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Básico
Publicado em 18/11/2005
A utilização de calor em ambiente húmido é um dos métodos mais eficazes de destruição
de microrganismos.
O uso do calor seco, por não ser penetrante como o calor úmido, requer o uso de
temperaturas muito elevadas e tempo de exposição muito prolongado, por isso este método
de esterilização só deve ser utilizado quando o contato com vapor é inadequado. Cabe
observar também que o uso de temperaturas muito elevadas pode interferir na estabilidade
de alguns materiais, como por exemplo o aço quando submetido a temperaturas muito
elevadas perde a têmpera; para outros materiais como borracha e tecidos além da
temperatura empregada ser altamente destrutiva, o poder de penetração do calor seco é
baixo, sendo assim a esterilização por este método inadequada.
Os materiais indicados para serem esterilizados por este método são instrumentos de ponta
ou de corte, que podem ser oxidados pelo vapor, vidrarias, óleos e pomadas.
Equipamentos
Como o processo de esterilização em estufas de ar quente é o método mais utilizado dentre
os de esterilização por calor seco, iremos descrever o equipamento utilizado neste método,
que é a estufa ou forno de Pasteur. Estes são equipados com um termômetro que mostra
temperatura do interior da câmara; um termostato, onde se programa a temperatura
desejada; uma lâmpada que mostra a situação de aquecimento ou a estabilização da
temperatura interna da câmara; algumas com um ventilador para promover a circulação do
ar, garantindo um aquecimento rápido e uniforme na câmara (estufas de convecção
mecânica). Não há um controlador de tempo, este controle é feito pelo operador do
aparelho.
As estufas de convecção por gravidade possuem uma resistência elétrica na parte inferior
da câmara e um orifício na parte superior onde ocorre a drenagem do ar frio que é
empurrado pelo ar quente à medida que o ar esquenta dentro da câmara. Neste processo
qualquer obstáculo que esteja no caminho dificulta a circulação do ar, interferindo na
uniformidade da temperatura na câmara.
Mecanismo de ação
Este processo causa a destruição dos microrganismos fundamentalmente por um processo
de oxidação, ocorrendo uma desidratação progressiva do núcleo das células.
Tempo de esterilização
Tempo de Exposição *
Temperatura (o C)
180 30 minutos
170 1 hora
160 2 horas
140 3 horas
121 6 horas
não colocar na estufa artigos muito pesados e volumes muito grandes para
não interferir na circulação do ar, as caixas não devem conter mais de 50
peças;
Falhas no processo
Para se evitar falhas no processo deve-se observar os cuidados citados acima além de
cuidados como:
Esterilização
A esterilização é um processo de eliminação completa de micróbios que emprega métodos físicos, tais como
forno Pasteur, estufa e autoclave, e químicos, como óxido de etileno, glutaraldeído e formaldeído. Normalmente
são utilizadas embalagens para acondicionar os materiais durante a esterilização para evitar contaminação
posterior. Este capítulo tratará do processo de esterilização pelo calor úmido.
O uso da autoclave confere muita eficiência ao processo de esterilização, realizado através da desnaturação
protéica. No entanto, requer também bastante preparo de quem o manuseia. Os cuidados têm início com a
limpeza e secagem do material a ser esterilizado. Ele deve ser acondicionado em pacotes, tambores, caixas
metálicas com furos e vidros com tampão de algodão ou papel. Devem ser acomodados adequadamente, sem
compactação.
Recomenda-se o uso de invólucros de tecido de algodão cru, duplo, com trama têxtil adequada; papel grau
cirúrgico, papel kraft com pH 5-8 e filme de poliamida entre 50 e 100 micras de espessura.
Roupas e outros tecidos de algodão, objetos metálicos (instrumental), vidros e borracha devem ser esterilizados
em tempo de exposição que varia de 15 a 30 minutos, de acordo com a espessura dos materiais e instruções do
fabricante do aparelho.
Algumas medidas devem ser adotadas ao carregar a autoclave. Os materiais selecionados de acordo com a sua
espessura facilitam definição do ciclo de esterilização. A disposição dos materiais não pode prejudicar a
circulação do vapor. Convém manter espaço para circulação do vapor em toda superfície dos pacotes. As dobras
dos pacotes de tecido ou papel devem ser colocadas para baixo, a fim de facilitar a penetração do vapor. Evite
encostar pacotes na superfície lateral ou posterior do parelho. Os objetos côncavos têm de ser dispostos com a
boca virada para baixo, preferencialmente.
Confira as condições do pacote. Ele tem de estar bem vedado, mas não pode apertar o conteúdo. Tem de estar
sem furos e remendos. É importante verificar também se não há muita mistura de materiais em seu interior. Não
sobrecarregue a autoclave. Usar apenas dois terços da capacidade do aparelho em cada ciclo de esterilização.
Após a esterilização, o material deve ser guardado em local limpo. Vestígios de umidade no pacote revelam
deficiência no processo. Pode ser defeito do aparelho ou inobservância, pelo usuário, do tempo correto de
secagem. Se isto ocorrer, repita a operação. O material deve ser reutilizado num período de 24 horas. Se a
secagem obedeceu os procedimentos corretos, pode-se obedecer o período de armazenamento recomendado
pelo fabricante.
Existem certos macetes para assegurar que a esterilização foi bem feita. Fitas termossensíveis possibilitam
confirmam a exposição às temperaturas desejadas. Cronômetros para acompanhar o tempo de exposição ao
calor são muito úteis para tirar dúvidas quanto ao desempenho do aparelho. Recomenda-se ainda testes
biológicos mensais com o bacillus stearothermophylus na primeira carga do dia e ao término de todas as
manutenções realizadas.
A manutenção e limpeza da autoclave prolonga a vida útil do aparelho e garante níveis mínimos de
biossegurança durante a operação. A rotina de limpeza da autoclave deve ser diária, antes da primeira
esterilização. Use sabão neutro e esponja.
Atenção
A autoclave deve permanecer bem fechada durante a esterilização para evitar o risco de acidentes graves (as
tampas podem se soltar violentamente). Nunca tente abrir a tampa da autoclave enquanto houver pressão. O
vapor da despressurização pode provocar queimaduras. Cuidado. Caso haja queda de energia, o ciclo será
interrompido automaticamente. Complete novamente o nível da água e reinicie o programa.
Material Estufa
Autoclave
Campo de algodão cru, duplo Sim Não
Papel kraft Sim Não
Processo de
Observaçõe Forno Observações
Esterilização Autoclave
s
Alto
Material Gravidade Gravidade Vácuo 170º
121º 132º 132º -
Embrulhados
Material de individualmente
borracha (luvas, em campo de
drenos,
15’ 10’ 4’
tecido, papel
- -
catéteres) kraft, ou grau
cirúrgico.
Acondicionados
em caixa
metálica
perfurada ou Acondicionados
Instrumentos
30’ 15’ 4’ embrulhados em 60’ em caixas
metálicos
campo de metálicas
tecido, papel fechadas
krafty ou grau
cirúrgico.
Montadas em Montadas em
tubos de vidro tubos de vidro
Agulhas 30’ 15’ 4’ 60’
com tampa de com tampa de
algodão hidrófilo algodão
Montadas em
gaze e
embrulhadas em Acondicionadas
Agulhas de
30’ 15’ 4’ campo de 60’ em caixas
sutura
tecido, papel metálicas
kraft ou grau
cirúrgico.
Desmontadas e Embrulhadas
embrulhadas em papel
individualmente alumínio,
Seringa de vidro 30’ 15’ 4’ em campo de 60’ acondicionadas
tecido, papel em caixas
kraft ou grau metálicas
cirúrgico. fechada.
Embrulhados
Embrulhadas
individualmente
em papel
em campo de
alumínio e
Instrumentos de tecido ou papel
30’ 15’ 4’ 60’ acondicionados
corte kraft
em caixas
acondicionados
metálicas
em caixas
fechadas.
perfuradas.
Montadas e
Acondicionadas
embrulhadas em
Placas de Petri 30’ 15’ 4’ 60’ em caixas
papel kraft ou
metálicas.
grau cirúrgico.
Colocada em
Vaselina líquida frascos de vidro
e óleo
- - - 60’
- fechados ou
caixa fechada.
Líquido em Verificar se o
Frascos 75 a - - - líquido pode ser - -
250 ml 15’ - - saturado pelo
- -
500 a 1.000 ml 30’ - - vapor. Eliminar
1.500 a 2.000 40’ o ciclo de - -
- -
ml secagem. - -