riscos ambientais


que os trabalhadores de um Supermercado podem estar expostos, e que medidas
prevencionista podem ser tomadas, sempre sob a orientação das Normas
Regulamentadoras (conhecidas por NR's, que tratam de diversos
temas relacionados com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território
nacional) e das Normas Técnicas (conhecidas por NBR's, que são emitidas no Brasil
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT) quando possível, iremos
demonstrar demostrar de forma teórica sua aplicabilidade tendo como objetivo a
prevenção de acidente dentro do supermercado.
5

3 DEFINIÇÕES E CONCEITOS DE ACIDENTES DO TRABALHO

Vamos começar relembrando um pouco do significado da palavra


trabalho, pois sem o trabalho propriamente dito nunca teremos o acidente do
trabalho. A palavra trabalho vem do Latim tripalium, que significa castigo. Pois para
muitas pessoas o trabalho é uma verdadeira tortura diária. Outra interpretação que
contribuiu para uma visão desagradável do trabalho foi à interpretação dada à
história de Adão e Eva. Para a interpretação da Igreja Católica medieval Adão e Eva
após serem expulsos do paraíso foram condenados a trabalhar, pois seriam eles
obrigados a viver do “suor do próprio rosto”.
Para fins de Política de Saúde do Trabalhador, é considerado
trabalhador a pessoa que exerça uma atividade de trabalho, independentemente de
estar inserido no mercado formal ou informal de trabalho, inclusive na forma de
trabalho familiar e/ou doméstico (BRASIL/MS. Caderno de Saúde do Trabalhador:
Legislação, 2001).
Uma vez que toda atividade humana envolve risco, seja uma simples
ação como a de caminhar, seja nas atividades mais complexas como navegar pelos
mares, trabalhar em grandes construções ou mesmo na conferência de mercadoria
que chega diariamente em um supermercado.
Empregado é todo aquele trabalhador que reúne concomitantemente
a pessoa física, personalidade, onerosidade, não eventualidade e subordinação.

3.1 ACIDENTE DO TRABALHO

3.1.1 Acidente No Conceito Legal

Acidente é um evento não programado e nem planejado, sendo,


portanto indesejável, que resulta em perda de tempo, lesão, doença ou morte do
indivíduo ou causa algum dano a propriedade.

3.1.2 Incidente

Incidente é um evento não programado, não planejado, portanto se


torna indesejável, porém não resulta nenhum tipo de lesão ao indivíduo ou dano a
6

propriedade, apenas tem como consequência a perda de tempo. Muitos ainda dizem
que o incidente foi quase um acidente.

3.1.3 Conceito Legal De Acidente De Trabalho

Acidente de trabalho pelo conceito legal é todo aquele que ocorre


pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal,
perturbação funcional ou doenças que cause a morte, perda ou redução,
permanente ou temporária da capacidade para o trabalho ( Lei nº. 8.213 de 24/07/91 da
Previdência Social define em seu artigo 19).

3.1.4 Conceito Prevencionista De Acidente Do Trabalho

Segundo o conceito prevencionista acidente do trabalho é qualquer


ocorrência não programada, inesperada, que interfere ou interrompe o processo
normal de uma atividade, trazendo como consequência isolada ou simultaneamente,
a perda de tempo, o dano material ou lesões ao homem.

3.1.5 Doença Profissional

Doença profissional é aquela adquirida pela profissão, pelo ofício,


pelas atividades de um profissional específico.

3.1.6 Doença Do Trabalho

A doença do trabalho não tem nada a ver como a atividade


profissional do trabalhador, mas sim com o ambiente agressivo onde o trabalhador
desenvolve suas atividades.

3.1.7 Acidentes Registrados

Corresponde ao número de acidentes cuja Comunicação de


Acidentes do Trabalho – CAT foi cadastrada no INSS.
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3.1.8 Acidentes Típicos

São os acidentes decorrentes da característica da


atividade profissional desempenhada pelo acidentado.

3.1.9 Acidentes de Trajeto

São os acidentes ocorridos no trajeto entre a residência e o local de


trabalho do segurado e vice-versa.

3.2 CAUSAS DE ACIDENTES DE TRABALHO

3.2.1 Ato Inseguro

O ato inseguro é a maneira como o trabalhador ou uma pessoa se


expõem, consciente ou inconscientemente, a riscos de acidentes que são motivados
pelo fator pessoal, todo ato inseguro é proveniente do homem.

3.2.2 Condição Insegura

A condição insegura tem como resultado o tempo, a resistência de


certos materiais se desgasta, a organização do local, que é um fator humano ou falta
de manutenção, tecnologia aplicado ao local, sendo originadas por diversos fatores
externos, as condições inseguras têm como responsabilidade o próprio homem, seja
por sua omissão ou irresponsabilidade.

3.2.3 Imperícia

A imperícia acontece quando se pratica uma ação sem nenhuma


aptidão especial, ou seja, é necessário constatar a inaptidão, ignorância, falta de
qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência de conhecimentos elementares
e básicos da profissão, ficando claro que o trabalhador não tem experiência
necessária para realizar determinada atividade.
8

3.2.4 Imprudência

A imprudência é quando se pratica uma ação sem as devidas


precauções, agindo sem a devida cautela e sensatez, colocando em risco a si
próprio e a de outras pessoas. A pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta
omissiva como a negligência.

3.2.5 Negligência

A negligência é a omissão voluntário de cuidados ou a falta em


determinada situação, deixando de tomar uma atitude e apresentar uma conduta
esperada, por motivo de desatenção, preguiça, indiferença, menosprezo, indolência,
omissão, inobservância do dever ou desleixo, quando se deveria sempre que puder
agir com as devidas cautelas.

3.2.6 Fator Pessoal De Insegurança

O fator pessoal de insegurança é a causa relativa ao comportamento


humano, que propicia a ocorrência de acidentes. Sendo esse desencadeado por
equipe numericamente insuficiente para execução da atividade, ausência ou
insuficiência de treinamento, designação de trabalhador não qualificado, treinado,
habilitado, trabalho isolado sem comunicação adequada com outro trabalhador ou,
mesmo a equipe e trabalho isolado em áreas de risco.

3.2.7 Fatores Psicológicos

Um acidente, de acordo com Geller (1994), nunca tem origem em


apenas uma causa, mas em diversas, as quais vão se acumulando, até que uma
última precede o ato imediato que ativa a situação do acidente. Podem-se dividir as
causas dos acidentes, em causas humanas, materiais e fortuitas. As causas
humanas assentam em ações perigosas criadas pelo homem, cuja origem pode
residir em diversos fatores tais como, incapacidade física ou mental, falta de
conhecimento, experiência, motivação, stress, incumprimento de normas, regras e
modos operatórios, dificuldade em lidar com a figura de autoridade, dentre outras.
As causas materiais fundamentam-se em questões técnicas e físicas
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perigosas, apresentadas pelo meio ambiente quer natural, quer construído e ainda
por defeitos dos equipamentos.
Causas fortuitas são as mais raras, mas que por vezes constituem a
causa única dos acidentes, nada tendo a ver com causas humanas e técnicas. O
fator humano é condicionado pelo meio ambiente interno, influindo e afetando o
comportamento dos indivíduos considerados isoladamente e em grupo. Diversos
estudos demonstram que muitos acidentes são atribuíveis a estes
condicionamentos, separadamente, ou na maior parte das vezes, cumulados
(LÉPLAT, 2000).

3.3 PERIGO

O perigo é uma condição ou um conjunto de circunstâncias que têm


o potencial de causar ou contribuir para uma lesão ou morte de uma pessoa,
podendo provocar danos em instalações, equipamentos, materiais, edificações e
meio ambiente.

3.4 RISCO

O risco é uma função da natureza do perigo, acessibilidade


ou acesso de contato (potencial de exposição), sendo a probabilidade de ocorrer um
evento bem definido no espaço e no tempo, que dependendo da magnitude da
exposição podendo trazer greves consequências para a saúde do trabalhador, e
ainda gerar custos operacionais e danos econômicos. Os riscos podem ser
identificados como biológicos, ergonômicos, físicos, químicos e de acidentes, sendo
utilizadas medidas de proteção para sua redução, neutralização e quando possível
eliminação.

3.4.1 Riscos Psicossociais

Entendendo por saúde um "estado de equilíbrio físico, psíquico e


social" (definição da OMS), resulta evidente a necessidade de considerar os
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aspectos psicossociais do trabalho não apenas como fatores de risco em relação


aos quais devemos atuar para evitar consequências negativas na saúde, mas
também como via de potenciação das questões positivas para a saúde dos
trabalhadores, tais como o bem-estar e a satisfação no trabalho.
Os fatores psicossociais podem ser definidos como "aquelas
características das condições de trabalho e, sobretudo, da sua organização que
afeta a saúde das pessoas através de mecanismos psicológicos e fisiológicos a que
também chamamos de stress" (definição do Método Istas 21).
Mais ou menos todos nós temos um conceito intuitivo do que seja o
stress, é um estado de resposta do organismo frente a uma situação que exige
algum tipo de resposta, que se traduz em colocar o próprio organismo em situação
de alerta para poder atuar. Este processo é normal e tem permitido o homem
sobreviver até dias atuais. Quando encontra-se em situação de ameaça, todo o
nosso corpo se prepara para fugir ou lutar e, quando a ameaça desaparece, o
organismo volta para o seu estado normal.
O stress como risco aparece quando a situação de alerta se
prolonga por muito tempo, impedindo o organismo de relaxar e, portanto, ficando em
um estado contínuo de tensão. Esta situação mantida no tempo pode dar lugar a
todo tipo de alterações no organismo.
Portanto, o stress no trabalho poderia ser definido como "o conjunto
de reações emocionais, cognitivas, fisiológicas e do comportamento a certos
aspectos adversos ou nocivos do conteúdo, da organização ou do ambiente de
trabalho. Sendo caracterizado como um estado de altos níveis de excitação,
desgastes emocionais e de angústia, muitas vezes com a sensação de que está
realizando tarefas inúteis, sendo apenas repetição mecânica de atividades.

3.4.2 Riscos Biológicos

Agentes biológicos são microrganismos que, em contato com o


homem podem provocar inúmeras doenças. São considerados como agentes
biológicos os bacilos, bactérias, fungos, protozoários, parasitas, vírus e bacilos.
Entram nesta classificação também os escorpiões, bem como as aranhas, insetos e
11

ofídios peçonhentos. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais


agentes. É o caso das indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública (coleta
de lixo), laboratórios etc.
Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por
microrganismos incluem se a tuberculose, brucelose, malária, febre amarela, ebola
entre outras doenças.
Para que estas doenças possam ser consideradas doenças
profissionais, é necessário que haja exposição do funcionário a estes
microrganismos. São necessárias medidas preventivas para que as condições de
higiene e segurança nos diversos setores de trabalho sejam adequadas.
Para que uma substância seja nociva ao homem é necessário que
ela entre em contato com seu corpo. Existem diferentes vias de penetração no
organismo humano com relação à ação dos agentes biológicos, podendo ser via
cutânea (através da pele), digestiva (ingestão de alimentos) e respiratória (aspiração
de ar contaminado).

Figura 01 – Risco biológico

(Imagem meramente ilustrativa)

3.4.3 Riscos Ergonômicos

São os riscos ligados à execução e à organização de todos os tipos


de tarefas. Por exemplo, a altura inadequada do assento da cadeira, a distância
insuficiente entre as pessoas numa seção, a monotonia do trabalho, o isolamento do
trabalhador, o treinamento inadequado ou inexistente, etc. A ergonomia ou
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engenharia humana é uma ciência relativamente recente que estuda as relações


entre homem e seu ambiente de trabalho.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define a ergonomia
como a "aplicação das ciências biológicas humanas em conjunto com os recursos e
técnicas da engenharia para alcançar o ajustamento mútuo, ideal entre o homem e
seu trabalho, e cujos resultados se medem em termos de eficiência humana e bem-
estar no trabalho".
Os agentes ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e
fisiológicos e provocar sérios danos à saúde do trabalhador porque produzem
alterações no organismo e no estado emocional, comprometendo sua produtividade,
saúde e segurança.
Para evitar que esses agentes comprometam a atividade é
necessário adequar o homem às condições de trabalho do ponto de vista da
praticidade, do conforto físico e psíquico e do visual agradável. Isso reduz a
possibilidade da ocorrência de acidentes.
Essa adequação pode ser obtida por meio de melhores condições
de higiene no local de trabalho, melhoria do relacionamento entre as pessoas,
modernização de máquinas e equipamentos, uso de ferramentas adequadas,
alterações no ritmo de tarefas, postura adequada, racionalização, simplificação e
diversificação do trabalho. A NR-17 estabelece todas as condições e parâmetros
que tem como objetivo o máximo de conforto para o trabalhador durante sua jornada
de trabalho, prevenindo assim as possíveis doenças que poderão ser desenvolvidas
ao longo dos anos de trabalho.

Figura 02 – Risco ergonômico

(Imagem meramente ilustrativa)


13

3.4.4 Riscos Físicos

Os riscos físicos são efeitos gerados por máquinas, equipamentos e


condições físicas, características do local de trabalho que podem causar prejuízos à
saúde do trabalhador. Sendo os riscos físicos as pressões extremas, ruídos,
radiações ionizantes, radiações não-ionizantes, calor, frio, vibrações e humidade.

Figura 03 – Risco físico

(Imagem meramente ilustrativa)

3.4.5 Riscos Químicos

Estes riscos são representados pelas substâncias químicas que se


encontram nas formas líquida, sólida e gasosa. Quando absorvidas pelo organismo,
podem produzir reações tóxicas e danos à saúde. No ambiente de trabalho podemos
encontrar os agentes químicos na forma de poeiras, fumos, fumaças, neblinas,
gases e vapores. Mas para que um trabalhador venha a sobre um acidente de
trabalho temos que observar a concentração, índice respiratório, sensibilidade
individual, toxicidade e tempo de exposição com o uso do EPI indicado para
desempenha a atividade requerida dentro da empresa. O agente químico pode
penetrar no trabalhador pela via cutânea (pele), pela via digestiva (boca e estômago)
e pelas vias respiratórias (nariz e pulmões).
Os responsáveis pela manipulação de produtos químicos devem ler
e seguir as informações contidas nos rótulos, bulas e das Fichas de Informação de
Segurança de Produto Químico (FISPQ – Baseada na Norma Técnica NBR-14.725
14

da ABNT) fornecidas pelas indústrias, para definir os EPI’s que devem ser utilizados
para cada produto. Para cada produto haverá sempre uma ficha muito bem
detalhada com informações como, Identidade do produto, Medidas de segurança,
Riscos ao fogo, Propriedades físico-químicas, Informações ecotoxicológicas,
métodos de coleta, neutralização e disposição final, potencial de concentração na
cadeia alimentar, demanda bioquímica de oxigênio, além dos dados gerais.

Figura 04 – Risco Químico

3.4.6 Riscos De Acidentes

Os riscos de acidentes ocorrem em função das condições físicas do


ambiente físico e do processo de trabalho, das tecnológicas, impróprias, podendo
estar presentes em ferramentas defeituosas, máquinas, equipamentos ou partes
destes, que são capazes de provocar lesões à integridade física do trabalhador.

3.4.7 Avaliação Quantitativa do Risco

A avaliação quantitativa do risco visa dimensionar a exposição dos


trabalhadores a riscos mensuráveis, com o intuito de colher informações do
ambiente de trabalho, visando uma maneira para eliminar ou diminuir os riscos para
o trabalhador, para isso utilizamos alguns equipamentos para medir o quanto o
trabalhador está exposto a determinado risco.

3.4.7.1 Decibelímetro

O decibelímetro é um equipamento utilizado para coleta instantânea


de ruídos, não servindo de base confiável, uma vez que não emite material
impresso, podendo desta forma ter seus dados alterados.
15

Figura 05 - Decibelímetro MINIPA

(Fonte:http://www.minipa.com.br)

3.4.7.2 Audiodosímetro ou Medidor de Pressão Sonora

Equipamento utilizado para execução de Laudo de Ruído, emitindo


laudo impresso do período avaliado, configurando assim instrumento confiável para
acompanhamento da jornada de trabalho. Conforme observado na NR-15, anexo nº
1 e n° 2.

Figura 06 - CEL 35x Series dBadge CASELLA

(Fonte: http://www.casellausa.com)

3.4.7.3 Luxímetro

Equipamento utilizado para verificação da iluminância de interiores


nos ambientes, observando os limites estipulados de conforto lumínico conforme
observados na NR-15.
16

Figura 07 - Luxímetro MINIPA (Imagem meramente ilustrativa)

(Fonte: http://www.minipa.com.br)

3.4.7.4 Termômetro de globo ou Medidor de Stress Térmico

Trata-se de um equipamento utilizado para verificação de


temperatura nos ambientes desejados, e tem sido usado na determinação do Índice
de Bulbo Úmido - Termômetro de Globo (IBUTG), previsto na legislação (Portaria
3214/78, NR/15 - Anexo) para avaliação da exposição ocupacional ao Calor.

Figura 08 - Termômetro de Globo (Medidor de Stress Térmico)

(Fonte: http://www.instrutherm.com.br)

3.5 CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE DE TRABALHO

3.5.1 Lesões Imediatas

As lesões imediatas acontecem logo o acidente, ou seja, o acidente


típico. A exemplo temos quando um açougueiro, por algum motivo estava
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trabalhando sem usar a luva de desossa e corta parte da mão usando uma faca
muito afiada.

3.5.2 Lesões Mediatas

São provocadas pelas doenças profissionais do trabalho ou


ocupacionais que lesão a uma lesão no decorrer do tempo da vida do trabalhador.

3.5.3 Natureza da Lesão

A natureza da lesão nada mais é do que o tipo de lesão que ocorreu


como o trabalhador, podendo ser contusão, entorse, luxação, fratura, ferimento,
queimadura, entre outras.

3.5.4 Localização da Lesão

A localização da lesão será em uma parte do corpo humano.

3.5.5 LER (Lesões por Esforço Repetitivo)

A LER não é propriamente uma doença. É uma síndrome constituída


por um grupo de doenças como a tendinite, tenossinovite, bursite, epicondilite,
síndrome do túnel do carpo, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico,
síndrome do pronador redondo e mialgias, que afetam músculos, nervos e tendões
dos membros superiores principalmente, e sobrecarrega o sistema
musculoesquelético. Esse distúrbio provoca dor e inflamação e pode alterar a
capacidade funcional da região comprometida. A prevalência é maior no sexo
feminino. A LER é provocada pelo uso inadequado e excessivo do sistema que
agrupa ossos, nervos, músculos e tendões. Atingem principalmente os membros
superiores como, as mãos, punhos, braços, ante-braço, ombros e coluna cervical.
Típicas do trabalho intenso e repetitivo, as LER são causadas por diversos tipos de
pressões existentes no trabalho, que atacam as pessoas tanto física quanto
psicologicamente.
Nas crises agudas de dor, o tratamento inclui o uso de anti-
inflamatórios e repouso das estruturas musculoesqueléticas comprometidas. Nas
18

fases mais avançadas da síndrome, a aplicação de corticóides na área da lesão ou


por via oral, fisioterapia e intervenção cirúrgica são recursos terapêuticos que devem
ser considerados.
Os conhecimentos da ergonomia, ciência que estuda a melhor forma
de atingir e preservar o equilíbrio entre o homem, a máquina, as condições de
trabalho e o ambiente com o objetivo de assegurar eficiência e bem-estar do
trabalhador, têm-se mostrado muito úteis no tratamento e prevenção da L.E.R.

3.5.6 Fonte da Lesão

A fonte da lesão sempre será o objeto ou algo que ocasionou a


lesão, podendo ser máquina, ferramenta, escada, carro entrou outros.

3.5.7 Morte

Segundo as leis trabalhistas é a cessação da capacidade de


trabalho pela perda da vida, independentemente do tempo ocorrido desde a lesão.

3.5.8 Perda de Tempo

Para a visão legal é quando o profissional por conta de uma lesão


sofrida durante sua jornada de trabalho, não retorna as suas atividades normais no
dia seguinte ao acidente.

3.5.9 Lesão com Perda de Tempo

Acontece quando o trabalhador lesionado não pode voltar ao


trabalho por conta deste acidente que o lesionou, não podendo assim retornas as
suas atividades normais no primeiro dia útil após o acidente.

3.5.10 Lesão sem Perda de Tempo

Nesta situação o trabalhador pode retornar a trabalhar no mesmo dia


ou no dia seguinte ao acidente, lembrando que quem diz isso é sempre o médico
19

que atendeu o acidentado.

3.5.11 Incapacidade Total Permanente

É aquela que leva o trabalhador a se aposentar por invalidez,


corresponde à lesão que não provocando a morte, impossibilita o acidentado,
permanentemente de exercer ocupação remunerada.

3.5.12 Incapacidade Parcial Permanente

Dá-se pela redução parcial da capacidade de trabalho, em caráter


permanente. Corresponde a lesão que, não provocando morte ou incapacidade
permanente total, é causa de perda de qualquer membro ou parte do corpo, ou
qualquer redução permanente de função orgânica.

3.5.13 Incapacidade Temporária

Consiste na perda temporária da capacidade para o trabalho,


impossibilitando ao acidentado voltar à sua ocupação habitual no mesmo dia ou no
dia seguinte ao acidente, isso no horário regulamentar.
20

4 SESMT

O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança em Medicina


do Trabalho (SESMT) tem sua existência jurídica assegurada, em termos de
legislação ordinária, pelo art. 162 da CLT, sendo responsável pelas diligências
técnicas de medidas de prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais
e, ainda, pela proteção eficaz dos trabalhadores em relação aso riscos porventura
existentes no local de trabalho. O SESMT é composto pelos seguintes profissionais,
engenheiro de segurança do trabalho, médico do trabalho, enfermeiro do trabalho,
auxiliar de enfermagem do trabalho e técnico de segurança do trabalho.
A composição do SESMT deve deverá ser dimensionada conforme o
grau de risco e o número de empregados do estabelecimento, lembrando que
quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviço, este
dimensionamento deverá se baseado no grau de risco onde a prestação de serviço
esteja sendo executada. Mais recentemente, foi incluído na composição do SESMT
a profissão de odontólogo do trabalho, ou seja, o dentista. Segundo a NR 4 todo
profissional que for integrante do SESMT deverá possuir formação e registro
profissional, visando atender a lei em vigor e pertencer ao seu conselho profissional.
21

5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO PARA O EMPREGADO

5.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA – EPC’S

5.1.1 EPC

O EPC é toda medida ou dispositivo, sinal, imagem, som,


instrumento ou equipamento destinado à proteção de uma ou mais pessoas. Os
EPC’s mais conhecidos são os extintores, os cones, a fita zebrada, as correntes de
isolamento, os sinais sonoros, barreiras de contenção, onde todos têm como
finalidade uma ação coletiva, podendo ser usado por qualquer um, não ficando na
responsabilidade de uma única pessoa.

5.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI’S

5.2.1 EPI

O EPI é todo dispositivo de uso individual, destinado à proteção de


uma pessoa, não sendo permitido duas ou mais pessoas compartilhar o mesmo
equipamento, produto ou dispositivo, como definido na Norma Regulamentadora 6
(NR-6), da Portaria Nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho
destinado a proteger a integridade física do trabalhador.
Sendo capaz de proteger o trabalhador dos riscos suscetíveis à
saúde e a segurança do mesmo. Todo EPI só poderá ser posto à venda se possuir
CA (Certificado de Aprovação) marcado no próprio EPI de forma indelével (não
podendo ser destruído ao longo do uso), além disso o EPI deve ser identificado com
o nome do fabricante, tamanho da peça e com Registro no Ministério da Saúde (MS
- Ministério da Saúde). Sendo que as definições de prazos de validade dos CA’s são
competência do órgão competente em segurança e saúde no trabalho do MTE
(Ministério do Trabalho e Emprego). Todo trabalhador que de uma forma direta ou
indireta venha precisar usar EPI para desempenhar suas atividades diárias,
precisara passar por uma capacitação sobre os tipos, onde e quando utilizar, a
22

importância da utilização, as técnicas corretas de utilização adequada e os riscos


quanto a não utilização. A adequação desses equipamentos deve levar em
consideração não somente a eficiência necessária para o controle do risco da
exposição, mas também o conforto oferecido ao profissional, pois se há desconforto
no uso do equipamento, existe maior possibilidade do profissional deixar de
incorporá-lo no uso rotineiro.

5.2.2 Uso do EPI

Os EPIs devem ser utilizados quando os meios de proteção coletiva


não forem suficientes para garantir a proteção dos trabalhadores e em casos de
trabalhos eventuais, emergenciais e em exposição de curto período. Os EPI`s
podem ser destinados para: calor, frio, fogo, ácidos, água, eletricidade, materiais
cortantes, materiais perfurantes, radiações, umidade, poeiras, gases, vapores e etc.
Podem, ainda, serem classificados quanto a parte do corpo que
devem proteger, existindo equipamentos para a cabeça, olhos, ouvidos, aparelho
respiratório, mãos, braços, pernas, pés, tórax, etc.
Os EPIs também podem apresentar problemas de acordo com o
tempo de uso, seu estado de conservação e seu prazo de validade, tornando-se
assim impróprios para o uso e, consequentemente, inutilizáveis.

5.2.3 Escolha do EPI

A escolha do EPI deve ser feita por pessoal especializado,


conhecedor não só do equipamento, como também das condições em que o
trabalho é executado. É preciso conhecer também o tipo de risco, a parte do corpo
atingida, as características e qualidades técnicas do EPI, se possui Certificado de
Aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego e, principalmente, o grau de
proteção que o equipamento deverá proporcionar.

5.2.4 Classificação ou Categoria dos EPI’s

Os EPI’s são classificados de acordo com as partes do corpo que


estão protegendo, ou seja, em função da localização das zonas do corpo onde será
23

fixado ou instalado o EPI. Podemos dividir em parciais ou integrais. Os parciais são


os que protegem uma parte especifica do corpo, podendo as demais partes ficarem
sem proteção, isso irá depender da atividade realizada, a exemplo temos capacete,
botas, luvas, óculos, protetores auriculares entre outros. Já os integrais irão proteger
contra os riscos cuja a incidência não tem uma localização especifica no corpo do
trabalhador, como exemplo temos as roupas anti chamas, roupar térmicas,
bloqueador solar, cintos de segurança entre muitos outro que podem ser
encontrados de acordo com a atividade desempenhada pelo trabalhador.

5.2.4.1 Proteção para a cabeça

O capacete de segurança é a proteção para a cabeça, onde irá


proteger o crânio contra queda de objetos, impacto contra partes ou estruturas que
estejam a uma altura inferior a 2,0 metros, durante trabalhos em altura ou em
ambiente confinado, e pode ser associada a uma proteção facial contra impactos de
objetos volantes e dentre outras atividades que necessite de proteção na região da
cabeça, ou seja a proteção da face.

Figura 09 - Capacete de segurança com proteção facial

(Figura Ilustrativa)

5.2.4.2 Proteção para os olhos e face

A proteção dos olhos será em sua grande farte feita pelos óculos de
segurança, visando proteger contra impacto de partículas volantes, contra
luminosidade intensa, radiações ultravioleta e infravermelha e ainda contra
respingos de produtos químicos. Deve ser de material acrílico que não interfira com
24

a acuidade visual do profissional e permita uma perfeita adaptação à face. Deve


oferecer também uma proteção lateral e com dispositivo que evite embaçar durante
o seu uso. A proteção facial ou proteção para a face como o próprio nome sugere irá
proteger toda a face inclusive os olhos, devendo ser de material acrílico que não
interfira com a acuidade visual do profissional e permita uma perfeita adaptação à
face. Deve oferecer proteção lateral e ter todas características de proteção que
foram citadas para os óculos de segurança.

Figura 10 – Óculos de proteção e proteção para a face.

5.2.4.3 Proteção para vias aéreas

O ar que respiramos é composto de aproximadamente 21% de


oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de outros gases. Nesta combinação, estes gases
mantêm a vida. Sua saúde depende do ar limpo que você respira, porém, quando
outras substâncias estão presentes, você está sujeito a irritações, indisposições,
problemas de saúde e até mesmo à morte, por isso é essencial o uso de Máscara de
Proteção.
Os trabalhadores podem estar sujeitos de um modo frequente ou
ocasional a poluição no seu ambiente de trabalho. Os ambientes de trabalho podem
assim ser poluídos essencialmente, quer por falta de oxigénio, quer pela existência
de partículas ou por gases e vapores cujos graus de contaminação podem ser
avaliados com base nas propriedades dos contaminantes. Deste modo, os aparelhos
de proteção individual podem ser de dois tipos, os que dependem da atmosfera
ambiente e têm a função de purificar o ar recebido pelo trabalhador, sendo
designados por aparelhos filtrantes (máscaras para filtragem física ou química do ar
inalado), e outros são independentes da atmosfera ambiente e têm a função de
fornecer o ar ou oxigénio puro. Para se definir o tipo a ser usado deve-se constatar
25

que o ambiente possui agentes ambientais em concentrações prejudiciais à saúde


do trabalhador, de acordo com os limites estabelecidos na NR 15.
Os EPI’s mais utilizados são os respiradores (máscara descartáveis)
descartáveis com e sem válvulas podendo ser do tipo PFF-2, PFF2 KSN, PFF1, TNT
BUPLA, PFF2 VO CA, Facial Full Face RB, semifacial AIR SAN e do tipo CONCHA
8720, podemos encontrar uma infinidade de máscaras para as atividades de
trabalho que existem inúmeros e minúsculos contaminantes, que ficam suspensos
no ar.

Figura 11 - Máscara descartáveis sem válvulas

(Fonte:http://solutions.3m.com.br/wps/portal/3M/pt_BR/PPE_SafetySolutions_LA/Safety/newHome/)
26

Figura 12 - Máscara descartáveis com válvulas

(Fonte:http://solutions.3m.com.br/wps/portal/3M/pt_BR/PPE_SafetySolutions_LA/Safety/newHome/)

Além das máscaras, temos os equipamentos autônomo de


respiração, ou máscara autônoma de circuito aberto é um equipamento de proteção
respiratória (self contained breathing apparatus – SCBA) usado por equipes de
resgate, bombeiros, trabalhos em espaço confinado, trabalhos em atmosferas IPVS
(atmosfera Imediatamente Perigosa a Vida e a Saúde) e outros, para suprir uma
demanda de ar respirável durante um período.
São EPR’s (Equipamento de Proteção Respiratória) onde o usuário
carrega junto de si o próprio suprimento de ar respirável – e por isso são chamados
de equipamento autônomo de respiração. Através de um cilindro de ar comprimido a
alta pressão, o trabalhador possui uma reserva de ar suficiente para atender
demandas que variam de 3 minutos a 4 horas.
27

Figura 13 – EPR Equipamento de respiração autônoma fabricante SCOTT

(Fonte:https://www.scottsafety.com/pt/latam/pages/ProductDetail.aspx?
productdetail=Kits+de+Atualiza%C3%A7%C3%A3o+para+EPR+Air-Pak)

No Brasil a norma que instrui sobre o equipamento autônomo de


respiração é a NBR 13716 – Equipamento de proteção respiratória
– Máscara autônoma de ar comprimido com circuito aberto. Quando usado debaixo
d’água, por mergulhadores, são chamados de conjunto autônomo de respiração
submersa (self-contained underwater breathingapparatus – SCUBA).

5.2.4.4 Proteção auditava

A escolha da proteção auditiva adequada às necessidades de cada


trabalho pode ser difícil, uma vez que não deve proteger o utilizador em demasia
nem deixá-lo desprotegido. O valor de exposição que desencadeia a ação é fixado
em 80 dB, assim os níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15
nos Anexos I e II iram mostrar o tempo de exposição máximo permitido. Quando
esse nível é atingido, o empresário deve tomar várias medidas, incluindo a
disponibilização de equipamento de proteção auditiva aos seus trabalhadores.
28

Figura 14 - Escala de decibel

(Figura Ilustrativa)

Os protetores auditivos podem assumir, conforme a utilização a que


se destinam, diferentes aspetos e capacidades de absorção e atenuação sonora.
Podem apresentar-se na forma de plugs de inserção, protetores auriculares,
tampões auditivos e tipo concha. Por conseguinte, é extremamente importante a
utilização de um protetor auditivo adequado durante o tempo total de exposição. O
utilizador deve escolher um protetor auditivo confortável e adequado às suas
necessidades.

Figura 14 – Protetores auditivos

(Figura Ilustrativa)

As lesões do ouvido não dependem apenas do nível de ruído no


local, mas também do tempo de exposição. Bastam cinco minutos sem utilizar
proteção durante um dia de trabalho de oito horas para provocar uma perda de
audição irreversível. Fisicamente não existe qualquer diferença entre o som e o
29

ruído, uma vez que o som é uma percepção sensorial e o ruído é visto como sendo
um som indesejado.
A exposição ao ruído pode provocar diferentes sintomas nos
trabalhadores, que podem ser de ordem auditiva ou extra auditiva, dependendo das
características do risco, da exposição e do indivíduo exposto. São reconhecidos
como efeitos auditivos o zumbido, a perda auditiva e as dificuldades na
compreensão da fala. São considerados sintomas extra auditivos as alterações do
sono e os transtornos da comunicação, os problemas neurológicos, vestibulares,
digestivos, comportamentais, cardiovasculares e hormonais

5.2.4.5 Proteção para o tronco

O avental é produzido com material resistente a solventes orgânicos


(PVC, bagum, tecido emborrachado aluminizado, nylon resinado ou não tecidos),
aumenta a proteção do aplicador contra respingos de produtos concentrados
durante a preparação da calda ou de eventuais vazamentos de equipamentos de
aplicação costal.

Figura 15 - Avental

(Figura Ilustrativa)

5.2.4.6 Proteção para os membros superiores

As luvas estão entre os equipamentos de proteção individual mais


importantes, pois protegem as partes do corpo com maior risco de exposição, que
são as nossas mãos. Encontramos luvas de vinil, nylon, PVC, látex, resistente ao
30

corte, algodão, aramida, borracha natural, neoprene, nitrílicas, borracha butílica,


cloreto de polivinila, raspa de couro, borracha isolante para trabalhos com
eletricidade, sendo a utilização de acordo com o tipo de atividade que será realizada
pelo trabalhador. No caso de produtos químicos a luva deve ser impermeável ao
produto químico. Produtos que contêm solventes orgânicos, como por exemplo os
concentrados emulsionáveis, devem ser manipulados com luvas de borracha nitrílica
ou neoprene, pois estes materiais são impermeáveis aos solventes orgânicos. Luvas
de LÁTEX ou de PVC podem ser usadas para produtos sólidos ou formulações que
não contenham solventes orgânicos.

Figura 16 - Luvas de Proteção

(Fonte - http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/epiprotecaotronco.html)

A manga de proteção evita o contato de braços e antebraços com


materiais quentes, agentes biológicos, materiais cortantes, perfurantes ou abrasivos,
entre outros.

Figura 17 - Mangote de proteção

(Fonte - http://www.solucaoepi.com.br/catalogos.aspx?s=92)
31

A pomada protetora, creme de proteção ou barreira é uma


substância que se aplica sobre a pele antes do trabalho para reforçar as suas
funções protetoras não devendo ser confundidos com os cremes comuns destinados
a dar à pele sua função fisiológica. Os cremes barreira formam uma película que tem
por finalidade colocar-se entre a pele e as substâncias nocivas, deixando as mãos
com sua flexibilidade e seu sentido tátil.
Os cremes de proteção devem ser utilizados em situações em que o
trabalhador necessita de toda sua habilidade e destreza manuais e quando as luvas
de qualquer material prejudicam a manipulação podendo causar acidentes e não
oferecem a proteção adequada, ficando desta maneira o trabalhador exposto a
agentes químicos que podem ocasionar dermatoses irritativas e ou alérgicas.
A ação de um creme barreira ocorre basicamente por dois
mecanismos diferentes, isto é, pela neutralização da ação agressiva de
determinadas substâncias com a manutenção do pH da pele dentro de níveis
normais, ou pelo estabelecimento de uma barreira que visa deter ou dificultar a
penetração de agentes agressivos à pele do trabalhador. Atualmente todos os
cremes protetores existentes no Brasil atuam conforme o segundo mecanismo, ou
seja, pelo estabelecimento de uma barreira.
Atualmente no Brasil como classificação considera-se a Portaria nº
26, de 29/12/94 a qual classifica os cremes protetores como Equipamento de
Proteção Individual (EPI), com sua inclusão na Norma Regulamentadora – NR-06 da
Portaria 3214/78 e demais providências e em seu artigo 2º enquadra os mesmos em
três grupos, o grupo 1 é chamado Água-resistentes (Water Proof) que quando
aplicado forma uma película de proteção contra o ataque agressivo de produtos
químicos, o grupo 2 chamado Óleo-resistentes é o que protege a pele contra
graxas, óleos, solventes, gasolina, querosene, tintas a óleo, colas, ceras, vernizes, já
o grupo 3 Cremes Especiais, ou seja são aqueles com indicações e usos definidos e
bem especificados pelo fabricante.
32

Figura 18 – Cremes de proteção

(Fonte - http://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/seguranca/epira-equipamentos-de-
seguranca/produtos/seguranca-e-protecao/cremes-e-protetores-para-pele)

5.2.4.7 Proteção para os membros inferiores

A proteção para os membros inferiores é feita com uso de calçados


(botas ou sapatos de segurança) com proteção contra choques mecânicos,
resistentes a água, isolante de eletricidade, proteção contra baixas temperaturas,
respingos de produtos químicos entre outros. Associado a esse calçado pode-se
usar uma meia (seja ela térmica, isolante ou condutora de eletricidade) que possua
as mesmas características do causado. Da mesma forma pode ser escolhida uma
perneira e uma calça que atenda as exigências da NR 6, garantindo segurança para
o trabalhador durante suas atividades.

Figura 19 – Proteção para membros inferiores

(Fonte - http://www.sansegepis.com.br/nossos-produtos/epi-para-prote%C3%A7%C3%A3o-dos-
membros-inferiores/)
33

5.2.4.8 Proteção para o corpo inteiro (macacão, capa de chuva);

A proteção para o corpo inteiro visa prevenir contaminações da pele


e prevenir que não se carregue contaminantes para fora do ambiente de trabalho.
Roupas de uso comum conferem proteção limitada, mas podem carregar
contaminantes.
Um EPI muito usado é o macacão, que protege tronco e membros
superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos, agentes térmicos,
contra chamas e em caso de trabalhos onde a humidade seja muito elevada o
mesmo servirá para proteger o trabalhador.
Um EPI bem simples que muitas vezes passa despercebido é a
capa de chuva, que protege tronco e membros superiores e inferiores contra os
pingos de chuva, evitando assim que o trabalhador fique molhado.

Figura 20 – Proteção para corpo inteiro

(Fonte - http://www.sansegepis.com.br/nossos-produtos/epi-para-prote%C3%A7%C3%A3o-do-corpo-
inteiro/)

5.2.4.9 Proteção para queda com diferença de nível (cintos de segurança contra
quedas ou impactos).

O cinto de segurança é um componente importante de proteção dos


trabalhadores em atividades que implicam alturas elevadas ou que seja superior a 2
metros de desnível dos pés do operário. Uma corda ou um cabo é preso firmemente
ao indivíduo através de um cinto, e em seguida preso a um ponto de apoio imóvel no
topo, o qual pode suportar o peso do usuário em caso de queda. Dessa forma, se
acontecer um acidente, o cinto evitará que a pessoa atinja o chão e se machuque.
34

O cinto e o cabo de fixação podem ser feitos de fibras naturais ou sintéticas, a


principal consideração é que estas devem ser resistentes o suficiente para suportar
a força da queda sem quebrar. Entretanto, também é importante prevenir lesões à
pessoa devido à parada abrupta ou à fricção do cinto, embora isso seja menos
importante, obviamente, que os riscos de uma queda livre. Tipos mais sofisticados
de cinto de segurança também podem apresentar mecanismos de absorção de
choque, reduzindo assim o risco de ferimentos ocasionados por movimento de
chicote. É recomendável que o cinto de segurança sempre seja substituído após
uma grande queda, visto que o impacto poderá ter causado lesão às fibras do cinto
ou da corda, reduzindo a capacidade de prevenir futuras quedas.
Até o século XX a legislação relativa à segurança individual e
condições de proteção no ambiente de trabalho era mínima. Antigamente, os
trabalhadores poderiam trabalhar em grandes alturas sem nenhuma segurança,
como é possível verificar na famosa fotografia de 1932 tirada por Charles C. Ebbets
no processo de construção do GE Building, um dos prédios mais altos do mundo. A
fotografia retrata os operários no horário do almoço, sentados sobre uma viga sem
cintos ou outras formas de proteção. Atualmente, porém, muitas leis e regulamentos
foram criados para tratar do assunto, uma delas é a NR-35 que fala sobre trabalho
em altura, no item 35.1.2 onde diz que “Considera-se trabalho em altura toda
atividade executada acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco
de queda”. Isso significa que empregadores responsáveis precisam considerar o
perigo que a atividade laboral pode proporcionar aos seus funcionários e tomar
precauções para minimizar os riscos. Da mesma forma, muitas empresas já
possuem setores de engenharia de segurança no trabalho, além de realizar
frequentes treinamentos para reduzir a ocorrência de acidentes.
Com a crescente demanda, muitas empresas hoje se especializam na venda de
cintos de segurança e outros equipamentos de proteção individual. Na compra
desses produtos, o mais importante é procurar aqueles com a certificação
apropriada. Quando se trata de preservação da integridade física dos trabalhadores,
é fundamental primar pela qualidade. O custo incorrido em EPIs de alta qualidade
certamente será inferior aos possíveis custos gerados por indenizações relativas a
acidentes de trabalhos, que são considerados responsabilidade do empregador.
35

Figura 21 – Cinto de segurança tipo paraquedista

(Fonte - http://www.ultrasafe.com.br/)

5.2.5 EPI’s e EPR’s para combate ao princípio de incêndio e incêndio

Os EPIs para combate a incêndio deverão levar em conta os riscos


aos quais os bombeiros ou brigadistas estarão expostos, as condições de trabalho e
as partes do corpo que devem estar protegidas, os mesmos dever ser feitos de
materiais anti-chama. Dessa forma, para que o bombeiro esteja protegido, para
combater o incêndio deverá usar EPI com CA apropriado. A exemplo temos, a roupa
de aproximação que oferece proteção contra o calor, possui um grau de resistência
as chamas, conhecido como material ignífugo (quer dizer incombustível) e ainda
deve evitar a passagem de líquidos ou vapores para a parte interna, e não deve de
forma alguma adsorver líquidos.
Além dos EPI’s temos os EPR’s, que são os equipamentos de
proteção respiratória, que visa suprir o bombeiro de ar através de uma liberação
gradual e direta, independendo assim da situação atmosférica existente no
ambiente. O ar armazenado em cilindros é conduzido ao operador, através de um
circuito intercalado com dispositivos reguladores e marcadores. São utilizados em
ambientes onde a taxa de oxigênio ou a presença de agentes agressivos tornem
essa atmosfera imprópria para o ser humano.

5.2.6 Obrigações Legais

Segundo a NR-6, cabe ao empregador adquirir o tipo de EPI


adequado à atividade do empregado e fornecer gratuitamente somente EPI
aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego através do Certificado de
36

Aprovação, ficando a cargo o empregador orientar, treinar e capacitar o trabalhador


sobre o uso adequado, quanto a guarda e conservação, e tornando seu uso
obrigatório durante a realização das tarefas, devendo substituí-lo imediatamente
quando danificado ou extraviado. Assim podemos verificar que os EPI’s podem ser
usados de forma continuamente, ou seja durante todo o tempo de execução da
tarefa, de forma intermitente ocorre por exemplo quando um funcionário de um
supermercado coloca a roupa térmica para realizar a retirada de carne de dentro da
cama frigorifica, o uso eventual se dá quando brigadistas colocam os EPI’s anti-
chama para tentar combater um princípio de incêndio em uma das centrais de
refrigeração do supermercado e por último temos em situação emergenciais como
do caso do socorrista, que trabalha com situações imprevistas ou acidentes.
Cabe ao empregado usá-lo apenas para a finalidade a que se
destina, devendo responsabilizar-se por sua guarda e conservação, comunicando de
forma imediata ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso e
responsabilizar-se pela sua higienização, manutenção periódica e guarda. Vale
lembrar aqui o seguinte, segundo o artigo 462 da CLT autoriza o desconto de danos
causados pelo empregado, desde que isso tenha sido estipulado no contrato de
trabalho assinado pelo funcionário. E caso fique comprovado que houve intenção de
causar o dano, o desconto não precisa estar previsto no contrato.
A empresa deve apresentar provas e, se o empregado não as
aceitar, pode levar o caso à Justiça, não esquecendo que o mais importante é que
todo e qualquer EPI de trabalho deve ser fornecido de forma gratuita pela empresa
ou empregador e que o desconto deve ser sempre igual ao valor de custo. Assim,
para evitarmos transtornos durante as jornadas de trabalho vamos sempre manter
uma boa relação entre empregado e empregador, garantindo assim segurança,
produtividade e satisfação para todos dentro e fora da empresa.
37

6 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO E COMBATE A SINISTRO

Vamos entender que quando o homem das cavernas há


aproximadamente 1.200.000 anos atrás aprendeu a usar o fogo, ele iniciava a
civilização, foi por intermédio do fogo, que era capaz de cozinhar os alimentos
obtidos tornando os mais digeríveis e de melhor gosto. Por intermédio da iluminação
proveniente da chama ele pode afugentar os animais, iluminar seu ambiente e tornar
as noites frias mais confortáveis assegurando sua sobrevivência.

6.1 PREVENÇÃO DE INCÊNDIO

A prevenção de incêndio envolve uma série de providências e


cuidados, cuja aplicação e desenvolvimento visam evitar o aparecimento de um
princípio de incêndio, ou pelo menos limitar a propagação do fogo caso ele surja.
Verifica-se que a causa material da maioria absoluta dos incêndios é sempre
acidental, isto é, reflete o resultado de falhas humanas. Daí concluir-se que
praticamente os incêndios que destroem Edificações industriais, comerciais e
residenciais, têm origem em condições e atos inseguros perfeitamente evitáveis
numa flagrante demonstração de que a todos cabe uma parcela de
responsabilidade.
A adoção de medidas preventivas visando evitar o incêndio e o
pânico, sem dúvida preservará a segurança e a tranqüilidade das pessoas nos seus
locais de trabalho e nos lares, além de converterem-se em benefícios social e
econômico para a sociedade em geral. Porém, para que isto se torne realidade, é
preciso que todos tomem consciência da necessidade da participação ativa na
aplicação mais efetiva das medidas de segurança, pois não se trata apenas de
proteger o patrimônio, mas também e, sobretudo, de resguardar a vida humana.

6.2 FOGO

O fogo ao fugir ao controle do homem recebe o nome de incêndio


que é na realidade um processo de combustão ou seja, a combinação do
combustível com o calor e o oxigênio do ar atmosférico, dando lugar à oxidação
(combinação química com oxigênio do ar atmosférico) que se desenvolve com
38

elevada velocidade com emissão de luz e calor. Para evitarmos a destruição


causada pelo fogo descontrolado, devemos conhecer as técnicas de prevenção, ou
seja, as maneiras ou formas que temos para evitar que o fogo de forma
descontrolada aconteça na sociedade moderna.
Para que o fogo aconteça são necessários três elementos básicos, o
combustível, comburente e uma fonte de energia para ativação, esses três
elementos formam o chamado triângulo do fogo, não devemos esquecer que se
esses três elementos estiverem juntos e acontecer uma reação em cadeia entre
eles, poderá iniciar o que denominamos fogo.

6.3 TRIÂNGULO DO FOGO

O triângulo do fogo é uma ferramenta muito utilizada nas técnicas de


prevenção e de combate ao fogo, pois, no momento em que isolamos ou eliminamos
um dos lados do triângulo, estamos impossibilitando a geração do fogo.

Figura 22 – Triangulo do fogo

(Fonte – autor)

6.4 TETRAEDRO DO FOGO

Foi acrescentado ao triângulo do fogo mais um elemento, chamado


de reação em cadeia, formando assim o tetraedro ou quadrado do fogo. Os
combustíveis após iniciar a combustão geram mais calor liberando mais gases ou
vapores combustíveis, sendo que os átomos livres são os responsáveis pela
39

liberação de toda a energia necessária para a reação em cadeia.

Figura 23 – Tetraedro do fogo

(Fonte – autor)

A reação em cadeia torna a queima autossustentável, assim todo


calor irradiado da chama atinge o combustível e este é decomposto em partículas
menores, que se combinam com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor
para o combustível, formando um círculo constante.

6.5 COMBUSTÍVEIS

Os combustíveis podem ser encontrados nos três estados da


matéria, no estado sólido, no líquido e na forma gasosa. No estado sólido temos
papel, madeira, tecido, plástico, borracha, alimentos entre outro. No estado líquido
encontramos principalmente os derivados de petróleo como gasolina, diesel,
querosene, etanol, óleos lubrificantes e outros. Já no estado gasoso encontramos o
gás butano que é usado para cozinhar os alimentos nas residências, propano,
metano, acetileno, hidrogênio dentre outros.
40

Figura 24 – Combustíveis

(Fonte - http://www.explicatorium.com/quimica/Combustiveis.php)

6.6 COMBURENTE

O comburente o elemento que reage com o combustível,


participando da reação química da combustão, possibilitando assim vida às chamas
e intensidade a combustão. Como exemplo de comburente podemos citar o gás
cloro, gás flúor e o óxido de nitroso, porém o comburente mais comum é o oxigênio,
que é encontrado na quantidade de aproximadamente 21% na atmosfera. A
quantidade de oxigênio ditará o ritmo da combustão, sendo plena na concentração
de 21% e não existindo abaixo dos 4%.

6.7 FONTE DE CALOR

Calor é uma forma de energia que eleva a temperatura, gerada da


transformação de outra energia, através de processo físico ou químico. Pode ser
descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é, movimentação ou
vibração das moléculas que compõem a matéria. A energia de ativação serve como
condição favorável para que haja a reação de combustão, elevando a temperatura
ambiente ou de forma pontual, proporcionando com que o combustível reaja com o
comburente em uma reação exotérmica. A energia de ativação pode ser de várias
origens, como a nuclear pela fissão nuclear, de origem química pelas reações
químicas, da eletricidade pelo efeito joule e da mecânica onde o calor é produzido
pelo atrito entre dois corpos.

6.8 PRODUTOS DA COMBUSTÃO

“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.


Lei de Lavoisier
41

Os produtos da combustão são os resíduos gerados pela queima do


combustível, seja ele sólido, líquido ou gasoso. Assim quando duas substâncias
reagem quimicamente entre si, se transformam em outras substâncias, estes
produtos finais resultantes da combustão, que dependerão do tipo do combustível,
normalmente são o gás carbônico (CO2), monóxido de carbono (CO), fuligem,
cinzas, vapor d’água, mais calor e energia luminosa.

Figura 25 – Produtos da combustão

(Fonte – http://www.brasilescola.com/quimica/combustao-completa-incompleta.htm)

6.9 CLASSES DE INCÊNDIO

O incêndio foi dividido em cinco classes, a classes A, B, C, D e K


(Segundo a NBR 12693:2010 está dividido em quatro classes), foi assim dividido
para facilitar a aplicação e utilização correta do agente extintor adequado para o tipo
de incêndio específico.
O incêndio Classe A ocorre em materiais sólidos, de fácil combustão
e que queimam tanto em sua superfície quanto em sua profundidade e
obrigatoriamente deixam resíduos, tais como papel, madeira, tecido, etc.
O incêndio Classe B caracteriza-se pela liberação de energia térmica
em altas quantidades quando comparadas ao mesmo volume de um produto classe
A, como exemplo desta classe temos gasolina, gás liquefeito de Petróleo, álcool,
querosene, Diesel e etc.
O incêndio classe C acontece quando o fogo ocorre em
equipamentos elétricos energizados, como motores, estabilizadores,
transformadores, entretanto ao remover-se a energia elétrica ele passa a ser da
classe do elemento combustível predominante, geralmente classe A, na classe C
deve-se evitar o uso de água para a sua extinção sob risco de graves acidentes.
42

Equipamentos elétricos são atualmente a principal causa de incêndio nos locais de


trabalho.
O incêndio classe D resulta da combustão de metais pirofóricos, tais
como titânio, magnésio, zircônio, potássio e sódio, são caracterizados pela queima
em altas temperaturas e por reagirem com alguns agentes extintores como a água.
O incêndio classe K está ligado aos incêndios que envolvem meios
de cozinhar como banha, gordura e óleo, e têm sido por muito tempo a principal
causa de danos materiais e em alguns casos até vítimas fatais. A evolução e alta-
eficiência dos equipamentos de cozinhas comerciais, industriais e residenciais,
associados ao uso de óleos não saturados, aliados a altas temperaturas criaram
riscos de incêndios mais severos, sendo chamados de classe K (Norma
Internacional NFPA 10 - National Fire Protection Association).

Figura 26 – Classes de incêndio

6.10 PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO

O incêndio se propaga em virtude da transmissão do calor liberado


pelo mesmo, para outra parte do combustível ainda não incendiado, ou até mesmo
para outro corpo combustível distante, também não incendiado. Isto poderá ocorrer
sob três formas, pela condução, pela convecção e através da irradiação.
Considerando que o oxigênio está presente em toda atmosfera terrestre e é vital à
vida humana, e o combustível estar envolvendo os diversos ambientes no dia a dia
do ser humano, teremos praticamente em todos os lugares uma situação onde só
carecerá da elevação de temperatura para se ter um incêndio, daí a grande
importância do controle do Calor na Prevenção e Combate a incêndios.
A condução é o método de transmissão de calor que acontece nos
meios sólidos. Ela ocorre no âmbito molecular, ou seja, o calor se propaga de
molécula para molécula do corpo através do movimento vibratório entre as
43

moléculas. Um exemplo do método de propagação do calor por condução é quando


colocamos fogo na ponta de uma vareta metálica e o calor se propaga até a outra
ponta, gradativamente, atingindo o equilíbrio térmico. Vale lembrar aqui que, quanto
maior for a condutividade térmica do material, melhor e mais rápida será a
transmissão térmica do calor.

Figura 27 – Transmissão de calor por condução

(Fonte - CTISM)

O método de transmissão do calor por convecção é aquele em que


há transferência do calor de uma região para outra, através do transporte de matéria
(ar ou fumaça). Esta transferência se processa em decorrência da diferença de
densidade do ar, que ocorre com a absorção ou perda de calor. O ar quente sempre
subirá, isso ocorrerá nos meios fluídicos líquidos ou gasosos, ou seja, a convecção
acontece por meio da formação de correntes ascendentes e descentes dentro da
massa fluídica, devido à diferença de densidade ocasionada pelo aquecimento de
parte desse meio fluídico.
44

Figura 28 – Condução de calor por convecção

(Fonte – CTISM)

Na condução de calor por radiação ou irradiação se da pela


transmissão de calor por meio de ondas eletromagnéticas ou raios de energia
calorífica, que se deslocam através do espaço, denominadas ondas caloríficas ou
calor radiante. Neste processo não há necessidade de suporte material nem
transporte de matéria. A irradiação passa por corpos transparentes como o vidro e
fica bloqueada em corpos opacos como a parede.

Figura 29 – Condução de calor por irradiação

(Fonte – CTISM)

6.11 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

Conhecido o triângulo do fogo, este só existirá quando estiverem


presentes os três elementos constituintes nas proporções definidas. Portanto, para
extinguir o fogo basta desfazer o triângulo, isto é, retirar uma de suas pontas.
45

O abafamento ocorre pela supressão do comburente, ou seja, pela


retirada do oxigênio, tal processo pode ocorrer pelo emprego de agentes extintores
tipo espuma, pó químico seco, dióxido de carbono (CO 2) ou água sob a forma de
neblina. Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo.
Abaixo de uma concentração de 13%, o fogo não terá oxigênio suficiente para se
manter, como exceção estão os materiais que têm oxigênio em sua composição e
queimam sem necessidade do oxigênio do ar, como os peróxidos orgânicos e o
fósforo branco.

Figura 30 – Combate por abafamento

(Fonte – CTISM)

O isolamento ocorre pela retirada do combustível ou do seu


afastamento da fonte de calor. É a forma mais simples de se extinguir um incêndio.
Método também denominado corte ou remoção do suprimento do combustível.
Assim, evita-se uma maior propagação do incêndio facilitando a sua extinção.
Logicamente, isso só deve ser realizado se a situação não colocar em risco a vida
das pessoas envolvidas.

Figura 31 – Combate por retirada de material combustível

(Fonte – CTISM)
46

O resfriamento ocorre pela redução da temperatura do processo da


combustão até níveis que se torna impossível mantê-la. A água é o agente extintor
mais usado, por ter grande capacidade de absorver calor e ser facilmente
encontrada na natureza. A redução da temperatura está ligada à quantidade e à
forma de aplicação da água, de modo que ela absorva mais calor que o incêndio é
capaz de produzir. É inútil o emprego de água onde queimam combustíveis com
baixo ponto de combustão (menos de 20ºC), pois a água resfria até a temperatura
ambiente e o material continuará produzindo gases combustíveis.

Figura 32 – Combate por resfriamento do material

(Fonte – CTISM)

6.12 AGENTES EXTINTORES

Agentes extintores são substâncias que, devido às suas


características, quando lançados sobre um fogo o extinguem. Os agentes extintores,
utilizados nos extintores portáteis de incêndio, são substâncias capazes de eliminar
um princípio de incêndio, atuando sobre o fogo, resfriando-o, abafando-o ou ambos
simultaneamente. As substâncias mais comuns são a água, espuma, pó químico e
dióxido de carbono. Esses agentes extintores são expelidos do extintor de incêndio
por um agente propelente que, normalmente, pode ser o ar comprimido, dióxido de
carbono (CO2) ou nitrogênio (N2).

6.12.1 Água

A água é o agente extintor mais indicado para o fogo classe A, ou


47

seja, todo e qualquer fogo em que o material combustível queime em superfície,


profundidade e deixe resíduos. Em determinadas situações poderá ser utilizada,
também, em fogo classe B.
Quando a água for utilizada na forma de neblina, além de resfriar,
ela age por abafamento. Dessa forma, pode, também, ser utilizada em fogo classe
B, desde que o combustível esteja restrito a um recipiente e não tenha como
extravasar do mesmo. A água e o combustível líquido não se misturam. Se o
combustível em chamas estiver derramado no chão, a água irá lavar o chão e levar
este combustível, ainda em chamas, para outros lugares, criando situações que
poderão ser mais perigosas. É expressamente proibido utilizar água ou espuma em
fogo classe C, ou seja, em equipamentos elétricos energizados, pois, da forma em
que a água se encontra dentro do extintor de incêndio, ela é condutora de
eletricidade. A água também não deve ser empregada em produtos que, pelo
contato entre eles, produzam uma reação química capaz de gerar gases inflamáveis
e calor, como exemplos temos, carburetos, sódio metálico, pó de alumínio, pó de
magnésio, entre outros.

6.12.2 Espuma

A espuma é um agente extintor que pode ser utilizado tanto em fogo


da classe A, como em fogo da classe B, devido as suas propriedades de
abafamento e resfriamento. A espuma é formada pela reação química entre dois
produtos que, quando se misturam, geram uma espuma química (o sulfato de
alumínio e o bicarbonato de sódio).
O extintor de incêndio é dividido em duas câmaras. Na câmara
externa, vai uma solução aquosa de sulfato de alumínio. Na outra câmara, há um
tubo plástico com furos na extremidade superior colocado dentro da primeira câmara
e, dentro deste, há uma solução aquosa de bicarbonato de sódio mais o alcaçuz
(elemento responsável por dar maior estabilidade à espuma). Como já mencionamos
anteriormente, é proibido usar a espuma em fogo classe C, ou seja, em
equipamentos elétricos energizados, pois tem grande quantidade de água na sua
composição e, portanto, ela é condutora de eletricidade. A espuma também não é
indicada para combater fogo em combustíveis gasosos, tais como: GLP, metano,
butano propano, entre outros. O extintor portátil de espuma está em desuso, mas
48

sistemas automáticos de espuma são muito utilizados e indicados quando o risco


incêndio envolve grandes quantidades de líquidos inflamáveis, armazenados em
tanques e reservatórios, riscos que exigem grande quantidade de agente extintor.
Os sistemas automáticos de espuma têm grande aplicação em refinarias e indústrias
químicas, navios petroleiros e outros.
A partir de 1999, a ABNT - Associação Brasileira de Normas
Técnicas, proibiu a fabricação de extintores portáteis ou sobre rodas, cujo agente
extintor fosse espuma química. Os extintores de espuma química existentes poderão
ser recarregados e vistoriados normalmente. A recomendação é que seja substituído
gradativamente por outros extintores, por sua falta de segurança no manuseio, sua
eficiência duvidosa no combate ao fogo, e seu custo de manutenção alto. Nos
Estados Unidos o uso desse extintor foi abolido há várias décadas.

6.12.3 Pó Químico Seco

O pó químico seco é utilizado com grande eficiência para combater


fogo da classe B e da classe C, pois age por abafamento, ou seja, ele forma uma
cortina de pó químico sobre a superfície, expulsando o oxigênio da proximidade com
o fogo. O pó químico seco pode ser: bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio
ou cloreto de sódio, sendo que o mais utilizado é o bicarbonato de sódio. O pó
químico, para ser utilizado em extintores de incêndio, deve ter a característica de ser
não higroscópico, ou seja, não pode absorver água, pois, se assim acontecer, ele
empedra dentro do extintor de incêndio, perdendo toda a sua característica de pó e
o agente propelente não conseguirá, quando acionada a válvula, expeli-lo para fora
do extintor de incêndio.
O pó químico tipo ABC (como o próprio nome diz) é um pó químico
que, além da característica de abafamento, apresenta a característica de
penetração, podendo ser utilizado nas três classes de incêndio (A, B e C) com
bastante eficiência. O pó químico tri-classe, conhecido como pó químico ABC, é o
fosfato de monoamônio (NH4H2PO4). A desvantagem do pó químico ABC, em
relação ao pó químico seco, é que ele é mais corrosivo.
49

6.12.4 Gás Carbônico

O gás carbônico é um gás inerte, ou seja, ele não alimenta as


chamas como acontece com o oxigênio. Ele age sobre o fogo expulsando o oxigênio
da proximidade das chamas, atuando, nesse caso, por abafamento, mas também
ele opera sobre a superfície do material em combustão, resfriando-o. Assim, esse
agente extintor age por abafamento e resfriamento simultaneamente. É indicado
para o combate de fogo da classe B e da classe C. O CO 2 tem duas grandes
vantagens sobre o pó químico, ele não atua como elemento corrosivo nos
equipamentos eletrônicos e nem contamina produtos alimentícios.

6.13 EQUIPAMENTOS PORTÁTEIS DE COMBATE A INCÊNDIO

São equipamentos fundamentais para o estágio inicial das ações de


combate a incêndio. A potencialidade dos extintores é alcançada quando são
utilizados com técnica adequada para os objetivos propostos. Os extintores são
apenas para princípios de incêndios uma vez que sua carga e seu tempo de
utilização duram apenas alguns minutos. São utilizados quando é necessário realizar
uma rápida e imediata intervenção de combate a um princípio de incêndio. Os
extintores portáteis de incêndio são recipientes metálicos dentro dos quais está o
agente extintor e o agente propelente (NR23 - Proteção Contra Incêndio).

Figura 33 – Tipos de extintores

(Fonte – CTISM)
50

Os equipamentos portáteis de combate a incêndio, desde a sua


fabricação, carga, recarga, manutenção e descarte, deverão seguir as diretrizes da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Assim sendo, conforme
determinações da ABNT, todo extintor de incêndio deve ter, em seu bojo, rótulos que
contenham informações sobre a que classe de incêndio ele se aplica.

6.13.1 Classe De Incêndio A Que Se Destina Cada Extintor

O incêndio se caracteriza pelo tipo de material em combustão e pelo


estágio em que se encontra. Há cinco classes de incêndio, identificadas pelas letras
A, B, C, D e K. O Classe A é aquele fogo em materiais sólidos comuns, como
madeira, papel, tecido e borracha. Deixa como resíduos cinzas e brasas. O método
mais comum para extingui-lo costumava ser o resfriamento por água. Novas
tecnologias utilizam o pó ABC para o combate de incêndio classe A. O de classe B
ocorre quando a queima acontece em líquidos inflamáveis, graxas e gases
combustíveis. Não deixa resíduos. Para extingui-lo, você pode abafar, quebrar a
reação em cadeia ou ainda promover o resfriamento. A classe C é a classe de
incêndio em equipamentos elétricos energizados. A extinção deve ser feita por
agente extintor que não conduza eletricidade. É importante lembrar que a maioria
dos incêndios classe C, uma vez eliminado o risco de choques elétricos, torna-se um
incêndio classe A. O de classe D acontece em combustível chamados de metais
pirofóricos, como magnésio, selênio, antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado,
zinco, titânio, sódio, urânio e zircônio. Queima em altas temperaturas. Para apagá-
lo, você necessita de pós especiais, que separam o incêndio do ar atmosférico pelo
abafamento. Temos ainda o de classe K, tendo como classificação do fogo em óleo
e gordura em cozinhas. Os agentes extintores da classe K controlam rapidamente o
fogo, formando uma camada protetora na superfície em chamas. Possuem efeito de
resfriamento por vapor d'água e de inertização resultante da formação do vapor.
Extinguem o fogo interrompendo a reação química de combustão.
51

Figura 34 – Classe de incêndio que se destina cada extintor

(Fonte: Autor)

6.13.2 Uso Dos Agentes Extintores

São denominados agentes extintores de incêndio quaisquer


produtos utilizados na extinção de princípios (até 1,0 m 3 de fogo), pequenos (de 1,0
a 10,0 m3 de fogo), médios (de 10,0 a 100,0 m 3 de fogo) e grandes incêndios (mais
de 100,0 m3 de fogo). Os agentes extintores de incêndio na prática são
armazenados e utilizados por equipamentos e instalações de combate a incêndio, ou
seja, as unidades extintoras (extintores) ou carretas, as unidades estacionárias,
viaturas e engenhos de combate a incêndio e, instalações fixas automáticas ou sob
comando de combate a incêndio.
Cada agente extintor está adaptado a um ou mais tipos de fogos nos
diversos materiais. Assim podemos utilizar um determinado agente extintor que
poderá provocar danos graves quer ao utilizador quer ao ambiente. Deste modo
torna-se aconselhável conhecer os diversos agentes extintores. 
52

Figura 35 – Emprego dos agentes extintores

6.13.3 Sistema Automático Contra Incêndio No Supermercado

Existe atualmente uma variedade de sistemas de proteção contra


incêndio no mercado mundial, sendo cada um destes específico e apropriado ao tipo
e grau de risco apresentado. Projetar um sistema de proteção contra incêndio
significa para um supermercado, em última instância, será entender os riscos de
perdas a essa edificação possa estar sujeita, sejam elas humanas ou econômicas. A
partir dessa compreensão, um sistema inteligente minimizará ao máximo esses
riscos.
O sistema de combate e prevenção contra incêndios pode ser
composto por procedimentos de brigadas de incêndio, de sistema de detecção de
fumaça, gases inibidores e extintores. Além de atender as normas exigidas pelo
corpo de bombeiros local, o sistema de combate de incêndio não poderá causar
danos aos equipamentos como câmaras frigorificas, frízeres, balanças, sistema de
comunicação entre outros encontrados no supermercado em caso de incêndio.
53

Figura 36 – Sistema de proteção contra incêndio

(Fonte: http://sideing.ec/nuestros-proyectos/)

6.14 SISTEMA DE ALARME CONTRA INCÊNDIO

O sistema de alarme contra incêndio é um sistema que serve para


alertar os trabalhadores em relação a um incêndio que está acontecendo. Este
sistema de alerta é dotado de dispositivos que devem ser instalados em pontos
estratégicos da empresa e podem ser acionados por qualquer pessoa. Quando tais
dispositivos são acionados, uma sirene emite um som característico, que deve ser
ouvido em qualquer local da empresa. Se existirem, na empresa, trabalhadores
portadores de deficiência auditiva, devem ser instalados, também, dispositivos
luminosos que alertem sobre a situação de risco. O sistema de alarme deve ser
projetado e executado por pessoa tecnicamente capacitada e deverá seguir as
recomendações da NBR 17240:2010.
Os sistemas de detecção e alarme de incêndio são compostos de
alguns elementos básicos como, a central de alarme e detecção, detectores,
acionadores manuais, sinalizadores e módulos de entradas e saídas. A central de
alarme é responsável por coletar a informação de estado dos detectores e, de
verificar uma situação de alarme, ativar os sinalizadores.
54

Figura 37 - Sistema de alarme contra incêndio

(Fonte: http://www.avanzitelecom.com.br/alarme_incendio.php)
55

7 PRIMEIROS SOCORROS

As emergências não marcam local para ocorrer, elas simplesmente


acontecem a qualquer hora e em qualquer lugar. Isso significa dizer que, de alguma
forma e em algum momento da vida, eu ou você poderemos estar presente em uma
situação onde seja necessários procedimentos de atendimentos emergenciais e de
primeiros socorros. A principal função dos primeiros socorros é tentar evitar que
ocorram mortes e que se possa prevenir as graves sequelas definitivas e
incapacitantes, que aniquilam vidas da sociedade.
Os primeiros socorros apesar de ter como princípio básico “salvar
uma vida”, nunca irá substituir a necessidade do atendimento médico, porém
lembre-se de que o que for feito ou não, até a chegada do médico poderá significar a
diferença entre a vida ou a morte da vítima.
O mais importante é sempre antes de tudo solicitar ajuda pelo
telefone ao socorro especializado, geralmente pelos números 192 (SAMU), 193
(Corpo de Bombeiros), 192 (Serviço Público de Remoção de Doentes), 191 (Polícia
Rodoviária Federal) para socorrer a vítima.
“ Mantenha-se calmo e inspire confiança para evitar o pânico ”.

7.1 AVALIAÇÃO DO LOCAL DO ACIDENTE

Ao chegar no local de um acidente, ou onde se encontra um


acidentado, deve-se assumir o controle da situação e proceder a uma rápida e
segura avaliação da ocorrência. Deve-se tentar obter o máximo de informações
possíveis sobre o ocorrido.
É importante observar rapidamente se existem perigos para o
acidentado e para quem estiver prestando o socorro nas proximidades da
ocorrência. Devemos observar por exemplo se existem fios elétricos soltos e
desencapados, tráfego de veículos, andaimes, vazamento de gás, máquinas
funcionando ou qualquer situação que possa dificultar o resgate da vítima. Devem-
se identificar pessoas que possam ajudar. Deve-se desligar a corrente elétrica, evitar
chamas, faíscas e fagulhas, devemos afastar pessoas desprotegidas da presença
de gás, devemos retirar vítima de afogamento da água, desde que o faça com
segurança para quem está socorrendo, evacuar área em risco iminente de explosão
56

ou desmoronamento o mais rápido possível.


Avaliar o acidentado na posição em que ele se encontra, só
mobilizá-lo com segurança, sempre que possível deve-se manter o acidentado
deitado de costas até que seja examinada, e até que se saiba quais os danos
sofridos. Não se deve alterar a posição em que se acha o acidentado, sem antes
refletir cuidadosamente sobre o que aconteceu e qual a conduta mais adequada a
ser tomada. Se o acidentado estiver inconsciente, por sua cabeça em posição lateral
antes de proceder à avaliação do seu estado geral.

7.2 FUNÇÕES VITAIS

Algumas funções são vitais para que o ser humano permaneça vivo.
São vitais as funções exercidas pelo cérebro e pelo coração. Mas para exercerem
suas funções, estes órgãos executam trabalhos físicos e químicos, transformando a
própria vida numa macro-representação das atividades da menor unidade funcional
do corpo que é a célula. Cada tecido é constituído por células, e é da vida delas que
depende a vida dos seres vivos. As células tiram nutrientes para sua vida
diretamente do meio onde se encontram, devolvendo para este mesmo ambiente os
produtos finais de sua atividade metabólica. A captação e liberação destas
substâncias são reguladas pela membrana plasmática, cuja permeabilidade seletiva
e mecanismo de transporte ativo permitem à célula trocar com o meio somente o
que deve ser trocado. Muitos processos dependem de um adequado diferencial de
concentração entre o interior e exterior da célula. Para permitir igualdade nas
concentrações dos componentes do líquido intersticial, os tecidos do organismo são
percorridos por uma densa rede de vasos microscópicos, que são chamados de
capilares. O sangue que chega aos capilares traz nutrientes e oxigênio que são
passados continuamente para os tecidos, o sangue arterial é rico em nutrientes, o
sangue venoso é mais pobre e transporta gás carbônico e catabólitos. O sangue não
se deteriora graças à atividade de órgãos vitais como os pulmões, rins e aparelho
digestivo, que permanentemente recondicionam o sangue arterial. Os rins participam
do mecanismo de regulação do equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico e na
eliminação de substâncias tóxicas. O aparelho digestivo incrementa o teor
sanguíneo de substratos orgânicos, íons e outros agentes metabólicos, como as
vitaminas, por exemplo. O fígado age como órgão sintetizador e como modificador
57

da composição do sangue, participando nos mecanismos da excreção de


substâncias tóxicas. Os pulmões e a porção condutora do aparelho respiratório têm
como função principal fornecer oxigênio e remover dióxido de carbono resultante da
reação de combustão nas células. O pulmão não é apenas um órgão respiratório.
Ele desempenha uma função importante no equilíbrio térmico e no equilíbrio ácido-
básico. Os movimentos ventilatórios são controlados pelo Sistema Nervoso Central e
estão parcialmente sob nossa vontade. A respiração, no entanto, é um mecanismo
involuntário e automático.
As funções vitais do corpo humano são controladas pelo Sistema
Nervoso Central, que é estruturado por células muito especializadas, organizadas
em alto grau de complexidade estrutural e funcional. Estas células são muito
sensíveis à falta de oxigênio, cuja ausência provoca alterações funcionais.
58

8 PCMSO

O PCMSO, cuja obrigatoriedade foi estabelecida pela NR-7 da


portaria 3.214/78, é um programa médico de caráter de prevenção, rastreamento e
diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho.
Todas as empresas, independentemente do número de empregados
ou do grau de risco de sua atividade, estão obrigadas a elaborar e implementar o
PCMSO, que deve ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos
trabalhadores, especialmente os riscos identificados nas avaliações previstas no
PPRA. A norma estabelece, ainda, o prazo e a periodicidade para a realização das
avaliações clínicas, assim como define os critérios para a execução e interpretação
dos exames médicos complementares (os indicadores biológicos).
Na elaboração do PCMSO, o mínimo requerido é um estudo prévio
para reconhecimento dos riscos ocupacionais existentes na empresa, por intermédio
de visitas aos locais de trabalho, baseando-se nas informações contidas no PPRA.
Com base neste reconhecimento de riscos, deve ser estabelecido
um conjunto de exames clínicos e complementares específicos para cada grupo de
trabalhadores da empresa, utilizando-se de conhecimentos científicos atualizados e
em conformidade com a boa prática médica. O nível de complexidade do PCMSO
depende basicamente dos riscos existentes em cada empresa, das exigências
físicas e psíquicas das atividades desenvolvidas e das características
biopsicofisiológicas de cada população trabalhadora. A norma estabelece as
diretrizes gerais e os parâmetros mínimos a serem observados na execução do
programa, podendo os mesmos, ser ampliados pela negociação coletiva de trabalho.
O PCMSO deve ser coordenado por um médico, com especialização
em medicina do trabalho, que será o responsável pela execução do programa. Ao
empregador, por sua vez, compete garantir a elaboração e efetiva implementação do
PCMSO, tanto quanto zelar pela sua eficácia. A NR-7 determina que o programa
deverá obedecer a um planejamento em que estejam previstas as ações de saúde a
serem executadas durante o ano, devendo estas ser objeto de relatório anual. O
relatório anual deverá discriminar, por setores da empresa, o número e a natureza
dos exames médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complementares,
estatísticas de resultados considerados anormais, assim como o planejamento para
o ano seguinte.
59

9 LTCAT

O Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT


tem como objetivo atender às exigências previstas pelo Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), órgão do Ministério da Previdência e Assistência Social. É neste
laudo que vem uma descrição minuciosa do ambiente de trabalho e de todas as
atividades desenvolvidas pelo trabalhador durante toda a sua vida profissional,
caracterizando ou não a exposição a agentes nocivos a saúde. Observe que o
LTCAT não é um Laudo que foi elaborado com o intuito de documentar a existência
ou não de insalubridade e periculosidade no ambiente de trabalho, mas sim, para
ser usado exclusivamente para fins de documentar a necessidade ou não de uma
aposentadoria especial concedida pelo INSS para o trabalhador.
A periodicidade do LTCAT é definida pelo Artigo 254 no seu Inciso 1
(Instrução Normativa INSS/PRES Nº 45, de 6 de Agosto de 2010 - DOU de
11/08/2010), onde diz que deve ser revisto uma vez ao ano, ou sempre que ocorrer
qualquer alteração no ambiente de trabalho ou em sua organização. A emissão do
LTCAT de acordo com o § 1º do art. 58 da Lei 8213/91, com a redação dada pela Lei
9732/98, deve ser feita pelo engenheiro do trabalho ou pelo médico do trabalho da
empresa ou mesmo que venha prestar serviço à organização na área de saúde
ocupacional, que após uma visita ira determinar os riscos existentes para os
trabalhadores naquele local de trabalho. Apenas estes profissionais estão
qualificados perante a legislação trabalhista e previdenciária a emitir o LTCAT, este
laudo tem validade indefinida, atemporal, ficando atualizado permanentemente,
enquanto o “layout” da empresa não sofrer alterações. O LTCAT é uma declaração
pericial (laudo) do ambiente de trabalho, que tem como objetivo identificar a
presença de agentes nocivos à saúde do trabalhador, conforme Art.58 da lei
8213/91, Art. 68 do Decreto 3048/99 e Art. 195 CLT, identificando no ambiente a
presença ou não de situação de insalubridade ou periculosidade.
O LTCAT deve conter o nome da empresa com todos os dados
cadastrais, descrições das diversas atividades e funções desempenhadas pelo
trabalhador, os riscos presentes e a análise das condições do ambiente de trabalho
com medições dos agentes de risco à saúde do trabalhador que constam na NR 15
e NR16. A empresa que não mantiver o LTCAT atualizado, ou que emitir
documentos em desacordo com o respectivo laudo, estará sujeita à penalidade
60

prevista no art. 133 da Lei n° 8213, de 1.991. Não devemos esquecer que nunca o
LTCAT (não poderá substituir o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais), o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), o
PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção) e o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos).
61

10 PPRA

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) tem como


Norma Regulamentadora 9 que visa à preservação da saúde e da integridade dos
trabalhadores, por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente
controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no
ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos
recursos naturais. Para o PPRA os riscos ambientais são os agentes físicos,
químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua
natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar
danos à saúde dos trabalhadores, é obrigatória para todos os empregadores e
instituições que admitam trabalhadores como empregados, não importando o grau
de risco ou a quantidade de empregados, tanto um condomínio, uma loja ou uma
refinaria de petróleo, todos estão obrigados a ter PPRA, cada um com suas próprias
características e complexidade. Não importando o grau de risco ou a quantidade de
empregados, tanto um condomínio, uma loja ou uma refinaria de petróleo, todos
estão obrigados a ter PPRA, cada um com suas próprias características e
complexidade.
A NR-9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração de um PPRA no
trabalho e a implementação por parte de todos os empregadores e instituições que
admitam trabalhadores como empregados, visando preservação da saúde e a
integridade dos trabalhadores, por meio da antecipação e do reconhecimento,
avaliação e consequentemente controle da ocorrência de riscos ambientais
existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração
a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais, complementando o PPRA.
Não esquecer que o PPRA é um programa de ação contínua e não um documento
para ser apresentado ao do ministério do trabalho durante uma fiscalização a
empresa.
A elaboração do PPRA deverá ser realizada por pessoas da área de
segurança do trabalho, legalmente habilitados para realizar tal tarefa, assim estão os
Técnicos de Segurança, Engenheiros de Segurança e Médicos do Trabalho, sendo
essa elaboração dívida em três fases, sendo antecipação e reconhecimento dos
riscos encontrados dentro da empresa, avaliação e medidas de controle.
Na antecipação e reconhecimento iremos analisar novos projetos,
62

verificar as instalações, analisar os produtos utilizados e ainda os métodos e


processos de trabalho. Aqui é muito importante saber e reconhecer os riscos
considerados pela NR-9, conforme item 9.1.5.

Tabela 01 - Riscos Ambientais


GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5
VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS DE
FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ERGONÔMICOS ACIDENTES
Arranjo físico
Ruído Poeira Vírus Esforço físico intenso
Inadequado
Levantamento e Máquinas e
Vibração Fumos Bactérias Transporte manual de equipamentos sem   
peso proteção
Ferramenta
Radiações Exigência de postura
Névoas Protozoários inadequada ou
ionizantes Inadequada
defeituosa
Radiações
Controle rígido de Iluminação
Não- Neblinas Fungos
produtividade inadequada
ionizantes
Imposição de ritmos
Frio Gases Parasitas Eletricidades
excessivos
Probabilidade de
Trabalho em turno e
Calor Vapores Bacilos incêndio ou
noturno
explosão
Substância,
Pressões composto ou Jornadas de trabalho Armazenamento
anormais produto químico prolongadas inadequado
em geral
Monotonia e Animais
Umidade
repetividade peçonhentos
Outras situações de
Outras situações risco que poderão
causadoras de stress contribuir para a
físico e/ou psíquico ocorrência de
acidentes
Na fase de avaliação todas as informações coletadas deverão
passar por uma análise muito cuidadosa, nessa fase serão avaliadas a intensidade
dos agentes físicos e a concentração dos agentes químicos, devendo ser realizada
uma avaliação quantitativa, caso isso seja necessário servirá para comprovar o
controle da exposição ou somente a inexistência dos riscos identificados no
reconhecimento. Aqui também deverá ser feita uma avaliação da exposição dos
trabalhadores e comprovar se as medidas de controle já estão em uso ou se se
63

ainda serão colocadas em prática. Todos os dados devem ser rigorosamente


registrados, inclusive o tipo de instrumental que foi utilizado para se realizar as
medições, a marca, o modelo e a calibragem do equipamento.
Devemos estar atento que para cada agente de risco existe um
equipamento específico para a sua medição, por exemplo para a medição da
intensidade do ruído usa-se o decibelímetro ou Audiodosímetro, para medir a
iluminância de interiores nos ambientes usa-se o Luxímetro, enquanto que para
produtos químicos pode-se usar os monitores de difusão passiva ou métodos de
amostragem instantânea, dentre outros.
Para a validade das avaliações, as mesmas deverão ser realizadas
por profissionais autorizados e preparados para realizar este procedimento, bem
como assiná-los em todas as vias.
Na fase de medidas e controle irão participar todos os envolvidos no
PPRA, pois agora todos poderão dar idéias ou como usar a ferramenta chamada
Brainstorming (tempestade de idéias), para o controle ou eliminação dos riscos que
foram encontrados. Nesta fase de avaliação deverão ser apresentados todos os
dados levantados durante a avaliação, pois isso servirá de base para que se tenha
uma visão e compreensão da importância das medidas de controle a serem
implantadas.
As medidas de controle devem começar por toda a emprese ou seja
se foram constatados evidencias de riscos à saúde dos trabalhadores, como por
exemplo a dengue, o controle coletivo será eliminar todo ponto de água parada que
esteja aberto. Caso seja percebido que o risco exista pela falta de planejamento ou
desorganização de um grupo de trabalho dentro da empresa, as medidas tomadas
para o controle serão administrativas, visando assim melhorar na organização e ter
um planejamento eficiente das tarefas a serem realizadas. A última etapa das
medidas de controle, caso as duas primeiras não foram o suficiente para eliminar ou
controlar os riscos encontrados, será o uso de equipamento de proteção individual
(EPI).
As medidas de controle só serão eficazes se houver um ciclo
periódico, ou seja, realizar medições periódicas de exposição ao risco, capacitar os
funcionários quanto a prevenção de acidentes e uso correto dos EPI’s, manter o
exame médico periódico atualizado e verificar se os níveis encontrados estão dentro
dos limites permitidos pela norma regulamentadora.
64

11 CIPA

A comissão interna de prevenção de acidentes ajuda a prevenir


acidentes e a garantir a integridade dos trabalhadores. Ninguém está imune a sofrer
um acidente ou a ficar doente, principalmente os trabalhadores. Por este motivo o
Ministério do Trabalho exige a criação de uma Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA). O objetivo é prevenir acidentes e doenças provenientes do
trabalho, identificar riscos e buscar soluções para evitar qualquer dano à saúde do
trabalhador. Isto é determinado pela Norma Regulamentadora nº 5 do Ministério do
Trabalho. Pelos arts. 163 a 165 da CLT, fica estabelecido a obrigatoriedade de as
empresas públicas ou privadas organizarem e manterem em funcionamento, por
estabelecimento, uma comissão constituída por empregador, com objetivo de
prevenir infortúnios laborais, por meio de sugestões e recomendações ao
empregador para que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis
causas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Fica assegurado ao
membro eleito para mandato da CIPA, pelo art.10 da Constituição Federal de 1988
(CF/1988), seja representante titular ou suplente, garantindo uma estabilidade
provisória no emprego, ou seja, o empregado eleito para o cargo de direção da CIPA
tem sua estabilidade mantida desde o registro de sua candidatura até 1 ano após o
final do seu mandato.
A NR 5 não exige o acompanhamento da CIPA por um técnico em
segurança do trabalho, mas podem ser de grande utilidade as orientações de um
profissional deste ramo. Ele pode dar orientações aos membros e ao responsável
pela CIPA sobre os procedimentos a tomar para prevenir acidentes e doenças
decorrentes do trabalho. Vale lembrar que o descumprimento da NR 5 pelas
empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da
administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas,
cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como
empregados, estarão sujeitas as penalidades (multas) da NR 28 que trada de
Fiscalização e Penalidades.
65

12 MAPA DE RISCOS

Mapa de Riscos segundo a NR-5 é uma técnica, que resulta numa


representação gráfica, de identificação dos riscos e fatores prejudiciais à saúde e à
segurança do trabalhador, relacionados ao conjunto de variáveis originados no
ambiente de trabalho, no processo de trabalho, na forma de organização do trabalho
e nos demais fatores implicados na relação entre o trabalho e o processo saúde-
doença do trabalhador.
Dentro do amplo espectro do que é denominado 'mapa de risco',
encontram-se mapas que têm como conteúdo desde a presença de agentes
ambientais de risco até suas consequências, previstas ou medidas, sobre a
população. Os possíveis danos à saúde humana causados por atividades poluidoras
são precedidos por processos de uso de substâncias químicas, sua emissão para o
ambiente, a exposição de uma população e a dose a que será submetida esta
população. (Barcelos, 1996).
O mapeamento de risco é um levantamento dos locais de trabalho
apontando os riscos que são sentidos e observados pelos próprios trabalhadores, e
de acordo com a Portaria nº 25, o Mapa de Riscos deve ser elaborado pela CIPA,
com a participação dos trabalhadores envolvidos no processo produtivo. A
participação do SESMT na elaboração do mapa de risco é de suma importância para
conter possíveis exageros nos mapas, pois estes são elaborados por pessoas
“leigas” no assunto e sem uso de equipamentos para avaliação dos agentes.
Acreditar que todos os mapas estão corretos pode ser um tiro no pé. Então, é
necessário compará-los com os registros ambientais do PPRA, antes de sair
pendurando mapas pelas áreas da empresa.
O mapa de riscos é representado graficamente, através de círculos
de cores e tamanhos proporcionalmente diferentes conforme (Figura 01- Círculos de
cores e tamanhos proporcionalmente diferentes aos riscos pequenos, médios e
grandes), sobre o Layout da empresa e deve ficar afixado em local visível a todos os
trabalhadores.
A NR-5 (MTE) considera como riscos ambientais os agentes físicos,
químicos e biológicos, além de riscos ergonômicos e riscos de acidentes, existentes
nos locais de trabalho, e que venham causar danos à saúde dos trabalhadores.
Esses riscos podem prejudicar o bom andamento do trabalho, portanto, devem ser
66

identificados, avaliados e controlados de forma correta. De acordo com a legislação


em vigor, a falta do mapa de risco ocasiona multas pesadas.

Figura 38 - Círculos de cores e tamanhos proporcionalmente diferentes aos riscos


pequenos, médios e grandes

Figura 39 – Cores usadas no mapa de risco


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Figura 40 – Tabela descritiva das cores

O mapeamento possibilita o desenvolvimento de uma atitude mais


cautelosa por parte dos trabalhadores diante dos perigos identificados e
graficamente sinalizados. Desse modo, contribui com a eliminação e controle dos
riscos detectados. A adoção desta medida favorece os trabalhadores com a
proteção da vida, da saúde e da capacidade profissional e empregadores com a
redução do absenteísmo e o aumento da produtividade.
68

13 ACIDENTE DE TRABALHO MAIS FREQUENTES

Dados indicam que os trabalhadores mais jovens correm maior risco


de sofrer acidentes de trabalho, as taxas de acidentes e as suas causas variam
muito entre os diferentes setores e profissões. Os jovens trabalhadores apresentam
taxas de acidentes mortais geralmente mais baixas, embora, em alguns setores,
essas taxas possam ser elevadas. A agricultura apresenta a taxa de incidência mais
elevada, seguida pela construção, os transportes e comunicações e a indústria. A
construção é o setor onde se registram mais mortes de trabalhadores jovens. Os
trabalhadores mais velhos sofram menos acidentes, as suas lesões são muitas
vezes mais graves demandando assim mais tempo para retornar as atividades
normais. Os escorregões, tropeções, quedas, cortes, fraturas, choque contra
objetos, golpes de ferramentas, estresse, ansiedade, depressão e distúrbios
osteomusculares relacionados ao exercício do trabalho são a causa mais frequente
de acidentes em todos os setores, desde a indústria ao trabalho de escritório.
Enquanto os trabalhadores mais jovens tendem a sofrer mais lesões nos olhos ou
nas mãos, os trabalhadores mais velhos sofrem mais de lesões lombares. 
Os trabalhadores mais velhos poderão ter mais dificuldade em ver ou focalizar a
determinadas distâncias, têm menor visão periférica, vêm às coisas com menor
clareza, têm maior dificuldade para percepção de profundidade e sendo mais
sensíveis ao ambiente com claridades normal. Tem maior probabilidade de sofrer de
outros males que afetam a visão, como cataratas e infecções de retina. Estas
alterações da capacidade visual podem aumentar o risco de acidentes. Além disso,
uma perda maior de equilíbrio, reflexos mais lentos, problemas visuais e falta de
concentração podem resultar em quedas. São necessários muitos esforços para
melhorar as condições de trabalho das mulheres e dos homens. Quando evocamos
os riscos no trabalho, pensamos geralmente nos homens que trabalham em
ambientes de alto risco de acidentes, como uma obra, linhas de transmissão de alta
tensão e não nas mulheres que trabalham em serviços de saúde ou sociais, por
exemplo. Uma análise das condições reais de trabalho revela que as mulheres, tal
como os homens, estão sujeitas aos mesmos riscos no seu trabalho. Assim a melhor
forma de se prevenir os acidentes é ter implantada boas práticas de segurança e
está sempre atento a qualquer desvio que venha acontecer antes, durante e depois
do trabalho.
69

14 CONCLUSÃO

O mais importante quando se trabalha na área de segurança do


trabalho é o controle dos riscos de acidentes e melhoria continua do ambiente de
trabalho envolve etapas importantes, as quais devem ser seguidas a fim promover a
qualidade de vida no trabalho, tais como a identificação das condições de risco para
a saúde presentes no trabalho, a caracterização da exposição e quantificação das
condições de risco, criar discussão e definição das alternativas de eliminação ou
controle das condições de risco e a implementação e avaliação das medidas
adotadas, mantendo os trabalhadores treinados e conscientes dos riscos que estão
expostos.
Hoje vejo a importância dos conceitos básicos de higiene, os
cuidados com alimentos que comemos, sem esquecer de observar o que o mercado
está ofertando os consumidores de forma tão rápida que muitas vezes deixamos de
ler tudo que está na embalagem, ficamos preocupados somente com a data de
validade e valor calórico. A segurança no dever ser aplica diariamente em nossas
vidas, seja em casa, no mercado indo ou vindo do trabalho e até quando nos
divertimos, pois só assim poderemos evitar situações desagradáveis em nossas
vidas.
70

REFERÊNCIAS

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5º edição. São Paulo, 2013.

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Medicina do Trabalho.3º Edição. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2008.

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Segurança do Trabalho. 1º reimpressão da 1º edição. São Caetano do Sul, SP:
Yendis Editora, 2008.

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