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GUIA PRÁTICO DE PREVENÇÃO E ORIENTAÇÃO EM

CASOS DE

ACIDENTES OCUPACIONAIS COM


MATERIAL PERFURO COM
EXPOSIÇÃO A RISCO BIOLÓGICO

2023
SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE

Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas

DMST

ACIDENTES OCUPACIONAIS COM MATERIAL


PERFUROCOM EXPOSIÇÃO A RISCO BIOLÓGICO

2ª Versão

RIBEIRÃO PRETO – SP

2023
© 2023 Secretaria Municipal da Saúde/ Secretaria Municipal da Administração

Todos os direitos reservados são permitidos a reprodução parcial ou total desta obra,
desde que citada a fonte e que não tenha nenhum fim comercial. Venda proibida. A
responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é restrita a
equipe técnica designada pelo Gabinete do Secretário da Saúde e Departamento de
Atenção a Saúde das Pessoas. O documento poderá ser acessado na integra pelo site
da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto no link:
https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/files/ssaude/pdf/guia-perfurocortante.pdf

Elaboração, distribuição e informações: Comissão Multidisciplinar de Prevenção de


Acidentes com Materiais Perfurocortantes com Exposição a Riscos Biológicos da
Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto.

Elaboração 2ª versão:

Representante do SESMT
Presidente: Prince Francis da Silva Pereira
Representante do Setor de Padronização de Material
Secretária: Lilian Carla de Almeida
Representante Divisão Odontológica
Secretária Substituta: Adriana da Costa Botelho
Representante da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Jose Augusto Pedersoli Filho
Representante Pela Direção do Serviço de Saúde
Tatiana dos Reis Balaniuc Monteiro Moreira
Representante da CCI
Andrea Cristina Soares Vendruscolo
Direção de Enfermagem
Maria de Fátima Paiva Brito
Direção Clínica
Roberta Martins Da Silva Costa
Responsável pela Elaboração e Implementação do PGRSS
Karina Fonseca de Souza Leite
Representante da Central de Material e Esterilização
Anazilda Carvalho da Silva
Representante do Setor de Compras
Mateus Valente Da Silva
APOIO TÉCNICO:
Fiscal dos Contratos de Empresa Terceirizada de Limpeza da Secretaria
Municipal da Saúde
Ideltania Massaroli Gui
Chefe da Divisão de Enfermagem da Secretaria Municipal da Saúde
Karina Domingues de Freitas
CEREST
Ana Beatriz Degani Angerami
Enfermeira da Divisão de Medicina e Segurança do Trabalho - DMST
Juliana Cristina Luque Vallim
Técnico de Segurança do Trabalho da Divisão de Medicina e Segurança
do Trabalho - DMST
Sergio Luiz Bernardes

Gestão 2023-2024:
Jane Aparecida Cristina – Secretária Municipal da Saúde.
Ricardo Fernandes De Abreu – Secretário Municipal da Administração.
Sumário

1. INTRODUÇÃO 4

2. MEDIDAS DE PREVENÇÃO 4

3. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA 6

4. RISCOS LABORAIS DE SAÚDE 9

5. NORMAS BÁSICAS DE BIOSSEGURANÇA 10

6. IMUNIZAÇÃO 11

7. ESTIMATIVA DE RISCOS 13

8. CONDUTA EM ACIDENTE OCUPACIONAL 14

9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 15

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1. INTRODUÇÃO
O presente guia tem a finalidade de informar em consulta rápida,
prática e objetiva os principais procedimentos para prevenção e conduta em
caso de exposição à material biológico, enfatizando a contaminação pelos vírus
das hepatites B e C e pelo HIV.

2. MEDIDAS DE PREVENÇÃO
2.1. Precauções Padrão
São medidas de precauções que devem ser adotadas para a
assistência a todos os pacientes, independentemente de seu diagnóstico, a
saber:
 Lavagem das mãos.

 Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI):

 Luvas
 Aventais
 Máscaras
 Gorros
 Óculos de proteção

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2.2. Medidas Adicionais

 Sapato fechado, cobrindo peito do pé


 Proibido o uso de adornos.

2.3. Cuidados com materiais perfurocortantes:

 Não desconecte, reencape ou entorte agulhas usadas;

 Máxima atenção durante a realização dos procedimentos que envolvam a


manipulação de material biológico ou perfurocortante.

 Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de


procedimentos que envolvam materiais perfurocortantes.

 Use sempre os EPIs quando existir a possibilidade de contato com


sangue ou secreções.

 Descartar o material perfurocortante imediatamente após o uso

 Descarte qualquer material perfurocortante ou cortante, contaminado ou


não, nos coletores apropriados.

 Nunca jogue perfurocortantes no saco de lixo.

 Ao descartar material perfurocortante, evitar qualquer manipulação


desnecessária.

 As caixas coletoras de perfurocortante


não devem estar apoiados sobre pias
ou lixeiras. Devem estar em suportes
fixos e adequados e o mais próximo
possível do local de geração.

 É proibido sacudir a caixa de perfurocortantes ou empurrar os materiais


dentro da mesma para aumentar a capacidade de descarte.

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 Obedeça ao limite da capacidade do
recipiente. Nunca ultrapasse o limite
demarcado na caixa coletora.

 Não exceda o limite de preenchimento


da caixa coletora, lacre a tampa e
transporte pelas alças afastado do corpo.

 Ao transportar tubos de ensaio, seringas


ou outros artigos que contenham fluídos
biológicos, nunca os leve nas mãos, mas
sim em caixas rígidas ou em suportes
apropriados. Cuidado especial ao
transportar materiais contendo sangue ou
secreções.

3. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA
Implantar as medidas de segurança é fundamental para promover a
saúde e segurança do trabalho. Dentre essas medidas, estão presentes os
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e os Equipamentos de Proteção
Individual (EPI). Os Equipamentos de Proteção Individual e coletiva são
responsáveis por garantir a proteção dos trabalhadores.

3.1 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)

Os Chamados equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são


dispositivos, sistemas, ou meios, de abrangência coletiva, destinado a
preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores e terceiros, por meio
da eliminação ou redução da exposição das pessoas aos riscos de acidentes
de trabalho e doenças ocupacionais. Trata-se de equipamentos, ferramentas
ou sistemas que são aplicados no ambiente de trabalho com o objetivo de
proteger o coletivo, embora também possam ser equipamentos de uso
individual compartilhados pelo grupo – como Kit de primeiros socorros ou
chuveiros de segurança.

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Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) é todo equipamento utilizado
para atender a vários trabalhadores ao mesmo tempo, destinado à proteção do
trabalhador a riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho. Por exemplo: enclausuramento acústico de fontes de ruído, a
ventilação dos locais de trabalho, a proteção de partes móveis de máquinas e
equipamentos, a sinalização de segurança, a cabine de segurança biológica,
capelas químicas, cabine para manipulação de radioisótopos, extintores de
incêndio, tela de proteção contra quedas de materiais.

3.2. Equipamentos de Proteção Individual – EPI

São elementos de contenção de uso individual utilizados para evitar a


exposição do profissional aos agentes químicos, físicos e
biológicos patológicos ou protegê–los de substâncias químicas,
calor ou frio excessivo, entre outros riscos no ambiente de
trabalho, bem como também para evitar a contaminação das
atividades experimentais. O equipamento de Proteção Individual
(EPI) protege a integridade física do trabalhador e minimiza
danos à saúde.

Equipamentos de Segurança Individual


É utilizado para proteção do
profissional durante o
procedimento de
Avental
higienização de material e
Impermeável
deve ser usado sobre o
uniforme.

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São usados para proteção contra
salpicos, respingos e aerossóis,
bem como, para projeção contra
estilhaços devido à quebra de
Óculos de vidraria e outros materiais
segurança semelhantes; da mesma forma,
devem ser usados quando da
presença de risco químico ou
biológico e de forma mais
específica.
Existem diversos tipos de
máscaras com maior ou menor
capacidade de retenção de
Máscaras partículas. A seleção é feita
considerando o agente biológico
com o qual se vai lidar.

São dispositivos, providos de


filtros, a serem usados em
ambientes passíveis da presença
de atmosfera contaminada por
Respiradores material patológico, como
também, quando da manipulação
de substâncias químicas voláteis e
corrosivas ou tóxicas.

Botas de borracha são usadas


para proteção dos pés durante
atividades em áreas que
Botas de Borracha apresentem risco a integridade ou
saúde dos membros inferiores,
mais especificamente, os pés.

O gorro descartável é usado tanto


para a proteção dos cabelos de
forma a evitar acidentes ou
agregação de partículas de
Gorro descartável
aerossóis e salpicos, como
também evitar contaminações de
soluções experimentais de
maneira geral.

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As luvas são utilizadas para a
proteção das mãos, sendo de uso
obrigatório na manipulação de
qualquer material biológico ou
Luvas
produto químico com potencial de
risco em geral. São fabricadas em
diferentes materiais para atender
as diversas atividades laborais.

Os equipamentos de proteção individuais e coletivos são considerados


elementos de contenção primária ou barreiras primárias. Estes equipamentos
podem mitigar ou eliminar a exposição da equipe aos riscos inerentes as
atividades da unidade de saúde.

3.3 Cuidados adicionais.

● Verificar a presença de furos antes de calçar as luvas.

 Deve-se lavar as mãos, antes de calçar e após a retirada das luvas.

● Não lavar ou desinfetar luvas de procedimento ou cirúrgicas para


reutilização. O processo de lavagem pode ocasionar dilatação dos
poros e aumentar a permeabilidade da luva. Agentes desinfetantes
podem causar deterioração.

● As luvas não devem ser usadas fora do local de trabalho, exceto para
o transporte de materiais biológicos, químicos, estéreis ou
resíduos.

● Nunca tocar maçanetas, telefone, puxadores de armários e outros


objetos de uso comum quando estiver de luvas e manuseando
material biológico potencialmente contaminado, substâncias
químicas ou radioativas.

4. RISCOS LABORAIS DE SAÚDE

Os trabalhos em instituições de saúde envolvem atividades em que os


profissionais da saúde, docentes, alunos, bem como demais pessoas que
transitam em suas dependências estejam possivelmente expostos.

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5. NORMAS BÁSICAS DE BIOSSEGURANÇA
5.1 Conceitos:

Biossegurança é definida como “o conjunto de saberes direcionado para


ações de prevenção, minimização ou eliminação dos riscos inerentes às
atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e
prestação de serviços, as quais possam comprometer a saúde do homem, dos
animais, das plantas e do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos
desenvolvidos” (FIOCRUZ, 2005).

A biossegurança é um processo contínuo que envolve a conscientização


e a adoção de novas atitudes, além da busca constante por respostas eficazes
aos desafios que surgem nos estabelecimentos de saúde.

Para que a cultura da biossegurança seja disseminada e valorizada no


ambiente laboral, é importante que todos entendam as responsabilidades e
deveres pertinentes aos agentes envolvidos: gestores, administradores,
servidores e beneficiários. A partir desta compreensão haverá sensibilidade e
receptividade às necessárias mudanças de atitudes, comportamentos,
definição de investimentos e reorganização administrativa para alcance dos
objetivos estabelecidos.

5.2 Normas de biossegurança

Estas normas consistem num conjunto de regras e procedimentos de


segurança que visam eliminar ou minimizar acidentes e agravos de saúde
relacionados ao trabalho em ambientes de saúde.

5.2.1 Higiene Pessoal


● Cabelos longos devem ser mantidos presos durante toda a jornada de
trabalho;
● Unhas devem apresentar-se limpas e cortadas de forma a não
sobressair além da ponta dos dedos;

5.2.2 Proibições na área de trabalho


 A utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos;
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 O ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato
nos postos de trabalho;
 O consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho;
 A guarda de alimentos em locais não destinados para este fim;
 O uso de sapatos aberto;
 Realizar atividades com ferimento nos membros superiores, sem
avaliação e liberação médica.

6. IMUNIZAÇÃO
Uma das principais medidas de prevenção é a vacinação para
hepatite B pré - exposição; é indicada para todos os profissionais da área da
saúde. É uma vacina extremamente eficaz, sendo recomendadas 3 doses com
intervalos de 0,1 e 6 meses.

6.1 Profissionais de Saúde: Esquema vacinal pré-exposição (sem


exposição ocupacional a material biológico)

Situação do profissional Esquema vacinal

Nunca vacinado (presumidamente suscetível) 0/1/6 meses

Sorologia (Anti-HBsAg) negativa de 1 a 2 meses após a terceira Repetir esquema 0/1/6 meses e agendar
dose sorologia para 1 a 2 meses após a última
dose

Sorologia (Anti-HBsAg) negativa de 1 a 2 meses após a terceira Não vacinar mais, considerar suscetível
dose do segundo esquema não respondedor; Testar HBsAg para
excluir portador crônico

Sorologia (Anti-HBsAg) negativa, seis meses ou mais após a Repetir esquema 0/1/6 meses e agendar
terceira dose do primeiro esquema sorologia para 1 a 2 meses após a última
dose

Observação: Toda dose administrada deve ser considerada, complementando-se o esquema em caso de
interrupção com intervalo mínimo de dois meses entre as doses.

Fonte: RIBEIRÃO PRETO(2019)

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6.2 Profissionais de Saúde: Esquema vacinal pós-exposição (com
exposição ocupacional a material biológico)

Situação vacinal e Paciente-fonte


sorologia
HBsAg positivo HBsAg negativo HBsAg Desconhecido

Não vacinado Imunoglobulina Iniciar esquema Iniciar esquema


IGHAHB + iniciar vacinal (0/1/6 meses) vacinal (0/1/6 meses)
esquema vacinal (0/1/6 e Avaliar IGHAHB1
meses)

Com vacinação Imunoglobulina Completar esquema Completar esquema


incompleta IGHAHB + completar vacinal vacinal e Avaliar
esquema vacinal IGHAHB1

Previamente vacinado Nenhuma medida Nenhuma medida Nenhuma medida


com resposta vacinal
conhecida e adequada

Previamente vacinado IGHAHB + iniciar Iniciar segundo Iniciar segundo


sem resposta vacinal ao segundo esquema esquema vacinal esquema vacinal
primeiro esquema vacinal (0/1/6 mesee) (0/1/6 meses) (0/1/6 meses) e
Avaliar IGHAHB1

Previamente vacinado IGHAHB 2 vezes2 Nenhuma medida IGHAHB 2 vezes2


sem resposta vacinal
após segundo esquema
completo

Previamente vacinado Realizar sorologia (Anti- Realizar sorologia Realizar sorologia


com resposta vacinal HBsAg): (Anti-HBsAg): (Anti-HBsAg):
desconhecida
Se resposta adequada: Se resposta adequada: Se resposta
nenhuma medida nenhuma medida adequada: nenhuma
medida

Se resposta Se resposta
inadequada: IGHAHB + Se resposta inadequada:
iniciar segundo inadequada:
esquema vacinal Repetir esquema
Repetir esquema vacinal completo e
vacinal completo Avaliar IGHAHB1

1. Uso associado de imunoglobulina hiperimune contra hepatite B está indicado se o


paciente-fonte tiver alto risco para infecção pelo HBV como: usuários de drogas injetáveis;
pacientes em programas de diálise; contatos domiciliares e sexuais de portadores de HBsAg;
pessoas que fazem sexo com pessoas do mesmo sexo; heterossexuais com vários parceiros e
relações sexuais desprotegidas; história prévia de doenças sexualmente transmissíveis;
pacientes provenientes de áreas geográficas de alta endemicidade para hepatite B; pacientes
provenientes de prisões e de instituições de atendimento a pacientes com deficiência mental.
2. IGHAHB (2x) = duas doses de imunoglobulina hiperimune para hepatite B com
intervalo de um mês entre as doses. Esta opção deve ser indicada para aqueles que já fizeram
duas séries de três doses da vacina, mas não apresentaram resposta vacinal ou apresentem
alergia grave à vacina.

Fonte: RIBEIRÃO PRETO(2019)

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7. ESTIMATIVA DE RISCOS
A prevenção de acidentes de trabalho com material biológico é uma
importante etapa na prevenção da contaminação de trabalhadores da saúde
por patógenos de transmissão sanguínea. Dados epidemiológicos sobre os
acidentes, incluindo as circunstâncias associadas com a transmissão
ocupacional por estes patógenos, são essenciais para o direcionamento e a
avaliação das intervenções nos níveis local, regional e nacional. Os CDC
estimam que, a cada ano, ocorram 385.000 acidentes com perfurocortantes
entre os trabalhadores da saúde que atuam em hospitais; uma média de 1.000
exposições por dia (RAPPARINI ,2010).
Os acidentes com agulhas e outros perfurocortantes usados nas
atividades laboratoriais e de assistência à saúde estão associados à
transmissão ocupacional de mais de 20 diferentes patógenos (2,5,14-16). O
vírus da hepatite B (HBV), o vírus da hepatite C (HCV) e o vírus da aids (HIV)
são os patógenos mais comumente transmitidos durante as atividades de
assistência ao paciente (RAPPARINI ,2010).
Embora muitos tipos de perfurocortantes possam estar envolvidos,
dados agregados do National Surveillance System for Health Care Workers (NaSH)
indicam que seis dispositivos são responsáveis por aproximadamente oitenta
por cento de todos os acidentes Esses dispositivos são: seringas
descartáveis/agulhas hipodérmicas (30%), agulhas de sutura (20%), escalpes
(12%), lâminas de bisturi (8%), estiletes de cateteres intravenosos (IV) (5%),
agulhas para coleta de sangue (3%). No geral, as agulhas com lúmen são
responsáveis por 56% de todos os acidentes com perfurocortantes no NaSH
(RAPPARINI ,2010).
O risco médio de se adquirir infecção pelos vírus HIV e das hepatites
B e C depende do tipo de exposição:

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Tabela I: Risco de infecção pelos vírus HIV e hepatite B e C em função da
exposição
EXPOSIÇÃO
Percutânea Muco cutânea
HIV HBV HIV HBV
0,2 a 0,5% 1 a 40% 0,04% Não quantificável
Provavelmente elevado.
Fonte: FMRP – USP ( 2019)

 Materiais biológicos com risco comprovado, ou possível de transmissão de


HIV e do vírus da hepatite B:
- Sangue, qualquer fluido contendo sangue, conteúdo vaginal, sêmen,
tecidos, liquido peritoneal, líquido pleural, líquido pericárdico, líquido
amniótico, líquor, líquido articular, saliva (em ambientes odontológicos) e
material concentrado de HIV em laboratórios de pesquisa com grande
quantidade de vírus.

 Materiais biológicos sem risco comprovado de transmissão do HIV e do


vírus da hepatite B:
- Suor, lágrima, fezes, urina, saliva (exceto em ambientes
odontológicos). Quando houver a presença de sangue nestes materiais,
eles são considerados como materiais biológicos com risco de
transmissão.

 Materiais biológicos com risco de transmissão do vírus da hepatite C:


- Sangue ou qualquer fluído contendo sangue

8. CONDUTA EM ACIDENTE OCUPACIONAL


Em caso de acidente ocupacional com exposição a material biológico
aplica-se a conduta em Profilaxia Pós-Exposição (PEP) estabelecida pela
Prefeitura de Ribeirão Preto, disponível no link:
https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/portal/pdf/saude456202111.pdf

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9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego gabinete do ministro (DOU de
16/11/05 – Seção 1). Portaria nº 485, de 11 de novembro de 2005. Aprova a
Norma Regulamentadora no 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em
Estabelecimentos de Saúde. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil].
Brasília, 16 nov. 2005; Seção 1, v. 219, p.80-94, 2005. Disponível em:
http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/ORGAOS/MTE/Portaria/P485_05.html

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes
terapêuticas para profilaxia Pós-exposição (PEP) de risco à infecção pelo HIV,
IST e Hepatites virais, 2017.

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) – The CDC Prevention
Guidelines Database. Public Health Service Guidelines for the Management of
Health-Care Worker Exposures to HIV and Recommendations for Post
exposure Prophylaxis, 1998.

HC FMRP – USP – COPARB. Guia Prático de Prevenção e Orientação em


Casos de Acidentes Ocupacionais com Material Biológico, 2019.

Rapparini, Cristiane. Manual de implementação: programa de prevenção de


acidentes com materiais perfurocortantes em serviços de saúde /
CristianeRapparini ; Érica Lui Reinhardt. - São Paulo : Fundacentro, 2010.
Adaptado de “Workbook for designing, implementing, and evaluating a sharps
injury prevention program” - Centers for Disease Control and Prevention, 2008.
ISBN 978-85-117-43-0

Ribeirão Preto. Manual de Vacinação - Vacina Hepatite B, 2019 – Disponível


em: https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/files/ssaude/pdf/vigilancia040.pdf

Comissão Multidisciplinar de Prevenção de Acidentes com Materiais


Perfurocortantes com Exposição a Riscos Biológicos da Secretaria Municipal
da Saúde de Ribeirão Preto.

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