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MÉTODOS DE

ESTERILIZAÇÃO
Enfª Giovana Abrahão de Araújo Moriya
PROCESSAMENTO DE MATERIAIS EAS

LIMPEZA PREPARO

ESTERILIZAÇÃO

ATIVIDADE DE NATUREZA COMPLEXA

EVITAR QUALQUER EVENTO


RELACIONADO AO SEU USO
EAS
CME

Uso
Esterilização ,
Armazenamento ,
Distribuição Transporte

Controles e
Embalagens Recebimento

Montagem Contagem

Limpeza
PRIMEIROS PASSOS…
• Variável 1 – LIMPEZA

Esterilizar ?

Desinfetar?

Limpeza
MICRO-ORGANISMOS CARREADOS PELO
HOMEM

Pele da cabeça 1,5 x104 UFC/cm2


Antebraço 1,0x103UFC/cm2
Mãos e dedos 1,0x102UFC/cm2
Secreção do nariz 107UFC/g
Espirrando 108UFC
Cerume dos ouvidos 106UFC/g
Saliva 107UFCc/ml
Fezes 1011 UFC/g
• Variável 2 – EMBALAGEM ADEQUADA
“Permitir a esterilização de artigos e mantê-los esterilizados durante o
transporte e armazenamento até o seu uso”.
• Variável 3: ESTERILIZAÇÃO ?

CRÍTICOS
SEMI-
CRÍTICOS

NÃO
CRÍTICOS
CONCEITO ESTERILIZAÇÃO
Conceituação Clássica:

• Processo de destruição de todas as formas de vida


microbiana, ou seja, bactérias na forma vegetativa e
esporuladas, fungos e vírus, mediante a aplicação de agentes
físicos e químicos (BRASIL, 1992).

• Entretanto, considerando o comportamento dos


microrganismos num meio de cultura, esterilização é o
processo pelo qual os micro-organismos são mortos a tal
ponto que não seja mais possível detectá-los no meio de
cultura padrão no qual previamente haviam proliferado
(BRUCH; BRUCH, 1971).

• A segurança da esterilização é expressa pela probabilidade


dos micro-organismos poderem sobreviver a um processo de
esterilização.
MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO
FÍSICOS
• Autoclave à vapor

• Calor seco- estufas

QUÍMICOS
• Ácido peracético 0,2%1h RDC nº8 27/02/2009
MÉTODO MANUAL
TÓXICO/CORROSIVO
• Glutaraldeído 2% 8-10h RECONTAMINAÇÃO

FÍSICO-QUÍMICOS
• Óxido de etileno - ETO
• Gás Plasma de peróxido de hidrogênio
• Autoclave de vapor a baixa T° e Formaldeído
VAPOR SATURADO SOB PRESSÃO

”Todo artigo resistente ao calor e compatível com


umidade deve ser autoclavado”.

Rápido Seguro

Econômico Eficiente

NÃO DEIXA RESÍDUOS TÓXICOS


VAPOR SATURADO SOB PRESSÃO
Parâmetros essenciais
►Qualidade do Vapor – calor latente

►Tempo
1. Tempo de penetração do vapor
2. Tempo de esterilização
3. Intervalo de confiança

►Temperatura / pressão
A combinação entre o tempo e a temperatura é
condição essencial para eficiência deste processo.
VAPOR SATURADO SOB
PRESSÃO
Tipos de Autoclave
► Gravitacional: expulsa o ar da câmara por
gravidade com base na entrada de vapor
Materiais de superfície embalados
• 121ºC por 30 minutos
• 134ºC por 15 minutos
Materiais de densidade embalados
• 121ºC por 30 minutos
• 134ºC por 25 minutos

► Pré-vácuo: permite a remoção forçada do ar da


câmara e de dentro dos pacotes em uma seqüência
de frações de vácuo.
.
Materiais de superfície e densidade embalados
• 134ºC por 4 minutos
FILME- POR DENTRO DA AUTOCLAVE
VAPOR SATURADO SOB
PRESSÃO
Principais cuidados no carregamento da câmara:

 Deixar um espaçamento de 25 a 50mm entre os pacotes.


 Não exceder o volume da carga a 80% da capacidade do
aparelho.
 Pacotes maiores devem ocupar a parte inferior da
autoclave.
 Artigos de conformação côncavo-convexo em posição
vertical.
 Colocar recipientes em posição que facilite a remoção do
ar e escoamento do vapor.
VAPOR SATURADO SOB
PRESSÃO
Principais cuidados no carregamento da câmara:
 Filme com filme, papel com papel – espaçamento entre
os pacotes 25-30mm.
 Evitar que os pacotes encostem nas paredes da
autoclave.
 Descarregamento adequado, evitar condensação do
vapor.
 Teste de umidade residual nos pacotes - peso após <
que 3% antes.
 Utilizar luvas espessas de flanela ou matelassê, de
punho longo ao retirar materiais da autoclave.
CICLO FLASH

AAMI, AORN, CDC

INDICAÇÕES CONTRA-INDICACÕES

USO IMEDIATO IMPLANTES


AUTOCLAVE FLASH

descontaminação, limpeza, inspeção periódica e manutenção


preventiva do equipamento.

mais próximo do
ponto de uso.

manuseio asséptico e segurança do


pessoal envolvido.
CALOR SECO - ESTUFAS
Moura, 1990
170 ºC / 1h
160ºC / 2h

restringir para T ºC carga uniforme e de


pós e óleos
pequena quantidade
Já comercializados
como pronto uso

carregar a estufa
validar o processo 1 2 antes de ligar o
equipamento
com a carga mais
pesada
não utilizar o

3 4
centro
preparar as caixas
com poucas peças PONTO FRIO não abrir a estufa
durante o ciclo

5 6 Tempo de
usar embalagens exposição após
adequadas atingir temperatura
Métodos gasosos:
difusibilidade, compatibilidade
e toxicidade
Óxido de Etileno-ETO
Saúde: 1949 (indústria) e 1962 (hospitais)

• “Padrão Ouro” para esterilização de materiais


sensíveis a temperatura e umidade
(ALFA, 1996; 1997; RUTALA, 1998; KANEMITSU, 2003, 2005).

• Extremamente reativo (alquilação), difusível


(penetrabilidade) e compativel.

• Mas......Explosivo, inflamável
Carcinogênico
Anormalidades reprodutivas
Problemas neurológicos
LEGISLAÇÕES

• Nacional: Portaria Interministerial 482 de


16/04/1999: Procedimentos de instalação e uso
do ETO para esterilização, re-esterilização e
reprocessamento.

• Internacionais: FDA,1978; CSA, 1991; AAMI,


1999; AORN, 2005.
Tipos de Equipamento
• ETO 100%

• ETO com mistura: CO2


Diclorofluormetano
Hidroclorofluorcarbono

• Parâmetros: [ ] 450 mg/l a 1200mg/l


Tº 37,8ºC – 63ºC
Tempo 1 a 5 horas
UR 20% - 80%

• Monitoramento biológico: Bacillus atrophaeus


AERAÇÃO... GRANDE PROBLEMA

• Tempo de aeração:

 Crítico cavitário/intravascular.
 Crítico com contato transitório ou permanente.
 Semi – crítico ou não crítico.
 Composição, conformação e densidade da
matéria prima.
 Tipo e condições do aerador
ÓXIDO DE ETILENO

Portaria nº 482/1999
Alguns cuidados com área física:

• Autorização, Registro, Cadastro e Responsabilidade.


• Área de comando.
• Sala de esterilização / aeração.
• Sala ou área de depósitos de recipientes de óxido de
etileno.
• Área de tratamento de gás.
ÓXIDO DE ETILENO

Portaria nº 482/1999
Alguns cuidados com o meio ambiente:

• Obrigatoriamente – aeração mecânica dentro da


própria câmara de esterilização ou ar filtrado.

• Sistema que garanta tratamento de todos os


resíduos líquidos que tenham tido contato com
ETO.
ÓXIDO DE ETILENO

Portaria nº 482/1999
Alguns cuidados com o trabalhador:
• Trabalhador – exame admissional, periódico
(semestral), de retorno ao trabalho, mudança de
função e demissional (guardar por 20 anos).

• Exames: anamnese ocupacional, exame físico e


mental, hemograma, contagem de plaquetas, exame
qualitativo de urina, uréia, creatinina, raio X dos
pulmões a cada 5 anos.
Manifestações registradas
........
• Desorientação, ↓consciência, neuropatia
periférica,encefalopatia.
• Dispnéia, cefaléia, náuseas, vômito, diarréia,
anemia, linfocitose.
• Irritação de olhos e VAS.
• Queimaduras (BIRO et al, 1974).
• Estenose traqueal (LIPTON et al, 1971).
• hemólise→necrose renal/hepática (HIROSE et al,
1963).
• Anafilaxia (BOMMER et al, 1985).
• Hemodialisador: arritmia cardíaca, febre, angústia,
depressão respiratória, urticária e hipotensão.
ÓXIDO DE ETILENO

OBRIGATÓRIO FORNECER
EPIs

luvas
botas Macacão de
PVC Máscaras faciais
sustentadas por ar
comprimido
EPC
extintores, hidrante com saída em forma de chuveiro
– atingindo área maior – eliminando o ETO –
formando etileno glicol
AUTOCLAVE DE
FORMALDEÍDO
Parâmetros do processo

Temperatura Umidade Pressão Concentração do gás

Duração – relacionada à temperatura


50ºC por 300 minutos
60ºC por 120 minutos

O vapor de água e o formaldeído se difundem muito pouco em materiais


porosos e lumens estreitos.

Necessário criar um sistema alternado de vácuo da câmara com


admissão do vapor de mistura de vapor e formaldeído.
esterilização
AUTOCLAVE DE
FORMALDEÍDO
Estágios do ciclo de esterilização
• Pré-aquecimento
• Remoção do ar
• Esterilização
• Remoção do gás ou desvaporização
• Secagem
• Admissão de ar
AUTOCLAVE DE
FORMALDEÍDO

Não se aplica a artigos que


absorvem grande quantidade
de formaldeído devido a
dificuldade de extrair o produto
impregnado.

Exemplos: papel, papelão, látex


e têxtil.
AUTOCLAVE DE
FORMALDEÍDO
LEGISLAÇÕES VIGENTES
DIN 58.948, EN 556, EN 866, EN 868
• Pr EN 14180
Norma para esterilizadores por
vapor de baixa temperatura e
formaldeído, para uso médico,
requisitos e testes.
BRASIL
• Portaria 15 (1988)
Registro de produtos saneantes
dominissários com finalidade
antimicrobiana.
GÁS PLASMA DE PERÓXIDO DE
HIDROGÊNIO
Requisitos para formação do
gás plasma de baixa temperatura

VÁCUO

H2O2 RF 50 KHZ
Painel de Controle
•Temperatura: 45 - 50°C
•Tempos: 55min (ciclo curto) - 72 min (ciclo
para endoscopios flexibles - longo) / Vários
tamanhos

Início
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a porta
Avançar o papel
Como o peróxido de hidrogênio
esteriliza?
H2O2 gás e plasma:

Ação sobre:
• membrana plasmática,
• DNA & RNA,
• outras estruturas.

• Elimina esporos bacterianos, micobactérias, formas


vegetativas, fungos, vírus.

A morte microbiana é resultado da exposição ao


peróxido de hidrogênio.
PLASMA
Modo de Ação

O peróxido de
hidrogênio
decomposto…

Exposição ao
Peróxido de . . . formará água (H2O)
Hidrogênio e oxigênio (O2)

Peróxido Plasma Sub-produtos


Eficácia Segurança
Após a finalização do processo…

H2O2 H2O

O2

Resultado: sem subproduto tóxicos!!!


CICLO ESTERILIZAÇÃO
Esterilizador sobrecarregado...
Incompatibilidades: celulose / água

• PAPEL
• TECIDO
• GASES
• COMPRESSAS
• ALGODÃO
• AGUA
Considerações Finais
Importante
• Manutenção preventiva dos equipamentos

• Revisão completa antes de implantar a substituição de


métodos

• Equipamentos de esterilização devem ser:


Validáveis
Monitoráveis
Não indutores de má prática
Igualmente regulados pelos órgãos competentes
Obrigada!
Boa prova...
cme@haoc.com.br
gioaraujo@yahoo.com.br

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