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UNIFG – CENTRO UNIVERSITÁRIO DOS GUARARAPES

FACULDADE DOS GUARARAPES PIEDADE


BACHAREL EM ENGENHARIA MECÂNICA

SELEÇÃO DE MATERIAIS (QUADRO DE BICICLETA)

Jair Galdino da Silva


Diego de Lemos Botelho
Sullyvan José dos Santos Lima

Jaboatão dos Guararapes


Setembro - 2018
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Jair Galdino da Silva


Diego de Lemos Botelho
Sullyvan José dos Santos Lima

Seleção de Materiais para baixar custo no processo de fabricação de quadro de


bicicleta

Trabalho apresentado ao Professor: Luiz


Carlos Sekitani da Silva na disciplina de
Seleção de Materiais da turma 4NA, turno da
noite do curso de Engenharia Mecânica.

Faculdade dos Guararapes


Jaboatão dos Guararapes – 2018
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................5
2 QUADRO DE AÇO CARBONO............................................................................6
3 POLIMEROS...........................................................................................................7
3.1 QUADRO PRODUZIDO COM MATERIAL RECICLADO................................8
3.2 QUADRO COM TECNOLOGIA 3D.....................................................................9
4 ESTUDOS DAS PROP. DOS QUADROS E DOS MATERIAIS......................10
4.1 RIGIDEZ E RESISTÊNCIA ESPECÍFICA.........................................................10
4.2 RESILIÊNCIA......................................................................................................10
4.3 RESISTÊNCIA À FADIGA.................................................................................11
4.4 TENACIDDE AO IMPACTO..............................................................................11
5 CONCLUSÃO........................................................................................................12
6 REFERÊNCIAS.....................................................................................................13
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LISTA DE SIMBOLOS
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1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho é estudada a seleção de materiais para quadros de bicicleta. Para isso,
efetuou-se um estudo de mercado no segmento de fabricação de quadros em aço-carbono.
Foi selecionado um material para ser estudados em detalhe baseado em algumas das suas
propriedades relevantes. Essas propriedades e as do quadro resultante são comparadas
relativamente às do estudo do mercado, e são propostas algumas soluções a produção do
quadro no material selecionado.
A bicicleta é atualmente o meio de transporte de propulsão humana mais
energeticamente eficiente. Essa eficiência vai desde cerca de 85% com o uso de engrenagens
até cerca de 99% sem qualquer engrenagem e analisado sob um ponto de vista puramente
mecânico. Com efeito, uma pessoa de 70 kg necessita, em média, de 60 W de potência para
andar a passo ligeiro (5km/h) em piso plano. A mesma pessoa no mesmo local numa
bicicleta e com um output de potência igual move-se a cerca de 15 km/h.
Devido ao seu baixo custo de obtenção e manutenção, a bicicleta é um meio de
transporte que é utilizado mesmo em países subdesenvolvidos como alternativa aos meios de
transporte mais caros.
Por outro lado, o uso da bicicleta tem benefícios para a saúde também. A prática de
exercício físico, desde que com moderação, reduz até 50% o risco de morte de todas as
causas. Como é necessário fazer exercício para andar de bicicleta, de uma maneira algo
simplificada poderíamos dizer que andar de bicicleta reduz em até 50% o risco de morte de
todas as causas, para pessoas sedentárias.
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2 QUADRO DE AÇO-CARBONO

O aço é uma liga de ferro e carbono (0,008% a 2,11%) cujas propriedades podem ser
alteradas com a adição de elementos de liga. Tradicionalmente, as primeiras bicicletas foram
construídas em aço, e embora a evolução tecnológica este material continua a ser bastante
popular na indústria do ciclismo, já que as bicicletas construídas em aço são as que
proporcionam maior prazer e facilidade de condução. Este fato é suportado pela elevada
densidade do aço, o que poderia indicar que estas bicicletas se tornariam muito pesadas. No
entanto, isso não se verifica, porque os fabricantes utilizam uma técnica que consiste na
utilização de 3 diâmetros distintos em cada tubo, cingindo-se as maiores espessuras às zonas
de maior exigência.
Na Figura 1 baixo pode verificar-se o princípio básico desta técnica, vulgarmente
designada por Butting, que permite reduzir até 15% o peso da estrutura.

Figura 1: Técnica Butting

A utilização de elementos de liga na produção do aço permite a obtenção de quadros de


bicicleta altamente resistentes, com excelentes propriedades mecânicas, nomeadamente no
que concerne à resistência à fadiga e ao suporte de elevadas cargas torcionais sem danificar
a estrutura (devido à elevada tensão de limite elástico do aço).
Simultaneamente, o aço apresenta características apreciáveis de absorção de impacto,
proporcionando um alto nível de conforto ao condutor, na medida em que este não sente de
forma tão abrupta os ressaltos e as irregularidades do terreno. Por outro lado, ainda no que se
insere no plano da satisfação do condutor, as bicicletas com quadro de aço normalmente
imitem, na iminência de falha, alguns estalidos, prevenindo o ciclista para uma eventual
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reparação. Estas bicicletas revelam ainda uma elevada longevidade (podem atingir os 30
anos, em perfeitas condições).
No presente trabalho, o quadro usado foi o da Trek 770 que é produzido na liga Reynolds
531. A composição química e as principais propriedades mecânicas deste material
encontram-se a seguir:

Figura 2: Bicicleta Trek 770

Tabela 1: Composição química e propriedades mecânicas da liga Reynolds 531.

3 POLIMEROS

Antes de continuar com a análise fizemos um breve estudo do mercado para saber a
existência ou não de bicicletas feitos nestes materiais. Encontramos alguns modelos, segue
modelos encontrados:
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3.1 – QUADRO PRODUZIDO COM MATERIAL RECICLADOS.

Juan é um inventor nato. Lembra aquelas molas coloridas que foram febres nos anos
1990? Ele mesmo quem desenvolveu: só no Brasil foram produzidas 44 milhões de
unidades. Pois ele encontrou no lixo a oportunidade de empreender novamente e produzir
um meio de transporte sustentável, um sonho em sua vida. Mas, para a Muzzicycles dar
certo, foi necessário muito esforço. Ao todo, 12 anos de pesquisas, mais de cinco milhões de
dólares e sete protótipos fracassados, até a bicicleta entrar no mercado.
O quadro é o principal componente de uma bicicleta. É nele que guidão, rodas e
assento são montados. Após todos estes estudos e protótipos, Juan precisou ainda comprovar
a resistência do material. Para isso, chegou a atirar o quadro diversas vezes do alto do prédio
de sua fábrica, além de submeter o produto a uma prova e tanto: deixá-lo sob uma
empilhadeira carregada com três toneladas e meia. Em nenhum dos dois casos houve um
amassado sequer. Com isso, a Muzzicycles ganhou o selo do Inmetro e é a única empresa do
mundo a fabricar quadros de bicicletas a partir de plástico reciclado.
O processo para transformar plástico em quadro é rápido. “O material coletado da
reciclagem (garrafas PET, embalagens de produtos de higiene e outros plásticos como
polipropileno, nylon, ABS) vem por meio da plataforma de valorização de resíduos pós-
consumo Wecycle. Ele é cortado, triturado, tratado e injetado em um molde – cada quadro
usa cerca de seis quilos do material. Em menos de quatro minutos, está praticamente pronto.
Depois, é só seguir para o resfriamento que dura cerca de cinco horas. O produto pesa
aproximadamente quatro quilos e é uma peça única com garantia vitalícia”, conta.

‘ Figura 3: Quadro Muzzicycles.


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Além de utilizar material reciclado, a Muzzicycles consegue produzir as bicicletas


com uma economia de 90% de energia, em comparação a outras indústrias do setor. “Um
quadro de alumínio consome em média mil litros de água, o de plástico consome zero litro.
Já o custo de energia, é de aproximadamente 6,8 kW por unidade, o que dá menos que R$1”,
compara.
A bike também elimina o uso da solda, por ser peça única, e o da pintura, já que a tinta é
injetada no plástico na cor desejada; não enferruja e não necessita de amortecedores, com
isso proporciona um pedalar mais leve, com menos trepidação e esforço da coluna vertebral.

3.2 QUADRO COM TECNOLOGIA 3D.

Tecnologia da estereolitográfia abre a possibilidade de que, em um futuro próximo,


qualquer pessoa possa imprimir seu próprio quadro de bicicleta. A tecnologia de impressão 3
D promete acelerar e melhorar os projetos da indústria ciclística entre outras. É possível
projetar quadros melhores em seu peso e resistência estrutural e dependendo do projeto e
matéria prima poderá ser mais resistente e mais leve.
Essa aposta pode ser vista pelo projetista australiano, James Novak no sistema 3 D para
esse fim. Desenvolveu o quadro trefilado impresso com resina líquida foto curável, (que
enrijece em contato com a luz), como Uma intrincada e resistente treliça compõe o quadro,
com a tecnologia de impressão 3 D que é conhecida como estereolitografia ou foto-
solidificação, recebendo um raio laser ultravioleta para catalisar a resina líquida, deixando-o
sólido e resistente.
Cada camada recebe outra posteriormente, até o quadro adquirir resistência e ficar
completo. Posteriormente, o quadro é introduzido em um forno de radiação ultravioleta para
ser submetido a uma cura completa, o que aumenta sua resistência.
Novak consumiu cerca de 150 horas de trabalho para criar o modelo, cada quadro leva
dois dias para ser impresso e abre a possibilidade de que, em um futuro próximo, possamos
imprimir nós mesmos, nossos próprios quadros de bicicleta.
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Figura 4: Quadro Treliçado 3D.

4 ESTUDOS DAS PROPRIEDADES DOS QUADROS E DOS MATERIAIS

4.1 RIGIDEZ E RESISTÊNCIA ESPECÍFICA

Quando o peso é um fator crítico ou de grande importância no projeto de algum


componente ou produto, geralmente as caraterísticas específicas entram em campo. Tal é o
caso dos quadros de bicicleta, e por tanto analiso aqui estas duas propriedades dos materiais.
De certo modo elas são como que a eficiência de um material na geração de resistência e
rigidez a partir dos seus componentes. Aumentando a densidade é uma maneira fácil de
aumentar várias propriedades mecânicas de um material. Um material que consiga pesar
pouco (ou seja tenha pouca matéria) mas a pouca matéria que tem, tem boa resistência e
rigidez, então é eficiente.
Utilizando uma analogia, duas pontes fabricadas com a mesma quantidade do mesmo
material, sendo que uma foi projetada e montada com uma configuração das vigas que
melhor transmite os esforços. Para o mesmo material, essa ponte tem maior resistência e
rigidez que a ponte montada ao acaso. De certo modo pode-se dizer que tem maior
resistência e rigidez específica. Quanto maiores forem estas duas propriedades melhor, visto
que se quer sempre as bicicletas o mais leves possível, ou para o mesmo peso, mais rígidas e
mais resistentes.

4.2 RESILIÊNCIA

É a propriedade que um material que absorva muita energia por unidade de volume
tem. O que é que isto quer dizer? Dois quadros iguais, mas um deles é feito de material com
maior resiliência. Esse quadro é capaz de absorver impactos mais severos em termos
energéticos antes de se deformar plasticamente. Quer isto dizer que o impacto pode-se dar à
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mesma velocidade, mas por exemplo se o ciclista for mais pesado, como Ec = 1/2mv², é
necessária maior absorção de energia por parte do quadro. Materiais tipicamente resilientes
são os usados em molas. Idealmente terão baixo E e alta σe. Se a alta resiliência de um
material for obtida à custa de baixo E, é preciso ter em conta que o quadro da bicicleta que o
use será menos rígido. Por outro lado se o material for pouco resiliente à custa de alto E, por
um lado será rígido, vantagem aparentemente apreciada pelos ciclistas, mas por outro terá
pouca capacidade para absorver energia em regime elástico, o que significa que não poderá
levar pancadas tão fortes como outros quadros sob o risco de danificar – entrar em regime
plástico e se for material dúctil ou mesmo fraturar se for material frágil.

4.3 – RESISTÊNCIA À FADIGA

Diz-nos a tensão abaixo da qual o material aguenta um número infinito, ou


convencionado, de ciclos sem romper. Os quadros de bicicletas são componentes sujeitos a
várias cargas dinâmicas. Algumas transientes como vibrações de piso acidentado, outras
periódicas, como o pedalar rítmico do ciclista. Sempre que o ciclista efetua meia rotação
com os pedais o quadro sofre um ciclo de carregamento. Qual o número de rotações que o
quadro aguenta até partir em algum local? A resposta não é simples, mas é a responder a
essa pergunta que esta propriedade tenta dar uma ajuda.

4.4 – TENACIDDE AO IMPACTO

Traduz a capacidade de um material em absorver energia quando sujeito a um


impacto com ocorrência de fenda. Importante para prever a ocorrência de falha catastrófica
nos tubos.
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5 CONCLUSÃO

Fazendo uma comparação com o quadro de aço Reynolds 531 escolhido como referência
para analise, além do alto custo na fabricação do aço especial ainda existe outros processos
que aumentam não só o custo mais aumenta as etapas do processo de fabricação como
soldagem, pintura entre outras etapas. Se compararmos com o quadro fabricado com
matérias recicláveis como: garrafas PET, embalagem de produtos de limpeza e etc.
O processo de fabricação desse quadro em especial foi bastante simplificado pois é
fabricado através do processo de injeção, todos os materiais reciclados coletados não limpos
e triturados, sendo transformação em matéria prima adequado para o processo, logo em
seguida são injetados os quadros sem nenhum tipo de solda ou processos de pintura pois a
cor do quadro é dado através de pigmentação no processo de injeção do polímero assim
diminuindo custo no processo de fabricação.
E em contrapartida com a produção com a matéria prima vindo de materiais
recicláveis estamos contribuindo de uma forma gigantes para eliminação de um material que
é grande poluídos do meio ambiente que são os polímeros.
Com essa analise se torna viável sim a mudança do aço escolhido para estudos para o
polímero escolhido.
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6 REFERÊNCIAS

UOL, Braskem LABS, 03 de agosto 2017


Disponível em: <http://outracidade.uol.com.br/conheca-bicicleta-brasileira-feita-com-
plastico-reciclado/> 27 de setembro 2018

REVISTA CAFÈ DESIGNER, 15 de maio 2015


Disponível em: <https://caffedesigner.com.br/2015/05/a-bike-com-quadro-em-polimero-
trelicado.html> 27 de setembro 2018

ANDRÈ, Duarte Bacelar. Seleção de Materiais para quadros de bicicletas, 15 de janeiro


2014.
FEUP – Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto, 27 de setembro 2018

MESTRADO EM ENGENHARIA M|ECÂNICA, abril de 2014


FEUP – Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto, 27 de setembro 2018

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