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Unidade temática: Química Orgânica

Introdução
Química Orgânica é a parte da Química que trata os compostos de carbono.
As propriedades de alguns compostos orgânicos são conhecidas desde a era antes de Cristo (a.C)
e até mesmo durante a Idade Média e o começo da era moderna. É o caso do sabão de cinzas, do
álcool obtido por fermentação, e de alguns corantes extraídos da natureza.

A Química Orgânica é tão importante, que está presente, até os dias de hoje, desde o petróleo à
industria farmacêutica, de óleo, têxtil (de tecidos), etc. Através da Química Orgânica
conseguimos obter vários compostos sinteticos, como fibras sinteticas, borrachas, pláticos, que
vem ser utilizados por nós.

História da Química Orgânica

No século XVIII, Carl Wihelm Sheel conseguiu isolar o ácido tartárico da uva, o ácido citríco do
limão, o ácido láctico do leite, a glicerina da gordura e a ureia da urina. Por este motivo, em
1777, Bergman, dividiu a Química em:
a.
Química Orgânica: estudava os compostos orgânicos, isto é, aqueles que são obtidos dos seres
vivos.
b.
Química Inorgânica: estudava os compostos inorgânicos, isto é, aqueles que pertecem ao reino
mineral.

Esta divisão levou Berzelius a formular a “teoria da força vital”, que dizia o seguinte:
“Os compostos orgânicos só podem ser obtidos a partir de seres vivos (animais e vegetais)”
Mas não demorrou muito para tais ensinamentos fossem contrariados pelos cientistas, pois
constituíam um verdadeiro entrave ao progresso da Química Orgânica.

Coube a Friedrich Wohler, discípulo de Berzelius, dar o passo inicial para destruir a teoria do seu
mestre.
Em 1828, Wohler conseguiu obter pela primeira vez no laboratório a ureia (composto orgânico) a
parir do cianato de amónio (composto inorgânico):
Após o êxito desta síntese, diversas outras substâncias foram obtidas. Percebeu-se, então, que a
definição de Bergman para a Química Orgânica era inadequada.
Uma nova definição foi proposta pelo químico Friedrich August Kekulé, segundo ele:
“Química Orgânica é o ramo da Química que estuda os compostos de carbono”

Objecto de estudo da Química Orgânica

Analizando a definição de Kekulé para a Química Orgânica, podemos concluir que nem todo
composto que tem carbono é orgânico. Por exemplo: o CO2 (dióxido de carbono); o H2CO3
(ácido carbónico) e grafite não são compostos orgânicos, mas são compostos de transição entre
as duas classes.

A Química Orgânica estuda os compostos orgânicos, sua estrutura, propriedades e reacções


químicas.

Importância do estudo da Química Orgânica


Permite ao homem obter compostos sintéticos, como plásticos, fibras sintéticas, etc.

Estuda o petróleo, que tem várias aplicações, na indústria, assim como no quotidiano, pois, serve
como combustível, gera materiais que são utilizados na produção de plásticos e asfalto.

Permite a obtenção de proteínas utéis a nossa vida.

Permite a obtenção de produtos como lã e seda (para a produção de roupas).

Permite a obtenção de vários medicamentos utéis à medicina.

Estuda os óleos, as gorduras e o leite que usamos no nosso dia-a-dia.
Comparação entre compostos orgânicos e inorgânicos

Característica Compostos orgânicos Compostos inorgânicos


Quanto à solubilidade São apolares, isto é, insoluvéis São polares, isto é, soluvéis em
em água. água.
Quanto à composição Possuem a mesma Apresentam uma composição
composição: carbono e diversificada.
hidrogénio.
Quanto aos pontos de fusão Os pontos de fusão e ebulição Apresentam pontos de fusão e
e ebulição aumentam com o aumento da ebulição relativamente elevados.
massa molar (p.f = p.e =
baixo).
Quanto à combustibulidade São combustíveis. São raramente combustíveis.
Quanto à conductibilidade Na sua maioria não conduzem Maioritariamente são bons
eléctrica a corrente eléctrica. conductores da corrente
eléctrica, quer em solução quer
quando fundidos.
Quanto à reactividade Não são muito reactivos e São muito reactivos e possuem
apresentam energias de energias de activação
activação relativamente relativamente elevadas.
baixas.

Postulados de Kekulé

O químico alemão Friedrich A. Kekulé, grande estudioso da Química orgânica observou em seus
estudos que o átomo de carbono demostrava certas características bem partículares, que o
destiguiam de qualquer outro elemento da tabela periódica. Com base nesses estudos ele
formulou os “3 postulados de Kekulé”, a saber:

1° Postulado: O carbono é tetravalente


O carbono está no IV grupo-A, tem número atómico Z = 6, logo, apresenta 4 electrões na sua
camada de valência. Precisa de 4 electrões para adquirir a estabilidade, fazendo para isso 4
ligações covalentes, formando moléculas, ou seja, o carbono é tetravalente quer dizer que pode
fazer 4 ligações com outros átomos, podendo ser de carbono ou de outros elementos.
2° Postulado: As quatro valências do carbono são iguais entre si
Em uma mesma molécula orgânica o átomo que faz ligações com o carbono pode ocupar
qualquer uma das 4 valências.

3° Postulado: O carbono forma cadeias


Os átomos de carbono podem ligar-se entre si e formar estruturas de variados tamanhos e
disposições, originando deste modo “cadeias carbónicas”. Tal facto explica a existência de
maior número de compostos orgânicos do que inorgânicos.

Cadeias carbónicas

Cadeia carbónica: é uma sequência de átomos de carbono ligados entre si por ligações
covalentes.

Classificação das cadeias carbónicas


As cadeias carbónicas classificam-se em:
1.
Cadeias abertas, acíclicas ou alifáticas
2.
Cadeias fechas ou cíclicas

1. As cadeias abertas classificam-se quanto à:


Natureza: podem ser: Homogénea (quando é formada por apenas átomos de carbono e
hidrogénio) ou Heterogénea (quando apresentam pelo menos um átomo diferente de carbono e
hidrogénio).

Exemplos de cadeias homogéneas

Exemplos de cadeias heterogéneas


Disposição de carbonos: podem ser: normal ou linear (quando os átomos de carbono estão em
única sequência linear, ou ramificada (quando apresenta ramificações - carbonos fora da
sequência linear).

Exemplos de cadeias lineares ou normais

Exemplos de cadeias ramificadas


Tipo de ligação entre os carbonos: podem ser: saturada (quando os átomos de carbono
apresentam ligações simples entre si: C — C) ou insaturada (quando os átomos de carbono
apresentam ligações duplas ou triplas: C = C ou C ≡ C).

Exemplos de cadeias saturadas

Exemplos de cadeias insaturadas

2. As cadeias fechadas classificam-se em cíclicas ou não-aromáticas e aromáticas.


a) As não-aromáticas classificam-se quanto à:


Natureza, podem ser Homogénea (homocíclica) ou Heterogénea (heterocíclica).

- Exemplos de cadeias homogéneas

- Exemplo de cadeia hetorogénea



Saturação, podem ser: Saturada ou Insaturada.

b) As cadeias aromáticas podem ser Mononucleares (possuem apenas um anel benzênico) e


Polinucleares (possuem mais de um anel benzênico).
Tipos de carbono na cadeia carbónica
Com base no tipo de ligação dos átomos de carbono, eles podem ser:


Carbono primário: é aquele que está ligado a apenas um átomo de carbono


Carbono secundário: é aquele que está ligado a dois outros átomos de carbono.

Carbono terciário: é aquele que está ligado a três outros átomos de carbono.


Carbono quaternário: é aquele que está ligado a outros quatro átomos de carbono.

Tipos de fórmulas nos compostos orgânicos

A fórmula é uma representação gráfica através de símbolos das moléculas de uma substância.
1. Fórmula molecular — é a representação que indica a quantidade de átomos de cada elemento
que constitui a molécula. Exemplos: C3H8; C6H12O11.

2. Fórmula estrutural — é a representação que indica através de traços como os átomos estão
ligados entre si.

3. Fómula racional — é uma representação que expressa a composição qualitativa e quantitativa


da substância bem como os radicais.

“Não é preciso ser sábio para ter conhecimentos, apenas, é preciso esforçar-se”
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