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HIDRÁULICA APLICADA
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
O presente texto sobre instalações prediais de água fria tem como principal preocupação à
necessidade de mostrar ao aluno a existência de uma Norma Brasileira sobre o assunto, ou seja, a NBR
5626 Instalações Prediais de Água Fria da ABNT(1). O conhecimento da terminologia e das
especificações desta Norma constitui-se do objetivo essencial destas notas, motivo pelo qual muitos de
seus trechos encontram-se aqui integralmente transcritos. Os principais objetivos de um projeto desse tipo
de instalação são:
1. Fornecimento contínuo de água aos usuários e em quantidade suficiente, amenizando ao máximo os
problemas decorrentes da interrupção do funcionamento do sistema público de abastecimento;
2. Limitação de certos valores de pressões e velocidades, definidos na referida Norma Técnica, asseg
urando-se dessa forma o bom funcionamento da instalação e, evitando-se assim, conseqüentes
vazamentos e ruídos nas canalizações e aparelhos;
3. Preservação da qualidade da água através de técnicas de distribuição e reservação coerentes e
adequadas propiciando aos usuários boas condições de higiene, saúde e conforto.
Antes de se enumerar as diversas partes contribuintes de uma instalação de água fria, apresenta-se
a seguir algumas definições extraídas da NBR 5626 (1), que são necessárias à compreensão dos textos
que se seguem.
2.1 – Alimentador predial
Tubulação que liga a fonte de abastecimento a um reservatório de água de uso doméstico.
2.2 – Aparelho sanitário
Aparelho destinado ao uso de água para fins higiênicos ou para receber dejetos e/ou águas servidas.
Inclui-se nesta definição aparelhos como bacias sanitárias, lavatórios, pias e outros, e, também, lavadoras
de roupa e pratos, banheiras de hidromassagem, etc.
2.3 – Automático de bóia
Dispositivo instalado no interior de um reservatório para permitir o funcionamento automático da
instalação elevatória entre seus níveis operacionais e extremos.
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2.4 - Barrilete
Conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual se derivam as colunas de distribuição,
quando o tipo de abastecimento adotado é indireto.
2.5 – Caixa de descarga
Dispositivo colocado acima, acoplado ou integrado às bacias sanitárias ou mictórios, destinados a
reservação de água para suas limpezas.
2.6 – Caixa ou válvula redutora de pressão
Caixa destinada a reduzir a pressão nas colunas de distribuição
2.7 – Coluna de distribuição
Tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar ramais
2.8 – Conjunto elevatório
Sistema para elevação de água.
2.9 – Consumo diário
Valor médio de água consumida num período de 24 horas em decorrência de todos os usos do edifício no
período.
2.10 – Dispositivo antivibratório
Dispositivo instalado em conjuntos elevatórios para reduzir vibrações e ruídos e evitar sua transmissão.
2.11 – Extravasor
Tubulação destinada a escoar os eventuais excessos de água dos reservatórios e das caixas de descarga.
2.12 - Inspeção
Qualquer meio de acesso aos reservatórios, equipamentos e tubulações.
2.13 – Instalação elevatória
Conjunto de tubulações, equipamentos e dispositivos destinados a elevar a água para o reservatório de
distribuição.
2.14 – Instalação hidropneumática
Conjunto de tubulações, equipamentos, instalações elevatórias, reservatórios hidropneumáticos e
dispositivos destinados a manter sob pressão a rede de distribuição predial.
2.15 – Instalação predial de água fria
Conjunto de tubulações, equipamentos, reservatórios e dispositivos, existentes a partir do ramal predial,
destinado ao abastecimento dos pontos de utilização de água do prédio, em quantidade suficiente,
mantendo a qualidade da água fornecida pelo sistema de abastecimento.
2.16 – Interconexão
Ligação, permanente ou eventual, que torna possível a comunicação entre dois sistemas de abastecimento.
2.17 – Ligação de aparelho sanitário
Tubulação compreendida entre o ponto de utilização e o dispositivo de entrada de água no aparelho
sanitário.
2.18 – Limitador de vazão
Dispositivo utilizado para limitar a vazão em uma peça de utilização.
2.19 – Nível operacional
Nível atingido pela água no interior da caixa de descarga, quando o dispositivo da torneira de bóia se
apresenta na posição fechada e em repouso.
2.20 – Nível de transbordamento
Nível do plano horizontal que passa pela borda de reservatório, aparelho sanitário ou outro componente.
No caso de haver extravasor associado ao componente, o nível é aquele do plano horizontal que passa
pelo nível inferior do extravasor.
2.21 – Quebrador de vácuo
Dispositivo destinado a evitar o refluxo por sucção da água nas tubulações.
2.22 – Peça de utilização
Dispositivo ligado a um sub-ramal para permitir a utilização da água e, em alguns casos, permite também
o ajuste da sua vazão.
2.23 – Ponto de utilização (da água)
Extremidade de jusante do sub-ramal a partir de onde a água fria passa a ser considerada água servida.
2.24 – Pressão de serviço
Pressão máxima a que se pode submeter um tubo, conexão, válvula, registro ou outro dispositivo, quando
em uso normal.
2.25 – Pressão total de fechamento
Valor máximo de pressão atingido pela água na seção logo à montante de uma peça de utilização em
seguida a seu fechamento, equivalendo a soma da sobrepressão de fechamento com a pressão estática na
seção considerada.
2.26 - Ramal
Tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-ramais.
De acordo com a NBR 5626, tanto os tubos como as conexões, constituintes de uma instalação
predial de água fria, podem ser de aço galvanizado, cobre, ferro fundido, PVC rígido ou de outros
materiais, de tal modo que satisfaçam a condição de que a pressão de serviço não deva ser superior a
pressão estática, no ponto considerado, somada a sobre-pressão devido a golpes de aríete. Esses materiais
devem ser próprios para a condução de água potável e devem ter especificações para recebimento,
relativo a cada um deles, inclusive métodos de ensaio.
Segundo a mesma Norma, o fechamento de qualquer peça de utilização não pode provocar
sobre-pressão, em qualquer ponto da instalação, que supere mais de 200 kPa (20 mca) a pressão
estática neste ponto. A máxima pressão estática permitida é de 40 mca (400 kPa) e a mínima pressão
de serviço é de 0,5 mca (5 kPa).
Os tubos e conexões mais empregados nas instalações prediais de água fria são os de aço
galvanizado e os de PVC rígido. Os tubos de aço galvanizado suportam pressões elevadas sendo por isso
muito empregado. O valor de referência que estabelece o diâmetro comercial desses tubos é a medida do
diâmetro interno dos mesmos. Os tubos de PVC rígido são agrupados em três classes, indicadas pelas
pressões de serviço:
classe 12 (6 kgf/cm2 ou 60 mca)
classe 15 (7,5 kgf/cm2 ou 75 mca)
classe 20 (10 kgf/cm2 ou 100 mca)
Para se conhecer a máxima pressão de serviço (em kgf/cm2) de cada classe, basta dividir o número da
classe por 2. As normas brasileiras dividem os tubos de PVC em duas áreas de aplicação:
tubos de PVC rígido para adutoras e redes de água (EB-183)
tubos de PVC rígido para instalações prediais de água fria (EB-892)
Os tubos de EB-183 são comercializados como PBA (Tubo de Ponta, Bolsa e Anel de Borracha),
PBS (Tubo em Ponta e Bolsa para Soldar) e F (Tubo Flangeado) e só são usados em adutoras, redes de
água, redes enterradas de prevenção contra incêndios e em instalações industriais. As classes destes tubos
são: 12, 15 e 20.
Os tubos referidos na EB-892 são destinados às instalações prediais de água fria e são de classe
15. Estes tubos podem ser com juntas soldáveis ou com juntas roscáveis e a Tabela 1 mostra as suas
referências e dimensões.
Os tubos de PVC rígido podem ser utilizados em instalações prediais de água fria desde que não
sejam ultrapassados, em nenhum ponto da instalação, os valores estabelecidos pela Norma, desde que não
hajam válvulas de descarga interligadas a esses tubos, e em prédios que não possuam grandes alturas. A
Tabela 2, mostra o diâmetro e as dimensões para os tubos plásticos (PVC).
A válvula de descarga é um dispositivo que produz valores elevados de sobre-pressão (golpe de
aríete) na rede em que estiver interligada. Tal fato ocorre porque esta peça, que possui uma grande
abertura ocasionando velocidades elevadas nas canalizações que a alimenta, causa golpes de aríete nas
tubulações, se a mesma apresentar fechamento rápido. Esses golpes podem romper ou causar vazamentos
nas canalizações, devendo-se por isso tomar cuidados especiais ao instalar tais válvulas.
Atualmente são fabricados dois tipos de válvulas de descargas que permitem minimizar o
problema do golpe de aríete por elas produzidas:
Com fechamento gradativo: modifica-se a manobra de fechamento, fazendo-se com que o fluxo de
água ocorra paulatinamente durante o tempo de funcionamento da válvula.
Fechamento lento: aumenta-se o tempo de funcionamento da válvula, havendo um acréscimo no
consumo.
As caixas de descargas, principalmente as acopladas aos vasos, tem sido muito empregadas em
lugar de válvulas de descarga, por apresentarem as seguintes vantagens: requerem diâmetros menores de
tubulação, inexistência de problemas de pressões (golpes) e economia de construção.
Tabela 1 – Diâmetro e Dimensões de Tubos de PVC.
3.2 - Velocidades
As tubulações devem ser dimensionadas de modo que a velocidade da água, em qualquer trecho
de tubulação, não atinja valores superiores a 3,0 m/s.
De acordo com a Tabela 2 de estimativa de consumo predial diário, é que uma pessoa consome em
média 150 litros de água por dia.
Por exemplo, o CD de um prédio residencial constituído de 10 pavimentos tipo, contendo 3 apartamentos
por pavimento e 5 pessoas por apartamento, é:
CD = 10 pav. x 3 apto./pav. x 5 hab./apto. x 200 1/dia hab.
CD = 30.000 l/dia .: CD = 30.000 litros .: CD = 30 m3
O valor de 200 l/dia pessoa é obtido na Tabela 2.
5. RAMAL PREDIAL
De um modo geral, o diâmetro do ramal predial é fixado pela Concessionária de água local. A
Norma prevê dois casos para que se possa determinar a vazão do ramal predial, quando se tem
distribuição direta, a vazão do ramal é dada por:
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QC P (1)
Onde: Q é em l/s
C é o coeficiente de descarga = 0,30 l/s
P é a soma dos pesos correspondentes a todas as peças de utilização alimentadas através do trecho
considerado (ver Tabela 3, extraída da NBR 5626).
Quando se tem distribuição indireta a Norma admite que a alimentação seja feita continuamente,
durante 24 horas do dia e a vazão é dada pela expressão:
Cd
Q (2)
86.400
Onde:
Q é a vazão em l/s
Cd é o consumo diário em l/dia
Uma vez conhecida a vazão do ramal predial, tanto no caso de distribuição direta ou indireta, o
serviço de água deverá ser consultado para a fixação do diâmetro. Geralmente, na prática, adota-se, para o
ramal predial, uma velocidade igual a 0,6 m/s, de tal modo a resultar um diâmetro que possa garantir o
abastecimento do reservatório mesmo nas horas de maior consumo.
A NBR 5626 (1) recomenda que a reservação total a ser acumulada nos reservatórios inferiores e
superiores não deve ser inferior ao consumo diário e não deve ultrapassar a três vezes o mesmo.
Os reservatórios com capacidade superior a 1000L devem ser compartimentados a fim de que o
sistema de distribuição não seja interrompido durante uma operação de limpeza, pois ao se levar um
A vazão de recalque deverá ser, no mínimo, igual a 15% do consumo diário, expressa em m3/h.
Por exemplo, para um consumo diário, igual a 100 m3, Qr será no mínimo, igual a 15 m3/h.
O período de funcionamento durante o dia será função da vazão horária. No caso em que Qr é
igual a 15% de do consumo diário, o período de funcionamento da bomba resulta a aproximadamente
igual a 6,7 horas.
8.3 Diâmetro de canalização de Recalque (Dr)
D r 1,3 Q r 4 X (4)
Dr – diâmetro de recalque (m)
Qr – vazão de recalque (m3/s)
X = (número de horas por dia)/24
Por exemplo, se X = 6,70/24,279 = 0,279; Então: Qr = 15 m3/h ou Qr = 4,17 x 10-3 m3/s. Logo, o
diâmetro de recalque, Dr , será igual a 61 cm. Assim, deverá ser adotado Dr = 60 mm que é comercial
existente.
O diâmetro de canalização de sucção será, no mínimo, igual ao nominal superior a D r. Para o caso
anterior, onde Dr = 60 mm, tem-se que Ds = 75 mm.
Para o cálculo da perda de carga nas linhas de sucção e recalque, utiliza-se as equações:
a) Darcy-Weisbach (fórmula universal): determina a perda de perda de carga distribuída ao longo das
canalizações.
L V2
H f (4)
D 2g
Onde:
f = fator de atrito; depende do número de Reynolds e da rugosidade equivalente (/D);
Para evitar a necessidade do uso de métodos gráficos na obtenção do fator de atrito para
escoamentos turbulentos, diversas expressões matemáticas foram criadas através de curvas de ajuste dos
dados experimentais. A expressão mais usual para o fator de atrito é a equação de Colebrook:
1 /D 2,51
2,0 log (5)
f 3,7 Re f
Essa expressão, plenamente aceita para cálculos de engenharia, apresenta o inconveniente de apresentar o
fator de atrito de forma implícita, requerendo um processo de cálculo iterativo. Se julgarmos interessante
optar por equações que apresentem o fator de atrito de forma explícita, podemos utilizar a equação de
Haaland:
1 6,9 / D 1,11
1,8 log (6)
f Re 3,7
Outra equação, mais moderna, desenvolvida para o cálculo do fator de atrito, é a equação de Petukov, que
além de expressar o fator de atrito de forma explícita, é adequada para cálculos em uma faixa mais ampla
de números de Reynolds (3500 Re 5x106):
b) perda de carga localizada ou singular: A expressão mais comumente utilizada para modelar uma
perda de carga localizada, Hs, é:
V2
HS KS (8)
2g
Para a escolha da bomba, deve-se ter Qr, Dr e Ds. Os desenhos (em planta e corte) fornecerão os
cumprimentos totais (real + equivalente) das canalizações de recalque e sucção. Se Hg for o desnível entre
o nível mínimo no reservatório inferior e a saída de água no reservatório superior, a altura manométrica
(Hm) será:
Hm = Hg + Hs + Hg (9)
Onde:
Hr = perda de carga total no recalque
Hs = perda de carga total na sucção
Conhecendo-se Hm, pode-se determinar a potência da bomba através da expressão:
γ Qr H m
N (10)
η
Onde:
N = potência da bomba (watts ou CV)
= peso específico da água (N/m3)
= rendimento do conjunto elevatório (rendimento da bomba).
1. INTRODUÇÃO
2. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
Quando se faz o pedido de ligação de água a concessionária faz uma sangria na tubulação que
chega até um registro localizado junto ao alinhamento do lote. Este registro pertence à concessionária,
que o usa para interromper o fornecimento caso o usuário não pague a conta.
Do registro de entrada da concessionária parte uma ligação que chega até o hidrômetro, que faz
parte de um conjunto chamado popularmente de “cavalete”. O cavalete é constituído pelo medidor de
consumo também pertencente à concessionária e o registro geral da água fria, este já pertencente ao
usuário.
Pelas normas das concessionárias, o cavalete pode ficar até 1,50 m afastado da frente do lote, mas
é conveniente colocá-lo bem na testada, voltado para fora, possibilitando a leitura do consumo sem que o
funcionário da concessionária precise adentrar o imóvel.
Do cavalete de entrada sai uma ramificação que sobe até o reservatório superior, a famosa “caixa
d'água”. No final desta alimentação, dentro da caixa d'água, está a torneira de bóia, encarregada de manter
o nível da água lá armazenada. Da mesma saída do cavalete, também se costuma levar uma tubulação que
alimenta a cozinha (torneira e filtro) e também a área de serviço, locais que precisam de mais pressão e/ou
de água mais límpida. Este ramal extra costuma ser usado também para alimentar as torneiras de jardim,
pois a maior pressão disponível facilita o uso de mangueiras para lavagem e irrigação.
Esse sistema tem baixo custo de instalação, porém, se houver qualquer problema que ocasione a
interrupção no fornecimento de água no sistema público, certamente faltará água na edificação.
Esse sistema é adotado quando a pressão na rede pública é suficiente para alimentar o reservatório
superior. O reservatório interno da edificação ou do conjunto de edificações alimenta os diversos pontos
de consumo por gravidade; portanto, ele deve estar sempre a uma altura superior a qualquer ponto de
consumo.
Obviamente, a grande vantagem desse sistema é que a água do reservatório garante o
abastecimento interno, mesmo que o fornecimento da rede pública seja provisoriamente interrompido, o
que o torna o sistema mais utilizado em edificações de até três pavimentos (9 m de altura total até o
reservatório).
Esse sistema, normalmente, é utilizado quando a pressão da rede pública não é suficiente para
alimentar diretamente o reservatório superior, como por exemplo, em edificações com mais de três
pavimentos (acima de 9 m de altura). Nesse caso, adota-se um reservatório inferior, de onde a água é
bombeada até o reservatório elevado, por meio de um sistema de recalque. A alimentação da rede de
distribuição predial é feita por gravidade, a partir do reservatório superior.
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edícula, situados no pavimento térreo. Nesse caso, como a pressão na rede pública quase sempre é maior
do que a obtida a partir do reservatório superior, os pontos de utilização de água terão maior pressão.
Além da tubulação de alimentação, que termina na torneira de bóia, existem na caixa d'água mais
três tipos de ligação: ladrão, lavagem e barriletes. O ladrão fica localizado na parte superior da caixa
d'água, próximo à borda. Sua função é evitar que água transborde, caso a torneira de bóia falhar.
Justamente para isto, o diâmetro do ladrão tem que ser maior do que a tubulação de entrada. Em geral, nas
residências se usa tubo de 25 mm na alimentação e de 32 mm no ladrão e na tubulação de lavagem. Esta
última fica exatamente no fundo, bem rente à borda, e sua função é esvaziar totalmente a caixa para
limpeza ou manutenção. Para tanto a tubulação de lavagem tem um registro, para ser aberto única e
exclusivamente nesta ocasião.
Chegamos então aos barriletes. Este é o nome que se dá para as saídas onde serão conectadas as
tubulações de distribuição da água fria pelo imóvel. Mas qual é a diferença entre um barrilete e a saída
para lavagem? O barrilete coleta a água pelo menos 10 cm acima do fundo da caixa, para evitar que se use
água contaminada pelos depósitos que vão sedimentando no fundo da caixa. A saída para lavagem coleta
a água o mais próximo possível ao fundo, justamente para retirar as partículas sedimentadas.
2.3 RAMAIS DE DISTRIBUIÇÃO
Como vimos, os barriletes são o ponto de ligação entre os ramais de distribuição e a caixa d'água.
Os ramais de distribuição, por sua vez, levam a água fria através do imóvel conduzindo-a até os pontos de
consumo, constituídos pelos chuveiros e torneiras. Em pequenas obras, costuma-se sair com um tubo de
50 mm (1 1/2”) para alimentar o banheiro (com válvula de descarga) e outra de 25 ou 32 mm para
alimentar cozinha, área de serviço e banheiros com bacia de caixa acoplada. Em obras maiores, com mais
cômodos, é conveniente fazer uma saída para cada banheiro, outra para a cozinha e outra para a área de
serviço. Com isto, um ambiente não interfere no funcionamento do outro, pois ficam totalmente
independentes.
Caso o banheiro utilize caixa acoplada ao invés de válvula de descarga, pode ser alimentado com
um único tubo de 25 ou 32 mm, que servirá também para o chuveiro e pia. Se o projeto estiver prevendo
aproveitamento de água de chuva, de cisterna ou de reuso, deverá haver uma caixa d'água e uma
tubulação especificamente para o vaso sanitário, pois não se deve utilizar água reciclada no chuveiro, nas
pias, na cozinha e na área de serviço.
As medidas de tubo que indicamos acima são genéricas, mas são também as mais usadas, tanto
que acabaram virando padrão para os dispositivos encontrados no comércio. Atendem realmente à
maioria dos casos de pequenas obras, mas se você tiver um projeto diferente, como um comércio ou
indústria, ou até mesmo uma residência um pouco mais sofisticada precisará dimensionar a tubulação,
conforme veremos adiante.
O cálculo preciso para saber o melhor diâmetro de um tubo de distribuição de água fria leva em
conta diversos parâmetros como comprimento e tipo do tubo, quantidade de curvas e tês, vazão e pressão
disponíveis. Em construções maiores, onde o custo passa a ser crítico, é conveniente fazer o cálculo
exato, pois cada centavo economizado será multiplicará várias vezes dando uma boa diferença no final do
custo da obra.
Em obras pequenas, digamos, com até três andares, você pode fazer um dimensionamento
simplificado utilizando o método dos pesos (já visto no capítulo I, para dimensionamento de sistemas
hidráulicos prediais). Esse método baseia-se no consumo de cada tipo de aparelho sanitário, de acordo
com a Tabela 1.
Vamos supor um banheiro onde existe uma bacia sanitária, bidê, lavatório e chuveiro. É
improvável que tudo funcione ao mesmo tempo, assim, vamos admitir que funcionarão simultaneamente
apenas a descarga do vaso sanitário e o chuveiro. Portanto, o peso máximo será de 40 + 0,5 = 40,5.
Com este valor em mãos, vamos ficar com o tradicional tubo de 50 mm, equivalente ao o de
1 1/2". Não se esqueça, nos tubos de PVC são especificados pelo diâmetro externo, portanto o de 2"
corresponde ao de 60mm e não ao de 50mm.
O dimensionamento pelo método dos pesos funciona a contento em pequenas obras, mas o correto
mesmo é contratar um profissional especializado que poderá fazer os cálculos exatos e especificar
corretamente os materiais. Como em tudo na Engenharia, os cálculos precisam ser interpretados,
considerando-se cada situação em especial.
O cálculo hidráulico das tubulações deve ser executado por métodos adequados para este fim,
sendo que os resultados alcançados têm que satisfazer a uma das seguintes equações apresentadas a
seguir:
onde:
hf = perda de carga, (mca);
f = fator de atrito;
L = comprimento virtual da tubulação (m);
D = diâmetro interno, (m);
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b) Hazen Williams:
onde:
J = perda de carga por atrito, (kPa/m);
Q = vazão, (L/min);
C = fator de HazenWilliams;
D = diâmetro interno do tubo, (mm).
De acordo com NBR 5626, a capacidade dos reservatórios deve ser estabelecida levando-se em
consideração o padrão de consumo de água no edifício e, onde for possível obter informações, a
frequência e duração de interrupções do abastecimento.
O volume de água reservado para uso doméstico deve ser, no mínimo, o necessário para 24 horas
de consumo normal no edifício, sem considerar o volume de água para combate a incêndio. No caso de
residência pequena, recomenda-se que a reserva mínima seja de 500 litros. Para o volume máximo, a
norma recomenda que sejam atendidos dois critérios: garantia de potabilidade da água nos reservatórios
no período de detenção médio em utilização normal; atendimento à disposição legal ou ao regulamento
que estabeleça volume máximo de reservação.
Para o cálculo do dimensionamento dos reservatórios, utiliza-se duas fórmulas básicas:
a) Cálculo do consumo diário
Cd N C
Vmin Cd I 1,25
1. INTRODUÇÃO
As Instalações Hidráulicas de Proteção Contra Incêndio sob comando são aquelas em que o afluxo
de água, do ponto de aplicação, faz-se através de controle manual de dispositivos adequados.
Para a instalação deste sistema, deverão ser obedecidas as exigências da NBR 13714 da ABNT,
sendo que somente serão aceitos esguichos especiais reguláveis.
As edificações que não possuírem sistema hidráulico sob comando, distando a mais de 30m da via
de acesso para veículos de combate a incêndio, deverão instalar rede seca.
Nas edificações onde houver reserva de água elevada, com capacidade superior a 10.000 L. (dez
mil litros), deverá ser instalado um ponto de tomada de água, com prolongamento até local de fácil acesso
para veículos de combate a incêndio.
2. OBJETIVOS
Extinguir o fogo; evitar a sua propagação; resfriar os materiais e o edifício.
3. CLASSIFICAÇÃO
1. Sistemas móveis: extintores portáteis e extintores sobre rodas.
2. Sistemas fixos:
Sob comando: hidrantes e mangotinhos;
Automáticos: chuveiros automáticos (sprinklers) e água nebulizada.
Será exigido, no mínimo, duas unidades extintoras por pavimento, exceto nos prédios
exclusivamente residenciais e estabelecimentos com risco de incêndio pequeno ou médio, com
área construída de até 30 m², onde será exigida apenas uma unidade.
Somente serão aceitos extintores de incêndio cuja qualidade seja atestada pelo INMETRO e
demais órgãos credenciados.
A classificação do risco de incêndio será feita com base nas normas do Instituto de Resseguros do
Brasil (IRB).
O acesso aos extintores, em hipótese alguma, poderá ser obstruído total ou parcialmente. Os
responsáveis pela segurança e atendimento dos prédios deverão possuir conhecimento de manuseio e
emprego dos extintores a ser administrado pela firma instaladora ou Corpo de Bombeiros. A instalação
dos extintores deverá ser permanentemente mantida em rigoroso
estado de conservação e funcionamento.
CLASSE „A: Fogo em materiais combustíveis sólidos, tais como madeira, papel e assemelhados.
A extinção se dá por resfriamento, principalmente pela ação da água.
CLASSE „B‟: Fogo em combustíveis líquidos e gasosos, tais como: inflamáveis, óleos, graxas,
vernizes, GLP e assemelhados. A extinção se dá por abafamento, pela quebra da cadeia química
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ou pela retirada do material. Os agentes extintores podem ser produtos químicos secos, líquidos
vaporizantes, CO2, água nebulizada e a espuma mecânica (mais indicado).
CLASSE „C‟: Fogo em equipamentos elétricos tais como: transformadores, motores, aparelhos de
ar condicionado, televisores, rádios e assemelhados. São usados os pós químicos secos, líquidos
vaporizantes e o CO2.
CLASSE „D‟: Fogo em metais pirofóricos, tais como: magnésio, titânio e zircônio. Esses metais
queimam mais rapidamente, o combate exige equipamentos, técnicas e agentes extintores
especiais, que formam uma capa protetora isolando o metal combustível do ar atmosférico.
São aquelas em que o afluxo de água, do ponto de aplicação, faz-se através de controle manual de
dispositivos adequados.
Para a instalação deste sistema, deverão ser obedecidas as exigências da NBR 13714 da ABNT,
sendo que somente serão aceitos esguichos especiais reguláveis.
As edificações que não possuírem sistema hidráulico sob comando, distando a mais de 30m da via
de acesso para veículos de combate a incêndio, deverão instalar rede seca.
Nas edificações onde houver reserva de água elevada, com capacidade superior a 10.000 litros,
deverá ser instalado um ponto de tomada de água, com prolongamento até local de fácil acesso para
veículos de combate a incêndio.
Bombas de incêndio:
a) Bomba principal: bomba hidráulica centrífuga destinada a recalcar água para os sistemas de combate
a incêndio.
b) Bomba de pressurização (Jockey): bomba hidráulica centrífuga destinada a manter o sistema
pressurizado em uma faixa preestabelecida.
c) Bomba de reforço: bomba hidráulica centrífuga destinada a fornecer água aos hidrantes ou
mangotinhos mais desfavoráveis hidraulicamente, quando estes não puderem ser abastecidos somente
pelo reservatório elevado.
d) Dispositivo de recalque: dispositivo para uso do Corpo de Bombeiros, que permite o recalque de água
para o sistema, podendo ser dentro da propriedade quando o acesso do Corpo de Bombeiros estiver
garantido.
e) Esguicho: dispositivo adaptado na extremidade das mangueiras, destinado a dar forma, direção e
controle ao jato, podendo ser do tipo regulável (neblina ou compacto) ou de jato compacto.
A instalação sob comando abastecida por reservatório inferior deverá utilizar dispositivo de
bombeamento próprio. O sistema é constituído basicamente de:
reservatório inferior;
válvula de retenção e de gaveta;
sistema de bombas;
linha de controle das bombas;
colunas de incêndio;
abrigos ou caixas de incêndio;
sistema de alarmes.
hidrante de passeio ou recalque;
3.2.4 Recalque
Todos os sistemas devem ser dotados de dispositivo de recalque, consistindo em um
prolongamento de mesmo diâmetro da tubulação principal, com diâmetro mínimo DN50 (2”) e máximo
de DN100 (4”), cujos engates são compatíveis aos utilizados pelo Corpo de Bombeiros local.
Quando o dispositivo de recalque estiver situado no passeio (hidrante de passeio), este deverá ser
enterrado em caixa de alvenaria, com fundo permeável ou dreno, tampa articulada e requadro em ferro
fundido, identificada pela palavra “INCÊNDIO”, com dimensões de 0,40 m x 0,60 m, afastada a 0,50 m
do meio-fio; a introdução tem que estar voltada para cima em ângulo de 45° e posicionada, no máximo, a
0,15 m de profundidade em relação ao piso do passeio, conforme a Figura 2.
O volante de manobra da válvula deve estar situado a no máximo 0,50 m do nível do piso
acabado. Tal válvula deve ser do tipo gaveta ou esfera, permitindo o fluxo de água nos dois sentidos, e
instalada de forma a garantir seu adequado manuseio. O hidrante de passeio pode ser utilizado pelo corpo
de Bombeiros para bombear água para dentro da instalação predial de incêndio, devendo, por isso, o
barrilete de incêndio ser dotado de válvula de retenção.
4. DIMENSIONAMENTO
4.1 TUBULAÇÃO
A tubulação, conexões e outros acessórios são destinados a conduzir a água, desde a reserva de
incêndio até os hidrantes ou mangotinhos. A tubulação do sistema não deve ter diâmetro nominal inferior
a DN 65 (21/2”). A tubulação aparente do sistema deve ser em cor vermelha.
4.2 ESGUICHO
O alcance do jato compacto produzido por qualquer sistema não deve ser inferior a 8 m, medido
da saída do esguicho ao ponto de queda do jato.
4.3 ALARME
Todo sistema deve ser dotado de alarme, indicativo do uso de qualquer ponto de hidrante ou
mangotinho, que é acionado automaticamente através de pressostato ou chave de fluxo.
4.4 ABRIGO
Nos hidrantes externos, quando afastados de no mínimo 15 m ou 1,5x a altura da parede externa
da edificação a ser protegida, poderão ser utilizados até 60m de mangueira (preferencialmente em lances
de 15m), desde que devidamente dimensionados hidraulicamente. Recomenda-se que sejam utilizadas
mangueiras de 65 mm de diâmetro para redução da perda de carga do sistema e o último lance de 40 mm
para facilitar seu manuseio.
A utilização do sistema não deve comprometer a fuga dos ocupantes da edificação; portanto, deve
ser projetado de tal forma que dê proteção em toda a edificação, sem que haja a necessidade de adentrar
as escadas, antecâmaras ou outros locais determinados exclusivamente para servirem de rota de fuga dos
ocupantes.
Todos os pontos de hidrantes ou de mangotinhos devem receber sinalização conforme a NBR
13435, de modo a permitir sua rápida localização.
5. CÁLCULOS
O cálculo hidráulico das tubulações deve ser executado por métodos adequados para este fim,
sendo que os resultados alcançados têm que satisfazer a uma das seguintes equações apresentadas a
seguir:
Onde:
hf = perda de carga, (mca);
f = fator de atrito;
L = comprimento virtual da tubulação (m);
D = diâmetro interno, (m);
v = velocidade do fluido, (m/s);
g é a aceleração da gravidade, (m/s²).
b) Hazen Williams:
Onde:
J = perda de carga por atrito, (kPa/m);
Q = vazão, (L/min);
C = fator de HazenWilliams;
D = diâmetro interno do tubo, (mm).
Cd N C
Vmin Cd I 1,25
Sendo:
Vmin. = Volume mínimo em litros
Cd = consumo diário em litros
N = população abastecida
C = consumo por unidade
I = reserva de incêncio
1,25 = coeficiente de segurança
Pd = Pressão disponível
Hs = Perda de Carga na Sucção
Hr = Perda de Carga no Recalque
Hmh = Perda de Carga na Mangueira
Hres = Altura do reservatório ao último hidrante.
1. INTRODUÇÃO:
Adutoras são canalizações dos sistemas de abastecimento de água que conduzem a água para as
unidades que precedem a rede de distribuição, conforme a ilustração da Figura 1.
A utilização de sistemas elevatórios de água remonta à Antigüidade e atende aos mais diversos
propósitos, sejam domiciliares, industriais ou agrícolas. Em relação ao último, a principal aplicação está
no suprimento de sistemas de irrigação e, nesse caso, a análise econômica assume grande importância,
pois o capital empregado é freqüentemente expressivo e os custos anuais podem viabilizar ou não as
atividades produtivas que os utilizam.
Os custos de um sistema elevatório são influenciados por muitas variáveis, porém o diâmetro da
adutora é o mais polêmico, uma vez que os demais são definidos, basicamente, pela vazão transportada,
comprimento da tubulação, desnível topográfico, pressão no final da adutora e comprimento da linha
elétrica de alta tensão (se o bombeamento utilizar motor à eletricidade), os quais estão relacionados às
condições físicas do local e às exigências dos equipamentos utilizados no final da adutora.
Sendo assim, a variação no diâmetro acarreta alterações nas variáveis que dele dependem
diretamente, como por exemplo, o modelo da bomba hidráulica e a potência do motor que a aciona, com
conseqüências nos custos fixos e variáveis do sistema. Por outro lado, o tipo de motor, ou seja, de
combustão ou elétrico, também provoca intensa variação nos custos. Para o motor à eletricidade, é
importante considerar a modalidade de tarifação da energia elétrica que será aplicada ao consumidor, bem
como os custos com a linha de alta tensão, se o ramal elétrico da concessionária estiver distante da
estação de bombeamento.
Relativamente à energia consumida com bombeamento, grande ênfase tem sido dada nos últimos
anos, pois seu custo aumentou exageradamente em relação aos demais custos do sistema, cujo efeito seria
a seleção de maiores diâmetros de adutoras. Todavia, no dimensionamento de sistemas de irrigação
privados no Brasil a seleção econômica é pouco usual, sendo o custo de implantação o fator decisivo na
escolha do diâmetro das tubulações, ignorando-se a avaliação dos custos variáveis e o tempo na análise
dos custos fixos.
As adutoras podem ser classificadas quanto à natureza da água transportada e quanto à energia
para a movimentação da água.
a) Adutoras de água bruta: transportam água sem tratamento (da captação até a Estação de tratamento
de água - ETA).
b) Adutoras de água tratada: transportam a água tratada (da ETA ate os reservatórios).
a) Adutora por gravidade: são aquelas que transportam a água de uma cota mais elevada para uma cota
mais baixa aproveitando o desnível existente (energia hidráulica). A adução por gravidade pode ser feita
por conduto livre ou forçado.
Adutora por gravidade em conduto livre: é quando a linha piezométrica coincide com o nível da água no
conduto. Nessa situação a água escoa sempre em declive mantendo uma superfície livre sob o efeito da
pressão atmosférica.
Adutora por gravidade em conduto forçado: A pressão interna permanentemente superior à pressão
atmosférica permite à água mover-se, quer em sentido descendente quer em sentido ascendente, graças à
existência de uma carga hidráulica, como mostra a Figura 3.
Os condutos podem ser abertos ou fechados, não funcionando com seção plena (totalmente
cheios), conforme a Figura 4.
c) Adutora por recalque: quando, por exemplo, o local da captação estiver em um nível inferior, que
não possibilite a adução por gravidade, é necessário o emprego de equipamento de recalque, ou seja,
conjunto moto-bomba e acessórios, como mostra a Figura 5. O sistema de adução é composto por
condutos forçados. A adução pode ser feita por recalque simples ou recalque duplo (booster).
Observação: é possível também a utilização de adutoras mistas, recalque, parte por gravidade.
3. DIMENSIONAMENTO
Ao se verificar a equação que fornece a potência dos conjuntos elevatórios, observa-se que o
dimensionamentodas linhas de recalque constitui-se em um problema hidraulicamente
indeterminado, ou seja; há uma infinidade de pares diâmetro-potência que satisfazem uma determinada
necessidade de vazão. Com efeito, fazendo o recalque com velocidades de escoamento baixas, resultam
diâmetros relativamente grandes, implicando em custos elevados da tubulação e menores gastos com as
bombas e energia elétrica, porque as alturas manométricas são menores. Velocidades altas requerem
diâmetros menores, de custos mais baixos, mas que provocam grandes perdas de carga. Como
conseqüência, as alturas manométricas são maiores, os conjuntos elevatórios mais potentes e mais
caros, exigindo maior consumo de energia elétrica.
Tecnicamente, entretanto, são feitas restrições quanto às velocidades mínimas (problemas de
deposição) e às máximas (problemas de abrasão), porém entre os valores mínimos e máximos de
velocidade há, em geral, diversos pares de diâmetro-potência que satisfazem os requisitos de demanda.
O dimensionamento de linhas adutoras pode ser realizado através da fórmula de Bresse, que
se aplica a estações de bombeamento que operam de forma contínua, através da fórmula da ABNT, que
se aplica para estações de bombeamento que funcionam algumas horas por dia ou através da elaboração
de estudos que possibilitam a comparação econômica entre várias alternativas de diâmetros. Dessa
forma a escolha do par mais adequado deve ser realizado em base a considerações econômicas para se
obter o menor custo, em termos de valor presente, levando-se em conta os custos decorrentes do
investimento inicial e de operação e manutenção do sistema.
Q = K.Q1/2 (1)
Onde: D = diâmetro econômico (m); K = coeficiente variável, função dos custos de investimento e de
operação; Q = vazão contínua de bombeamento (m3/s).
4
V (2)
π K2
Através desta expressão organizou-se o Quadro 01, que apresenta valores de K e de velocidade.
Geralmente a velocidade média das instalações situa-se entre 0,6 e 2,4 m/s. As maiores velocidades são
utilizadas em instalações que funcionam apenas algumas horas por dia.
De acordo com a fórmula sugerida pela ABNT (NB-92/66), o diâmetro econômico é calculado
pela expressão:
D 0,587 T Q
0, 25
(3)
Qualquer que seja a fórmula utilizada, os resultados freqüentemente obtidos diferem dos diâmetros
comerciais. Cabe ao projetista adotar o valor do diâmetro comercial mais conveniente e ajustar seus
De acordo com PERES (1996), quando se trata de irrigação de pequeno porte, a utilização da
fórmula de Bresse ou da ABNT para estimativa do diâmetro econômico da tubulação de recalque, é de
uso bastante comum. No entanto, quando se consideram obras de grande porte e de grande
responsabilidade técnica, recomenda-se realizar uma análise econômica detalhada, onde são
investigados diferentes diâmetros, levando-se em conta fatores importantes como o investimento inicial,
a vida útil do equipamento, a taxa de juros, o custo da energia consumida e o tempo de bombeamento.
Num determinado sistema de recalque, deve-se fazer o levantamento dos seguintes custos:
Custos relativos ao investimento inicial;
Edifício da casa de bombas;
Equipamento hidro-eletromecânico;
Serviços necessários para a implantação da tubulação de recalque (locação, remoção e reposição
de pavimentos, escavação, escoramento, esgotamento e reaterro);
Fornecimento e assentamento da tubulação de recalque.
Custos relativos à operação do sistema:
Mão-de-obra para operação e manutenção;
Materiais e equipamentos para manutenção preventiva, manutenção corretiva e reposição;
Energia gasta para o acionamento dos conjuntos elevatórios.
No cálculo com vistas a determinação dos prováveis diâmetros a serem pesquisados, considerou-
se a perda de carga na linha de sucção mais a perda de carga no recalque dentro da casa de bombas,
incluindo acessórios, como curva de entrada, curvas diversas, válvulas de gaveta e de retenção, etc. Para o
cálculo da perda de carga nas linhas de sucção e recalque, utiliza-se as equações, já vistas nos capítulo I e
II - Dimensionamento de Sistemas Prediais e Residênciais.
A escolha da adutora, segundo o material utilizado na fabricação do conduto, varia de acordo com
fatores como:
1. método de fabricação dos tubos e acessórios;
2. condição de funcionamento hidráulico;
3. pressão interna e durabilidade do material face às características do solo;
4. cargas externas;
5. natureza da água transportada;
6. custo.
3. Exigem operação e manutenção especializada, aumentando ainda mais os custos com pessoal e
equipamentos.
No entanto, dificilmente um sistema de abastecimento de água de médio ou grande porte deixa de contar
com uma ou mais estações elevatórias.
CAPÍTULO V: DIMENSIONAMENTO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA
1. INTRODUÇÃO
A Estação de Tratamento de Água (ETA) deve ser projetada de forma a garantir qualidade da água
tratada que atenda aos padrões de potabilidade estabelecidos na Portaria Nº 518/2004 do Ministério da
Saúde que estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade
da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Deverá ser
informado quem vai operar a ETA após a execução do projeto. Para dimensionar uma estação de
tratamento de água, deve-se, inicialmente, fazer um estudo de campo a fim de obter todos os dados
necessários. Tal estudo deve conter:
Discorrer sobre o perfil da população a ser atendida e sua atividade econômica. Identificar o
número de pessoas que serão beneficiadas com o sistema que será implantado.
Elaborar o estudo do número de população existente no município e também o estudo do número de
pessoas que residem na comunidade onde se pretende implantar o sistema.
Realizar estudo da evolução do crescimento populacional do bairro e a distribuição espacial na área de
projeto, considerando os dados censitários disponíveis para alcance de, no mínimo, 20 anos. Nesta etapa
deverá também ser definida a população que será beneficiada no projeto, considerando a expansão urbana
e sua saturação.
Descrever sucintamente as características do bairro a ser atendido, como está classificado na Lei
de Uso e Ocupação do Solo e na Lei do Zoneamento Ecológico Econômico, se existir. Demarcar em
planta georreferenciada em escala 1:50.000 do IBGE ou 1:10.000 do IGC. A planta pode ser original ou,
reproduzida, devendo constar as informações descritas na carta:
Bairro e a população que serão atendidos no novo projeto;
Manancial no qual será feita a captação de água;
Local onde será feito o tratamento da água, a reservação e a rede de distribuição;
No caso de existência de zoneamento ecológico econômica, informar a zona que pertence à
comunidade que será atendida.
Justificar a viabilidade técnica de implantação e operação do sistema no local que está sendo
proposto, e indicar as alternativas técnicas e locacionais estudadas. Realizar a análise técnica comparativa
das áreas disponibilizadas para o projeto. Para isso é necessário desenvolver os estudos técnicos e
ambientais preliminares que deverão abranger os seguintes aspectos:
O planejamento da pesquisa de campo, eventualmente com o auxílio de imagens de satélite, com
definição preliminar da amplitude da área a ser pesquisada e das vias a serem percorridas; e
disponibilização dos métodos e instrumentos a serem utilizados para a localização (com GPS) e
registro (gráfico e fotográfico) das glebas potencialmente utilizáveis a serem identificadas;
A análise técnica sistemática das informações concernentes a cada uma das glebas identificadas e
vistoriadas, com a utilização de métodos e instrumentos que permitam comparar essas glebas entre si;
A classificação das glebas vistoriadas quanto ao seu maior ou menor nível de adequação para a
implantação do empreendimento proposto;
A seleção da gleba a ser utilizada para a realização do empreendimento proposto.
sistema devem ser destacadas e medidas de reaproveitamento da água devem ser adotadas quando for o
caso.
Elaborar projetos básicos das obras necessárias à captação, tais como barragens,reservatórios e
sistema de adução, constituí de: memorial descritivo; memorial de cálculo; desenhos; especificações
técnicas, orçamento e cronograma de implantação da obra.
O projeto básico de uma Estação de Tratamento de Água deve ser constituído de memorial
descritivo, memorial de cálculo, desenhos, especificações técnicas, orçamento e cronograma de
implantação das obras.
Apresentar uma descrição sucinta das principais unidades da ETA, responsáveis pelas operações e
processos unitários, das fases líquida e sólida, incluindo suas especificações básicas; Elaborar o Manual
de operação contemplando:
a) descrição das principais operações, incluindo a fase líquida e a fase sólida;
b) elaboração do plano de inspeção e manutenção;
c) elaboração do plano de monitoramento da qualidade da água bruta e do controle da água tratada,
envolvendo a localização dos pontos de amostragem, frequência e parâmetros de análise.
No caso específico dos resíduos sólidos gerados durante a lavagem ou limpeza dos filtros, lodo
dos decantadores, bem como rejeito de limpeza dos tanques de preparo de produtos químicos deverão ser
apresentadas as seguintes informações complementares:
Caracterização qualitativa e quantitativa do lodo;
Definição da disposição final dos resíduos sólidos gerados na ETA. Caso os resíduos líquidos (lodo)
gerados na ETA venham a ser dispostos numa ETE, apresentar termo de anuência do responsável pela
operação da ETE;
Apresentar o termo de anuência do responsável pela operação do sistema público de esgotos
sanitários, caso os líquidos clarificados resultantes do processo de tratamento de resíduos da ETA
venham a ser lançados na rede coletora de esgoto.
Apresentar as especificações dos principais equipamentos de processo, tanto da fase líquida como
da fase sólida, com indicação de potência, unidades em operação e em reserva, e acessórios, capacidade
dos equipamentos, podendo ser apresentados catálogos dos fabricantes, caso o equipamento seja muito
específico. Apresentar as especificações técnicas dos principais insumos envolvidos no processo de
tratamento, bem como sua forma de armazenamento. Observar os critérios de qualidade destes insumos,
principalmente no tocante à presença de metais pesados, dentre outras impurezas e potenciais poluentes.
Apresentar planta de localização com informações em planta oficial do IBGE, EMPLASA, dentre
outras entidades, em escala compatível (desejável 1:10.000) incluindo manancial, captação, adução e
localização da ETA, e a localização dos reservatórios de distribuição.
Apresentar planta da área urbana em escala mínima de 1:10.000 (desejável 1:5.000 ou inferior) da
situação da ETA em relação à área de projeto, ao corpo receptor e habitações mais próximas.
Apresentar planta do zoneamento urbano e ambiental com apresentação, se houver, do planejamento
de uso e ocupação do solo urbano, incluindo planta(s) em escala mínima de 1:10.000 (desejável
1:5.000 ou inferior).
5. PRODUTOS
Quando aplicáveis deverão ser atendidas as seguintes normas técnicas da ABNT – Associação
Brasileira de Normas Técnicas, não se limitando a elas:
NÚCLEO DE PESQUISA DE ENGENHARIAS GERAIS - NPEG Page 55
FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA : HIDRÁULICA APLICADA
PROFESSOR(A): DANIELLE FREIRE DE ARAÚJO
Existem diversos tipos de unidades de mistura rápida, neste exemplo será considerado o emprego
de um medidor Parshall para promover a mistura rápida, o esquema é apresentado na Figura 2. Definir o
medidor Parshall que será utilizado com base na Tabela 1 a partir da vazão Q que será tratada na ETA.
Existem diversos tipos de unidades de floculação, neste exemplo será considerado o emprego da unidade
mecalizada cujo esquema é apresentado na Figura 3.
Dimensionar a unidade de floculação de uma ETA considerando que deve haver no mínimo duas linhas
de floculação sendo que cada linha possui pelo menos três câmaras em série. Os gradientes de velocidade
médios de floculação (G), atendendo recomendação de norma, variarão de 10 a 70 s-1. Adotar um tempo
de floculação (Tf) que esteja compreendido entre 30 a 40 min. Adotar o seguintes dados:
a) Seção da câmara em planta: quadrada
b) Profundidade útil (Pf): 3,5 a 4,5 m
c) Lado da câmara (Lf) = máximo 7,5 m para o tipo de rotor considerado neste exemplo
d) Tipo de equipamento:turbina de escoamento axial
3. Calcular o lado da câmara de floculação (Lf), sabendo que ela é quadrada em planta.
4. Relações geométricas a serem obedecidas (para unidades mecanizadas com equipamento do tipo
turbina de escoamento axial).
5. Cálculo do tempo de detenção (Td) em uma câmara:
7. Calcular o lado da câmara de floculação (Lf), sabendo que ela é quadrada em planta.
8. Relações geométricas a serem obedecidas (para unidades mecanizadas com equipamento do tipo
turbina de escoamento axial).
Lf Pf hf
2,0 6,6 2,7 3,9 0,9 1,1
Df Df Df
Este cálculo é feito para especificar a potência do motor que será utilizado nas unidades de floculação.
que a vazão máxima por metro linear de equação q=1,3.B.H1,5, sendo q a vazão por
vertedor é de 1,8 L.s-1.m-1 e que as calhas calha (m3/s), B a largura (m) e H a altura da
não devem ocupar mais do que 30 % do calha (m). Recomenda-se uma folga de
comprimento do decantador. Para aproximadamente 10 cm na altura da calha
dimensionar a seção transversal das calhas, em relação ao valor calculado.
considerando-as retangular, pode-se utilizar a
Na Figura 5 tem-se a representação de uma unidade de filtração onde se pode identificar: canal de
descarga da água de lavagem, canal de entrada de água decantada, calhas de coleta de água de lavagem,
meio filtrante, camada suporte, fundo falso do filtro, tubulação de água para lavagem, tubulação de coleta
de água filtrada e vertedor de água filtrada.
1. Calcular a área total de filtração com base na Considerar uma folga de aproximadamente
equação TF = Q/AF, em que TF: taxa de 10 cm no valor calculado de H.
filtração (considerar valores compreendidos Tabela 1 – Informações sobre filtros de
entre 180 e 360 m3m-2d-1), AF: área total de algumas ETAs brasileiras
filtração (m2) ETA Filtros Vazão
2. Definir o número de unidades de filtração (m3/s)
tomando como base os casos reais mostrados Araras – SP 6 0,4
na Tabela 1. Deve-se prever no mínimo dois Campinas – SP 16 2,1
filtros. Fortaleza – CE 10 6
3. Dimensionamento das calhas de coleta de Guaraú – SP 48 33
água de lavagem. Considerar velocidade Morro Redondo – 6 0,75
ascencional da água de lavagem igual a 0,8 MG
m/min e calha retangular com descarga livre Rio Manso – MG 10 4,1
cuja vazão pode ser calculada por Rio das Velhas – 16 6
Q=1,3.B.H1,5. Supor B=0,5m e calhas MG
espaçadas entre si de no máximo 2,5 m. São Carlos 7 0,5
É recomendado que a cloração da água visando a desinfecção seja realizada em pH inferior a 8,0 e
que o tempo de contato seja, no mínimo 30 min. Conhecendo-se a vazão a ser tratada e definindo-se o
tempo de contato pode-se então calcular o volume do tanque. Supondo, por exemplo, que a altura do
tanque de contato seja h, o tempo t e a vazão Q, resulta a seguinte área em planta (A):
A = Q.t/h
Tabela 1 – Dimensões do Medidor Parshall (cm) e Vazão com escoamento livre (L/s)
Vazão com
W W
A B C D E F G K N X Y Escoamento
(pol) (cm)
Livre (L/s)
1'' 2,5 36,3 35,6 9,3 16,8 22,9 7,6 20,3 1,9 2,9 - - 0,3 - 5,0
3'' 7,6 46,6 45,7 17,8 25,9 45,7 15,2 30,5 2,5 5,7 2,5 3,8 0,8 - 53,8
6'' 15,2 61,0 61,0 39,4 40,3 61,0 30,5 61,0 7,6 11,4 5,1 7,6 1,4 - 110,4
9'' 22,9 88,0 86,4 38,0 57,5 76,3 30,5 45,7 7,6 11,4 5,1 7,6 2,5 - 252,0
1' 30,5 137,2 134,4 61,0 84,5 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 3,1 - 455,9
1 1/2' 45,7 144,9 142,0 76,2 102,6 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 4,2 - 696,6
2' 61,0 152,5 149,6 91,5 120,7 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 11,9 - 937,3
3' 91,5 167,7 164,5 122,0 157,2 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 17,3 - 1427,2
4' 122,0 183,0 179,5 152,5 193,8 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 36,8 - 1922,7
5' 152,5 198,3 194,1 183,0 230,3 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 45,3 - 2423,9
6' 183,0 213,5 209,0 213,5 266,7 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 73,6 - 2930,8
7' 213,5 228,8 224,0 244,0 303,0 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 85,0 - 3437,7
8' 244,0 244,0 239,2 274,5 349,0 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 99,1 - 3950,2
10' 305,0 274,5 427,0 366,0 475,9 122,0 91,5 183,0 15,3 34,3 - - 200,0 - 5660,0
1. INTRODUÇÃO
2. TRATAMENTO PRELIMINAR
O espaçamento entre as grades (barras) é escolhido em função do tipo de material que ser
quer deter e dos equipamentos a proteger, sendo assim podemos classificá-las:
a) Grades Grosseiras: são instaladas à montante de bombas de grandes dimensões, turbinas, etc.; e
quase sempre precedem grades comuns.
b) Grades Médias: com menor espaçamento entre barras (normalmente 2,5 cm). São empregadas
normalmente em estações de águas residuárias, na entrada das ETEs.
c) Grades Finas: são empregadas quando são bem determinadas as características do esgoto a tratar
(empregadas para reduzir escumas em tanques de digestão, para proteção de filtros lentos e os
equipamentos de dosagem, etc.). Apresentam problemas de limpeza e geralmente são mecanizadas.
De acordo com o tipo de limpeza manual ou mecanizada, as grades apresentam uma inclinação
das barras já bastante definida.
- Limpeza Manual (rastelo): 30º a 45º;
- Limpeza Mecânica: 45º a 90º, (comum 60º).
Existem também certas instalações que adotam grades instaladas verticalmente. No, entanto, as
grades inclinadas têm apresentado melhor rendimento, uma vez que a inclinação evita que o material
arrastado se desprenda com facilidade e retorne ao canal de chegada (afluente).
Material retido no gradeamento deve ser removido tão rapidamente quanto possível e
armazenado em depósitos próprios em condições de permitir as seguintes operações subseqüentes:
drenagem parcial do líquido agregado ao material grosseiro; fácil transporte ou transbordo para
depósitos maiores, apropriados para esta função; e cobertura com a finalidade de evitar a proliferação
de vetores. Tratamento de esgotos sanitários, normalmente o destino é a incineração ou aterro
sanitário. Assim, teremos para:
Deve-se escolher previamente o seu formato (mais comum retangular), dimensão, espaçamento e
tipo de barra. Deve-se garantir a velocidade adequada através das barras
Velocidade mínima: 0,40 m/s
Velocidade máxima: 0,75 m/s
Esses valores devem ser verificados para vazões mínima, média e máxima. Velocidades
pequenas propiciam a deposição de areia no canal da grade, enquanto velocidades altas
desfavorecem a retenção do material grosseiro (problemas de entupimento).
2.4.1 Cálculos
e) Cálculo da eficiência:
Para o cálculo para eficiência das grades de dimensões usuais, para várias situações, pode-se
fazer o emprego da equação, E = a/(a+t), através da Tabela 3 abaixo:
f) Seção do canal:
S = Au / E
S = Au / (a/ a+t)
S = B x H (B 3, usualmente B = 6H)
g) Área da barras:
Abarras = S – Au
h) Número de barras (n):
Número de barras (n) = B / a+t
Ou S – Au = t x H x n
2.5 Cálculo da perda de carga
A perda de carga é a variação do nível da linha de energia entre dois pontos em um
escoamento.
Hf = 1,43 (V2 – 2 ) / 2g
Onde:
Hf = perda de carga, m;
= velocidade entre as barras, m/s;
APLICAÇÃO I: Uma estação de tratamento recebe em média 500 m 3/h de água residuária, com
uma vazão máxima de 900 m3/h e uma vazão mínima de 200 m3/h. Pretende-se dimensionar um
sistema de grades verticais para remoção de sólidos grosseiros, utilizando barras com 10 mm de
espessura (t) e igualmente espassadas de 20 mm (a). Assuma para o nível médio da água no canal (h)
uma altura de 0,5 m.
Resolução: Considerando a vazão média água residuária (500 m 3/h = 0,1389 m3/s) e uma velocidade
média de passagem da água através da grade de 0,6 m/s, será necessário instalar uma grade com uma
área útil de 0,232 m2.
Q 0,1389m3 / s
Au 0,232m 2
v 0,6m / s
Para grades colocadas em posição vertical (α = 90°), e considerando uma altura de água no canal (h)
de 0,5 m, a largura do canal (L) deverá ser 0,694 m.
Q 0,347
L 0,694m
v h 0,5
Nesta largura é possível instalar 23,8 barras, ou seja, efetivamente deverão ser colocadas 24 barras
(número inteiro).
L a 695 20
23,8 24
ta 10 20
A instalação de 24 barras faz com que a largura do canal seja na realidade de 0,7 m, o que
corresponde a uma superfície da grade de 0,35 m2 (S = 0,7 × 0,5).
A velocidade média de passagem da água através da grade será então de 0,595 m/s (como esperado
um valor muito idêntico ao considerado inicialmente).
Q 0,1389
0,595m / s
S 0,35 0,667
EXERCÍCIO: Uma estação de tratamento recebe em média 400 m 3/h de água residual, com uma
vazão máxima de 700 m3/h e uma vazão mínima de 100 m3/h. Dimensione um sistema de grades
verticais para remoção de sólidos grosseiros, utilizando barras de 8 mm de espessura igualmente
espaçadas de 15 mm, colocadas em uma posição vertical de 90 o . Assuma para o nível médio da água
no canal uma altura de 0,5 m.
Tem a finalidade de reter substâncias inertes, como areias e sólidos minerais sedimentáveis,
originárias de águas residuárias. Via de regra com diâmetro igual ou superior a 0,20 mm e peso
específico de 2,65 g/cm3. Evita a abrasão nos equipamentos e tubulações (bombas, válvulas, etc.) e
também elimina ou reduz a possibilidade de obstruções em tubulações e demais unidades
subseqüentes do sistema; e facilitar o transporte do líquido.
Princípio de Funcionamento
a) Velocidade de escoamento:
São dimensionadas de modo que se tenha velocidade nos canais no intervalo de 0,15 a
0,40m/s, sendo recomendado o valor de 0,30m/s, e deve-se manter uma variação de +/- 20%.
Velocidades inferiores a 0,15m/s provocam deposição excessiva de partículas orgânicas, e
velocidades superiores a 0,40 m/s propiciam a saída de areia nociva.
b) Velocidade de Sedimentação:
c) Comprimento:
L = comprimento de caixa, m.
H = altura de lâmina d’água, m
V = velocidade de escoamento horizontal (0,15 a 0,40), usual 0,30m/s
v = 2cm/s = 0,02m/s (velocidade de sedimentação da partícula desejada).
e) Taxa de Aplicação:
É a relação entre a vazão dos esgotos (Q) e a área da planta da caixa de areia (A) e é
fisicamente igual a velocidade de sedimentação da partícula de determinado tamanho. É
recomendado uma taxa de aplicação na faixa de 600 a 1200 m 3/m2.dia. Caso a taxa fique fora do
intervalo permissível, recomenda-se variar o valor da velocidade.
f) Controle de velocidade:
Umas das principais dificuldades no projeto e na operação das caixas de areias esta em
conseguir manter a velocidade desejada com a variação da vazão (Q). Para se contornar esta
dificuldade usa-se projetar uma seção de controle, a jusante da caixa de areia, que faça com que a
altura da lamina d água varie de acordo com a vazão, mantendo assim aproximadamente constante a
velocidade do fluxo na câmara de sedimentação.
As seções de controle normalmente utilizadas são: os vertedores proporcionais – tipo Sutro,
calhas tipo Parshall e calhas tipo Palmer Bowlus.
S = B.H.
Q = V.S
Q = V.B.H
B.H = Q/V Eq. (IV)
S = B.H adotam-se valores convenientes
para B e H. Adotar um coeficiente em
torno de 1,5 .
APLICAÇÃO II: Dimensionar a caixa de areia de uma tomada d’água com uma vazão máxima de
0,5 m3/s. Estima-se uma quantidade de sólidos em suspensão de 0,1 L por m 3 de água e se deseja que
a caixa de retenção de areia tenha uma autonomia mínima de três dias. Adotar um coeficiente de
segurança s=1,4.
Resolução:
Dimensionamento do canal de aproximação:
Para V = 0,6 m/s.
Q=V.SS=Q/V
S = (0,5 . 1,4) / 0,6 S = 1,17
Para B = 1,5m H = 0,78m
Dimensionamento do comprimento “L” da caixa de areia:
Pela equação (III):
H = L . V / V1
0,78 = L . 0,02 / 0,3
L = 11,67
Adotado: L = 12,0m
Pela equação (IV):
B.H = Q/V
B.H = 0,5 / 0,3
B.H = 1,67
Como H = 0,78m B = 1,67 / 0,78
B = 2,14m
Adotado: B = 2,20m
O valor de BL, borda livre, pode ser adotado entre (0,10 e 0,25m).
Dimensionamento da Caixa de Retenção de Areia:
1. Cálculo do volume de retenção diário de areia.
Sólidos em suspensão:
Ss = 0,1 L / m3
Ss = 0,0001 m3/m3
VRD = Ss . Vol. diário
VRD = 0,0001 . 0,5 . 86400
VRD = 4,3 m3/dia
O volume da caixa de retenção de areia deverá, conforme enunciado, ter a autonomia de no mínimo 3
dias.
VCR = 4,3 . 3 = 12,9 m3
VCR = B . L . C
C = VCR . s / B . L
C = 12,9 . 1,4 / 2,2 . 12,0
C = 0,68m
Adotado: C = 0,70m
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1)Dimensionar a caixa de areia de uma tomada d’água com uma vazão máxima de 200 litros/s.
Estima-se uma quantidade de sólidos em suspensão e 0,075 L por m 3 de água e se deseja que a caixa
de retenção de areia tenha uma autonomia mínima de uma semana. Adotar um coeficiente de
segurança s=1,5.
2) Dimensionar a caixa de areia de uma tomada d’água com uma vazão máxima de 0,3 m 3/s. Estima-
se uma quantidade de sólidos em suspensão de 0,005 L por m 3 de água e se deseja que a caixa de
retenção de areia tenha uma autonomia mínima de uma semana. Adotar um coeficiente de segurança
s=1,4.
1. INTRODUÇÃO
Por muito tempo a drenagem urbana foi realizada de maneira a esgotar rapidamente as águas
de montante para jusante numa concepção higienista com origem na Europa (SILVEIRA, 1998). Esta
prática tinha o intuito de afastar rapidamente o volume indesejado das águas de origem pluvial como
também os esgotos sanitários. Neste contexto se realizaram obras onerosas para conduzir tais
volumes precipitados e gerados, enquanto que a conscientização sobre os erros admitidos deste
procedimento era deixada de lado. Foi necessário, com o passar do tempo, que aquelas medidas
estruturais compostas por obras vultosas fossem aliadas a medidas não‐estruturais juntamente com a
integração de planos estaduais e federais.
A ausência de sistemas de drenagem eficientes afeta à saúde pública por trazer à tona doenças
de veiculação hídrica bem como perdas econômicas decorrentes das inundações. A importância de
tais sistemas talvez não se apresente de forma clara, contudo são peças fundamentais no
planejamento urbano e são responsáveis diretamente pela sustentabilidade do ambiente urbano frente
às adversidades da natureza como as tormentas.
Os sistemas de drenagem urbana podem ser dimensionados em dois níveis (TUCCI, 2004):
a) Macro‐drenagem: relaciona‐se aos escoamentos em fundos de vale que normalmente são bem
definidos mesmo que não correspondam a um curso de água perene;
b) Micro‐drenagem: relaciona‐se a áreas onde o escoamento natural não é bem definido e, portanto,
acaba sendo determinado pela ocupação do solo. Em áreas urbanas é essencialmente definida pelo
traçado das ruas.
Segundo a PNSB ‐ Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE, 2002 apud BRASIL,
2003) e do mesmo modo consoante o Guia para elaboração de planos municipais de saneamento
(BRASIL, 2006), a micro‐drenagem é considerada como o conjunto da rede formada por galerias
tubulares com diâmetro igual ou superior a 0,30m e inferior a 1,20m, assim como pelas galerias
celulares cuja área da seção transversal é inferior a 1m². A macro/meso‐drenagem é constituída pelas
estruturas que recebem a contribuição da micro-drenagem, sendo formadas por cursos d’água,
galerias tubulares com diâmetro igual ou superior a 1,20 m e galerias celulares cuja área da seção
transversal seja igual ou superior a 1m². Pode‐se ainda subdividir o sistema de micro‐drenagem em
sistema inicial de drenagem e sistema de galerias de águas pluviais; sendo o primeiro composto pelas
ruas, valetas e sarjetas e o segundo pelas bocas de lobo, poços de visita e tubulações coletoras de
águas pluviais. Ambas as explanações são complementares e não divergem entre si.
2. DIMENSIONAMENTO
Desde a primeira exposição da famosa Teoria Racional por Emil Kuichiling (1880) apud
Wilken (1978) que originou a Equação Racional (1) e assim o Método Racional muitos ainda a
utilizam. Esta equação expressa o máximo caudal ou a maior vazão em uma seção da bacia
contribuinte dada, em função das características da própria bacia e da quantidade de chuva
precipitada.
CIA
Q (1)
3,6
Onde:
Q = vazão superficial local (m³/s ou L/s);
C = coeficiente de escoamento superficial;
I = intensidade da chuva (mm/h ou m/s);
A = área da bacia contribuinte local (m² ou km²).
Obs.: o valor 3,6 é fator de ajuste para se trabalhar com unidades diferentes.
Para o dimensionamento das galerias de águas pluviais pelo Método Racional, em síntese,
utiliza‐se a Tabela 1, baseada na equação de Manning que fornece o valor da velocidade e vazão para
um certo diâmetro comercial arbitrado. Esta escolha obedece frequentemente à decisão mais
econômica adotando‐se inicialmente a declividade do terreno conduzindo a menores custos
relacionados à escavação.
Com o cálculo da vazão à seção plena e tendo a vazão a ser escoada pela tubulação
determina‐se a razão Q/Qp e pela tabela determina‐se por interpolação a velocidade do escoamento.
Caso os valores ultrapassem os limites estabelecidos para a velocidade e também para a relação
altura‐diâmetro, galerias dimensionadas como condutos livres, deve‐se decidir pela troca de diâmetro
ou proceder a alterações na declividade da galeria.
Deve‐se ressaltar que apesar do procedimento ser simples, o processo torna‐se dispendioso
visto a não observância dos limites estabelecidos em projetos quando do dimensionamento das
galerias de águas pluviais e a necessidade de sucessivas interpolações para se chegar à solução.
Como a rotina de cálculo pode consumir tempo e limitar possíveis alternativas quanto ao
cálculo da velocidade e da profundidade do escoamento, Saatçi (1990) introduziu uma solução
usando considerações geométricas (Figura 1) e a Equação de Manning. Sendo dados a vazão (Q), a
declividade (I) e o diâmetro (D), calcula‐se a constante “k” pela Eq. 2 e o ângulo central () pela Eq.
3. Calcula‐se a área molhada (Am) pela Equação 4 e procede‐se ao cálculo da velocidade (V) e da
profundidade com as Equações 5 e 6 respectivamente.
D 2 θ senθ
Am (4)
8
V = Q/Am (5)
h 1 θ
1 cos (6)
D 2 2
Onde:
V = velocidade do escoamento (m/s);
h/D = relação altura lâmina d’água‐diâmetro;
h = profundidade do escoamento (m);
D = diâmetro (m).
Deve‐se ressaltar que a aplicação deste método é válido para o ângulo central ө variando de 0° até
265° (0 a 4,625 radianos), equivalente a uma relação altura‐diâmetro (h/D) de 0,84.
As galerias de águas pluviais consistem em condutos destinados a captar as águas pluviais por
meio das bocas de lobo e ligações privadas e conduzi‐las a um desaguadouro natural como um
córrego ou rio ou a um sistema adequado de disposição provisória ou permanente. Elas são
compostas de tubos de ligação (ramais) e poços de visita.
Os poços de visita são instalados nas mudanças de direção, de declividade, de diâmetro e
servem para a inspeção e limpeza das canalizações. A porção entre dois poços de visita é
denominada trecho. Na Figura 2 tem‐se um esquema geral destes elementos.
Diversos são os critérios e parâmetros adotados para o dimensionamento de uma rede de
águas pluviais, envolvendo grandezas como o tempo de concentração, velocidade mínima e máxima,
tipo de escoamento considerado no cálculo, influência de remanso, dentre outros. Tendo em vista a
diversidade observada, é preciso analisar os critérios e fixá‐los dentro de certas restrições para se
dimensionar as galerias de águas pluviais. Na Tabela 2 tem‐se uma gama de parâmetros e critérios
adotados por autores e instituições, notando‐se a variação de valores quanto à velocidade máxima
"Vmáx", mínima "Vmín", recobrimento mínimo "rm", tempo de concentração inicial "tci", relação
máxima da lâmina de água‐diâmetro adotada "h/D" e o tipo de escoamento sendo uniforme "Unif. "
ou gradualmente variado "Grad. Variado".
a
Valor citado, porém, segundo o autor pode estar superestimado, necessitando ser calculado em caso de dúvida; bFonte: Curso de
Canais, EE‐UFMG, Dep. Engenharia Hidráulica, Edições Engenharia 58/72; c valor não fixado; d valores adotados pela ASCE (1992) –
American Society of Civil Engineers; e Pode‐se adotar até 6m/s se for previsto revestimento adequado para o conduto.
1. INTRODUÇÃO
As barragens de concreto são caracterizadas pela sua forma, dimensões e materiais utilizados
na construção, tais como, o concreto convencional vibrado e o concreto compactado com rolo. Essas
barragens construídas em concreto armado utilizam formas, armação e lançamento de concreto
semelhantes à construção de outras estruturas civis tais como pontes e outras.
As barragens construídas em concreto rolado (ou compactadas a rolo) utilizam concreto com
traço especial (seco), lançado e compactado com os mesmos equipamentos utilizados na construção
de barragens de terra e enrocamento. Exigem fundações e ombreiras em maciços rochosos. Essas
barragens são, em geral, classificadas nos seguintes tipos fundamentais:
a) barragem de concreto gravidade: apresenta forma triangular típica e estabilidade garantida pelo
peso próprio da estrutura.
Uma barragem de rejeito é uma estrutura de terra construída para armazenar resíduos de
mineração, os quais são definidos como a fração estéril produzida pelo beneficiamento de minérios,
em um processo mecânico e/ou químico que divide o mineral bruto em concentrado e rejeito. O
rejeito é um material que não possui maior valor econômico, mas para salvaguardas ambientais deve
ser devidamente armazenado.
As características dos rejeitos variam de acordo com o tipo de mineral e de seu tratamento em
planta (beneficiamento). Podem ser finos, compostos de siltes e argilas, depositados sob forma de
lama, ou formados por materiais não plásticos, (areias) que apresentam granulometria mais grossa e
são denominados rejeitos granulares (Espósito, 2000). Os rejeitos granulares são altamente
permeáveis e contam com uma boa resistência ao cisalhamento, enquanto os rejeitos de
granulometria fina, abaixo de 0.074mm (lamas), apresentam alta plasticidade, alta compressibilidade
e são de difícil sedimentação. De acordo com Chammas (1989) o rejeito em forma de polpa passa
por três etapas de comportamento:
Comportamento de lâmina líquida, com floculação das partículas de menor tamanho.
Em processo de sedimentação, apresentando comportamento semi-líquido e semi-viscoso.
Em processo de adensamento, comportando-se como um solo. É importante mencionar que o
rejeito não é propriamente um solo, mas para fins geotécnicos seu comportamento é considerado
equivalente a de um solo com características de baixa resistência ao cisalhamento.
Deve-se ter a adoção de métodos de alteamento para montante, jusante ou pela linha de
centro, definidos em função da direção de deslocamento do eixo da barragem em relação ao eixo do
dique de partida.
um elemento de vedação). Estas barragens são construídas, via de regra, com materiais oriundos de
áreas de empréstimo, devidamente selecionadas, que são transportados, lançados e compactados,
com equipamentos especiais, sob rigoroso processo de controle executivo.
Possuem comumente um sistema de drenagem interna eficiente (presença de um elemento
drenante) e coeficientes de segurança elevados, tanto para a possibilidade de ocorrência de erosão
interna como para possibilidade de ruptura por cisalhamento (presença de um elemento
estabilizante).
As barragens de terra/enrocamento devem ter sistemas de extravasamento bem
dimensionados que lhes confiram elevados coeficientes de segurança contra a possibilidade de
galgamento. Essas barragens apresentam as seguintes vantagens:
2. PROJETOS DE BARRAGENS
O projeto de uma barragem consiste em uma sequencia de etapas, precedida pelo estudo
geológico, hidrológico da área a ser utilizada para a construção, até a faze de execução do projeto. A
seguir são descitas as fases de Estudos em Projetos de Barragens:
Mapas geológicos;
Estabilidade de taludes naturais;
Condições de fundações;
Materiais de construção disponíveis;
Condicionantes geológico-geotécnicos locais
2.1 DIMENSIONAMENTO
No caso de barragens com dano potencial associado alto e/ou se a entidade fiscalizadora o
determinar, devem ser elaborados os estudos de rompimento de barragem e o Plano de Ação de
Emergência (PAE), e com a definição de sistemas de aviso e previsão de cheias. Várias organizações
vinculadas à segurança de barragens recomendam a PMP para o caso de grandes obras que envolvem
grandes riscos. A PMP pode ser estimada pela fórmula estatística:
Pt = Pm + Dp. Kt (1)
Onde:
S1 = representa a sobre-elevação devida ao espraiamento (m);
= fator que caracteriza a rugosidade da superfície do talude de montante da barragem;
α = ângulo do talude com a horizontal (admite-se inclinação constante do paramento na área
pertinente);
Hs = altura significativa das ondas (média aritmética das alturas do terço das ondas mais altas); e
L = comprimento de onda.
Para estimar a altura significativa das ondas (Hs) existem também fórmulas, tal como (MARTINS,
2002):
HS V (1,23Ft ) (0,5422) (5)
Relativamente à ondulação gerada pelo sismo, a altura da onda (Hs) em metros, pode também ser
estimada pela expressão (CINS, 1968):
sendo:
Kh = coeficiente sísmico horizontal;
T = período predominante do sismo (segundos);
g = aceleração da gravidade (m/s²);
Hmt = a altura máxima de água a montante (m).
Para estimar o volume de água armazenado até a cota mais externa (definida, por exemplo,
pela cota 103 da Figura 7), deve-se primeiro estimar o volume de água armazenado para cada metro
de altura da lâmina de água. O volume contido dentre duas curvas de nível sucessivas pode ser
obtido multiplicando-se a média entre as áreas definidas por cada curva de nível pela alturas entre
elas, ou seja:
A n A n 1
V h (8)
2
Para os dados representados na Figura 7, o volume armazenado é mostrado no Quado 1:
Quadro 1. Determinação do volume armazenado para uma barragem a partir das curvas de
nível às cotas do terreno.
Área definida Área Média Diferença de Volume
Cota da Curva
pela curva (m²) Acumulada (m²) Altura (m) Armazenado (m³)
99,5 0 0 0 0
100 980 490 0,5 245
101 1.680 1.330 1,0 1.330
102 2.048 1.864 1,0 1.864
103 2.720 2.384 1,0 2.384
Total: 5.823
Para a estimativa do volume de terra necessário para a construção de uma barragem ter uma
maior precisão, deve-se divirdir o maciço de terra em pequenos trapézios de volume conhecido. Cada
um deles representará o volume de terra entre duas curvas de nível consecutivas (com 1m de
desnível).
As condições hidrogeológicas do maciço devem ser avaliadas com segurança, através de
ensaios de perda da água, infiltração, bombeamento, instalação de medidores de nível da água,
piezômetros, etc.
Para exemplificar o cálculo, considere uma barragem que foi dividida em 11 trapézios, com
alturas diferentes em função da sua posição. O trapézio número 1 está no centro da barragem, e os
demais à sua direita e esquerda, numerado de 2 a 11, conforme ilustra a Figura 8.
O cálculo do volume de cada trapézio pode ser feito conhecendo-se apenas a altura h e a largura L de
cada um deles, empregando a seguinte fórmula:
5h 2 6h
VT L (9)
2
Esta equação é válida apenas quando o talude de montante tem inclinação 3:1, o de jusante 2:1 e a
largura da crista tiver no máximo 3 m, como mostra o esquema da Figura 9 abaixo:
Número do Volume do
Altura, h (m) Largura, L (m)
Trapézio Trapézio (m³)
1 5,5 3,0 276,4
2 5,0 3,0 232,5
3 5,0 3,0 232,5
4 4,0 2,5 130,0
5 4,0 2,5 130,0
6 3,0 1,5 47,3
7 3,0 1,5 47,3
8 2,0 1,0 16,0
9 1,0 1,0 5,5
Total: 1.117,5
Utilizando-se a equação (9), obtemos o volume para cada trápézio, completando o quadro
acima e obtendo o volume total de maciço de terra.
Para o cálculo do volume total de água, deve-se considerar a relação entre o volume de água
acumulado no lago e o volume de terra empregado na construção, que é deve ser no mínimo de 3:1.
Assim, o volume total de água será:
Vágua = 1.117,5 x 3,0 = 3.352,5 m³ de água.
APLICAÇÃO 2: Cálcular a altura que deverá ter uma barragem, para represar a água de um rio,
para fins de geração de eletricidade, cujo terreno possui um desnível de 2 m e a profundidade da
lâmina d’água é de 5m.
Resposta: como deve haver uma folga de 1,0 m para evitar transbordamentos, acima do nível de
água, teremos: H = Hn + He + f H = 2 + 5 + 1 = 8 m.
A delimitação da bacia hidrográfica, na qual será feito o represamento da água por meio da
construção de uma barragem, deve levar em conta as seguintes etapas:
Etapa 1: deve-se definir o ponto em que será feita a delimitação da bacia, situado na parte mais
baixa do trecho em estudo do curso d’água principal. Para isso, é necessário reforçar a marcação
do curso d’água principal e dos tributários (os quais cruzam as curvas de nível, das mais altas
para as mais baixas, e definem os fundos de vale).
Etapa 2: para definir o limite da bacia hidrográfica, partir da foz e conectar os pontos mais
elevados, tendo por base as curvas de nível e os pontos cotados. O limite da bacia circunda o
curso d’água e tributários, não podendo nunca cruzá-los. Próximo a cada limite marcado, deve-se
verificar se a água da chuva escoará sobre o terreno rumo às partes baixas (cruzando
perpendicularmente as curvas de nível) na direção dos tributários e do curso d’água principal (se
ela correr em outra direção, é porque pertence a outra bacia). É importante observar se dentro da
bacia poderá haver locais com cotas mais altas do que as cotas dos pontos que definem o divisor
de águas da bacia.
a Trb
I(mm/h) (12)
(t c) d
Onde:
Tr = tempo de recorrência ou retorno em anos
t = duração da precipitação em minutos ou horas
a, b, c e d = são parâmetros relativos ao regime pluviométrico local.
A intensidade de uma precipitação varia inversamente com a amplitude do tempo e diretamente com
a sua raridade.
C
Ve
C
A Pe C
Pe
Vp A P
p Pp
(11)
Entretanto, são propostas expressões para o cálculo de C, entre elas destacam-se os seguintes
métodos:
1. Método Racional
CIA
Q (12)
3,6
Onde:
I = intensidade de precipitação (mm/h)
A = área da bacia hidrográfica (km²)
C = coeficiente de escoamento
Q = vazão de pico (m³/s)
C = 0,175.t1/3 (13)
O tempo de concentração de uma bacia corresponde ao tempo necessário para que toda a
área de drenagem passe a contribuir para a vazão da seção estudada. Como não é constante para uma
dada área, e varia com o estado de recobrimento vegetal e a altura e distribuição da chuva sobre a
bacia. Mas, para períodos de recorrência superiores a 10 anos, a influência da vegetação parece ser
desprezível.
Muitas expressões têm sido propostas para o cálculo de t c por pesquisadores que procuram
levar em conta algumas das características físicas da bacia: área; comprimento e declividade do canal
principal; comprimento ao longo do curso principal; desde o centro da bacia até a seção de saída
considerada; rugosidade do canal; etc. O quadro abaixo apresenta alguns dos métodos empíricos para
a determinação do tempo de concentração de uma bacia.
1. Extravasamento por canal lateral com declividade e vertedor com escada de dissipação de
energia;
Figura 10. Croquis de um canal extravasor lateral com declividade moderada construído fora do aterro.
O canal extravasor é dimensionado como um canal qualquer, podendo-se, nesse caso, utilizar a
equação de Manning (15):
1
V R 2/3 I1/2 (15)
n
Em que V é a velocidade da água no canal (m/s). Como a vazão (Q) é igual ao produto da área (A)
pela velocidade (V), tem-se que:
Q=V.A (16)
1
Q A R 2/3 D c
1/2
(17)
n
Onde:
n = coeficiente de rugosidade de Manning;
R = raio hidráulico (m);
Dc = declividade do canal (m/m);
Q = vazão máxima de cheia (m3/s);
A = área molhada (m2);
A
R (18)
P
A equação da área (A) e do perímetro molhado (P) variam de acordo com a geometria do canal. No
caso de canal trapezoidal as equações utilizadas são:
Sendo,
P = perímetro molhado (m);
b = largura da base do canal (m);
h = altura máxima no canal (m); e
z = inclinação dos taludes de acordo com a estabilidade do canal.
2. Extravasamento por canal lateral sem declividade e vertedor com escada de dissipação de
energia
Quando o excesso de água que escoa em canais extravasores deve ser restituídas ao curso
d’água à jusante da barragem em cota muito abaixo daquela do canal extravasor devem ser instaladas
estruturas de dissipação, as quais têm finalidade de reduzir o excesso de energia à níveis compatíveis
e suportáveis pelas condições de montante. A solução de dimensionamento, aqui apresentada segue
recomendação da ELETROBRÁS (1984). O vertedor e a escada de dissipação de energia são
necessários para a proteção do local de restituição das águas vertidas ao rio. Esta proteção deverá ser
realizada por uma soleira afogada ao final do canal, seguida de uma escada de dissipação de energia
construída em alvenaria de pedra argamassada (Figura 11).
Figura 11. Soleira afogada e escada de dissipação de energia a serem construídas junto ao canal
extravasor lateral.
A lâmina máxima de água a verter sobre a soleira pode ser calculada por meio da equação:
2/3
Q
h sol max (20)
1,71 b
Onde:
hsol = altura de água sobre a soleira (m);
Qmax = vazão máxima m3/s;
b = largura do vertedor (m).
A soleira afogada deve ser construída com pedras soltas, para ser permeável à água. O material para
a construção da soleira deve ser determinado, considerando a velocidade média do escoamento sobre
ela.
Q
Vsol max (23)
h sol b
Onde, Vsol é a velocidade média de deslocamento da água (m/s) sobre a parede da soleira,
considerando-se os valores apresentados nas Tabelas 4, 5 e 6.
comprimento de cada degrau seja, no mínimo, o dobro de sua altura. Essa proteção deve acompanhar
a topografia do terreno natural.
A escada deve ter, no mínimo, a mesma largura do canal extravasor, e servir como meio de
proteção do talude da margem do curso d’água contra a erosão. Os degraus da escada devem ser
construídos em alvenaria de pedra ou concreto, podendo ser cogitada a utilização de gabiões.
O canal extravasor de seção trapezoidal deve ser dimensionado com base no tipo e nas
condições do material de que é feito ou com o qual é capeado, na largura determinada para o vertedor
e na vazão que deve comportar. Dependendo do material e de suas condições, pode-se ter diferentes
recomendações de taludes a serem utilizados (Tabela 2) e velocidades de escoamento de água
(Tabelas 4, 5 e 6), para que não ocorram problemas de desbarrancamento ou erosão do leito do canal.
A velocidade máxima de escoamento de água no canal extravasor trapezoidal pode ser obtida pela
equação:
Q max
Vmax (24)
h max b z h 2max
As bocas de entrada e saída do canal deverão estar situadas a uma distância igual a sua largura ou de,
no mínimo, 5 m do maciço da barragem. A Seqüência de procedimentos recomendada no
dimensionamento do canal extravasor é:
Fixar como cota de fundo do canal extravasor a do N.A. normal do reservatório;
Fixar uma inclinação dos taludes que garanta a estabilidade das margens, atendendo aos
valores apresentados na Tabela 2.
Fixar a lâmina de água máxima a ser vertida sobre a soleira do vertedor (valores entre 1.0 a
1,5 m);
Calcular a largura do vertedor que, por sua vez, é idêntica à do canal extravasor;
Calcular a altura máxima de água no canal extravasor, considerando-se que a soleira do
vertedor deva estar a no mínimo 0,5 m do fundo do canal;
Calcular a velocidade máxima admissível no canal extravasor e verificar se o valor não
supera os máximos admissíveis a partir das características do material natural formador do
leito (Tabelas 4, 5 e 6);
Escolher o material que irá capear o vertedor (Tabela 4), com base na velocidade de
escoamento calculada, de forma a minimizar a erosão do leito e das laterais;
Verificar a viabilidade da execução do canal extravasor com a largura necessária calculada.
Caso esta seja muito grande ou as condições topogeológicas não sejam favoráveis à execução
do canal com tal largura, recomenda-se aumentar o valor da lâmina máxima de água (hmax) a
escoar no canal extravasor, até no máximo de 2 m.
A rampa extravasora é muito utilizada como estrutura de dissipação de energia. Esta estrutura
de dissipação é constituída em uma rampa co declividade de 2:1 ou menor, indo de encontro com o
fundo do canal. A Figura 13 representa o escoamento em uma rampa extravasora através do ressalto
hidráulico.
V2
V1 2g Z Y0 0 Y1 (25)
2g
Onde:
Z = desnível geométrico entre o fundo do canal extravasor e a extremidade final da rampa
extravasora (m);
Y0 = altura da água no canal extravasor (m);
V0 = velocidade de escoamento no canal extravasor (m/s);
Y1 = altura da água no final da rampa extravasora (m).
Y
V1 2g Z 0 (26)
2
Do ponto de vista prático, o ressalto hidráulico é um meio útil de dissipar o excesso de energia de
escoamentos supercríticos. Sua maior importância reside no fato de minimizar o potencial erosivo de
escoamentos a jusante de vertedores de barragens, rampas, comportas, etc., reduzindo, rapidamente,
a velocidade para valores incapazes de provocar maiores danos ao canal de jusante. Quando o valor
da profundidade conjugada do ressalto a montante (y1 e Fr1) são conhecidas, y2 é dado por:
y2
y1
2
1 8Fr12 1 (27)
y1
y2
2
1 8Fr22 1 (28)
O número de Froude (Fr) é um adimensional que serve para classificar o tipo de escoamento. É dado
pela relação entre a velocidade de escoamento (v) e a raiz do produto da aceleração da gravidade (g)
e a profundidade corrente (y):
v
Fr (29)
gy
conter o ressalto em todo e seu comprimento, o que constitui em obras dispendiosas. Para aumentar a
dissipação de energia, estabilização do ressalto, e diminuir as dimensões da bacia, com conseqüente
redução de custos, são construídas obras acessórias, tais como blocos amortecedores, blocos de
queda e soleiras. Existem bacias com projetos já desenvolvidos e testados, denominados bacias
USBR. A formação e controle do ressalto também podem ser obtidos por meio de estruturas mais
simples, como é o caso de uso de soleiras, elevação brusca e depressão do fundo do canal.
A 1,55 P h1
1,42
(30)
Onde:
A = área do extravasador (m²);
P = perímetro do círculo maior de diâmetro d (m);
h1 = diferença de nível entre a lâmina d’água e a superfície de entrada da tulipa (m).
(a) (b)
Figura 14. Estravasor com dispositivo em tulipa: (a) esquena de uma tulipa extravasora; (b) barragem em
enchimento com vertedor em tulipa.
Considere o sistema predial da figura. Sabendo que o prédio abriga 1 cinema de 200 m², um
restaurante que serve 500 refeições por dia, 900 m² de lojas, metade delas no térreo, 1 supermercado
de 300 m². Prever 6000 litros para combate de incêndio.
Considere uma residencia que possui 5 moradores. Um dos moradores, deseja que seja feito o projeto
hidráulico, semelhante ao da figura. Assim, ele contratou um engenheiro, que neste caso foi você,
para fazer o dimensionamento da caixa d’água, da canalização, etc. Desta forma:
- Apresente o tipo de material que deverá ser utilizado para o projeto hidráulico;
- Dimensione o reservatório superior (caixa d’água);
- Apresente o cálculo das perdas de carga;
- Descreva o tipo de abastecimento;
O prédio tem 3 andares, sendo 2 apartamentos por pavimento e cada pavimento tem em
média 2,80 metros de altura. O prédio abriga ao todo 27 moradores, e o consume de água por
dia é em média de 110 litros por pessoa.
tanque A para o B, pede-se para avaliar a pressão manométrica da água nas seções 2 e 3 e a potência
requerida pela bomba.
Dimensionar uma Estação de Tratamento de Água que deverá atender a vazão de 50 L/s, sendo 25,77
L/s para a área urbana, e 24,23 L/s para atender futura instalação de uma área industrial cuja adutora
de água bruta ainda será instalada.
Dados gerais
- ETA convencional, utilizando mistura rápida e lenta mecanizada;
- Floculadores e decantadores em uma mesma estrutura;
- As dosagens do sulfato, leite de cal e ácido fluossilícico são por meio de bombas dosadoras;
- Adotar: 20 mg/L de sulfato de alumínio (a partir de ensaio de laboratório)
- Espaços pré-determinados:
- Para a casa de química: 10 x 20 m;
- Para a galeria de filtros: 4 m de largura;
- Distância mínima livre entre estruturas (ETA e reservatórios) e entre estruturas e divisas: 5 m;
Decantadores e floculadores
- Tempo de detenção: 30 min
- Floculadores por decantador: 02
- Tempo de decantação: 3h
- Taxa de aplicação superficial: 30 m³/m² dia
- Relação comprimento/largura = 4
- Densidade de potência dos agitadores (gradiente de velocidade): G = 111 s-1
I = mm/min; t = min
Tr = 2 anos
Duração da chuva = 10min
C (área residencial) = 0,50
Rugosidade Manning n = 0,017
Dimensão da BL → L = 1,00 m
Para construir uma hidrelétrica de médio porte, foi necessário represar a água de um rio que faz parte
de uma bacia hidrográfica na região sudeste no Brasil, através da construção de uma barragem,
conforme a figura abaixo. A precipitação média sobre essa bacia é de 1000 mm/ano e sua a área de
drenagem é de 650 km². Assim, como Engenheiro, avalie a quantidade de água que escoa através da
camada arenosa indicada na barragem da figura, por um período de 24 horas. Considere uma camada
drenante de 1m de largura e o fato dos 10m finais serem constituídos por um material diferente do
lançado no trecho inicial. Com base em experiências anteriores, acredita-se que 30% da perda de
carga total ocorra no trecho a jusante. Determine as distribuições de carga total e de pressão ao longo
da camada drenante.
O acidente em Mariana (MG), em 2015, provocou uma série de impactos negativos no meio
ambiente. O rompimento da barragem de rejeitos de mineração levou lama, por exemplo, aos rios,
afetando diretamente a cadeia alimentar. O diretor de uma mineradora, com o intuito de evitar um
acidente semelhante ao que ocorreu em Marina (MG), contratou uma empresa de engenharia
REFERÊNCIAS
1. COELHO, J. C.M. Energia e Fluidos – Mecânica dos Fluidos. Volume 2. Editora Blucher.
São Paulo, 2016.
2. Exercícios Propostos – Faculdade de Engenharia: Departamento de Estruturas e Fundações.
UERJ -RJ
3. FEHIDRO – Fundo Estadual de Recursos Hídricos – Roteiros Básicos para Termo de
Elaboração de Referência da FEHIDRO. Estação de Tratamento de Água. Março de 2011.
4. ABNT NBR 12209. Elaboração de Projetos Hidráulicos-Sanitários de Estações de
Tratamento de Esgotos Sanitários.
5. BOHN, A. R. Instalação Predial de Água Fria. Universidade Federal de Santa Catarina –
Centro Tecnológico - Departamento de Engenharia Civil.
6. Manual do Empreendedor. Guia para Elaboração de Projetos de Barragens. Agência Nacional
de Água e Ministério do Meio Ambienre. Volume 5. Brasília, 2015.
7. SEIXAS, A.C. Processos de Tratamento de Águas Residuárias. Notas de Aula.
8. FILHO, F. C. M. Menezes; Costa, A. Ribeiro,Sistemática de Cálculo para o
Dimensionamento de Galerias de Águas Pluviais: Uma Abordagem Alternativa. REEC –
Revista Eletrônica de Engenharia Civil. Nº 4, Volume 1, 2012. 12-22.