Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aprovada por:
___________________________________________
Prof. Murilo Augusto Vaz, Ph.D.
___________________________________________
Prof. Antonio Carlos Fernandes, Ph.D.
___________________________________________
Eng. Ivan Carlos Pimentel da Cruz, D.Sc.
ii
Este trabalho é dedicado a todos que
contribuem com a pesquisa no Brasil. Pois,
só através da pesquisa atingiremos o pleno
desenvolvimento tecnológico e nos
tornaremos uma grande nação.
iii
AGRADECIMENTOS
iv
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Maio / 2005
v
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
May / 2005
This work presents a study about the influence of low temperature and high
hydrostatic pressure on the behavior of flexible pipes during installation on submarine
equipments with Vertical Connection Module. This combination of temperature and
pressure are commonly found in deep water, in Campos basin. These factors lead to an
increase of the bend stiffness in flexible pipes, and consequently these connections to
submarine equipments may become more difficult. So, a preliminary study about the
behavior of the pipe may reduce problems during installation.
vi
ÍNDICE
I. INTRODUÇÃO 01
I.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 01
I.2 REVISÃO DA LITERATURA 02
I.2.1 HISTÓRICO DA EXPLORAÇÃO OFFSHORE 2
I.2.2 UNIDADES ESTACIONÁRIAS DE PRODUÇÃO (UEP) 4
I.2.3 ÁRVORES DE NATAL 12
I.2.4 MANIFOLD 18
I.2.5 PIPELINE END TERNIMAL (PLET) 20
I.2.6 DUTOS FLEXÍVEIS 20
I.2.7 SISTEMAS DE CONEXÃO 31
II. COMPORTAMENTO DO DUTO SUJEITO A CARGAS DE FLEXÃO 42
II.1 CAMADAS CILÍNDRICAS POLIMÉRICAS 43
II.2 CAMADAS HELICOIDAIS OU ARMADURAS METÁLICAS 44
II.2.1 COMPORTAMENTO ANTES DO ESCORREGAMENTO 44
II.2.2 COMPORTAMENTO ANTES DO ESCORREGAMENTO 48
II.2.3 MECANISMO DE PROPAGAÇÃO DO ESCORREGAMENTO 51
II.2.4 CASOS EXTREMOS DE CAMADAS HELICOIDAIS 55
III. ANÁLISE DE INSTALAÇÃO DE DUTO FLEXÍVEL COM MCV 57
III.1 DUTO FLEXÍVEL 57
III.1.1 CÁLCULO DA RIGIDEZ DO DUTO E CURVTURA 60
III.2 RESTRITOR DE CURVATURA 67
III.3 CONECTOR 70
III.4 MÓDULO DE CONEXÃO VERTICAL (MCV) 71
III.5 CABO DE AÇO 72
III.6 SIMULAÇÕES REALIZADAS 72
III.6.1 CONEXÃO DE PRIMEIRA EXTREMIDADE 73
III.6.2 CONEXÃO DE PRIMEIRA EXTREMIDADE 84
IV. CONCLUSÃO 95
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 98
ANEXO A - MODELO MATEMÁTICO 100
vii
GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS UTILIZADOS
Nesta seção são listados, em ordem alfabética, os termos técnicos específicos que
foram utilizados ao longo deste estudo.
• BAP – Base Adaptadora de Produção. Base que se assenta sobre a cabeça do poço e
onde a árvore de natal se encaixa.
viii
• Jumper – Trecho relativamente curto de duto que serve como elemento de
interligação entre equipamentos ou outros dutos.
• MBR – Raio Mínimo de Curvatura que um duto flexível pode ser curvado sem sofrer
danos estruturais.
• Riser – Trecho dinâmico de duto. É o trecho que fica suspenso entre o solo marinho
e a unidade de produção.
• TDP – Touchdown Point. Ponto onde o riser inicia o contato com o solo.
• Turret – Torre giratória encontrada em alguns FPSO e FSO, por onde a ancoragem é
feita e os risers chegam à plataforma, que permite que a embarcação capacidade de
girar em torno de si, de acordo com as condições de correntes, vento e ondas.
ix
• Umbilical – São linhas eletro-hidráulicas que ligam equipamentos às plataformas,
para transmissão de potência, sinais de controle e fluido hidráulico para acionamento
de algum mecanismo, normalmente abertura ou fechamento de válvulas.
x
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
Devido a descobertas de óleo e gás em lâminas d’água cada vez mais profundas,
as unidades de produção que até então eram fixas no solo marinho, passaram a ser
flutuantes. A partir desse momento, os dutos flexíveis ganharam espaço rapidamente
devido sua maior capacidade de absorver grandes curvaturas, mantendo sua rigidez
axial e integridade. Dutos flexíveis são muito utilizados como flowlines e outros
sistemas auxiliares, mas a conexão entre o solo marinho e a plataforma de produção,
conhecido como riser é o trecho que merece maior estudo, devido sua criticidade. O
transporte e instalação de dutos flexíveis são facilitados por sua flexibilidade, podendo
ser facilmente enrolados e transportados. Hoje, no Brasil, cerca de 3000 km de dutos
flexíveis estão instalados. Cerca de 25 % do custo de desenvolvimento de um campo se
deve aos dutos.
1
Para que possa haver certo nivelamento de conhecimentos, será apresentada uma
revisão sobre alguns temas que serão abordados neste estudo, como unidades de
produção, sistemas e arranjos submarinos, equipamentos e dutos flexíveis submarinos.
2
hoje existem conceitos de plataformas flutuantes que utilizam completação seca, que
serão abordadas mais adiante.
3
Um conceito semelhante foi utilizado para proteger a árvore de natal e mantê-la
à pressão atmosférica, denominado de well cellar, ou compartimento de proteção de
poço (fig.1.4). O acionamento da árvore de natal era feito de forma semelhante ao
manifold atmosférico, através de mergulhadores em sino atmosférico.
A seguir será feita uma abordagem mais detalhada sobre sistemas de produção,
equipamentos e arranjos submarinos.
Neste item, serão destacadas algumas peculiaridades sobre cada tipo de unidade
estacionária de produção (UEP), popularmente chamadas de plataformas, suas restrições
4
e vantagens. As UEPs normalmente possuem planta para tratamento primário do
petróleo. Este tratamento primário tem como objetivo a separação de óleo, água e gás.
Alguns tipos de plataforma não possuem capacidade de armazenamento, podendo
trabalhar associada à outra plataforma para estocagem, normalmente um FSO, que será
comentado adiante.
Uma vez separados, o óleo pode seguir para exportação através de oleoduto ou
para armazenamento em um FSO para posterior transferência para navio de transporte,
comumente chamado de navio aliviador. Essa operação de transferência de óleo para
um navio aliviador é denominada offloading, ou seja, descarga. A água separada deve
passar por um tratamento mínimo para ser descartada no mar em condições que não
prejudiquem o meio ambiente. Quanto ao gás separado, este pode ser exportado através
de gasoduto ou descartado através de queima na plataforma. Parte dele pode ser
utilizada na geração de energia para a própria plataforma.
5
FPSO E FSO
A unidade de produção do tipo Floating, Production, Storage and Offloading
vessel, como na figuras 1.6 e 1.7, é um sistema flutuante monocasco (navio) com planta
de processo, tanques de armazenamento e sistema de transferência (alívio) de óleo para
outra embarcação ou para um oleoduto.
Seu sistema de ancoragem pode ser em ponto único (single point mooring),
quando possuir turret (fig.1.6), ou pontos múltiplos, denominado spread mooring
6
(fig.1.7). O turret permite que a embarcação gire em torno do sistema de ancoragem e
dos risers, que permanecem estacionários em relação ao solo marinho.
O FSO é semelhante ao FPSO, com exceção da planta de processo que este não
possui. A utilização de FSO sempre ocorre associada a uma unidade de produção que
não possui capacidade de armazenamento, sendo esta sua principal função.
PLATAFORMA SEMI-SUBMERSÍVEL
7
Fig. 1.8 – Transporte “a seco” de uma
plataforma semi-submersível.
PLATAFORMA AUTO-ELEVATÓRIA
8
Normalmente são utilizadas para perfuração de poços em águas rasas (até 100
metros), mas nada impede que seja utilizada para produção. Possuem baixo custo de
operação, boa mobilidade e por trabalharem fixas no solo marinho, não necessita
compensador de movimentos, ou seja, não possuem movimento de heave ou
afundamento, provocado pelas ondas. São transportadas até a locação por rebocadores
ou possuem propulsão própria.
9
PLATAFORMA SPAR BUOY
Plataformas deste tipo são muito semelhantes às jaquetas, porém são mais
esbeltas e capazes de operar em lâminas d’água de até 400 metros. Possuem
movimentos um pouco maiores que às jaquetas.
10
Fig. 1.12 – Plataforma tipo
torre complacente.
PLATAFORMAS DE CONCRETO
11
NAVIOS COM DP (fig. 1.14)
Como as válvulas que compõem uma árvore de natal são do tipo gaveta, que
operam totalmente abertas ou totalmente fechadas, um restritor de fluxo (choke) é
utilizado externamente à árvore de natal.
12
A) ÁRVORE DE NATAL CONVENCIONAL (ANC)
13
Com o passar dos anos, vários conceitos de ANMs foram sendo desenvolvidos.
Hoje, as árvores de natal podem ser classificadas quanto ao modo de instalação e
conexão das linhas de produção e controle. A seguir será feito um breve resumo sobre
os tipos de ANMs. Abaixo pode ser visto um desenho esquemático (fig.1.16) de uma
ANM, BAP e cabeça de poço (wellhead).
Árvore
de natal
BAP
Cabeça
de poço
ANM tipo DO
14
Fig. 1.17 – AMN tipo DO.
ANM tipo DA
15
será abordado mais detalhadamente quando forem apresentados os métodos de
instalação de dutos flexíveis.
Estes tipos de ANMs são utilizadas até 650 metros de LDA e são instaladas por
meio de cabos-guia, tanto a BAP quanto a ANM. A figura 1.19 representa uma ANM
tipo DLL.
Hoje, nas novas ANMs, está se utilizando a conexão das linhas diretamente na
BAP, de forma a eliminar a necessidade de retirada das linhas junto com a ANM,
quando for necessária a intervenção nas linhas ou na ANM.
16
Fig. 1.20 – AMN tipo GLL sendo
lançada.
Árvore de
natal
horizontal
Cabeça
de poço
17
I.2.4 MANIFOLDS
Uma das principais funções dos manifolds é o controle de vazão dos fluidos que
entram e saem, através de válvulas de controles, denominadas chokes.
18
Algumas vantagens na utilização do manifold e os problemas gerados devem ser
considerados no momento de definição do arranjo submarino. Desconsiderando os
custos envolvidos, que nem sempre é um ponto a favor, visto o custo de construção e
instalação de um manifold, há uma redução do número de risers que chegam à
plataforma, reduzindo as cargas e espaço físico. Há também um descongestionamento
do solo submarino na região próxima a plataforma. Em contrapartida, há uma
introdução de novos modos de falhas no arranjo, com a utilização do manifold, além de
requerer mobilização de recursos complexos e de alto custo para manutenção.
19
I.2.5 PIPELINE END TERMINATION (PLET)
20
Fig. 1.25 – Dutos flexíveis em aplicações estáticas.
21
Fig. 1.27 – Dutos flexíveis em aplicações como jumpers.
Os dutos flexíveis possuem algumas premissas básicas, que são supridas por
suas camadas sobrepostas e concêntricas de diversos materiais. Dentre tais premissas
pode-se destacar a elevada resistência à tração, a reduzida rigidez à flexão, menor
coeficiente de troca térmica em relação ao duto rígido.
Muitos trabalhos já foram desenvolvidos sobre dutos flexíveis nas últimas três
décadas. Várias aproximações têm sido utilizadas na modelagem da estrutura. A
presença de elementos helicoidais em uma estrutura multicamadas aumenta o número
de incertezas associadas com seu comportamento durante sua utilização. Uma das
grandes preocupações é a tendência que as camadas possuem de se separar sob certas
condições de carregamento. Os dutos flexíveis não possuem características lineares sob
flexão, principalmente devido ao escorregamento das camadas helicoidais e o atrito
entre elas.
22
peso do riser se torna crítico em LDA maiores, ou há alguma restrição no solo marinho,
como corais que podem causar danos quando em contato com o duto. Para casos como
estes, podem ser utilizadas bóias fixadas ao duto para redução da carga na extremidade
superior do riser. Há casos em que uma estrutura flutuante localizada em algum ponto
entre o solo marinho e a superfície serve de suporte para o riser.
23
Fig. 1.32 – Configuração em Fig. 1.33 – Configuração em
steep wave. pliant wave.
24
esta propriedade os dutos flexíveis se sobrepõem aos rígidos em aplicações dinâmicas.
Sua estrutura consiste em tubos plásticos e camadas helicoidais metálicas.
Fig. 1.35 – Dutos flexíveis dos tipos rough bore e smooth bore.
Os dutos flexíveis podem ser do tipo rough bore ou smooth bore, apresentados
na figura 1.35. Os dutos do tipo smooth bore (interior liso) são os que possuem camadas
de barreira de pressão, poliméricas, como primeira camada mais interna, ou seja, a
camada que entra em contato com o fluido. Este tipo de construção é adotado em poços
injetores de água e aquedutos. Os do tipo rough bore (interior rugoso) são os que
possuem uma camada metálica de carcaça interna como primeira camada mais interna.
Este tipo de construção é adotado em poços injetores de água, produtores de óleo,
injetores de gás, oleodutos, gasodutos e aquedutos.
25
Fig. 1.36 – Duto flexível bonded.
Os dutos do tipo unbonded ou não colados, objeto deste estudo, possuem suas
camadas em contato com as adjacentes, mas livres para se movimentarem relativamente
entre si. Essa característica confere ao duto uma capacidade de flexão muito superior
aos dutos rígidos de mesmas dimensões. A seguir será feita uma descrição de cada uma
das camadas que compõem um duto flexível.
CARCAÇA INTERNA
É a camada mais interna do duto flexível, em dutos do tipo rough bore, e tem
como principal função resistir ao colapso provocado pela pressão externa. É fabricada
em material metálico de aço inoxidável, e enrolada em ângulo próximo de 90º (passo
curto). É fabricada por meio de dobramento de fitas finas enroladas helicoidalmente,
que resulta em uma carcaça intertravada.
A carcaça interna (fig. 1.37) não é uma camada estanque, o fluido do interior do
duto atravessa facilmente esta camada e entra em contato com a seguinte, normalmente
uma barreira de pressão.
26
Embora tenha como principal função à resistência ao colapso provocado por
pressão hidrostática, no projeto deve ser previsto as cargas de compressão radial
impostas pelo sistema de tracionamento para o lançamento do duto, comumente
chamados de lagartas, que inclusive podem gerar uma deformação inicial.
BARREIRA DE PRESSÃO
27
Polímero
ARMADURA DE PRESSÃO
Fig. 1.39 – Armadura de pressão com perfis zeta e teta de duto flexível.
ARMADURA DE TRAÇÃO
28
caso da armadura de tração, são denominados tendões), normalmente metálicos e de
perfil retangular, enrolados helicoidalmente. Normalmente são utilizadas pares de
armaduras de tração, enroladas em ângulos opostos (ou bem próximo disso), para se
evitar que a estrutura tenda a girar ao sofrer cargas tracionais.
CAPA EXTERNA
29
modos de falha nos dutos como corrosão das armaduras. Sua espessura contribui para a
rigidez à flexão de toda a estrutura.
Polímero
OUTRAS CAMADAS
Além das camadas estudadas até este ponto, há algumas que merecem alguns
comentários. Como uma camada antifricção ou antidesgaste, utilizada entre camadas
com a função de reduzir o atrito em elas, e assim evitar desgaste de material.
Normalmente, consiste em uma fina fita polimérica aplicada entre camadas metálicas
adjacentes, que devido a movimento relativo entre elas, tenderiam a sofrer desgaste.
30
I.1.7 SISTEMAS DE CONEXÃO
Segundo as referências [9], [10], [11] e [12], Com o aumento da lâmina d’água
dos campos petrolíferos brasileiros a utilização de dutos flexíveis como risers e
flowlines tem sido adotada como solução padrão. Um dos motivos é viabilizar a
antecipação da produção, através de um sistema provisório de produção que permite
posterior recuperação de duto para reutilização. Um segundo motivo é que, com a
adoção de FPSO como unidade estacionária de produção (UEP), risers flexíveis são
adotados por serem mais complacentes aos movimentos relativos desse tipo de
embarcação.
31
SISTEMA DE CONEXÃO LAY-AWAY
Uma decisão por não se aprimorar técnicas de conexão foi adotada durante um
período. Foi utilizada a opção de se instalar as árvores de natal com os flowlines já
conectados a ela, para evitar conexões não confiáveis. Cinqüenta e sete operações lay-
away foram realizadas inicialmente, sendo 36 sem auxílio de cabos-guia (guidelineless).
Barco
ANM
Duto
BAP
32
instalação. O problema pode se tornar mais grave se for levado em consideração os
poços seguintes que também sofreriam atraso, e assim atraso no início de produção,
devido ao reduzido número de embarcações de completação de lançamento de linhas
disponíveis.
33
Fig. 1.43 – Sistema de conexão vertical convencional ou indireta.
1.
O MCV possui uma junta com um sistema tipo swivel, que funciona semelhante
a braços articulados, eliminando a incidência de momento que poderia dificultar a
instalação. Também pode-se ter MCVs com forma de funil invertido (funnel-down),
como figura 1.45, ou em forma de mandril (fig. 1.46), tendo o receptáculo do
equipamento submarino o formato de funil (funnel-up).
34
Fig. 1.46 – Conexão de dutos flexíveis a um manifold
utilizando MCV.
35
dispensando o uso de unidade de completação com posicionamento dinâmico, que tem
custo operacional elevado, além de ser escassa no mundo inteiro.
36
Fig. 1.48 - Mandril de linha de fluxo (MLF) de poço produtor.
37
desconectar as linhas de fluxo. Essa condição exige a uma intervenção mais complexa,
com o deslocamento de uma unidade de completação para a locação para erguer a
árvore de natal.
38
O MCV é o principal elemento do sistema de conexão vertical. O MCV é
composto de pescoço de ganso, conector, sistema de soft landing, painel de ROV e
partes do sistema de guia, conforme pode ser visto na figura 1.51.
Pescoço de
Ganso
Swivel
Painel de
Pescoço de ROV
Ganso
Painel Swivel Conector
de ROV
Soft
Conector Landing
Soft
Landing
Mandril
39
Como abordado anteriormente, o MVC era dotado de articulação em sua
conexão com o duto flexível, assim conseguia-se redução do momento em sua estrutura
durante a instalação das linhas, favorecendo o alinhamento vertical do MCV para
conexão no mandril. Também havia a possibilidade de duas linhas, de produção e do
anular fossem conectadas simultaneamente no mesmo MCV. Por questão de redução de
custos de fabricação e confiabilidade do sistema de conexão, o MCV passou a ter
conexão com as linhas através de um trecho de duto rígido com geometria curvilínea e
sem articulação - pescoço de ganso ou goose neck. As linhas voltaram a ser instaladas
individualmente, e não mais em bundles como no sistema com mandril de linha de fluxo
(MLF). Como a articulação foi abolida, as linhas geram momento fletor no MCV
fazendo variar sua verticalidade. Hoje, o MCV possui um swivel na extremidade do
flange e permite a livre rotação da extremidade do duto, eliminando o efeito de torque.
Pois, testes em protótipos revelaram a presença constante de torque residual que
dificultava o alinhamento para conexão.
Como explanado anteriormente, o MCV pode ser descido por cabos de aço a
partir de uma embarcação de lançamento de linhas dotada de sistema de posicionamento
dinâmico (DP), conforme indicado na figura 1.52. Contudo, no caso de conexões de
segunda extremidade, ou seja, após o duto estar sobre o leito marinho, há necessidade
de um cabo adicional para suspender o duto próximo a sua extremidade para reduzir as
cargas no conector.
40
Segundo premissas de projeto, o MCV deve ser capaz de se acoplar no mandril
quando este estiver com um desalinhamento de até 6º com o eixo vertical do mandril.
41
CAPÍTULO II
COMPORTAMENTO DO DUTO FLEXÍVEL SOB CARGAS DE
FLEXÃO
Segundo Witz e Tan, em ref. [2] e [3], os dutos flexíveis são estruturas
constituídas de certo número de camadas, normalmente cilíndricas poliméricas e
camadas metálicas dispostas em helicóides. Cada uma das camadas possui uma
característica específica, conforme já abordado anteriormente. As camadas poliméricas
têm função de vedação, ou seja, manter o fluido em seu interior, e as camadas
helicoidais metálicas, também denominadas de armaduras, representam as principais
características estruturais. As armaduras helicoidais consistem em certo número de
arames ou tiras metálicas enroladas helicoidalmente sobre um núcleo polimérico. O
principal objetivo dessas camadas é prover resistência mecânica para a estrutura
flexível.
42
O efeito do aumento de pressão hidrostática no duto flexível, devido a maiores
profundidades de trabalho se dá com o aumento da pressão de contato entre as suas
camadas. A princípio, o efeito prático de uma maior pressão de contato se dá com a
redução do raio crítico de escorregamento entre as camadas.
Durante o estudo da flexão, serão feitas algumas suposições para tornar a análise
um pouco menos complexa:
Onde:
43
Assim, o momento fletor de todas as camadas cilíndricas será a resultante do
somatório do momento em cada uma das camadas e esses valores independem se no
momento da análise houve ou não escorregamento das camadas helicoidais.
Ainda segundo Witz e Tan, em [2] e [3], a análise das contribuições das camadas
helicoidais no comportamento do duto flexível é realizada considerando duas
aproximações: primeiro, os arames que compõem as camadas helicoidais são
considerados como tendo apenas cargas axiais, ou seja, tração, sendo ignoradas a
rigidez torcional e também a flexional. Na segunda aproximação, os elementos
helicoidais são tratados como tridimensionais sofrendo combinação de cargas de torção
e flexão. Ambos os casos são tratados separadamente a seguir.
44
εj R⋅cos ( α ) ⋅sin( θ j) ⋅k (2.2)
Onde:
2 ⋅π ⋅ j tan( α )
θj + z⋅
n R
Complementando:
45
A relação momento fletor em função da curvatura, para uma camada helicoidal é
dada por ref. [2]:
Onde:
M é o momento fletor,
E é o módulo de elasticidade do material do arame, e,
A é a seção transversal do arame,
EA é rigidez axial do arame helicoidal
Quando um duto flexível está sujeito a um momento fletor, e assim, sofre uma
curvatura, os arames que compõem as camadas helicoidais sofrem alterações em sua
geometria. Essas mudanças de geometria causam flexão e torção localizada nos arames.
Pelo fato dos raios de “enrolamento” das camadas serem normalmente muito
menores do que o raio de curvatura do duto permite negligenciar as diferentes distâncias
entre o eixo neutro e o ponto analisado (fig.2.2). Ou seja, é considerado que em
qualquer posição angular da camada helicoidal sofrerá a mesma curvatura aplicada ao
eixo neutro do duto flexível. As curvaturas devido à flexão, nas direções normal e
binormal, e a torção, são dadas por ref. [2]:
46
Fig. 2.2 – Flexão e torção locais de elementos helicoidais.
n
⋅ E⋅Ib ⋅cos ( α ) + E⋅In + G ⋅J ⋅sin ( α ) ⋅k
bt 2 2 (2.6)
M
2
n
⋅ E⋅Ib ⋅cos ( α ) + E⋅In + G ⋅J ⋅sin ( α )
bt 2 2 (2.7)
( E⋅I)
2
Onde:
47
Dessa forma, a relação momento fletor em função da curvatura e a equação que
representa a rigidez à flexão para camadas helicoidais composta por “n” arames (no
caso de armadura de tração, denominados tendões), sofrendo a combinação de esforços
de tração, torção e flexão, é dada pela soma das equações que representam as análises
separadas (2.3) e (2.4) com (2.6) e (2.7). A armadura de pressão e a carcaça interna são
consideradas como irrelevantes no cálculo da rigidez à flexão, devido a seus curtos
passos (ângulo de assentamento próximo de 90º, segundo ref. 2 e 9.
n n
⋅ E⋅A⋅R ⋅cos ⋅( α ) ⋅k + ⋅ E⋅In + E⋅Ib ⋅cos ⋅( α ) + G ⋅J ⋅sin ⋅( α ) ⋅k
2 4 2 2
M1 (2.8)
2 2
n n
⋅ E⋅A⋅R ⋅cos ⋅( α ) + ⋅ E⋅In + E⋅Ib ⋅cos ⋅( α ) +(Witz ( α ) 1992)
2 4 2 2
(E⋅I)1 G ⋅J ⋅sin
& ⋅Tan, (2.9)
2 2
Pode ser percebido que se o ângulo de hélice “α” não for muito elevado, o
primeiro termo será responsável pela maior parcela de contribuição na rigidez à flexão
da camada helicoidal.
48
restrição friccional apenas em caso de estruturas com arames de seção transversal
circular, que é o caso da maioria dos cabos e umbilicais. Então, escorregamento
torcional e axial são relacionados apenas para arames helicoidais de seção transversal
circular.
π
2
2 1 2 1 2 1
⋅E⋅In ⋅( kn) + ⋅E⋅Ib ⋅( kb) +Witz⋅Gand
2
U2 ⋅ ⋅J ⋅kTan,
dθ1992) (2.10)
π 2 2 2
0
1
⋅n⋅ E⋅In + E⋅Ib ⋅cos ( α ) + G ⋅J ⋅sin ( α ) ⋅k
2 2 and Tan, 1992)
Witz (2.11)
M2
2
Ainda segundo Witz e Tan (ref. [2] e [3]), de acordo com a distribuição da
tensão axial, regiões de escorregamentos podem ocorrer na parte superior e na região do
eixo neutro do cilindro fletido, em que está enrolado o arame, que corresponde a um
quarto de volta do arame. Acredita-se que o escorregamento se inicia na região do eixo
neutro do cilindro. Antes do escorregamento ocorrer, as forças axiais são balanceadas
pelo atrito distribuído ao longo do arame. Essas forças resultantes são proporcionais à
curvatura, e por esse motivo, esse balanceamento será superado com o aumento da
curvatura. Assim que o equilíbrio é desfeito, o escorregamento se iniciará e propagará
até que volte a ocorrer o balanceamento de forças. Escorregamentos maiores podem
ocorrer na região de topo do cilindro devido à excessiva tensão axial que os arames
(tendões) sofrem antes de escorregar. Então, quando o estado de tensão axial é
suficientemente elevado, as forças de atrito não conseguem manter o estado de tensões.
A certa curvatura, o escorregamento vai começar a ocorrer na região de topo do cilindro
49
e a tensão vai se distribuir em um estado de tensão constante. Com maior flexão, as
regiões de escorregamento do eixo neutro e do topo do cilindro irão se propagar em
direção uma da outra e se encontrar. Nesse momento, o escorregamento vai ocorrer em
toda a região superior do cilindro e a tensão axial nos arames vai desaparecer por causa
da acomodação dos arames em volta do cilindro.
A mesma região de escorregamento vai existir para torção localizada dos arames
de seção transversal circular devido à distribuição similar de tensões. Nesse caso, é
possível que ambas as formas de escorregamento possam ocorrer simultaneamente. A
razão para isso é que uma vez que um dos tipos de escorregamento se inicie, favorecerá
ao segundo, devido ao atrito dinâmico ser menor que o estático, e assim, a capacidade
de se evitar o escorregamento seria significantemente reduzida. Para simplificação,
generaliza-se que o escorregamento axial e o torcional ocorrem simultaneamente se o
arame tiver seção transversal circular.
Onde:
2 ⋅π ⋅ j tan( α )
A parcela + z⋅ corresponde à coordenada angular do arame.
n R
50
Pode-se observar que a menor curvatura para que ocorra escorregamento
corresponde a valores de [cos( )=±1], ou seja, =[0, , 2 , ...], que são pontos
localizados sobre o eixo neutro do duto. Assim, a curvatura crítica mínima seria:
51
A parte mais próxima do eixo neutro está escorregando, mas a parte superior do
arame não está. A força agindo na parte que não está escorregando é dada por (ref. [6]):
2
N
0
E⋅ A ⋅ R⋅ cos (α )⋅ sin ⋅ ( θ )⋅ k (2.14)
Por outro lado, a força que age na parte que está escorregando não é mais uma
função da curvatura. Ela se iguala à força de atrito que age ao longo da parte que
escorrega.
Onde:
Ffr é a força de atrito que está agindo na parte que sofre escorregamento,
P1 e P2 são as pressões de contato nas superfícies interna e externa do arame,
Fr1 e Fr2 são os coeficientes de atrito das superfícies interna e externa do
arame,
b é a largura do arame,
s é a distância da seção transversal ao eixo neutro (ver figura 2.3), e é dada
por:
R
s ⋅θ
sin⋅( α )
R
E⋅A⋅R⋅cos ( α ) ⋅k ( P1 ⋅Fr1 + P2 ⋅Fr2)(Elizbar
2
⋅b ⋅ ⋅θ
Kebadze, 2000) (2.16)
( ) sin α
52
substituição da expressão para a curvatura mínima “kcrmin”, dada pela equação (2.11),
resulta em:
θ
( kcr ) min⋅ ( ) kcr (2.17)
sin θ
Quando uma curvatura aplicada “k” é menor que a curvatura mínima, não há
escorregamento em ponto algum dos arames, e as camadas cilíndricas e as helicoidais
agem com sendo uma única estrutura elástica. Assim que a curvatura atinge um valor
mínimo, os arames da armadura de tração (tendões) começam a sofrer escorregamento.
Curvatura Crítica (m-1)
53
simetria, o arame na faixa de [ /2, ] atua como um contrapeso, e dessa forma a seção
transversal em [ = /2] nunca sofre escorregamento.
R⋅cos ⋅( α ) ⋅( kcr )
2 min
ε ⋅θ (2.18)
π
ξ 1 , 7836 (2.19)
2
2 ⋅a ⋅sin
π
Assim, a posição angular crítica que define a seção transversal que separa a parte
que escorrega da que não escorrega, no arame, para uma curvatura aplicada “k”, é
determinada por:
θ cr ξ ⋅a cos
( kcr ) min (2.20)
k
Segundo Witz e Tan, em ref. [2], é importante ilustrar que o momento fletor de
camadas helicoidais considerando os casos extremos de ângulos de hélice [α=0º ou
90º]. No caso onde esse ângulo for 0º, os arames se comportam como sendo tiras
metálicas ao longo de um cilindro, paralelas ao eixo longitudinal do duto. No caso de
ângulo de hélice de 90º, os arames serão quase como anéis em torno de um cilindro,
situação encontrada nas camadas de armadura de pressão.
M1
n
2
( 2
⋅ E⋅A ⋅R ⋅k + ) n
2
⋅( E⋅In + E⋅Ib) ⋅k (2.21)
55
Onde o primeiro termo indica que o centro da seção transversal dos arames
permanece no mesmo plano de seção transversal do cilindro fletido. O segundo termo
pode ser considerado como a média da rigidez à flexão normal e binormal dos arames.
Pode ser observado que os arames do topo e do fundo do cilindro [ =90º e =270º]
experimentam apenas flexão binormal, enquanto que os localizados no eixo neutro
[ =0º e =180º] sofrem apenas flexão normal. Para um arame localizado em qualquer
outra posição ao redor do cilindro é esperado que flexão tanto na direção normal quanto
na direção binormal ocorra.
No segundo caso extremo, com ângulo de hélice “α” próximo de 90º, ou seja,
com os arames enrolados quase circunferencialmente sobre o cilindro, a equação se
reduz a:
n
M1 ⋅( E⋅In + G ⋅J) ⋅k (2.22)
2
56
CAPÍTULO III
Através de uma análise estática dos carregamentos que atuam no MCV, serão
estudadas as condições de equilíbrio no instante anterior ao seu encaixe no equipamento
submarino.
Com ajuda dos engenheiros Eduardo Vardaro, do CENPES, e Dr. Ivan Cruz, da
Subsea 7, as conexões de primeira e segunda extremidades foram modeladas no
programa de análises globais Orcaflex. As propriedades dos equipamentos envolvidos
na simulação de instalação de MCV com programa de análise global serão descritas nos
subitens deste capítulo.
Alguns esforços agem sobre o MCV: seu peso próprio, momento e tração na
extremidade do pescoço de ganso, devido à ação do peso do duto flexível conectado.
Será feita uma análise estática onde não serão consideradas as cargas geradas por
condições ambientais de correntes e ondas.
57
lâmina d’água de 1200 metros. As características do duto flexível utilizadas na análise
foram fornecidas pelo fabricante. Na tabela 3.1 constam as informações gerais, entre
elas, as condições de trabalho para quais o duto foi projetado, e as tabelas 3.2 e 3.3
trazem informações específicas sobre as camadas que compõem a estrutura do duto.
Esse duto flexível foi projetado para trabalhar como flowline a 1200 metros de
lâmina d’água (LDA). Conforme comentado anteriormente, com o aumento da
58
profundidade ocorre uma redução na temperatura da água do mar. Na região de maior
produção offshore do Brasil, bacia de Campos, é comum se encontrar temperatura da
ordem de 5ºC próximo ao solo marinho. Por esse motivo, deve-se redobrar a atenção no
cálculo dos dutos flexíveis, pois devido à baixa temperatura este pode ter sua rigidez à
flexão aumentada de forma significativa. Neste estudo foi verificado que o duto teve a
rigidez à flexão duplicada. Um gráfico disponibilizado por um grande fornecedor de
matéria-prima para os fabricantes de dutos flexíveis e representado na figura 3.1, mostra
que há uma variação considerável do módulo de elasticidade da poliamida 11 (PA-11)
em relação à temperatura. Cabe enfatizar que a PA-11 é o polímero de maior utilização
para fabricação das camadas cilíndricas dos dutos flexíveis, e é a utilizada no duto em
análise neste trabalho.
PA-11
HDPE
59
III.1.1 CÁLCULO DA RIGIDEZ DO DUTO E CURVATURA
2
π
EIc E⋅Ii Ii
64
⋅ ( Di) 4 − ( di) 4
i= 1
60
Os índices [1] e [2] referem-se à barreira de pressão e a capa externa,
respectivamente, e:
Rigidez à Flexão
Módulo de
Temperatura
Elasticidade (kN.m2)
(ºC)
(MPa) Barreira de Capa Camadas
Pressão Externa Poliméricas
61
25
20
15
EI (kN.m2)
10
0
5 10 15 20
Temperatura (ºC)
Devido aos diâmetros interno e externo maiores, como era esperado, pode-se
observar que a contribuição da capa externa à rigidez total das camadas cilíndricas é
maior do que a barreira de pressão.
n n
⋅E⋅A⋅R ⋅cos ( α ) + ⋅ E⋅In + E⋅Ib ⋅cos ( α ) + G ⋅J ⋅sin ( α )
2 4 2 2
EIae
2 2
Onde:
62
G é módulo de elasticidade transversal do material do arame, corresponde a
80x109 Pa.
J é momento de inércia torcional,
R é o raio de assentamento da camada.
Além disso:
Com os resultados dessa análise foi montada a tabela 3.5, que representa a
rigidez à flexão das camadas helicoidais que contribuem para a rigidez do duto flexível.
Armadura de Armadura de
Camadas Helicoidais
Tração Interna Tração Externa
n
⋅ E⋅In + E⋅Ib ⋅cos ( α ) + G ⋅J ⋅sin ( α )
2 2
EIde
2
63
Com os valores obtidos foi montada a tabela 3.6, correspondente à rigidez total
das camadas helicoidais.
Armadura de Armadura de
Camadas Helicoidais
Tração Interna Tração Externa
64
Antes de escorregar Depois de escorregar
1600
1400
1200
EI (kN.m2)
1000
800
600
400
200
0
5 7,5 10 12,5 15 17,5 20
Temperatura (ºC)
Pode ser observado que a rigidez das camadas helicoidais sofre uma redução na
rigidez à flexão da ordem de 1000 vezes. A rigidez das camadas poliméricas pouco
contribui para a rigidez total do duto antes do escorregamento, mas após o
escorregamento passa a ser a responsável por quase toda a rigidez do duto. Isso ocorre
devido à queda brusca de rigidez das armaduras helicoidais.
A curvatura crítica mínima, dada pela equação (2.13), e como já foi dito, é a
menor curvatura na qual o escorregamento entre as camadas se inicia. Assim, é
considerada a menor curvatura crítica entre as calculadas para cada armadura de tração.
Isso ocorre inicialmente em uma das interfaces das armaduras de tração.
65
Onde os índices [1] e [2] se referem às superfícies de contato entre os arames das
armaduras tração interna e externa, respectivamente, e:
1
( kcr ) min 0 , 016 ⋅
m
( Rcr ) min 59 , 4 ⋅m
π 1
⋅( kcr)
min
kcr 0 , 026 ⋅ Rcr 39 , 0 ⋅m
2 m
O gráfico da figura 3.4 foi traçado com os valores encontrados para este duto, a
temperatura de 5ºC. Os valores de rigidez e, conseqüentemente, de momento fletor
foram tomados com base na temperatura de 5ºC, que será a temperatura considerada nas
análises numéricas, correspondente à temperatura na região próxima ao solo marinho.
Nota-se que quando a curvatura atinge [kcr=0,016.m-1], que representa a curvatura
66
crítica inicial, a rigidez do duto sofre drástica redução até atingir uma curvatura na qual
ocorre o travamento das armaduras devido ao contato entre hélices adjacentes.
67
curvatura (MBR) do duto flexível, de forma a evitar danos ao duto. A figura 3.5
representa as principais dimensões do restritor.
68
à flexão do trecho com restritor vai variar de acordo com a rigidez do duto em cada
análise realizadas.
69
III.3 CONECTOR
O conector adotado é um de utilização freqüente nos dutos flexíveis no Brasil.
Sua modelagem foi feita como um elemento rígido e solidário ao MCV em uma das
extremidades e ao duto com restritor de curvatura na outra. A figura 3.7 representa o
desenho esquemático do conector e suas propriedades se encontram na tabela 3.9.
70
III.4 MÓDULO DE CONEXÃO VERTICAL (MCV)
O MCV utilizado na análise possui peso de 4000 kgf, distribuídos pela estrutura
esquematizada na figura 3.8. Foram consideradas as dimensões apresentadas e o MCV
foi modelado a partir de um elemento de bóia 6D (“6D buoy”), no ORCAFLEX.
71
temporária (BAT). O MCV deverá ser capaz de acoplar e travar no mandril quando
estiver com um desalinhamento de até 6º em relação ao eixo vertical do mandril, no
momento de iniciar a ação dos sistemas de guia. O Sistema de Guia, conforme dito
anteriormente, pode ser funnel-up ou funnel-down e possuir um sistema de auto-
alinhamento azimutal do MCV, em relação ao eixo longitudinal do mandril, de 30
graus.
72
III.6.1 CONEXÃO DE PRIMEIRA EXTREMIDADE
Embarcação de
lançamento de dutos
d = 30m
flexíveis
guindaste
Superfície do mar
cabo
de aço duto
flexível
LDA=1200m
MCV
Equipamento
submarino
leito marinho
A simulação foi feita a uma lâmina d’água de 1200 metros, para qual o duto foi
projetado. Como dito anteriormente, esta análise não leva em consideração as condições
73
ambientais, além de não representar o movimento de descida do MCV acoplado na
extremidade do duto. Esta análise estática tem como objetivo é estudar as forças que o
duto flexível, em função de suas propriedades e de seu comprimento, aplica no pescoço
de ganso do MCV e se a forma como este responde é satisfatória para que a conexão
seja realizada.
Não pode ser ignorado que o trecho que possui restritor de curvatura sofre
aumento acentuado de rigidez a flexão quando atinge raio de curvatura de 3,285m,
sendo inferido no ORCAFLEX sob a forma de relação momento fletor versus curvatura.
Assim, sua curva de rigidez à flexão é semelhante à curva do duto em análise até que
atinja a curvatura de 0,304 rad/m (3,285 metros), quando sofre aumento acentuado em
sua rigidez à flexão.
74
d =d30m
Superfície do mar
Duto flexível
Cabo de aço
Detalhe
Cabo de aço
MCV
Conector
Restritor de
curvatura Duto
flexível
Solo marinho
Fig. 3.11 – Detalhe: MCV, conector, restritor de curvatura, duto flexível e cabo.
75
a) Condição 1: duto a 20ºC e rigidez à flexão após o escorregamento.
Fig. 3.12 – Curva de momento fletor vs. curvatura para rigidez considerada
apenas após o escorregamento.
76
Outro detalhe que dever ser considerado, é que ao ser adotada apenas a rigidez
após a curvatura crítica do duto (após o escorregamento entre as camadas), a curva que
corresponde a essa rigidez passa a ter início na origem (0,0) do gráfico momento fletor
versus curvatura, e não mais a um elevado valor de momento fletor onde ocorreria o
escorregamento.
O pescoço de ganso possui um ângulo de 45º, que é o valor padrão para quando
não for especificado outro diferente. Foram realizadas algumas simulações variando o
comprimento total do duto. Os resultados obtidos compõem a tabela 3.11.
Raio mínimo
Ângulo Altura do
Comprimento de curvatura Pontos
final do flange ao
Caso total do duto resultante
MCV fundo do duto críticos
(L)
( ) (kmin) (h)
77
em elevada altura “h” e seria necessário um maior conhecimento da altura do mandril
do equipamento submarino para ser avaliado se o duto tocaria o solo marinho antes do
MCV conseguir ser acoplado, pois neste estudo estamos limitando a altura máxima em
2 metros. Além desse problema, os casos 1.5 e 1.6, ainda teriam o problema de
verticalidade do MCV, com seus ângulos acima de 6º. Apenas o caso 1.2 teria uma
aprovação inicial, pelos resultados obtidos nesta simulação.
Em uma segunda etapa, mas ainda com a temperatura do duto a 20ºC, foi
acrescentada a informação de rigidez à flexão antes do escorregamento. A curva da
rigidez à flexão utilizada como entrada na simulação foi a curva bilinear correspondente
à figura 3.13, com valores de rigidez distintos para curvaturas anteriores e posteriores à
curvatura crítica. Essa condição permite que possa ser analisado quão desprezível seria
a rigidez inicial do duto flexível (antes do escorregamento). Os resultados obtidos para
essa análise se encontram na tabela 3.12.
Fig. 3.13 – Curva bilinear momento fletor vs. curvatura para rigidez
considerada apenas antes e após o escorregamento.
78
Tabela 3.12 – Valores obtidos para a condição 2.
Raio mínimo
Ângulo Altura do
Comprimento de curvatura Pontos
final do flange ao
Caso total do duto resultante
MCV fundo do duto críticos
(L)
( ) (kmin) (h)
Foi observado que os valores encontrados nesta análise foram bastante distintos
dos obtidos na condição 1, quando não se é considerada a rigidez antes do
escorregamento entre as camadas do duto. No caso 2.1, com comprimento de duto de
1205 metros, resultou em um valor de inclinação do MCV ainda pior se comparado ao
mesmo comprimento na condição anterior, sendo inadequado para realizar a conexão.
No caso 2.2, conseguido com uma variação bem maior no comprimento do duto, ainda
não foi alcançada a inclinação mínima necessária do MCV para possibilitar a conexão e
mesmo assim já ultrapassou o limite adotado de 2 metros para altura do flange ao fundo
do duto. Pôde ser observado que na condição 2, a variação de inclinação do MCV
esteve menos sensível à variação de comprimento do duto, ou seja, foi necessário
“pagar” mais duto para que a inclinação do MCV sofresse uma variação satisfatória.
Nos casos subseqüentes, 2.3 a 2.6, houve uma gradativa redução de inclinação do MCV,
alcançando a faixa satisfatória para conexão, mas em contrapartida houve um gradual
aumento no valor de “h”, que a princípio impossibilitaria a conexão.
79
Realizada com valores de rigidez à flexão para temperatura de 5ºC, que
corresponde à temperatura na região próxima ao solo marinho. A curva bilinear dos
valores da rigidez antes e após a curvatura crítica está representada na figura 3.4. Essa
análise permite que seja avaliado o comportamento do duto em condições que
normalmente são encontradas em LDAs profundas durante a operação de instalação de
dutos flexíveis. Os resultados estão relacionados na tabela 3.13.
80
d) Condição 4: idem à condição 3, mas com a curvatura crítica do duto flexível o dobro
da original (kcr=0,032 rad/m).
Uma análise adotando um maior valor de curvatura crítica foi realizada para que
se possa fazer uma análise paramétrica da influência desta curvatura no comportamento
do duto. Diversos fatores influenciam na curvatura crítica de um duto flexível, como
coeficiente de atrito e pressão de contato entre as camadas. O coeficiente de atrito é
adotado comumente com valor de 0,1 e a pressão de contato pode variar em função de
diversos fatores, como lâmina d’água, fluido interno, além de cargas de tração no duto
durante seu lançamento etc. Assim, admitindo que posso haver algum erro no cálculo da
curvatura crítica, foi realizada uma simulação com o dobro do valor da curvatura crítica
original, para possibilitar uma análise de sensibilidade que um erro no cálculo pode
causar. Esse aumento na curvatura crítica provocou uma mudança na curva de momento
fletor versus curvatura, conforme figura 3.13, embora os valores de rigidez à flexão se
mantenham o mesmo. Lembrando que a curva que representa a rigidez à flexão do
restritor de curvatura é semelhante à curva do duto, porém com o travamento da
estrutura quando o raio de curvatura atinge o valor de 3,285 metros, ocorre um
acentuada elevação da rigidez. O resultado desta simulação está representado na tabela
3.14.
81
Tabela 3.14 - Valores obtidos para a condição 4.
Raio mínimo
Ângulo Altura do
Comprimento de curvatura Pontos
final do flange ao
Caso total do duto resultante
MCV fundo do duto críticos
(L)
( ) (kmin) (h)
4.2 > 6º
1215 m -16,3º 5,8 m 2,9 m
“h” elevado
4.3 > 6º
1222 m -6,8º 5,4 m 5,8 m
“h” elevado
Mais uma vez o caso em que foi mantido o comprimento de duto em 1205
metros, caso 4.1, o resultado obtido foi uma inclinação do MCV muito elevada. Mais
ainda do que nos casos anteriores. No caso 4.2, após o comprimento do duto ser
aumentado em 10 metros (maior variação), e ainda não ter sido conseguida a
verticalidade necessária à conexão do MCV, a altura “h” do flange ao fundo do duto já
havia ultrapassado 2 metros. No caso 4.3, ocorreu fato semelhante ao caso 4.2, com
inclinação elevada e “h” maior que 2 metros. Nos casos seguintes, 4.4 a 4.6, a
inclinação foi reduzida gradualmente, mas os valores de “h” ficaram se tornaram
proibitivos para a conexão. Deve ser observado que a variação no comprimento do duto
teve que ser maior para que fosse conseguida uma variação de inclinação desejada.
82
relação ao eixo vertical do MCV. As mesmas propriedades da condição 3, mas com
ângulo do pescoço de ganso igual a 60º, foram analisadas. Os resultados são
apresentados na tabela 3.15.
Raio mínimo
Comprimento Ângulo de curvatura Altura do flange
Caso total do duto final do resultante ao fundo do duto Pontos críticos
(L) MCV ( ) (h)
(kmin)
83
III.6.2 CONEXÃO DE SEGUNDA EXTREMIDADE
Superfície
do mar
Cabos
de aço
Detalhe
Solo marinho
84
Cabos de
aço
Estropos
Conector
MCV Restritor de
curvatura
Duto
flexível
Mandril do
equipamento submarino
85
de ganso. Em torno do duto são fixadas de braçadeiras (clamps) com olhal, apropriadas
para envolver o duto sem danificar a capa externa. Dois tirantes ou estropos fazem a
ligação da extremidade do cabo do guindaste com os olhais das braçadeiras que se
encontram no duto. Tanto a descida do MCV na extremidade do duto, quanto a
operação de formação da corcova, são realizadas pela embarcação de lançamento do
duto.
86
As análises foram realizadas sem a considerar os aspectos ambientais e
movimento de descida do MCV, ou seja, a análise foi realizada de forma estática. O
duto flexível, conector, restritor de curvatura e MCV possuem as mesmas características
dos utilizados em conexão de primeira extremidade. Também foi representado o que
seria um equipamento submarino (podendo ser uma árvore de natal, manifold, PLET
etc) dotado de mandril para a conexão do MCV. Essa estrutura foi modelada como
elemento de forma (shape) e permanece estática no local, não influenciando no
comportamento do duto dom MCV, mas servindo como um referencia visual. O duto foi
modelado com comprimento suficientemente longo e a primeira extremidade ancorada
no solo marinho. Isso é feito para que uma região mais afastada do MCV permaneça
estática sobre o solo marinho, não sofrendo qualquer tipo de deslocamento.
Para cada combinação de estropos foram realizados vários ensaios com diversos
valores de comprimento para o cabo de aço que sustenta a corcova. Os resultados
representados na tabela 3.16 representam os melhores valores de verticalização do MCV
obtidos para cada caso, variando o comprimento do cabo de aço que sustente a corcova.
87
Tabela 3.16 - Valores obtidos para a condição 1.
Corcova
muito alta e
1.4 25 e 30 m -0,3º 2,8 m 2,1 m elevado
deslocamento
horizontal
Corcova
muito alta e
1.5 30 e 35 m -0,8º 3,12 m 2,1 m elevado
deslocamento
horizontal
Pode ser observado que os casos 1.1 a 1.3, os parâmetros se encontram dentro
das condições exigidas para que seja possível a conexão. Nos casos 1.4 e 1.5 a corcova
formada possui uma altura muito elevada. Isso causa um grande deslocamento
horizontal. Os valores de “H” estiveram muito próximo do limite de 2 metros e não
devem causar problemas durante a instalação.
88
Tabela 3.17 - Valores obtidos para a condição 2.
Nos casos 2.1 a 2.3, não foi possível alcançar uma inclinação mínima do MCV
que permitisse a conexão no mandril. A curta distância, combinada com a rigidez a
flexão do duto, não permitiu a formação de uma corcova que resultasse em uma
verticalização satisfatória do MCV. O caso 2.4 merece uma análise da altura do mandril
do equipamento submarino onde será instalado o MCV para verificar se há altura
disponível para a conexão. No caso 2.5, a altura “H” é muito elevada e dificultaria a
instalação do MCV.
Os valores de rigidez à flexão foram tomados com base no gráfico da figura 3.5,
que corresponde à curva bilinear a uma temperatura de 5ºC. Essa condição tem como
principal objetivo avaliar a influência da temperatura no comportamento do duto
durante sua instalação. Na tabela 3.18 se encontram os resultados obtidos para essa
condição. Foram representados apenas os casos em que foi possível alcançar a
verticalização mínima exigida para o MCV.
89
Tabela 3.18 - Valores obtidos para a condição 3.
d) Condição 4: idem à condição 3, mas com a curvatura crítica do duto flexível o dobro
da original (kcr=0,032 rad/m).
90
Tabela 3.19 - Valores obtidos para a condição 4.
Essa análise foi realizada com os valores de rigidez à flexão a temperatura de 5º,
idem à condição 3, sendo que o pescoço de ganso possui ângulo de 60º em relação a seu
eixo longitudinal. Os resultados estão na tabela 3.20.
91
Tabela 3.20 - Valores obtidos para a condição 5.
92
Nova posição
do olhal
93
não era possível na condição 3. Os casos 5.4 e 5.5 tiveram suas alturas “H” do fundo da
corcova reduzidas e assim talvez seja possível a conexão, embora esse valor ainda esteja
acima do limite adotado.
F) Resumo
Tabela 3.22 – Resumo dos resultados em que a verticalização do MCV foi obtida.
10 e 15 m
15 e 20 m
T=20ºC
1 20 e 25 m
EI=14,3kN.m2
25 e 30 m
30 e 35 m
T=20ºC 25 e 30 m
2
EI bilinear 30 e 35 m
T=5ºC 25 e 30 m
3
EI bilinear 30 e 35 m
T=5ºC
4 EI bilinear Nenhuma
kcr=dobro
T=5ºC 20 e 25 m
5 EI bilinear 25 e 30 m
Pescoço de ganso a 60º 30 e 35 m
T=5ºC
20 e 25 m
EI bilinear
6 25 e 30 m
Pescoço de ganso a 45º
30 e 35 m
Olhal de içamento deslocado 200mm
94
CAPÍTULO IV
CONCLUSÃO
Foi realizado um estudo literário sobre toda a teoria que envolve um projeto de
duto flexível e comparado com um modelo matemático, elaborado para representar os
carregamentos e as deformações sofridas por um duto flexível sujeito a cargas de flexão.
A teoria também foi confrontada com programas de análise local e de análise global.
95
Com esses fatores agindo sobre o duto flexível, uma operação relativamente
simples pode sofrer complicações caso não tenha sido previsto mudanças nas
propriedades dos dutos. Um caso típico é a instalação de dutos flexíveis em
equipamentos submarinos utilizando MCV. Uma análise prévia pode levar a pequenas
alterações no projeto do MCV para acomodar um novo comportamento do duto quando
estiver sendo instalado em águas profundas e ultraprofundas.
97
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
[2] WITZ, J.A.; TAN, Z., “On the Flexural Structure Behaviour of Flexible Pipes,
Umbilicals and Marine Cables”, Marine Structures, no 5, pag. 229-249, 1992.
[3] WITZ, J.A.; TAN, Z., “Rotary Bending of Marine Cables and Umbilicals”,
Engineering Structures, Vol.17, no 4, pag. 267-275, 1995.
[4] FÉRET, J.; BOURNAZEL, C.L., “Calculation Of Stresses and Slip in Structural
layers of Unbonded Flexible Pipes”, Journal of Offshore Mechanics and Artic
Engineering, OMAE, Vol. 109, pag. 263-269, 1987.
[5] McIVER, D.B., “Behaviour of Helically Wound Wires Sliding Under Friction on a
Bent Cilynder”, OMAE 0613, 17th Offshore Mechanics and Artic Engineering,
Lisboa, Portugal, 1998.
[7] FÉRET, J.; LEROY, J.; ESTRIER, P., “Calculation Of Stresses and Slips in Flexible
Armours Layers with Layers Interaction”, Journal of Offshore Mechanics and Artic
Engineering, OMAE, Vol. 5, 1995.
[9] MOREIRA, J.R.; CERQUEIRA; M.B.; ROSA, G.J.; et al. , “Further Advances in
Deepwater Flowline Connection Technology”, OTC 8239, 28th Offshore Technology
Conference, Houston, Texas, USA, May, 1996.
[10] BRANDÃO, M.; COUTO; P., “A Vertical Connection System to Attach Flexible
Pipeline to a Subsea Manifold”, OTC 6980, 24th Offshore Technology Conference,
Houston, Texas, USA, May, 1992.
[11] MOREIRA, C.C.; PUPPIN, L.A.; BRAGA, V.R.; et al., “Vertical Connection
Used as Tie-in System for Rigid Pipeline”, OTC 8477, 29th Offshore Technology
Conference, Houston, Texas, USA, May, 1997.
98
[12] NAGLE, F.J.M.; SILVA, J.E.M..; COSTA, L.A.G.; et al., “Vertical Connection
System for Flexible Pipes: Offshore Tests and Pioneer Installation”, OTC 7260, 25th
Offshore Technology Conference, Houston, Texas, USA, May, 1993.
99
ANEXO A
MODELO MATEMÁTICO
100
uma determinada curvatura a rigidez da viga sofrerá redução, então a viga será estudada
em duas etapas que correspondem a um trecho linear e um trecho não-linear, onde a
curvatura crítica é alcançada e tem sua rigidez à flexão alterada.
Nas seções em que a viga experimentou uma curvatura maior do que a curvatura
crítica houve o escoamento e a rigidez à flexão foi reduzida. Dessa forma, a região a
localizada de um lado da curvatura crítica permanece no estado linear de deformação e
o outro lado, que já experimentou a curvatura crítica (que ocorre progressivamente),
passa a ter comportamento não-linear.
A figura A.2 representa uma situação em que apenas parte da viga sofreu
escoamento. A dimensão “β L”, onde o β é um valor entre 0 e 1, representa a posição
(fração de L) da seção limite entre a parte linear e a não-linear. As equações da linha
elástica das partes não-linear e linear são representadas por “y1”e “y2”.
101
y
y1 y2
βL
Equação do carregamento:
4
d
α ⋅E ⋅I ⋅ Y −q (A.8)
4
dX
3
d
α ⋅E ⋅I ⋅ Y − q ⋅x + F (A.9)
3
dX
102
3 2
d x x
α ⋅E ⋅I ⋅ Y −q ⋅ + F⋅ + G ⋅x + H (A.11)
dX 6 2
A q ⋅L C 0 D 0 F q ⋅L
( )
2 2
−q ⋅ L 2 2 −q ⋅ L
B ⋅ −β ⋅ 2 ⋅ β + α ⋅ β − 2 ⋅ α ⋅ β + α G
2 2
103
4 3
3 2 −q ⋅L ⋅β
H
−q⋅L ⋅β
⋅( −2⋅β + 2⋅α ⋅β − 3⋅α + 3) J ⋅( −3 ⋅β + 3 ⋅α ⋅β − 4 ⋅α − 3 ⋅β + 4)
6 ⋅α 24⋅α
A partir dos valores das constantes, as equações das linhas elásticas dos trechos
de comportamento linear e não-linear foram simplificadas.
2
−q ⋅ x 2 2 2 2 2 2 2
y ⋅ x − 4⋅ L⋅ x − 6⋅ L ⋅ β + 12⋅ L ⋅ β + 6⋅ L ⋅ α ⋅ β ⋅ −12⋅ L ⋅ α ⋅ β + 6⋅ L⋅ α
1 24⋅ E⋅ I
(A.13)
2 3 2 2 3 3 3 2 3 3 3 2 4 4 4 3 4 4
−q x ⋅α − 4⋅L⋅x ⋅α + 6⋅L ⋅x ⋅α − 8L ⋅β ⋅x + 12⋅L ⋅β ⋅x + 8⋅L ⋅β ⋅x⋅α − 12⋅L ⋅β ⋅x⋅α + 3⋅L ⋅β − 4⋅L ⋅β − 3⋅L ⋅β ⋅α
y2 = ⋅
24⋅α⋅E⋅I 2 4
24⋅α⋅E⋅I + 6⋅β ⋅L ⋅α
(A.14)
2 2 2
d 1 x L
M E ⋅I ⋅ y −q ⋅ + q ⋅L ⋅x − q ⋅ (A.15)
2 α 2 2
dx
104
2
L (A.16)
Mcr −q ⋅
2
Mas, momento fletor é dado pelo produto da rigidez à flexão pela curvatura,
então a curvatura crítica, onde se inicia o escoamento é dada por:
2
1 L
kcr ⋅ −q ⋅ (A.17)
E⋅I 2
−q 2 q q
⋅β + 2 ⋅ ⋅β − − 2 ⋅α 0 (A.21)
k k k
q q
+ 2⋅ ⋅α
k k
β (A.22)
q
k
105
β
q/k
Pode ser observado que à medida que ocorre um aumento na relação da carga
aplicada pela curvatura na viga, a posição da curvatura crítica “β” se propaga em
direção às seções transversais que ainda não escoaram.
106
α=1
α = 0,9
ymax α = 0,7
α = 0,5
α = 0,3
107