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Apostila de Instalações Hidráulicas Prediais - Professor: Marcelus Isaac Lemos Gomes, Msc

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS


Escola Politécnica
Engenharia Civil

APOSTILA DE INSTALAÇÕES
HIDRAULICAS PREDIAIS

Marcelus Isaac Lemos Gomes


Engenheiro Civil
Mestre em Engenharia Hidráulica e Saneamento Ambiental

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Apostila de Instalações Hidráulicas Prediais - Professor: Marcelus Isaac Lemos Gomes, Msc

1. Introdução
A presente apostila tem por objetivo descrever as características básicas das seguintes
instalações hidrossanitárias: água fria, esgoto e água pluvial.

O projeto do sistema hidrossanitário visa garantir níveis aceitáveis de higiene,


segurança, funcionalidade, manutenção, economia e conforto dos usuários.

As instalações de água fria deveram ter a capacidade de atender aos usuários mediante
fornecimento contínuo, com pressões e velocidades adequadas para o perfeito
funcionamento dos diversos pontos de utilização.

As instalações de esgoto e de águas pluviais propõem-se a coletar e afastar toda a água


servida e de chuva respectivamente, interligando-as com as redes existentes e/ou
encaminhando-as para local indicado pelas concessionárias locais.

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2. Sistemas prediais de água fria e


água quente (SPAFAQ)

2.1 Termos / documentos

Termos e definições segundo a norma:

 Água fria: água potável à temperatura do ambiente


 Água potável: água que atende ao padrão de potabilidade determinado por
legislação vigente
 Água quente: água potável com temperatura superior à temperatura do
ambiente, aquecida por meio artificial, como por sistemas de aquecimento
 Alimentador predial: tubulação que liga a fonte de abastecimento a um
reservatório de água ou à rede de distribuição predial

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 Aparelho sanitário: componente destinado ao uso da água ou ao recebimento


de dejetos líquidos e sólidos (na maioria das vezes pertencente ao sistema
predial de esgoto sanitário)
 Aquecedor: equipamento ou sistema destinado a aquecer água
 Aquecimento central coletivo: fornecimento de água quente a partir de
aquecedor remoto, instalado a montante de pontos de utilização pertencentes
a mais de uma economia ou unidade
 Aquecimento central privado: fornecimento de água quente a partir de
aquecedor remoto, instalado a montante de pontos de utilização pertencentes
a uma mesma economia ou unidade
 Aquecimento individual: fornecimento de água quente a partir de aquecedor
instalado a jusante do ponto de utilização de água fria que dispensa sistema de
distribuição de água quente
 Barrilete: tubulação da qual derivam as colunas de distribuição
 Coluna de distribuição: tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar
ramais
 Componente: qualquer produto que compõe o SPAFAQ e que cumpre
individualmente uma função específica – EXEMPLOS: Tubos, conexões, válvulas,
reservatórios, isolamento térmico, entre outros
 Condições de exposição: conjunto de ações atuantes sobre componentes dos
SPAFAQ que variam conforme o meio em que se encontram
 Conexão: qualquer componente que combine um ou mais elementos da
tubulação, com ou sem variação diametral, e que tenha como finalidade a união,
interrupção, ramificação ou mudança de direção de tubos, com o mesmo tipo ou
diferentes tipos de juntas, ou o acoplamento de peças de utilização ao sistema;
 Conexão cruzada: qualquer meio que põe em contato a água potável do SPAFAQ
com outra água de qualidade desconhecida ou não potável
 Corrosão: processo de transformação decorrente de reações de natureza
química ou eletroquímica entre um metal e o meio ambiente
 Degradação: redução do desempenho devido à atuação de um ou vários agentes
de deterioração
 Desempenho: comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas
 Desinfecção: operação destinada a reduzir na água a presença de micro-
organismos, patogênicos ou não
 Diâmetro nominal (DN): número que serve para classificar, em dimensões, os
elementos de tubulações
 Misturador: componente que promove a mistura da água quente com a água fria
 Nível de transbordamento: menor cota do plano horizontal que ultrapassa a
borda mais baixa de reservatório ou aparelho sanitário permitindo o
extravasamento de água do seu interior, ou a cota da geratriz inferior interna de
eventual extravasor associado

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 Peça de utilização: componente destinado a permitir a utilização da água e, em


certos casos, ajustar sua vazão e temperatura
 Período de pico de consumo: intervalo de tempo em que ocorre uso intensivo
de aparelhos sanitários
 Ponto de utilização: extremidade do sub-ramal a montante da peça de utilização,
até onde ficam preservadas as características da água para o uso a que se
destina, e a partir do qual a água a jusante passa a ser considerada água servida
 Pressão de ensaio: valor de pressão estática aplicada a uma tubulação a fim de
verificar a sua integridade e estanqueidade
 Pressão de serviço: maior valor de pressão a que um componente pode ficar
submetido em condição de operação normal
 Pressão de trabalho: valor de pressão estática ou dinâmica a que um
componente fica submetido em condição de operação normal
 Pressão dinâmica: carga de pressão ou carga piezométrica (energia de pressão
por unidade de peso de água) atuante em determinada seção de tubulação sob
escoamento, considerada em sua linha de eixo
 Pressão disponível: pressão dinâmica atuante em determinada seção de
tubulação, considerada em sua linha de eixo, depois de descontados ou
adicionados a perda de carga e o desnível geométrico de um valor conhecido de
pressão dinâmica atuante em uma outra seção desta tubulação,
respectivamente, a jusante e a montante
 Pressão estática: carga de pressão ou carga piezométrica (energia de pressão por
unidade de peso de água) atuante em determinada seção de tubulação sob
carga, porém sem escoamento, considerada em sua linha de eixo
 Pressão manométrica: valor de pressão estática ou dinâmica indicada em
manômetro
 Ramal: tubulação derivada da coluna de distribuição ou diretamente de
barrilete, destinada a alimentar sub-ramais
 Ramal predial: tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento
de água e a extremidade a montante do alimentador predial ou da rede predial
de distribuição
 Restritor de vazão: componente instalado na peça de utilização com a finalidade
de provocar perda de carga localizada
 Retrossifonagem: refluxo de água usada, proveniente de um reservatório,
aparelho sanitário ou de qualquer outro recipiente, para o interior de uma
tubulação, pelo fato da sua pressão ser inferior à atmosférica
 Separação atmosférica: meio físico preenchido por ar entre a extremidade de
jusante da peça de utilização ou entre o ponto de suprimento e o nível de
transbordamento do reservatório, aparelho sanitário ou outro componente a ele
associado

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 Sifão térmico: tubulação vertical em forma de “U”, invertido ou não, com a


finalidade de dificultar a transmissão de calor pela água por convecção natural
 Sistema de distribuição: conjunto de tubulações constituído de barriletes,
colunas de distribuição, ramais e sub-ramais, ou de alguns destes elementos,
destinado a levar água aos pontos de utilização
 Sistema de pressurização: conjunto de componentes destinados a pressurizar
parcial ou totalmente o sistema de distribuição
 Sistema de prevenção ao refluxo: conjunto de componentes destinado a impedir
o retorno de água em um SPAFAQ ou deste para a fonte de abastecimento
 Sistema de recalque: conjunto de componentes destinado a bombear a água de
um reservatório inferior para um reservatório superior
 Sistema de recirculação: conjunto de componentes destinado a manter a água
quente em circulação a fim de reduzir a distância entre a disponibilidade de água
quente na rede até o ponto de utilização
 Sistema predial de água fria: conjunto de tubos, reservatórios, peças de
utilização, equipamentos e outros componentes destinado a conduzir água fria
da fonte de abastecimento aos pontos de utilização, mantendo o padrão de
potabilidade
 Sistema predial de água quente: conjunto de tubos, reservatórios, peças de
utilização, equipamentos e outros componentes destinado a produzir,
eventualmente armazenar, e a conduzir água quente da fonte geradora aos
pontos de utilização mantendo o padrão de potabilidade
 Sub-ramal: tubulação que liga o ramal ao ponto de utilização
 Torneira de boia: componente instalado a jusante do alimentador predial em
sistema indireto, destinado a controlar a admissão de água e limitar o máximo
nível operacional do reservatório predial
 Tubo respiro: tubulação destinada a permitir a saída de ar ou vapor de um ponto
propício para a sua segregação em um SPAFAQ
 Tubo ventilador: tubulação que permite ingresso de ar em tubulação de SPAFAQ
em caso de esvaziamento ou em caso de ocorrer pressão inferior à atmosférica
em seu interior e a servir como meio de proteção não localizada contra refluxo
 Tubulação: conjunto de componentes destinados a conduzir água fria e/ou água
quente
 Tubulação aparente: conjunto de componentes dispostos externamente a um
elemento construtivo, desprovido de qualquer cobertura
 Tubulação de aviso de extravasão: tubulação destinada a conduzir parte do
excesso de água para um local visível, servindo de alerta de falha no sistema de
reserva do edifício
 Tubulação de extravasão: conjunto de componentes destinado a escoar o
eventual excesso de água de reservatório quando é superado o nível de
transbordamento

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 Tubulação de limpeza: tubulação destinada ao esvaziamento do reservatório


para permitir sua limpeza e manutenção
 Tubulação de retorno: tubulação que conduz a água quente de volta ao
reservatório ou ao aquecedor
 Tubulação recoberta: tubulação disposta em espaço projetado para tal e que
permite o acesso mediante remoção do cobrimento
 Válvula de segurança à pressão: equipamento destinado a evitar que a pressão
da água ultrapasse determinado valor
 Válvula de segurança à temperatura: equipamento destinado a evitar que a
temperatura da água quente ultrapasse determinado valor
 Válvula redutora de pressão: equipamento que reduz a pressão dinâmica da
água a jusante de determinado trecho do SPAFAQ e que impede a transmissão
da pressão estática de montante para jusante na ausência de escoamento
 Válvula termostática: equipamento com a função de controlar a passagem da
água com base em um parâmetro de temperatura
 Vazão de projeto: valor de vazão de referência para o dimensionamento do
sistema
 Vazão máxima: maior valor admissível de vazão, na saída de um aparelho ou
componente
 Vazão mínima: menor valor admissível de vazão, na saída de um aparelho
sanitário ou componente
 Vida útil do projeto (VUP): período estimado de tempo para o qual um sistema é
projetado a fim de atender aos requisitos de desempenho estabelecidos em
normas e nos seus projetos, considerando o atendimento aos requisitos das
normas aplicáveis, o estágio do conhecimento no momento do projeto e
supondo o atendimento da periodicidade e correta execução dos processos de
manutenção especificados no respectivo manual de uso, operação e
manutenção - NOTA A VUP é uma estimativa teórica de tempo que compõe o
tempo de vida útil (VU). O tempo de VU pode ou não ser atingido em função da
eficiência das manutenções, de alterações no entorno da obra, fatores climáticos
etc. A VUP não pode ser confundida com tempo de vida útil, durabilidade, prazo
de garantia legal ou contratual.
 Zona de pressão: faixa de pavimentos ou grupo de setores da edificação
atendidos diretamente por uma estação redutora de pressão.

Documentação dos sistemas prediais de água fria e água quente:

A documentação do projeto deve contemplar os seguintes elementos:

a) Premissas de cálculo;
b) Critério(s)/método(s) de dimensionamento;

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c) Memorial descritivo;
d) Volume (s) de armazenamento;
e) Pressão (ões) de trabalho;
f) Simultaneidade de uso e vazões de projeto dos pontos de utilização;
g) Fonte (s) de abastecimento de água;
h) Previsão de dispositivos de segurança;
i) Desenhos, detalhes e diagrama vertical, necessários para compreensão;
j) Especificação para operação e controle de componentes elétricos;
k) Especificação e características técnicas de componentes e aparelhos
sanitários;
l) Vida útil do projeto e manutenções necessárias para atingi-la (escopo e
periodicidade).

Manual de operação, uso e manutenção:

O projeto deve trazer subsídios para a elaboração do manual de operação, uso e


manutenção atendendo à ABNT NBR 14037. As informações sobre operação, uso e
manutenção contidas no manual podem incluir:

a) Modelo e características dos equipamentos contidos no SPAFAQ;


b) Descrição do funcionamento do SPAFAQ e seus componentes;
c) Diagrama geral, mostrando componentes do SPAFAQ e suas inter-relações;
d) Procedimentos para partida, desligamento, situações de emergência e
segurança;
e) Quadro sintomático com problemas mais comuns e suas soluções.

O projeto deve trazer subsídios para a elaboração do programa de manutenção


preventiva contido no manual de operação, uso e manutenção conforme a ABNT NBR
5674. Pode informar, especificamente, as atividades de:

a)  Limpeza dos reservatórios;


b) Drenagem e reabastecimento;
c) Verificação periódica dos sistemas hidráulicos e dos sistemas elétricos a eles
relacionados;
d) Verificação periódica dos sistemas de aquecimento e componentes de controle
associados.

Todos os documentos dos SPAFAQ requeridos pelas ABNT NBR 5674 “Manutenção de
edificações – Requisitos para o sistema de gestão de manutenção” e ABNT NBR 14037
“Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações

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– Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos” devem ser mantidos em


posse do responsável legal pela edificação.

Os requisitos sobre os materiais e componentes empregados nos SPAFAQ estão


descritos a seguir:

a) Os materiais e componentes em contato com a água não podem afetar a sua
potabilidade;
b) O desempenho dos materiais e componentes não pode ser comprometido pelas
características da água potável, bem como pela ação do meio onde se acham
inseridos;
c) Os materiais e componentes devem apresentar desempenho adequado às
solicitações a que ficam submetidos quando em uso.

O projeto dos SPAFAQ deve ser feito por profissional habilitado. Nos elementos
constituintes do projeto, em qualquer nível ou etapa do seu desenvolvimento, devem
constar dados de registro do profissional habilitado.

SPAFAQ devem ser projetados de modo que, durante a vida útil de projeto, atendam
aos seguintes requisitos:

a) Preservar a potabilidade da água potável;


b) Assegurar o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade adequada
e com pressões e vazões compatíveis com o funcionamento previsto dos
aparelhos sanitários, peças de utilização e demais componentes e em
temperaturas adequadas ao uso;
c) Considerar acesso para verificação e manutenção;
d) Prover setorização adequada do sistema de distribuição;
e) Evitar níveis de ruído inadequados à ocupação dos ambientes;
f) Proporcionar aos usuários peças de utilização adequadamente localizadas, de
fácil operação;
g) Minimizar a ocorrência de patologias;
h) Considerar a manutenibilidade;
i) Proporcionar o equilíbrio de pressões da água fria e da água quente a montante
de misturadores convencionais, quando empregados.

Interação com a concessionária de água: em locais servidos por rede urbana de


distribuição de água potável, deve ser realizada consulta prévia à concessionária,
visando obter informações sobre as características da oferta de água no local objeto do
projeto, inquirindo sobre eventuais limitações nas vazões disponíveis, regime de
variação de pressões, características da água, constância de abastecimento etc.

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Quando for prevista utilização de água proveniente de poços, deve ser realizada
consulta prévia ao órgão responsável pela gestão local dos recursos hídricos. Neste caso,
deve ser realizada a verificação do atendimento ao padrão de potabilidade.

Se for utilizada na edificação simultaneamente água fornecida pela concessionária e


água de outra fonte de abastecimento, deve haver meio para impedir o refluxo da água
proveniente desta fonte para a rede da concessionária.

As informações devem ser previamente levantadas para o projeto, conforme a seguir:

a) Características do consumo predial (volumes, vazões máximas e médias, perfil


de consumo estimado, entre outras);
b) Características da oferta de água (disponibilidade de vazão, faixa de variação das
pressões, constância do abastecimento, características da água, entre outras);
c) Valores estimados do indicador de consumo em função da tipologia do edifício;
d) Necessidades mínimas de reservação;
e) No caso de captação local de água, as características da água, o nível do lençol
subterrâneo e a avaliação do risco de contaminação, além da vazão de água
potável disponível.

Quando o abastecimento de água potável provier de rede pública de distribuição, as


exigências da concessionária também devem ser obedecidas. Isto se aplica não só
quando do projeto e execução de um novo SPAFAQ, como também nos casos de
modificação ou desativação de um sistema já existente.

O sistema predial de água não potável, quando existir, deve ser totalmente
independente daquele destinado ao uso da água potável. É vedada qualquer
possibilidade de conexão cruzada entre ambos.

O abastecimento pode ser do tipo direto ou indireto, neste caso atendendo o requisito
da concessionária e de legislação aplicável.

Para início da elaboração das instalações prediais de água fria e necessário saber em
qual tipo de alimentação de água fria a sua edificação se encachará, pode ser os
seguintes:

 Direta: vem da rede pública vai até os pontos de utilização, sem reservatório;
 Indireta: vem da rede pública vai ao reservatório é depois até os pontos de
consumo;
 Mista: vem da rede pública vai até os pontos de utilização e também ao
reservatório.

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2.2 Ramal de Abastecimento/Alimentador

O alimentador predial deve-se considerar o valor máximo e o valor mínimo da pressão


da água proveniente da fonte de abastecimento. O alimentador predial deve possuir
resistência mecânica adequada para suportar a pressão máxima e deve possuir
capacidade de vazão suficiente para abastecer o reservatório de consumo, considerando
a pressão mínima. Os componentes do alimentador predial devem apresentar
funcionamento adequado quando submetidos a essas pressões mínima e máxima,
particularmente no tocante à geração de ruídos e vibrações. As pressões mínimas e
máximas, quando provenientes da rede pública de abastecimento de água, são
informadas pela concessionária.

No caso de o alimentador predial ser enterrado, deve-se observar um afastamento


horizontal de qualquer fonte potencialmente poluidora para evitar contaminação.
Quando instalado na mesma vala que aloja tubulações enterradas potencialmente
poluidoras, o alimentador predial deve apresentar sua geratriz inferior externa em cota
acima da geratriz superior externa destas tubulações.

A alimentação é feita por tubulação chamada de ramal predial, esse trecho compreende
o trecho da rede pública até o medidor, ou seja, o hidrômetro. No entanto a para solicita
essa ligação e necessário a solicitação da Análise de Viabilidade Técnica e Operacional –
AVTO, as condições técnicas e operacionais necessárias para que o empreendimento
seja atendido pelos Sistema de Abastecimento de Água (SAA) e/ou Sistema de
Esgotamento Sanitário (SES) existentes, ou ainda, notifica o Empreendedor da
impossibilidade de interligação solicitada, em casos atípicos. Esse trecho e de
responsabilidade da concessionaria local de fornecimento de água e esgoto.

Para a determinação do modelo ou capacidade do hidrômetro ou contador de água é


um instrumento de medição volumétrica de água, são necessários os seguintes
parâmetros:

 População da edificação (Pop)  pode ser determinada


através da NORMA TÉCNICA 11 - Saídas de Emergência no site do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM - GO), no anexo A;
 Consumo per capita de água (q)  pode ser determinada com
auxílio Tabela 1;
 Consumo diário da edificação (CD)  𝑪𝑫 = 𝑷𝒐𝒑. 𝒙 𝐪

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Tabela 1 – Consumo per capita de água – Hélio Creder 1995

Tipo de construção Consumo médio (litros/dia)


Alojamentos provisórios 80 por pessoa
Casas populares ou rurais 120 por pessoa
Residências 150 por pessoa
Apartamentos 200 por pessoa
Hotéis (s/cozinha e s/ lavanderia) 120 por hóspede
Escolas – internatos 150 por pessoa
Escolas – semi internatos 100 por pessoa
Escolas – externatos 50 por pessoa
Quartéis 150 por pessoa
Edifícios públicos ou comerciais 50 por pessoa
Escritórios 50 por pessoa
Cinemas e teatros 2 por lugar
Templos 2 por lugar
Restaurantes e similares 25 por refeição
Garagens 50 por automóvel
Lavanderias 30 por kg de roupa seca
Mercados 5 por m² de área
Matadouros – animais de grande porte 300 por cabeça abatida
Matadouros – animais de pequeno porte 150 por cabeça abatida
Postos de serviço p/ automóveis 150 por veículo
Jardins 1,5 por m²
Orfanato, asilo, berçário 150 por pessoa
Ambulatório 25 por pessoa
Creche 50 por pessoa
Oficina de costura 50 por pessoa

Após determinação do CD vamos para a escolha do hidrômetro (Hid), ver Exemplo


1Erro! Fonte de referência não encontrada., mais adequado para nossa edificação, para
determinar ele e necessário multiplicar consumo diário pelo um de dias de um mês onde
encontraremos o consumo médio mensal pela seguinte equação  (𝑪𝒎𝒆𝒅 =
𝑪𝑫 𝑿 𝒅𝒊𝒂𝒔), com informação da Tabela 2 podemos escolher o mesmo.

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Tabela 2 – Tabela de dimensionamento de hidrômetros –SANEAGO 2021

Sem Caixa D'água Com Caixa D'água Diâmetro Diâmetro


Consumo Médio do do
Mensal (m³/mês) Capacidade do Capacidade do Hidrômetro Hidrômetro
Hidrômetro (m³/h) Hidrômetro (m³/h) (mm) (")
0 - 40 3,00 1,50 20 3/4"
41 -200 3,00 20 3/4"
201 - 335 5,00 20 3/4"
336 - 470 7,00 25 1"
471 - 670 10,00 25 1"
671 -1342 20,00 40 1.1/2"
1343 - 2012 30,00 50 2"
2013 - 10445 - 50 2"
10446 - 18900 - 80 3"
18901 - 30000 - 100 4"
30001 - 60000 - 150 6"
60001 - 144763 - 200 8"

Figura 1 - CAVALETE Ø3/4" P/ HIDRÔMETRO 5m³/h x Ø3/4" – SANEAGO 2021

Após o fluido passar pelo hidrômetro é necessário dimensionada o alimentador predial,


trecho de tubulação que corresponde à saída do hidrômetro até o reservatório inferior
da edificação, é necessário aplicar a Equação da Continuidade, conforme Exemplo 1. Em

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relação à velocidade do fluido o deve permanecer entre a velocidade (V) mínima e


máxima determinado pela concessionária, sendo 0,60 m/s e 1,00 m/s respectivamente,
essa determinação tem com fundamentação a diminuição da perda de carga, para evitar
prejuízo a pressão que chega até a edificação.

Exemplo 1– Consumo diário, hidrômetro e alimentador predial.

Consumo Diário

População fixa 42,00


Estimativa de população fixa (pessoas)

População flutuante 1,00


Estimativa de população flutuante (pessoas)
Consumo predial diário da população fixa
Con. Pred. Diário (fixo) 150,00
(Litros/dia)
Consumo predial diário da população
Con. Pred. Diário (flutuante) 50,00
flutuante (Litros/dia)
Consumo Diário (CD) 6350,00 Consumo diário - CD (Litros/dia)

HIDROMETRO
Consumo Diário (CD) 6,35 Consumo diário (m³/dia)
Dias de mês 30,00 Dias
Consumo Médio Mensal 190,50 m³/mês

ALIMENTADOR PREDIAL (Hid até RI)


Período de Funcionamento 24,00 h
Consumo Diário (CD) 6,35 m³/dia
Velocidade adotada (V) 1,00 m/s (0,6 até 1,0)
Diâmetro Calculado 9,67 mm
Diâmetro Adotado 20,00 mm

Figura 2 – Exemplo de instalação de hidrômetros.

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2.3 Dimensionamentos de Reservatórios

De acordo com NBR 5626, a capacidade dos reservatórios deve ser estabelecida
levando-se em consideração o padrão de consumo de água no edifício e, onde for
possível obter informações, a frequência e duração de interrupções do abastecimento.
O volume de água reservado para uso doméstico deve ser, no mínimo, o necessário para
24 horas, ou seja, dois dias de consumo normal no edifício, sem considerar o volume de
água para combate a incêndio.

Para o volume máximo, a norma recomenda que sejam atendidos dois critérios: garantia
de potabilidade da água nos reservatórios no período de detenção médio em utilização
normal; atendimento à disposição legal ou ao regulamento que estabeleça volume
máximo de reservação. Tendo em vista a intermitência do abastecimento da rede
pública, e na falta de informações, é recomendável dimensionar reservatórios com
capacidade suficiente para dois dias de consumo. Essa capacidade é calculada em função
da população e da natureza da edificação.

O reservatório deve ser opaco ou dotado de meios de proteção contra a incidência de


luz. O reservatório deve permitir a constatação visual e o reparo de vazamentos, e
impossibilitar a contaminação da água potável por qualquer agente externo.

Nos casos em que há reservatórios inferior e superior, a divisão da capacidade de


reservação total deve ser feita de modo a atender às necessidades do SPAFAQ quando
em uso normal, às situações eventuais onde ocorra interrupção do abastecimento de
água da fonte de abastecimento e às situações normais de manutenção.

À exceção das residências unifamiliares isoladas, os demais reservatórios elevados


devem ser divididos em dois ou mais compartimentos para permitir operações de
manutenção sem que haja interrupção na distribuição de água para os pontos de
utilização do edifício. A capacidade do menor dos compartimentos deve ser suficiente
para atender à demanda correspondente ao maior período de pico de consumo do
edifício durante o intervalo de tempo estimado para uma operação normal de
manutenção. Neste caso, cada compartimento deve operar como um reservatório
autônomo, independente do funcionamento dos demais compartimentos, sendo
vedada a condição de operação simultânea exclusiva como vasos comunicantes.

Havendo reservatórios inferior e superior, o reservatório inferior pode ser constituído


de compartimento único sempre que o volume de água destinada a consumo no
reservatório superior superar o volume demandado durante o período de tempo

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estimado para uma operação normal de limpeza do reservatório inferior, ficando, neste
caso, dispensada a necessidade da subdivisão em compartimentos independentes.

Deve ser previsto um registro de fechamento no alimentador predial, a montante e


próximo do reservatório, e na tubulação de recalque, a montante e próximo do
reservatório superior, visando facilitar a operação e manutenção.

Os reservatórios de água fria ou quente devem ser dotados de tubulação de limpeza


para permitir o seu esvaziamento. Na tubulação de limpeza, deve haver um registro de
fechamento em posição de fácil acesso e operação, situado próximo à saída do
reservatório.

O diâmetro interno da tubulação de extravasão deve ser suficiente para escoar o volume
de água em excesso em regime de escoamento livre e impossibilitar o bloqueio pelo
ingresso eventual de partículas porventura flutuantes na superfície líquida da água
armazenada no reservatório.

As extremidades de jusante das tubulações de extravasão e de aviso de extravasão,


quando adotada, devem ser providas de meios que limitem o ingresso de vetores de
doenças de veiculação hídrica ao interior do reservatório, como telas ou malhas de
material resistente às condições de exposição.

Figura 3 - Fonte ABNT NBR 5626:2020 - Sugestão de meio de proteção da extremidade de


tubulação de extravasão.

O reservatório deve ser projetado de forma a garantir sua efetiva operação, verificação
e manutenção, de forma mais simples e econômica possível.

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Exemplo 2 – Dimensionamento dos reservatórios.

RESERVATÓRIOS
Reserva (RE) 6350,00 Dia de reserva (1 dia)
Volume total (CD+RE+RTI) 12,70 m³
Reservatório Inferior (RI) 4,00 m³
Reserva Técnica de Incêndio (RTI) 0,00 m³
Reservatório Superior (RS) 8,70 m³

Figura 4 - Fonte ABNT NBR 5626:2020 - separação atmosférica padronizada constitui o recurso
mais efetivo de prevenção ao refluxo.

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Figura 5 - Fonte ABNT NBR 5626:2020 – Ventilação da coluna de distribuição.

2.4 Sistemas de recalque e de pressurização

Os sistemas de recalque e de pressurização devem possuir no mínimo duas bombas com


funcionamento independente entre si, com vistas a assegurar o abastecimento de água
em caso de falha ou desativação de uma delas para manutenção.

Os sistemas de recalque e de pressurização devem permitir o funcionamento simulado


de qualquer uma das bombas ou dispositivos elevatórios para efeito de teste de
operação.

A fim de evitar a presença de água sem renovação dentro das tubulações e do corpo de
bomba que permaneça inoperante por longos períodos, sob a ótica da preservação da
qualidade sanitária, as bombas do sistema de recalque e as do sistema de pressurização
devem ser projetadas para ter alternância automática entre partidas consecutivas.

Em sistemas de recalque, deve-se utilizar comandos de acionamento e desativação


automáticos, condicionados ao nível de água nos reservatórios. Estes comandos devem
também permitir o acionamento manual para operações de verificação e manutenção.

Exemplo 3 – Sistema de recalque.

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O sistema de pressurização deve ser montado de forma a garantir a continuidade do


abastecimento. Deve ser previsto um desvio (by-pass) com válvula de retenção e sem
válvulas de bloqueio, de forma que o abastecimento por gravidade seja automático na
falha ou parada da bomba para manutenção.

Exemplo 4 – Sistema de pressurização.

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A entrada em funcionamento do sistema de pressurização não pode comprometer o


abastecimento de outras prumadas, especialmente quando o barrilete contar com
filtros instalados antes das derivações.

O sistema de pressurização deve contar com dispositivo(s) capaz(es) de admitir ar na


tubulação quando de seu esvaziamento, de expulsar o ar nas operações de enchimento
e de expulsar bolhas que se formem durante a sua operação normal.

Os reservatórios superiores serão abastecidos pelos reservatórios inferiores através de


um sistema de bombeamento, em que serão empregadas duas bombas para cada
sistema, onde uma funciona como reserva. Para o dimensionamento do sistema e
recomendado o funcionamento do conjunto motor bomba em três períodos de no
máximo 2,0 horas.

Com esse resultado é possível calcular o diâmetro da tubulação de recalque e sucção,


obedecendo a velocidade da água na tubulação estabelecida pela NBR 5626/1998, que
devem ser dimensionadas de modo que em nenhum trecho atinja valores superiores a
3 m/s ou abaixo de 1 m/s, dessa forma para o cálculo adotou-se a velocidade de máxima.

Determinação do modelo da bomba de recalque:

Na determinação do modelo da bomba a ser utilizada é necessário o cálculo altura


manométrica total da tubulação, que é a energia que o sistema requer para transportar
o fluido do reservatório de sucção para o reservatório superior. Para isso foi necessário
primeiramente calcular as perdas de carga real, equivalente da tubulação e desnível,
conforme equação a seguir:

𝑉
𝐻𝑚 = 𝐻𝑠 + 𝐷𝑠 + 𝐻𝑟 + 𝐷𝑟 +
2𝑔
Onde:
Dr = Desnível do Recalque
Ds = Desnível da Sucção
Hm = Altura Manométrica Total
Hs = Perda de carga na Sucção
Hr = Perda de carga no Recalque
V = Velocidade
g = Gravidade

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Exemplo 5 - Conjunto Moto Bomba.

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EXEMPLO:

Determine o diâmetro “comercial” do sistema de recalque em (mm) e a potência do


conjunto motor bomba em (cv). Dados: edifício residencial composto de 18
pavimentos, cada pavimento com 6 apartamentos de dois quatros.

Observação:

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Onde:
J é a perda de carga unitária, em quilopascals por metro (10kpa ~ 1 m.c.a.);
Q é a vazão estimada na seção considerada, em litros por segundo;
d é o diâmetro interno do tubo, em milímetros.

2.5 Sistemas de distribuição

Quando o tipo de abastecimento do sistema de distribuição for direto, devem ser


tomadas precauções para que os seus componentes não fiquem submetidos a pressões
superiores à pressão de serviço.

Os SPAFAQ devem ser concebidos de modo que as intervenções de manutenção sejam


facilitadas. Para possibilitar a manutenção de qualquer parte do sistema de distribuição
deve ser prevista setorização, mediante a previsão de registros de fechamento ou de
dispositivos de idêntica finalidade, particularmente:

 a) no barrilete, posicionado no trecho que alimenta o próprio barrilete; no caso de


abastecimento indireto, posicionado em cada trecho que liga o barrilete ao reservatório;
 b) na coluna de distribuição, posicionado a montante do primeiro ramal;
 c) no ramal, posicionado a montante do primeiro sub-ramal em ao menos um dos
ambientes sanitários da unidade autônoma;
 d) havendo medição individualizada de consumo, a montante do hidrômetro.

O sistema de distribuição deve ser setorizado de forma a permitir a operação e a


manutenção independente de diferentes pavimentos, unidades autônomas ou
economias e atividades-fim.

Quando houver utilização de água fria e água quente, um sistema deve ser protegido
contra o ingresso indevido de água do outro. No caso da instalação de duchas higiênicas,
ou de torneiras com gatilho de ponta (por exemplo, torneiras de cozinha), estas devem
ter válvulas de retenção ou incorporadas ao aparelho ou no ponto de utilização

2.6 Tubulações

As tubulações devem ser projetadas e instaladas tendo em vista as particularidades de


cada tipo de material selecionado, observadas as respectivas normas de produto e de
aplicação.

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As tubulações de distribuição de água fria e quente devem ser projetadas de modo a


minimizar o acúmulo de ar ou vapor em seu interior e a eliminar ar eventualmente
segregado. Onde um trecho com formato de sifão for inevitável, o respectivo ponto de
cota mais elevada a jusante deve ser dotado de meio para eliminar ar ou vapor
segregado.
Os trechos horizontais de tubulações de água fria e quente devem ser projetados de
modo a evitar deformação excessiva. Os espaçamentos entre apoios ou suportes não
podem permitir ondulações e deformações com flechas incompatíveis com as
características dos componentes utilizados, levando em conta o peso da tubulação
preenchida com água.

2.7 Vazões / Velocidades / Pressões

O projeto deve estabelecer e explicitar as vazões consideradas nos pontos de utilização


dos aparelhos sanitários para o dimensionamento do sistema de distribuição, quando
um ou mais pontos de utilização forem considerados em uso.

A vazão a considerar no abastecimento do reservatório deve ser suficiente para a


reposição total do volume destinado ao consumo diário de água em até 6 h. No caso de
residências unifamiliares, o tempo de reposição deve ser de até 3 h.

As tubulações devem ser dimensionadas de modo a limitar a velocidade de escoamento


a valores que evitem a geração e propagação de ruídos em níveis que excedam os
valores descritos na ABNT NBR 10152.

Dependendo do tipo de material especificado, da forma e peculiaridades da instalação,


como o local de instalação, tipo de suportação mecânica etc., deve-se considerar a
necessidade de seu isolamento acústico.

As tubulações devem ser dimensionadas de modo a limitar a velocidade de escoamento


a valores que evitem golpes de aríete com intensidades prejudiciais aos componentes.

NOTA: O dimensionamento da tubulação assumindo um limite máximo de velocidade


média da água de 3 m/s não evita a ocorrência de golpe de aríete, mas limita a
magnitude dos picos de sobrepressão.

A pressão dinâmica mínima da água atuante nos pontos de utilização deve ser aquela
necessária para assegurar a vazão de projeto.

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A pressão dinâmica requerida para o adequado funcionamento da peça de utilização ou


do correspondente aparelho sanitário operando com vazão de projeto pode ser obtida
junto ao respectivo fabricante ou responsável pela colocação do produto no mercado
nacional, ou à especificação técnica do componente. Alternativamente, pode ser obtido
o fator de vazão da peça de utilização ou do aparelho sanitário, se este for constante
para a faixa operacional de vazões prevista, atendendo à relação:

Q = K √P

Onde:
Q é a vazão de projeto da peça de utilização ou aparelho sanitário, expressa em litros
por segundo (L/s);
K é o fator de vazão do aparelho sanitário, expresso em (L.s-1.kPa-0,5);
P em qualquer caso, a pressão dinâmica da água no ponto de utilização não pode ser
inferior a 10 kPa (1 mca).

Em qualquer caso, a pressão dinâmica da água no ponto de utilização não pode ser
inferior a 10 kPa (1 mca).

Em qualquer ponto da rede predial de distribuição, a pressão dinâmica da água não pode
ser inferior a 5 kPa (0,5 mca), excetuados os trechos verticais de tomada d’água nas
saídas de reservatórios elevados para os respectivos barriletes em sistemas indiretos,
em que a pressão dinâmica mínima em cada ponto é dada pelo correspondente desnível
geométrico ao nível d’água de cota mais baixa no reservatório, descontada a perda de
carga até o ponto considerado.

Em qualquer ponto do sistema de distribuição, a pressão dinâmica da água não pode ser
inferior a 5 kPa (0,5 mca), excetuados os trechos verticais de tomada d’água nas saídas
de reservatórios elevados para os respectivos barriletes em sistemas indiretos.

A pressão estática nos pontos de utilização não pode superar 400 kPa (40 mca).

Estações redutoras de pressão que atendem múltiplas unidades condominiais ou


diferentes setores da edificação devem ser dotadas de pelo menos duas válvulas
redutoras, instaladas em paralelo, sendo uma sobressalente.

O dimensionamento de tubulação que abastece válvula redutora de pressão deve


considerar o menor valor da pressão dinâmica atuante a montante dela. Esta deve ser
selecionada de modo a superar a pressão dinâmica desejada à jusante em valor igual ou
superior ao valor do diferencial mínimo especificado para o equipamento.

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2.8 Verificação Vazão / Pressão

Com respeito à vazão e a pressão nos pontos de demanda, observa-se que os pontos de
abastecimento na cobertura terão pressão mínima de 1,00 m.c.a. para o atendimento
das bacias sanitárias com caixa acomplada e visar a garantia do funcionamento regular
dos aparelhos e a pressão máxima de 40,00 m.c.a. onde esse limite visa a proteção da
tubulação contrapressão e golpe de aríete elevados demais.

Figura 6 - Vazão nos pontos de utilização em função do aparelho sanitário e da peça de


utilização (atual norma o fabricante deve definir os valores de pressão e vazão).

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Figura 8 - Pressões dinâmicas e estáticas nos pontos de utilização (atual norma o fabricante
deve definir os valores de pressão e vazão).

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Figura 7- Perda de carga em conexões - Comprimento equivalente para tubo rugoso (tubo de aço-carbono, galvanizado ou não).

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Figura 8 - Perda de carga em conexões - Comprimento equivalente para tubo liso (tubo de plástico, cobreou liga de cobre).

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Figura 9 - Perda de carga em registro de pressão.

Figura 10 - Perda de carga em hidrômetro.

Figura 11 - Valores máximos do coeficiente K da perda de carga

Figura 12 - Valor da vazão máxima (Qmáx.) em hidrômetros.

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Figura 13 – Planilha de cálculo.

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Figura 14 - Rotina para dimensionamento das tubulações.

2.9 Execução

O SPAFAQ deve ser executado em conformidade com o projeto.

Alterações necessárias durante a execução devem ser previamente aprovadas.

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A execução do SPAFAQ deve ser feita sob a supervisão de um profissional habilitado.

A verificação da conformidade da execução com o estabelecido em projeto e nesta


Norma deve ser realizada, registrada e possuir rastreabilidade com o profissional
habilitado responsável pela supervisão da execução do SPAFAQ, conforme a ABNT NBR
15932.

Os componentes e materiais empregados na execução dos SPAFAQ devem ser


verificados e submetidos à inspeção visual antes de sua instalação.

As verificações dos materiais e componentes devem ser registradas.

Os componentes devem ser armazenados, transportados e manuseados de forma a não


comprometer sua integridade, atendendo às respectivas normas, quando existentes. Na
ausência destas ou complementarmente a estas, devem ser atendidas as
recomendações dos respectivos fabricantes.

O ensaio de estanqueidade deve ser realizado de modo a submeter cada seção da


tubulação a uma pressão mínima de 600 kPa (60 mca) ou 1,5 vez a máxima pressão de
trabalho, o que for menor.

O sistema é considerado estanque caso não sejam detectados vazamentos ou queda de


pressão manométrica por um período mínimo de 1 h após a estabilização da pressão.

O ensaio de estanqueidade em tubulações do sistema predial de água quente deve ser


realizado com água com temperatura mínima de 80 °C, antes da aplicação de eventual
isolamento térmico ou acústico ou antes de serem recobertas.

O reservatório é considerado estanque caso não sejam detectados vazamentos ou


extravasamentos durante um período mínimo de 72 h.

Após o término da fase de execução, devem ser elaborados desenhos cadastrais


conforme construído (as built) a partir dos registros de execução realizados pelo
profissional habilitado responsável pela montagem do SPAFAQ.

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2.10 Operação, uso e manutenção

Os procedimentos de manutenção do SPAFAQ devem ser elaborados com base no


projeto, nos desenhos cadastrais conforme construído (as built), nos registros de
execução e nas especificações dos fabricantes dos componentes.

O planejamento da manutenção e a elaboração dos procedimentos correspondentes


devem ser realizados em conformidade com a ABNT NBR 5674.

Os serviços de manutenção devem ser executados por diferentes categorias de


profissionais, conforme ABNT NBR 5674, dependendo da complexidade, do grau de risco
envolvido na atividade em questão e das solicitações impostas aos componentes.

Os componentes do SPAFAQ devem ser periodicamente verificados com frequências


definidas, considerando que a frequência de verificação sistemática depende do
tamanho, tipo e complexidade da instalação e das condições de exposição. A Tabela 3
apresenta periodicidades máximas para diversas atividades. Os valores de periodicidade
podem ser reduzidos depois do início da operação da edificação, em função da
complexidade e características do sistema, e conforme as necessidades e condições
encontradas em campo.

Devem ser definidas as atividades que necessitam de verificações formalizadas com


base na finalidade e complexidade do sistema ou do componente em questão.

As especificações ou instruções dos fabricantes dos componentes do SPAFAQ devem ser


seguidas em todas as etapas de operação, uso e manutenção.

Nas verificações e durante os trabalhos de manutenção, deve haver atenção para os


casos de desperdício ou uso indevido de água.

Reformas procedidas durante a operação do sistema devem ser registradas e aprovadas


por profissional habilitado, além de atender à ABNT NBR 16280.

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Figura 15- Tabela 2 ABNT NBR 5626:2020 - Periodicidades máximas para atividades de
manutenção.

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2.11 Anexos

 Anexo A - ensaio para verificação da proteção contra refluxo.

 Anexo B - proteção contra corrosão ou degradação.

 Anexo C – ruídos e vibrações.

 Anexo D - recomendações para o uso eficiente de energia nos sistemas prediais


de água fria e quente.

 Anexo E - novos materiais, componentes ou tecnologias.

 Anexo F – procedimento de limpeza e desinfecção do sistema de água fria e


quente.

2.12 Bibliografia

CREDER, Hélio. Instalações hidráulicas e sanitárias.6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

ABNT NBR 5626, Sistemas prediais de água fria e água quente — Projeto, execução,
operação e manutenção.

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3. Sistemas prediais de esgoto


sanitário- Projeto e execução

3.1 Introdução

A presente apostila tem por objetivo descrever as características básicas dos


sistemas prediais de esgoto sanitário.

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3.2 Objetivos

O presente documento tem como objetivo definir as diretrizes básicas para


elaboração dos projetos de Esgoto, elaborado tendo por base as Normas vigentes
preconizadas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, as diretrizes básicas
fornecidas pelo projeto arquitetônico, orientação da concessionária local e
especificações dos fabricantes dos materiais a serem utilizados na obra.

3.3 Normas e códigos

A elaboração do projeto é baseada nos parâmetros e faixas de recomendações


para o dimensionamento de unidades componentes de um projeto para um Sistema de
Esgotamento Sanitário das normas da ABNT.
Na elaboração dos projetos e para a execução dos Serviços de Instalações
Hidráulicas e Sanitárias foram observadas as recomendações e procedimentos
conforme normas e códigos aplicáveis ao serviço em pauta, tais como Decretos,
Portarias e Normas Federais, Estaduais e Municipais, inclusive normas de
concessionárias de serviços públicos; e as normas da ABNT, em especial as normas
abaixo relacionadas. Deverão ser obedecidas as seguintes normas:

 NBR 5688 - Sistemas prediais de água pluvial, esgoto sanitário e ventilação;


 NBR 8160/99 - Instalações prediais de esgoto sanitário;
 NBR 9649 – ABNT – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário;
 NBR 9814 – ABNT – Execução de rede coletora de esgoto sanitário –
Procedimento;

As normas e códigos aqui mencionados deverão ser aplicados, em sua última


edição, ao fornecimento de materiais, instalações, testes de desempenho e aceitação
por parte da contratante ou seu representante legal. Em caso de divergências entre as
normas, deverá ser aplicado o procedimento mais rigoroso.

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3.4 Descrição do Sistema de esgoto doméstico

A instalação de esgoto doméstico possui a finalidade de coletar a afastar da


edificação todos os despejos gerados do uso da água para fins higiênicos,
encaminhando-os para um destino adequado. E as instalações de águas pluviais fazem
a interligação com as redes existentes e/ou encaminha para o local indicado pelas
concessionárias locais.
A NBR 8160:1999 descreve que o sistema de esgoto sanitário tem por funções
básicas coletar e conduzir os despejos provenientes do uso adequado dos aparelhos
sanitários a um destino apropriado. O projeto do sistema hidrossanitário visa garantir
níveis aceitáveis de higiene, segurança, funcionalidade, manutenção, economia e
conforto dos usuários.
As instalações de águas pluviais propõem-se a coletar e afastar toda a água
servida e de chuva respectivamente, interligando-as com as redes existentes e/ou
encaminhando-as para local indicado pelas concessionárias locais.
A norma ainda determina que o sistema predial de esgoto sanitário deve ser
separador absoluto em relação ao sistema predial de águas pluviais, ou seja, não deve
existir nenhuma ligação entre os dois sistemas.
De acordo com LIMA (2013), os sistemas de tubulações e peças que constituem
os esgotos sanitários de uma edificação, que compõem essa instalação. Essas
instalações devem ser capazes de:
 Coletar os esgotos das residências;
 Afastar de forma eficiente os dejetos;
 Impedir a contaminação do interior das edificações por gases provenientes do
esgoto;
 Impedir a entrada de insetos, ratos e outros animais;
 Impedir a contaminação da água potável.
Nos projetos de sistemas prediais de esgoto sanitário vamos traçar e
dimensionar as tubulações que vão desde os aparelhos sanitários até o coletor público
de esgoto. O projeto deve permitir: rápido escoamento do esgoto para fora do ambiente
e para fora da edificação não permitindo o seu refluxo; o escoamento deve ser feito por
gravidade devendo possuir uma declividade constante; e não deve permitir que os gases

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da decomposição do esgoto provenientes da fossa ou do coletor público entrem no


ambiente e nas edificações. Os gases ficam impedidos de passarem devido ao feixe
hídrico (camada líquida que impede a passagem dos gases e insetos).

3.5 Esgoto sanitário

3.51 Descrição Geral do Sistema de Esgoto

A ABNT NBR 8160/1999 estabelece exigências e recomendações destinadas à


elaboração de projeto, execução, ensaio e manutenção dos sistemas prediais de esgoto
sanitário, para atenderem às exigências mínimas quanto à higiene, segurança e conforto
dos usuários, tendo em vista a qualidade destes sistemas.
Águas residuais ou servidas geralmente denominada de esgoto são
caracterizadas pelas águas que possuem sua propriedade física e química alteradas após
a utilização nas atividades humanas. Nessa mesma linha a NBR 9648/1986, determina
que esgoto sanitário é o despejo líquido constituído de esgotos doméstico e industrial,
água de infiltração e a contribuição pluvial parasitária, dessa forma, em conformidade
com a norma o esgoto pode ser diferenciado quanto a sua origem, definindo as
categorias:

 Esgoto doméstico: despejo líquido resultante do uso da água para a higiene e


necessidades fisiológicas humanas.
 Esgoto industrial: despejo líquido resultante dos processos industriais,
respeitados os padrões de lançamento estabelecidos.
 Água e infiltração: Toda água, proveniente do subsolo, indesejável ao sistema
separador e que penetra nas canalizações.
 Contribuição pluvial parasitária: Parcela de deflúvio superficial inevitavelmente
absorvida pela rede coletora de esgoto sanitário.

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Nos parâmetros da NBR 8160/1999 o sistema predial de esgoto deve estar


isolado em relação ao sistema predial de águas pluviais, ou seja, não deve existir
nenhuma ligação entre os dois sistemas.
O sistema predial de esgoto sanitário deve ser projetado de modo a:

 Evitar a contaminação da água, de forma a garantir a sua qualidade de consumo,


tanto no interior dos sistemas de suprimento e de equipamentos sanitários,
como nos ambientes receptores;
 Permitir o rápido escoamento da água utilizada e dos despejos introduzidos,
evitando a ocorrência de vazamentos e a formação de depósitos no interior das
tubulações;
 Impedir que os gases provenientes do interior do sistema predial de esgoto
sanitário atinjam áreas de utilização;
 Impossibilitar o acesso de corpos estranhos ao interior do sistema; e) permitir
que os seus componentes sejam facilmente inspecionáveis;
 Impossibilitar o acesso de esgoto ao subsistema de ventilação;
 Permitir a fixação dos aparelhos sanitários somente por dispositivos que
facilitem a sua remoção para eventuais manutenções.

Os esgotos primários serão constituídos pelas tubulações que coletam despejos


de vasos sanitários e mictórios. O ramal oriundo do mictório será lançamento no coletor
primário. Os tubos e conexões serão em PVC rígido. A rede será ventilada de modo a
permitir a troca de ar com a atmosfera, protegendo o fecho hídrico dos desconectores
e encaminhamento dos gases emanados para a o exterior.
Já os esgotos secundários serão constituídos por tubulações que coletam as
águas provenientes dos lavatórios, boxes dos chuveiros e ralos de piso. Sua tubulação
será em PVC rígido e conexões do mesmo material. Antes de sua interligação à rede
primária, os esgotos secundários passarão por caixas sifonadas de diâmetro igual a 150
mm, com saídas de 50 mm ou 75 mm e entradas de 40 mm.

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3.6 Disponibilidade de Rede de Esgoto

3.6.1 Concessionária- Rede Pública De Esgoto

A NBR 9648/1986 sistema de esgoto sanitário é o conjunto de condutos,


instalações, conexões e aparelhos destinados a coletar águas servidas e encaminhar as
para a área externa da edificação. A disposição final do efluente do coletor predial de
um sistema de esgoto sanitário deve ser feita em rede pública de coleta de esgoto
sanitário fornecida pela concessionária competente de modo contínuo e higienicamente
seguro, quando ela existir deve ser realizado por sistema particular de tratamento
equivalente a rede pública. Este último deve ser concebido de acordo com a
normalização brasileira pertinente (NBR 8160/1999).

3.6.2 Instalações de Esgoto Sanitário – Rede Interna

As tubulações de coleta das águas servidas serão encaminhadas para a área


externa do prédio, e posteriormente encaminhadas à rede coletora existente no
logradouro público da concessionária local. Esse mecanismo se divide em três partes:

 Instalação primária de esgoto: Conjunto de tubulações e dispositivos onde têm


acesso gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento.
 Instalação secundária de esgoto: Conjunto de tubulações e dispositivos onde não
têm acesso os gases provenientes do coletor público ou outros dispositivos de
tratamento.
 Ventilação: Tubo ventilador que interliga o desconector, ou ramal de descarga,
ou ramal de esgoto de um ou mais aparelhos sanitários a uma coluna de
ventilação afim de dar escape aos gases provenientes da rede interna do edifício
ou pública e também tem como característica manter a pressão atmosférica
dentro da tubulação, conforme a NBR 8160:1999.

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3.6.3 Descrição do Projeto de Esgoto Sanitário

Antes do início da montagem das tubulações, deverá examinar cuidadosamente


o projeto e verificar a existência de todas as passagens e aberturas nas estruturas. A
montagem deverá ser executada com as dimensões indicadas no desenho e confirmadas
no local da obra.
As maiorias das colunas de esgotamento se encaminharão até o subsolo através do shaft
existente. O esgoto das copas e cozinha deverá ser direcionado até o subsolo, através
de shaft, onde esgotará numa caixa de gordura, seguindo para rede de coleta de esgoto
sanitário, após retenção do flutuante.
As tubulações embutidas em paredes de alvenaria serão fixadas pelo
enchimento do vazio restante nos rasgos com argamassa de cimento e areia. Quando
indicado em projeto, as tubulações, além do referido enchimento, levarão grapas de
ferro redondo, em número e espaçamento adequados, para manter inalterada a posição
do tubo. Não será permitida a concretagem de tubulações dentro de colunas, pilares ou
outros elementos estruturais. As passagens previstas para as tubulações, através de
elementos estruturais, deverão ser executadas antes da concretagem, conforme
indicação no projeto.
As tubulações aéreas serão sempre fixadas nas alvenarias ou estrutura por meio
de braçadeiras ou suportes, conforme detalhes do projeto. Todas as linhas verticais
deverão estar no prumo e as horizontais correrão paralelas às paredes dos prédios,
devendo estar alinhadas e com as inclinações mínimas indicadas no projeto. As
tubulações serão contínuas entre as conexões, sendo os desvios de elementos
estruturais e de outras instalações executadas por conexões. Na medida do possível,
deverão ser evitadas tubulações sobre equipamentos elétricos. As travessias de tubos
em paredes deverão ser feitas, de preferência, perpendicularmente a elas.
Todos os tubos enterrados serão assentados de acordo com o alinhamento,
elevação e com a mínima cobertura possível, conforme indicado no projeto. As
tubulações enterradas poderão ser assentadas sem embasamento, desde que as
condições de resistência e qualidade do terreno o permitam. As tubulações de PVC
deverão ser envolvidas por camada de areia grossa, com espessura mínima de 10 cm,
conforme os detalhes do projeto.

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A rede de esgoto sanitário devem ser obedecer às disposições da NBR 8160/83,


o qual deverá guardar uma distância adequada das redes de água potável, devendo ser
enterradas em profundidade inferior àquelas em, no mínimo, 50 centímetros. As
tubulações têm suas inclinações definidas em projeto, devendo ser executadas em PVC
rígido, tipo ponta e bolsa, com conexões do mesmo material. Toda a rede de esgoto será
ventilada através de tubulações independentes que serão direcionadas para as
coberturas.
Todos os trechos horizontais previstos no sistema de coleta e transporte de
esgoto sanitário devem possibilitar o escoamento dos efluentes por gravidade,
devendo, para isso, apresentar uma declividade constante. Recomendam-se as
seguintes declividades mínimas: 2% para tubulações com diâmetro nominal igual ou
inferior a 75. (NBR 8160:1999).
A ventilação da rede de esgoto utilizará também os shafts até alcançar a
cobertura, onde será usado terminal de ventilação impedido entrada de insetos.
As caixas de inspeção foram lançadas em locais de fácil acesso. Suas localizações
respeitaram o princípio de distância máxima recomendada, mudança nas direções da
rede, posição em função dos diversos pontos de coleta e proximidade das colunas. Em
todos os casos elas propiciam facilidade para limpeza, bem como investigação de
eventuais entupimentos e sua desobstrução. A caixa de gordura será de alvenaria ou
concreto do tipo simples.

3.6.4 Dimensionamento da Rede de Esgoto Sanitário

O dimensionamento dos tubos de queda (tubulação vertical que recebe efluente


de subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga), coletores, subcoletores,
ramais de ventilações (tubulação que liga o esgoto primário à coluna de ventilação),
foram dimensionados segundo a NBR 8160/1999, tomando como base de cálculo a
soma das Unidades Hunter de Contribuição (UHC).As caixas de passagem e a caixa de
gordura foram dimensionadas de acordo com a mesma norma, devendo ser dotadas de
tampa de ferro, com a inscrição “Esgoto”.

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3.6.5 Especificação de Materiais

As caixas sifonadas das redes de esgoto sanitário serão em PVC rígido de


diâmetro igual a 150 mm, com saídas em 75mm ou 50mm e entradas em 40 mm,
conforme indicado nos projetos. Serão herméticas quando receberem contribuição de
mictórios. Os ralos secos utilizados serão também em PVC rígido, de diâmetro igual a
100mm e saída de 40mm, sendo o esgoto por eles coletados encaminhados a uma caixa
sifonada.
Os tubos serão em PVC rígidos fabricados de acordo com a NBR 5688/ABNT. As
colunas utilizarão tubos tipo ponta e bolsa predispostos para receberem juntas elásticas.
Na instalação de recalque foi prevista a utilização de tubulações de ferro fundido.
As conexões serão em PVC rígidos com as mesmas características dos tubos
quanto a normalização e fabricantes.
As caixas sifonadas e ralo serão em PVC rígido guardando as mesmas
recomendações observadas nos tubos e conexões.
Os ramais de descargas são caracterizados pelas tubulações e conexões que
saem dos aparelhos de utilização até a caixa sifonada. São tubulações que recebem
diretamente efluentes de aparelhos sanitários, com exceção de mictórios e bacias
sanitárias.
Os ramais de esgotos são tubulações primárias que recebemos efluentes dos
ramais de descarga diretamente ou a partir de um desconector. Onde são encaminhados
para o subcoletor.
O desconector é um dispositivo provido de fecho hídrico,destinado a vedar a
passagem de gases no sentido oposto ao deslocamento do esgoto.

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3.7 Dimensionamento da Rede de Esgoto Sanitário

3.7.1 Dimensionamento das tubulações

As tubulações do subsistema de coleta e transporte de esgoto sanitário podem


ser dimensionadas pelo método hidráulico, apresentado no anexo B, ou pelo método
das unidades de Hunter de contribuição (UHC), apresentado em 5.1.2 a 5.1.4, devendo,
em qualquer um dos casos, serem respeitados os diâmetros nominais mínimos dos
ramais de descarga indicados na tabela 3.
Para os ramais de descarga e de esgoto devem ser adotados no mínimo os
diâmetros apresentados na tabela 3 da NBR8160: 1999 (Tabela 1 abaixo). Já os aparelhos
que não estão relacionados na tabela, devem ser estimados as UHC correspondentes e
o dimensionamento deve ser feito com os valores indicados na tabela 4 da NBR
8160:1999 (Tabela 2 a seguir).

Tabela 1 – Unidades de Hunter de contribuição dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal mínimo
dos ramais de descarga – Tabela 3 da NBR 8160.

Fonte: NBR 8160, 1999.

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Tabela 2 – Unidades de Hunter de contribuição para aparelhos não relacionados na tabela 3 da NBR
8160 – Tabela 4 da NBR 8160.

Fonte: NBR 8160, 1999.

Todos os trechos horizontais previstos no sistema de coleta e transporte de


esgoto sanitário devem possibilitar o escoamento dos efluentes por gravidade,
devendo, para isso, apresentar uma declividade constante.
Recomendam-se as seguintes declividades mínimas:
a) 2% para tubulações com diâmetro nominal igualou inferior a 75; e
b) 1% para tubulações com diâmetro nominal igualou superior a 100.
Os ramais de descarga provenientes das bacias sanitárias ou pias de despejo
serão sempre canalizações primárias. Os ramais provenientes dos mictórios só poderão
ser ligados a ralos ou caixa sifonadas com tampa cega de material não seja deteriorado
pela urina.

Tabela 3 – Dimensionamento de ramais de esgoto – Tabela 5 da NBR 8160.

Fonte: NBR 8160, 1999.

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3.7.2 Coletor predial e subcoletores

Subcoletor é uma tubulação que recebe efluentes de um ou mais de queda ou


ramais de esgoto ou de descarga e conduz a um tubo de queda ou coletor predial

Tabela 4 – Dimensionamento de coletores e coletor predial – Tabela 7 da NBR 8160.

Fonte: NBR 8160, 1999.

3.7.3 Tubos de queda

Por definição da NBR 8160/1999 recebe efluentes de subcoletores, ramais de


esgoto e ramais de descarga.
É a tubulação vertical que conduz o esgoto dos diversos pavimentos até os
subcoletores situados no teto do subsolo ou no terreno.
Quando a edificação possui mais que 8 pavimentos recomenda-se utilizar
material de maior resistência ao impacto.
Os tubos de queda devem, sempre que possível, ser instalados em um único
alinhamento. Quando necessários, os desvios devem ser feitos com peças formando
ângulo central igual ou inferior a 90°, de preferência com curvas de raio longo ou duas
curvas de 45°.
Para os edifícios de dois ou mais andares, nos tubos de queda que recebam
efluentes de aparelhos sanitários tais como pias, tanques, máquinas de lavar e outros
similares, onde são utilizados detergentes que provo quem a formação de espuma,

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devem ser adotadas soluções no sentido de evitar o retorno de espuma para os


ambientes sanitários, tais como:
a) Não efetuar ligações de tubulações de esgoto ou de ventilação nas regiões de
ocorrência de sobre pressão.
b) Efetuar o desvio do tubo de queda para a horizontal com dispositivos que
atenuem a sobre pressão, ou seja, curva de 90° de raio longo ou duas curvas de
45°; ou
c) Instalar dispositivos com a finalidade de evitar o retorno de espuma.
Devem ser previstos tubos de queda especiais para pias de cozinha e máquinas
de lavar louças, providos de ventilação primária, os quais devem descarregar em uma
caixa de gordura coletiva.

Tabela 5 – Dimensionamento de tubos de queda – Tabela 6 da NBR 8160.

Fonte: NBR 8160, 1999.

3.7.4 Desconectores

Os desconectores devem atender aos seguintes requisitos:


I. Ter fecho hídrico com altura mínima de 0,05 m;
II. Apresentar orifício de saída com diâmetro igual ou superior ao do ramal de
descarga a ele conectado.

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As caixas sifonadas que coletam despejos de mictórios devem ter tampas cegas
e não podem receber contribuições de outros aparelhos sanitários, mesmo providos de
desconector próprio
As caixas sifonadas devem ter as seguintes características mínimas:
a. Ser de DN 100, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o limite
de 6 UHC;
b. Ser de DN 125, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o limite
de 10 UHC; e
c. Ser de DN 150, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o limite
de 15 UHC.
No caso das caixas sifonadas especiais, o fecho hídrico deve ter altura mínima de
0,20 m; as mesmas devem ser fechadas hermeticamente com tampa facilmente
removível e o orifício de saída deve ter o diâmetro nominal, de no mínimo 75.

3.7.5 Ventilação

A ventilação da rede de esgoto utilizará também os shafts até alcançar a


cobertura, onde será usado terminal de ventilação impedido entrada de incestos.
Devem ser adotados os seguintes critérios para o dimensionamento do sistema
de ventilação secundária:
a) Ramal de ventilação: diâmetro nominal não inferior aos limites determinados na
tabela 8 da NBR 8160/1999;
b) Tubo ventilador de circuito: diâmetro nominal não inferior aos limites
determinados na tabela 2 da NBR 8160/1999
c) Tubo ventilador complementar: diâmetro nominal não inferior à metade do
diâmetro do ramal de esgoto a que estiver ligado;
d) Coluna de ventilação: diâmetro nominal de acordo com as indicações da tabela
2 da NBR 8160/1999. Inclui-se no comprimento da coluna de ventilação, o trecho
do tubo ventilador primário entre o ponto de inserção da coluna e a extremidade
aberta do tubo ventilador;
e) Barrilete de ventilação: diâmetro nominal de cada trecho de acordo com a tabela
2 da NBR 8160/1999, sendo que o número de UHC de cada trecho é a soma das

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unidades de todos os tubos de queda servidos pelo trecho, e o comprimento a


considerar é o mais extenso, da base da coluna de ventilação mais distante da
extremidade aberta do barrilete, até essa extremidade;
f) Tubo ventilador de alívio: diâmetro nominal igual ao diâmetro nominal da coluna
de ventilação a que estiver ligado.

Tabela 6 – Dimensionamento de ramais de ventilação.

Fonte: NBR 8160, 1999.

Tabela 7 – Dimensionamento de colunas e barriletes de ventilação.

Fonte: NBR 8160, 1999.

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3.7.6 Caixas de Gordura

As caixas de gordura são dimensionadas em função do número de cozinhas por


elas atendidas. Desta forma, assim procede-se:
a. Para a coleta de apenas uma pia de cozinha pode ser usada a caixa de gordura
pequena; -
b. Para a coleta de uma ou mais cozinhas deve ser usada, pelo menos, a caixa de
gordura simples;
c. Para a coleta de duas a doze cozinhas deve ser usada, pelo menos, a caixa de
gordura dupla;
d. Para a coleta de mais de doze cozinhas, ou ainda, para cozinhas de restaurantes,
escolas, hospitais, quartéis, etc. devem ser previstas caixas de gordura especiais.

Tabela 8 – Tipologia das caixas de gordura em função das dimensões característica.

Fonte: Dados conforme a NBR 8160, 1999

Com relação à caixa de gordura especial (CGE), prismática de base retangular, as


seguintes características devem ainda ser apresentadas:
I. O volume da câmara de retenção de gordura obtido pela fórmula:

V = 2N + 20

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Onde:
N - Número de pessoas servidas pelas cozinhas que contribuem para a caixa de
gordura
V - Volume em litros

 A altura molhada deve ser de 0,60 m;


 A distância mínima entre o septo e a saída deve ser de 0,20 m.

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3.8 Informações complementares – esgoto primário e


secundário croqui.

3.9 Informações complementares – imagem esgoto


primário e secundário croqui.

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3.10 Informações complementares – imagem esgoto


primário e secundário croqui.

3.11 Informações complementares – detalhes ambientes

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4. Instalações prediais de águas


pluviais

4.1 Descrição Geral do Sistema de Águas Pluviais

As instalações prediais de águas pluviais seguem as preconizações da norma NBR


10844 (ABNT, 1989) – Instalações Prediais de Águas Pluviais.
Os objetivos específicos que se pretende atingir com o projeto de instalações de
águas pluviais são os seguintes:

1. Permitir recolher e conduzir as águas da chuva até um local adequado e


permitido;

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2. Conseguir uma instalação perfeitamente estanque;


3. Permitir facilmente a limpeza e desobstrução da instalação;
4. Permitir a absorção de choques mecânicos;
5. Permitir a absorção das variações dimensionais causadas por variações térmicas
bruscas;
6. Ser resistente às intempéries e à agressividade do meio (ex, maresia da orla
marítima);
7. Escoar a água sem provocar ruídos excessivos;
8. Resistir aos esforços mecânicos atuantes na tubulação;
9. Garantir indeformabilidade através de uma boa fixação da tubulação.

Segundo CREDER (2006), os códigos de obras dos municípios, em geral, proíbem


o caimento livre da água dos telhados dos prédios de mais de um pavimento, bem como
o caimento em terrenos dos vizinhos. Tal água deve ser conduzida aos condutores de
águas pluviais, ligados à caixa de areia no térreo; daí, podendo ser lançada aos coletores
públicos de águas pluviais.
Conforme a NBR10844, os seguintes materiais podem ser utilizados para coleta
e condução de águas pluviais:
 Calha: Aço galvanizado, folhas de flandres, cobre, aço inoxidável, alumínio,
fibrocimento, pvc rígido, fíbra de vidro, concreto ou alvenaria.
 Condutor Vertical: Ferro fundido, fibrocimento, pvc rígido, aço galvanizado,
cobre, chapas de aço galvanizado, folhas de flandres, chapas de cobre, aço
inoxidável, alumínio ou fibra de vidro.
 Condutor Horizontal: Ferro fundido, fibrocimento, pvc rígido, aço galvanizado,
cerâmica vidrada, concreto, cobre, canais de concreto ou alvenaria.
As canalizações enterradas devem ser assentadas em terrenos resistentes ou
sobre base apropriada, livre de detritos ou materiais pontiagudos. O recobrimento
mínimo deve ser de 30cm. Caso não seja possível executar esse recobrimento mínimo
de 30cm, ou onde a canalização estiver sujeita a carga de rodas, fortes compressões ou
ainda, situada em área edificada, deverá existir uma proteção adequada com uso de
lajes ou canaletas que impeçam a ação desses esforços sobre a canalização.

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Calhas são dispositivos que captam as águas diretamente dos telhados


impedindo que estas caiam livremente causando danos nas áreas circunvizinhas,
principalmente quando a edificação é bastante alta. Possuem formato V, U, Semi-
Circular, Quadrada e Retangular.
Diversos tipos de calhas podem ser instalados, seguem alguns:

Figura 1 – Dimensionamento Tipos de calhas.

Fonte: NBR 10844, 1989.

4.2 Raio Hidráulico

É um dos termos mais adotados, que significa a área molhada (área ocupada pelo
líquido, na seção transversal da calha ou condutor – m²) sobre o perímetro molhado
(linha que limita a seção molhada junto às paredes da calha ou condutor – m).

4.3 Intensidade Pluviométrica (I)

A determinação da intensidade pluviométrica “I”, para fins de projeto, deve ser


feita a partir da fixação de valores adequados para a duração de precipitação e o período
de retorno. Tomam-se como base dados pluviométricos locais, sendo que no projeto
utilizou-se a intensidade pluviométrica de Goiânia, que é próximo a Jataí, conforme
tabela da norma NBR 10844/89.

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Tabela 10 – Chuvas intensas no Brasil – Anexo 5 da NBR10844/89.

Fonte: NBR 10844, 1989.

O período de retorno deve ser fixado segundo as características da área a ser


drenada, obedecendo ao estabelecido a seguir:

 T = 1 ano, para áreas pavimentadas, onde empoçamentos possam ser tolerados;

 T = 5 anos, para coberturas e/ou terraços;

 T = 25 anos, para coberturas e áreas onde empoçamento ou extravasamento não


possa ser tolerado.
A duração de precipitação deve ser fixada em t = 5min.
Para construção até 100m² de área de projeção horizontal, salvo casos especiais,
pode-se adotar: I = 150mm/h.

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4.4 Área de Contribuição

No cálculo da área de contribuição, devem-se considerar os incrementos devidos


à inclinação da cobertura e às paredes que interceptem água de chuva que também
deva ser drenada pela cobertura

Figura 2 – Indicações para cálculos da área de contribuição – Figura 2 da NBR10844/89.

Fonte: NBR 10844, 1989.

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4.5 Vazão de projeto

A vazão de projeto deve ser calculada pela fórmula:

C. I. A
𝑄=
60

Onde:
Q = Vazão de projeto, em L/min
I = intensidade pluviométrica, em mm/h
A = área de contribuição, em m²
C = Coeficiente de escoamento superficial

Figura 3 – Coeficientes multiplicativos da vazão de projeto.

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4.6 Dimensionamento das calhas

Sempre que possível, as calhas de beiral e platibanda devem ser fixadas


centralmente sob a extremidade da cobertura e o mais próximo desta. Sua inclinação
deve ser uniforme, com valor mínimo de 0,5%.
Quando a saída não estiver colocada em uma das extremidades, a vazão de
projeto para o dimensionamento das calhas de beiral ou platibanda deve ser aquela
correspondente à maior das áreas de contribuição.
Quando não se pode tolerar nenhum transbordamento ao longo da calha,
extravasores podem ser previstos como medida adicional de segurança. Nestes casos,
eles devem descarregar em locais adequados.
Em calhas de beiral ou platibanda, quando a saída estiver a menos de 4m de
uma mudança de direção, a Vazão de projeto deve ser multiplicada pelos coeficientes
da tabela a seguir:

Tabela 11 – Coeficientes multiplicativos da vazão de projeto.

Fonte: NBR 10844, 1989.

O dimensionamento das calhas e coletores horizontais conforme tabela 12, deve


ser feito através da fórmula de Manning-Strickler:

Onde:
Q = Vazão de projeto, em L/min
S = área da seção molhada, em m2
n = coeficiente de rugosidade (Tabela 13 a seguir)

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R = raio hidráulico, em m
P = perímetro molhado, em m
i = declividade da calha, em m/m
K = 60.000

Tabela 12 – Capacidade de coletores circulares.

Tabela 13 – Coeficientes de rugosidade.

Fonte: NBR 10844, 1989.

Para o caso de calhas semicirculares, obtém-se as capacidades de calhas


semicirculares, usando o coeficiente n = 0,011 para valores de algumas declividades. Os
valores foram calculados utilizando a fórmula de Manning-Strickler, com lâmina de água
igual à metade do diâmetro interno. Abaixo segue a tabela com essas capacidades:

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Tabela 14 – Capacidade de calhas semicirculares.

Fonte: NBR 10844, 1989.

4.7 Condutores verticais

Tubulação vertical destinada a recolher águas de calhas, coberturas, terraços e


similares e conduzi-las até a parte inferior do edifício. O dimensionamento dos
condutores verticais foi feito a partir da equação a baixo.

/ /
𝑄 = 0,019 ∗ 𝑇𝑜 ∗𝐷
Onde:
Q = Vazão do tubulação vertical, em L/min;
To = Capacidade máxima do fluido na tubulação vertical, (25% a 30%);
D = Diâmetro, em mm.

Figura 4 – Tubos de saída de água pluvial.

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4.8 Caixas de retenção


Conforme L.C.nº 246/2013, artigo 128 , adotar os seguintes critérios para
dimensionamento do sistema de retenção e/ou infiltração de águas pluviais:
Para cada 200,00 m² de terreno impermeabilizado, 1,00m³ de caixa de recarga
ou retenção, com profundidade máxima de 2,60m;
Superfície mínima de 1,00 m² de caixa;
Profundidade máxima de 2,60m.

Figura 4 – Tubos de saída de água pluvial.

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Exemplo:
Verifique a capacidade da calha proposta no projeto em questão (l/mim).
Determine os números de extravasores de 75mm para calha do projeto.
Determine a vazão (m³/h) que sai na rua PUC.
Determine a quantidade de tubos entre a CA07 até RUA.

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4.9 informações complementares – planta de


cobertura.

4.10 informações complementares – corte da


cobertura.

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REFERENCIAS

CREDER, Hélio. Instalações hidráulicas e sanitárias.6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006; 423
p.

LIMA, Maria Cleide Oliveira. Instalações Prediais – Esgotos Sanitários – Introdução.


Disponível em: <http://docente.ifrn.edu.br/cleideoliveira/disciplinas/instalacoes-
hidrossanitarias/esgoto-sanitario-introducao/aulas-de-esgoto/esgoto-sanitario-
introducao>. Acesso em: <04 dez. 2019> às <14:50>.

____ NBR 5688, Sistemas prediais de água pluvial, esgoto sanitário e ventilação:
ABNT:2010.

____ NBR 8160, Instalações prediais de esgoto sanitário. Rio de Janeiro: ABNT:1999.

____ NBR 9648, Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário. Rio de Janeiro:
ABNT: 1986.

____ NBR 9649, Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário. Rio de Janeiro:
ABNT:1986.

____ NBR 9814, Execução de rede coletora de esgoto sanitário - Procedimento. Rio de
Janeiro: ABNT:1987.

____ NBR 10844, Instalações prediais de águas pluviais. Rio de Janeiro: ABNT:1989.

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NORMAS DE UTILIZAÇÃO DO LABORATÓRIO

 O laboratório de informática é exclusivamente para uso pedagógico: aulas,


pesquisas e trabalhos escolares;
 Na ausência do professor de informática educacional, é proibida a permanência
de aluno no laboratório;
 É proibida a entrada com comida ou bebida;
 Ao término de cada aula, deixar o laboratório em ordem;
 Deixar as cadeiras encostadas na mesa com o teclado e mouse no lugar;
 Falar em voz baixa durante a permanência no laboratório;
 Não entrar no laboratório enquanto outra turma estiver em aula;
 Não instalar softwares nos computadores, sem autorização prévia do professor;
 Os alunos são terminantemente proibidos de acessar sites de jogos ou outros
que não sejam para fins pedagógicos;
 Respeite o horário de funcionamento do laboratório (conforme comunicado
anexado à porta). Programe-se para fazer seus trabalhos com antecedência e/ou
no tempo determinado;
 Lave suas mãos com frequência. Use sabão e água ou álcool em gel.
 Mantenha uma distância segura de pessoas.
 Use máscara quando não for possível manter o distanciamento físico.
 Não toque nos olhos, no nariz ou na boca.
 Cubra seu nariz e boca com o braço dobrado ou um lenço ao tossir ou expirar.
 Fique em casa se você se sentir indisposto.
 Procure atendimento médico se tiver febre, tosse e dificuldade para respirar.
 Conserve os móveis e equipamentos do laboratório: cadeira, mesa, computador,
mouse, etc.

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Avaliação
Serão realizadas 05 (cinco) avaliações no decorrer do curso, que
consistirão de 03 (três) provas escritas "P1, P2-1 e P2-2", 02 (dois)
trabalhos "T1 e T2" e avaliação institucional "AI".

Para ser aprovado, o aluno deverá obter uma média final de no


mínimo 6,00 (seis).

Composição da Notas

N1 = 0,4*P1 + 0,6*T1

RN2 = 0,4*P2 + 0,6*T2

N2 = 0,9*RN2 + AI

MF = 0,4*N1 + 0,6*N2 >= 6,0

Frequência mínima para aprovação: 75% de aulas.

Não haverá prova substitutiva a não ser nos casos autorizados pelo
Departamento médico da PUC-GO.

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“O único e exclusivo problema de perder uma


oportunidade, é ter que conviver com a crueldade de
não ter uma segunda chance. Então, não perca, fale,
faça e seja feliz hoje pois, amanhã poderá ser tarde
demais.” Silvia Russo

Obrigado pela atenção!!! Muito obrigado!!!

Professor: Marcelus Isaac Lemos Gomes, Msc


E-mail: marcelus@ufg.br
Fone: (62) 98275-1600

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