A Conferência Eco-92 (Rio-92) foi a primeira Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro entre os dias 3 e 14 de junho de 1992. Chamada também de Cúpula da Terra, a convenção reuniu chefes de Estado e representantes de 179 países, organismos internacionais, milhares de organizações não governamentais e contou também com a participação direta da população. A Conferência teve desdobramentos importantes dos pontos de vista científico, diplomático, político e na área ambiental, além de ceder espaço a debates e contribuições para o modelo de desenvolvimento ambientalmente sustentável. A conferência ECO-92 teve como principais objetivos a reafirmação dos pontos levantados pela Declaração de Estocolmo, um dos documentos produzidos pela primeira conferência da ONU realizada em 1972, e o estabelecimento de estratégias e planos de cooperação internacional para a garantia de um processo de desenvolvimento socioeconômico em harmonia com o meio ambiente de forma a reduzir os impactos danosos da ação humana sobre a natureza, assegurando a manutenção dos recursos naturais para as gerações presentes e futuras.
Os países reconheceram o conceito de desenvolvimento
sustentável e começaram a moldar ações com o objetivo de proteger o meio ambiente e reconhecer que as responsabilidades pela preservação do meio ambiente, pela construção de um convívio equilibrado com o planeta e pela criação de práticas sustentáveis são essenciais.
Dos esforços de duas décadas de trabalhos da ONU sobre o
assunto nasceram na Rio-92 duas convenções: uma sobre biodiversidade e outra sobre mudanças climáticas.
Assim, foi acordado que os países em desenvolvimento receberiam
apoio financeiro e tecnológico para alcançarem modelos de desenvolvimento sustentáveis.
A partir do principal documento do encontro, a Agenda 21, foram
estabelecidas algumas políticas e ações de responsabilidade ambiental. Nesse documento houve uma preocupação direta em abordar os padrões de desenvolvimento que causam danos ao meio ambiente que precisavam ser combatidos. A agenda ainda incentivou que o papel desempenhado por grandes grupos como mulheres, organizações sindicais, agricultores, crianças e jovens, povos indígenas, comunidade científica, autoridades locais, empresas, indústrias e ONGs fossem fortalecidos e respeitados para alcançar o desenvolvimento sustentável.
Principais Resultados
O documento da Agenda 21, um roteiro para países, estados e
cidades de como crescer e ao mesmo tempo resolver problemas ambientais e sociais; a criação da Convenção do Clima e da Convenção para a Biodiversidade, além do embrião da Convenção de Combate à Desertificação.
Importância da Eco-92
Foi a partir daí que a comunidade política internacional admitiu que
era preciso conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a utilização dos recursos da natureza. Inúmeras propostas passaram a ser discutidas para que o progresso e o desenvolvimento acontecessem em harmonia com a natureza, garantindo a qualidade de vida tanto para a geração atual quanto para as futuras no planeta.
Pode-se dizer que foi somente na Rio-92 que o assunto sobre a
união entre meio ambiente e desenvolvimento realmente avançou. Afinal, os chefes de governo e comissões diplomáticas assumiram o compromisso de que temos de juntar os componentes econômicos, ambientais e sociais ao debate e considerá-los como essenciais a agenda de todos os países, pois se isso não for feito, não há como se garantir a sustentabilidade do desenvolvimento.
A sua importância também possui relação com a criação da
Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS) que é vinculada ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc). A CDS tem como finalidade, além de cooperar com os países para que sejam atingidos os objetivos da Rio-92, a responsabilidade pela organização das conferências da ONU que se realizaram desde então. Por fim, mesmo que conferência não tenha estipulado prazos para a concretização das metas discutidas, a participação das ONGs, associações de moradores, sindicatos na cobrança de atitudes e posturas por parte dos governantes foi um grande legado para as convenções seguintes.