Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Amanda
Stapenhorst
Métodos de limpeza,
desinfecção e esterilização
de materiais laboratoriais
e hospitalares
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste capítulo, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
As técnicas de limpeza e esterilização são imprescindíveis para o controle
de infecções, pois é pelo seu uso que garantimos a completa eliminação
dos agentes biológicos que podem contaminar produtos e materiais.
Os procedimentos realizados no ambiente de serviços de saúde, na sua
maior parte, necessitam de instrumentos que entram em contato direto
com vários pacientes e fluidos corporais.
Neste capítulo, você vai estudar a importância da limpeza e da de-
sinfecção do ambiente, as técnicas de desinfecção de materiais e os
processos de esterilização.
A limpeza dos pisos deve ser realizada diariamente e, sempre que ne-
cessário, primeiramente varrendo os resíduos existentes. Utilize um pano
embebido em água e sabão e sempre faça uso de dois baldes com água: um
contendo água limpa e produto e o outro com água apenas para o enxague
do pano, removendo, assim, o excesso de sujidade. Posteriormente, o produto
desinfetante, geralmente hipoclorito de sódio, deve ser aplicado em toda a
superfície do piso, fazendo uso de um pano limpo.
As bancadas devem ser higienizadas várias vezes ao dia, ao iniciar o turno
de trabalho, entre um paciente e outro e no final do dia. A limpeza profunda
das bancadas também é feita com o uso de água e sabão, seguida pela aplicação
de produto desinfetante, tal como uma solução alcoólica 70% ou hipoclorito
de sódio 1%. A maca e a mesa auxiliar utilizadas durante determinados pro-
cedimentos também devem ser devidamente desinfetadas no início do turno
de trabalho, entre um paciente e outro e no fim do dia. Essa desinfecção pode
ser realizada com a aplicação de solução alcoólica 70%, utilizando compressa
estéril ou gaze, sempre do local mais contaminado para o menos contaminado.
A limpeza do ambiente – piso, bancadas e equipamentos – deve ser realizada
de acordo com as normas de biossegurança adequadas. A limpeza sempre
deve ser realizada no sentido da área mais limpa em direção à mais suja e/ou
da mais contaminada para a menos contaminada. O movimento deve ser o
mesmo, sempre de cima para baixo e no mesmo sentido e direção, ou seja, se
você começar pelo lado superior esquerdo da área, o movimento será de trás
para frente e deve ser repetido na área adjacente àquela que foi higienizada.
Os movimentos circulares ou de vai e vem apenas espalham mais a sujeira,
portanto, evite utilizá-los durante a higienização do local.
Por fim, para contextualizar todas as informações abordadas neste capí-
tulo, recomenda-se que todo estabelecimento elabore e deixe disponível para
todos os funcionários um Manual de Rotinas e Procedimentos. Assim, todos
os procedimentos de limpeza, esterilização e outras recomendações estarão
padronizados e descritos passo a passo, melhorando a qualidade do serviço
prestado e reduzindo os riscos de biossegurança.
Métodos de desinfecção
O processo de esterilização de materiais tem grande impacto sobre o controle
de infecções nos ambientes de prestação de serviços de saúde. A exposição
contínua dos profissionais da saúde a agentes biológicos identificados já foi
amplamente descrita, entretanto, atualmente, é possível observar um relevante
aumento de patógenos resistentes a terapias convencionais.
Inicialmente, precisamos definir os termos que serão utilizados no texto a
seguir. Quando falamos em assepsia, estamos referenciando o uso de produtos
químicos na pele ou em outros tecidos corporais, os quais têm como principal
objetivo a neutralização ou a eliminação de microrganismos potencialmente
contaminantes, mas sem ação esporicida (eliminação de esporos). Já o processo
de desinfecção se refere ao uso de métodos físicos ou de produtos químicos que
são capazes de destruir a maior parte dos microrganismos, entretanto esporos
bacterianos, fungos e vírus ainda podem resistir ao processo de desinfecção.
Sendo assim, o processo de desinfecção foi dividido em três categorias de
eficácia: alta, intermediária e baixa.
O processo de desinfecção de alta eficiência ocorre pela aplicação de
soluções germicidas capazes de eliminar todos os microrganismos, exceto os
esporos bacterianos maiores. A desinfecção intermediária também é realizada
com um agente germicida, o qual elimina todos os microrganismos, exceto
os endósporos bacterianos. A desinfecção de baixa eficácia é realizada com
agente germicida fraco que tem a capacidade de eliminar quase todas as
bactérias e todos os vírus envelopados.
O processo de esterilização é realizado com métodos físicos ou químicos
que eliminam todos os tipos de agentes biológicos, sejam eles bactérias, mi-
crobactérias, vírus não envelopados e fungos, juntamente com seus esporos.
O Sistema de Classificação de Spaulding, elaborado em 1972, categorizou
os equipamentos e os instrumentos que devem ser esterilizados ou desinfe-
tados de acordo com o risco de infecção para o paciente. A Classificação de
Spaulding é composta por três categorias de risco e ainda é utilizada para
determinar qual método deve ser escolhido e empregado.
De acordo com a Classificação de Spaulding (Figura 1), os objetos críticos
são aqueles que entram em contato direto com a corrente sanguínea ou outros
locais estéreis do corpo, tais como instrumentos cirúrgicos, cateteres, agulhas
e implantes. Esses materiais devem, obrigatoriamente, passar pelo processo
de esterilização.
Métodos de limpeza, desinfecção e esterilização de materiais laboratoriais e hospitalares 5
será lavado, ou seja, em uma pia específica para essa tarefa ou dentro de algum
recipiente apropriado. Também é possível utilizar máquinas de limpeza com
jatos de água quente ou máquinas de ultrassom com detergentes em vez de
fricção mecânica, porém, essas técnicas de limpeza geralmente ficam restritas
ao ambiente hospitalar.
O processo de descontaminação pode ser realizado de várias maneiras
diferentes, desde fricção mecânica com produtos específicos, imersão completa
em água em ebulição durante 30 minutos ou até mesmo autoclavagem prévia
do material ainda contaminado.
Após a limpeza e/ou a descontaminação, o material deve ser enxaguado
em água corrente e seco com um pano limpo, secadora de ar ou estufas.
Ao término de todas essas etapas, você então classificará o material como
crítico, semicrítico ou não crítico e, posteriormente, iniciará o processo de
esterilização propriamente dito.
Técnicas de esterilização
Os ambientes laboratoriais precisam de procedimentos padronizados que
visem a garantir a segurança dos profissionais e de outras pessoas presentes
no ambiente. Recomenda-se que a higienização dos materiais tenha um POP
elaborado e disponível para todos os funcionários do local, permitindo, assim,
que o material seja sempre higienizado e esterilizado da mesma maneira.
Todos os objetos que entraram em contato direto com pacientes ou fluidos
corporais necessitam, obrigatoriamente, da realização dos processos de limpeza
e esterilização.
Métodos de limpeza, desinfecção e esterilização de materiais laboratoriais e hospitalares 7
Acesse o link a seguir e veja, passo a passo, como utilizar adequadamente um equi-
pamento de autoclave.
https://goo.gl/HbfMSh
Leituras recomendadas