Você está na página 1de 63

REPROCESSAMENTO

DE ARTIGOS

PROF.A XANA RAQUEL ORTOLAN


REPROCESSAMENTO DE ARTIGOS

Processo a ser aplicado aos artigos odontológicos para permitir sua reutilização que inclui:
 • limpeza
 • desinfecção
 • embalagem
 • esterilização
 • testes de qualidade/esterilização
 • armazenamento
CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS

Artigo crítico – Descarte ou


Esterilização
Artigo semicrítico –
Esterilização ou Desinfecção de
alto nível
Artigo não crítico – Desinfecção
de nível intermediário
REPROCESSAMENT
O DE ARTIGOS

Os artigos utilizados
na cavidade bucal
exigem o máximo
rigor no
processamento,
recomendando-se a
sua esterilização.
ANTES DE COMEÇAR...

Artigos contaminados são todos os


instrumentos dispostos no campo de
trabalho, utilizados no paciente ou não.
1 - LIMPEZA
• Redução dos
microrganismos no
final do processo

A limpeza é carga microbiana, a


• Aumenta o contato do
agente desinfetante ou
a remoção matéria orgânica e os esterilizante com o
mecânica de contaminantes de artigo
natureza inorgânica
sujidades • Processo de
desinfecção de
esterilização eficaz

• Aumenta a vida útil


Deve ser realizada em todo artigo exposto ao campo operatório! dos artigos
1 - LIMPEZA

Deve ser feita utilizando-se os EPIs próprios para uso na sala de utilidades.

 luvas de borracha resistente e de cano longo,


 gorro,
 máscara,
 óculos de proteção,
 avental impermeável e
 calçados fechados
1 - LIMPEZA

Detergente/Limpador enzimático
Solubiliza e desprende a matéria orgânica do material em curto
período de tempo.

 Não corrosivos,
 Atóxicos, Enzimas:
 Excelente ação de limpeza • Lipase
• Proteases
 Fácil enxágue • Amilase

O tempo de permanência do material imerso devem seguir as orientações recomendadas pelo fabricante
- 5 a 20min
1 – LIMPEZA

Limpeza manual:
É o procedimento realizado manualmente para a remoção de
sujidade, por meio de ação física aplicada sobre a superfície
do artigo.

Escova de cerdas macias e cabo longo.


Escova de aço para brocas.
Escova para limpeza de lúmen.
Água corrente.
Detergente enzimático.
1- LIMPEZA

 Pia exclusiva com cuba funda (preferencialmente).


 Bancada para apoio, deve ser lavável.
 Cuba plástica para colocar a solução de limpeza(água
e sabão ou solução enzimática).
 Após o procedimento os utensílios devem ser limpos
(cuba, escovas, etc), pode fazer a desinfecção com
Hipoclorito de sódio 1%.
1 – LIMPEZA
1 - LIMPEZA
1 - LIMPEZA

Limpeza ultrassônica

É o procedimento automatizado para


a remoção de sujidade por meio de
lavadoras com jatos de água ou
lavadoras com ultrassom de baixa
frequência.

 Temperatura
 Tempo
 Vantagens e Desvantagens
1 – LIMPEZA

Os instrumentos que têm mais de uma parte


devem ser desmontados; as pinças e tesouras
devem ser abertas, de modo a expor ao máximo
suas reentrâncias.
1- LIMPEZA

 O manuseio dos artigos deve ser


cuidadoso para evitar acidentes
ocupacionais.

 A limpeza deve ser realizada


imediatamente após o uso do
artigo.

 A limpeza do artigo é obrigatória


antes da desinfecção ou
esterilização.
2 - ENXÁGUE
 Deve ser realizado em
água potável e
corrente, garantindo a
total retirada das
sujidades e do produto
utilizado na limpeza.
 Água livre de metais
pesados

 Os artigos que contêm


lúmen devem ser
enxaguados com bicos
de água sob pressão.
INSPEÇÃO VISUAL

 Serve para verificar a eficácia do processo de limpeza


e as condições de integridade do artigo.
 Se necessário, deve-se proceder novamente à limpeza
ou à substituição do artigo.

 Presença de matéria orgânica


4 - SECAGEM

Deve ser criteriosa para evitar que


a umidade interfira nos processos
e para diminuir a possibilidade de
corrosão dos artigos.

 Papel toalha
 Pano limpo e seco, exclusivo
para esta finalidade,
 Secadora de ar quente/frio,
 Estufa regulada para este fim
LUBRIFICAÇÃO
REPROCESSAMENTO DE ARTIGOS

Limpeza
• Manual/Ultrassom
• Imersão em sabão Secagem
Inspeção
•Papel toalha
enzimático 5 a Visual
• Compressas
20min Nível médio – Álcool 70%
Hipoclorito
de sódio 1%
Empacotamento
Desinfecção Alto nível – Ácido
peracético
Glutaraldeído 2%
Selagem
Seladora

Físicos – Autoclave, estufa, ETO, Peróxido de


Esterilização
Hidrogênio
Químicos – Ácido peracético e Glutaraldeído
5 - EMPACOTAMENTO/EMBALAGEM

A embalagem deve permitir a


penetração do agente esterilizante e
proteger os artigos de modo a
assegurar a esterilidade até a sua
abertura.

Favorecer a transferência do conteúdo


esterilizado com técnica asséptica
TIPOS DE
EMBALAGEM

Reutilizáveis

Tecido de algodão
Estojo metálico
Vidro refratário
Container rígido
TIPOS DE
EMBALAGEM
Descartáveis
 Papel grau cirúrgico
 Papel crepado
 Sms
 Tyvek®
QUAL É A MELHOR OPÇÃO?

 Ser compatível com o método de esterilização  Ser isenta de furos;


e resistir às suas condições físicas;
 Ser livre de resíduos tóxicos (corantes,
 Permitir a penetração e remoção do agente alvejantes e amido)
esterilizante;
 Manter a integridade da selagem e ser à prova  Evitar a liberação de fibras ou partículas;
de violação;
 Ser barreira microbiana;
 Resistir a gotículas de água, rasgos e
perfurações;  Ser compatível com as dimensões, peso e
 Proteger o conteúdo do pacote contra danos configuração do artigo;
físicos;
 Apresentar relação de custo - benefício
favorável.
QUAL É A MELHOR EMBALAGEM?

A melhor opção de embalagens será sempre aquela que atenda às especificações


técnicas normatizadas, proporcione utilização segura, e esteja disponível no
mercado.

A improvisação de embalagens para o


processamento de artigos odontológicos é
contra indicada.
EMBALAGEM
IDEAL

 visibilidade do conteúdo
 indicador químico
 selagem segura
 indicação para abertura
 lote de fabricação
 tamanhos variados
 registro MS
PAPEL GRAU CIRÚRGICO

 Características físicas e químicas que permitem a


esterilização e manutenção da esterilidade do produto.

 É próprio para embalagem de artigos odonto-médico-


hospitalares a serem submetidos a processos de
esterilização.

 Apresentações diferentes – envelopes e bobinas


ORIENTAÇÕES – USO DO PAPEL GRAU
CIRÚRGICO

 Verificar dados de identificação, procedência, registro, lote;


 Observar se envelopes e bobinas contêm indicador de processo, texto de
orientação da mudança de cor conforme exposição, tamanho da
embalagem, indicação de abertura;
 Observar se o filme é laminado, flexível, transparente, resistente e isento
de microfuros;
 Observar se há desprendimento de fibras na abertura;
 Solicitar do fabricante laudos e testes necessários à confiabilidade da
embalagem;
 Remover o ar do interior das embalagens;
 Acondicionar em embalagens duplas itens de tamanho pequeno;
 Proteger os materiais cortantes e pontiagudos;
ORIENTAÇÕES – USO DO PAPEL GRAU CIRÚRGICO

É proibido reutilizar o papel grau cirúrgico


1 - Mudança física na sua estrutura

II - Indicador químico do processo

III - A abertura asséptica inutiliza a


embalagem
PAPEL GRAU CIRÚRGICO

Identificação

 Descrição do conteúdo;
 Data e validade da esterilização;
 Nome do funcionário
responsável.
6 - SELAGEM

Processo pelo qual as


embalagens são
hermeticamente fechadas,
garantindo a sua esterilidade
desde o momento da
esterilização até o momento do
uso.

Improvisar?
7-
ESTERILIZAÇÃO

A esterilização é o
processo que visa destruir
ou eliminar todas as
formas de vida
microbiana presentes, por
meio de processos físicos
ou químicos.
ESTERILIZAÇÃO

Métodos físicos

 Calor úmido – Autoclave (Vapor saturado sob


pressão)
 Calor seco – Estufa
 Radiação Ionizante
Métodos químicos

 Gases
 Óxido de Etileno – ETO
 Plasma de peróxido de hidrogênio
 Formaldeído

 Solução química
 Glutaraldeído 2%
 Ácido Peracético 0,2%
ESTERILIZAÇÃO NA ODONTOLOGIA

Químicos: glutaraldeído a 2% e de ácido


peracético a 0,2%.

Físicos: vapor saturado sob pressão (autoclave).


ESTERILIZAÇÃO

 Glutaraldeído 2%

 Após a realização da limpeza e secagem do


artigo, este deve ser imerso totalmente na
solução de glutaraldeído a 2%, em recipiente
de plástico e com tampa, por 10 horas.
ESTERILIZAÇÃO

Glutaraldeído 2%

 O enxágue final deve ser rigoroso,


em água estéril, e a secagem, com
compressas esterilizadas, é
obrigatória.

 É recomendado que o manuseio


desta solução seja realizado em
ambiente com boa ventilação.

 O artigo ser utilizado


imediatamente.
ESTERILIZAÇÃO

Ácido peracético 0,2%

 Após a realização da limpeza e secagem do


artigo, este deve ser imerso totalmente na
solução de ácido peracético a 0,2%, em
recipiente de plástico e com tampa, por 30
minutos.
ESTERILIZAÇÃO

Vapor saturado sob pressão


Autoclave

Destruição dos microrganismos:


 calor, pressão e umidade, que
promovem a termocoagulação
e a desnaturação das proteínas
da estrutura genética celular.
ESTERILIZAÇÃO

Vapor saturado sob pressão


Autoclave

 Desvantagens

 Vantagens:
 Maior segurança
 Menor dano aos materiais
 Menor tempo dispendido
ESTERILIZAÇÃO

Vapor saturado sob pressão


Autoclave

Os padrões de tempo, temperatura e pressão para


esterilização pelo vapor variam de acordo com o
aparelho e encontram-se dentro de:

 2atm pressão: 131° C a 134° C - 15 a 30 minutos


 1atm pressão: 121° C a 127° C - 4 a 8 minutos
ESTERILIZAÇÃO

Vapor saturado sob pressão


Autoclave

 O material, devidamente embalado, deve ser colocado na


câmara da autoclave desligada.
 Deve-se fechar o equipamento e selecionar o ciclo
desejado.

NUNCA INTERROMPER O CICLO!


MANUTENÇÃO DA AUTOCLAVE

 Deve-se limpar as superfícies internas e externas da autoclave com esponja macia,


água e sabão neutro, semanalmente ou sempre que apresentarem sujidade visível, e,
em seguida, remover o sabão com um pano umedecido e secar com um pano limpo.

 A troca da água, quando requerida pelo equipamento, e a limpeza das tubulações


internas devem ser realizadas por técnico especializado, com a periodicidade
preconizada pelo fabricante do equipamento.
8–
MONITORAMENTO
DO PROCESSO

 Testar a eficácia do
equipamento na instalação e
após manutenção
 Conferir segurança ao processo
 Reduzir taxas de infecção
 Agregar credibilidade à
Instituição
MONITORAMENTO DO PROCESSOR

BIOLÓGICO

QUÍMICO

FÍSICO
MONITORAMENTO DO PROCESSO

Monitoramento físico

Consiste na observação e registro dos dados colhidos nos mostradores dos


equipamentos, como a leitura da temperatura, da pressão e do tempo em todos os
ciclos de esterilização.

 Termômetro: para medir a temperatura


 Manômetro: medir a pressão
Monitoramento químico

Servem para indicar falhas no equipamento com


relação à penetração do calor em autoclaves.

 Bowie-Dick,
 Parâmetro simples,
 Multiparamétrico,
 Integradores e emuladores.
MONITORAMENTO DO PROCESSO

Indicadores químicos
Classe1

Tiras impregnadas com tinta termoquímica que muda de coloração quando exposto a temperatura.
 usados externamente em todos os pacotes
 evidenciam a passagem do material pelo processo
MONITORAMENTO DO PROCESSO

Indicadores químicos
Classe 2
 O teste Bowie e Dick é específico para detectar a presença do ar residual
no interior de autoclaves com bomba de vácuo.
 Preconiza-se o uso diário no primeiro ciclo do dia.
 Deve ser realizado com a câmara pré- aquecida e vazia, assim como,
após manutenção corretiva ou preventiva.
Indicadores químicos
Classe 3
 controla um único parâmetro: a temperatura pré-estabelecida
 utilizados no centro dos pacotes

Classe 4
Indicador multiparamétrico
 controla a temperatura e o tempo necessários para o processo
Indicadores químicos
Classe 5
Integrador:
 controla temperatura, tempo e qualidade do vapor.

Classe 6
Emuladores
 Mais preciso por oferecer margem de segurança maior.
 Reage quando 95% do ciclo é concluído.
MONITORAMENTO DO PROCESSO

Indicadores biológicos

 São preparações de microrganismos,


comprovadamente resistentes.

 Para a autoclave utiliza-se o


geobacilo esporulado
Stearothermophillus,
MONITORAMENTO
DO PROCESSO

 Como utilizar?
ARMAZENAMENTO
VALIDADE DA ESTERILIZAÇÃO

 Cada serviço deve realizar a validação do prazo de esterilização dos artigos,


recorrendo a testes laboratoriais de esterilidade, os métodos de esterilização, as
condições de manuseio e os locais de armazenamento.

 Houve algum evento que agrediu a embalagem? Caiu no chão?


 Foi “apalpado”?
 Foi aberto e fechado novamente?
 Foi carregado debaixo dos braços?
 Foi colocado elásticos, barbante?
 Foi “amassado” colocando pesos ou
 Guardados em gavetas apertadas?
PONTOS CRÍTICOS
DA ESTERILIZAÇÃO

 Planta física
 Equipes de trabalho
 Equipamentos e manutenção
preventiva
 Limpeza prévia
 Monitoramento
 Escolha de embalagens
 Armazenamento
Central de material esterilizado (CME) simplificada
com dois ambientes contíguos, a saber:
 ambiente sujo - sala de lavagem e descontaminação
de materiais com bancada, pia e guichê para a área
limpa (sala de esterilização de material), com área
mínima de 4,8 m2 .

 ambiente limpo - sala de


preparo/esterilização/estocagem de material, com
bancada para equipamentos de esterilização,
armários para guarda de material e guichê para
distribuição de material, com área mínima de 4,8

DENTISTA, PREPARE-SE!
A ONDA DE PROCESSOS VAI COMEÇAR!
No tratamento endodôntico, professor
Machado explica que é necessário realizar o
isolamento absoluto do dente em questão
para impedir que a saliva ou qualquer
bactéria da cavidade oral penetre no
sistema de canais radiculares. “A
restauração dental deve ser realizada o
mais rapidamente possível, a fim de blindar
e manter a desinfecção. Esse é o ponto de
partida para a recuperação do paciente”. 

Fonte: Prof. Dr. Manoel Eduardo Machado,


professor da FOUSP – Faculdade de
Odontologia da USP e professor convidado
da FAOA – Faculdade de Odontologia da
APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-
Dentistas) http://www.faoa.edu.br 
NOTÍCIAS
EU NÃO SABIA......?

CAPÍTULO III
DOS DEVERES FUNDAMENTAIS
Art. 9º. Constituem deveres fundamentais dos inscritos e sua violação caracteriza infração ética:
VII - zelar pela saúde e pela dignidade do paciente;
XI - apontar falhas nos regulamentos e nas normas das instituições em que trabalhe, quando as julgar indignas para
o exercício da profissão ou prejudiciais ao paciente, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos competentes;
XIV - assumir responsabilidade pelos atos praticados, ainda que estes tenham sido solicitados ou consentidos pelo
paciente ou seu responsável;

Você também pode gostar