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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Licenciatura em Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos, 4º ano

Politicas Florestais

Tema: Resumo da Agenda 21

Discente‫׃‬

Cesário Orlando Paulo Taquinho

Docente:

Eng. Sérgio Licumba

Lichinga, Abril de 2023


Introdução

A Agenda 21 é sem dúvida um dos grandes legados da Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em Junho de
1992.
Tendo os 179 Países participantes da Conferência como signatários, a Agenda 21
Global pode ser definida como um instrumento de planeamento para a construção de
sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de
protecção ambiental, justiça social e eficiência económica. O documento recomenda que
todos os Países elaborem suas estratégicas nacionais de desenvolvimento sustentável.
Em seus 40 capítulos.

Agenda 21 permanece actualmente, e mantém seu carácter de referência para os


programas de desenvolvimento. A implementação da Agenda 21, por meio da Comissão
de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 (CPDS), e a construção
das Agendas 21 Locais e de Planos de Desenvolvimento Local Sustentável são
demonstrações da actualidade e da importância desse documento para enfrentar os
desafios do desenvolvimento sustentável.

AGENDA 21

A Agenda 21 é um documento em que diversos países se comprometem a diminuir os


problemas sócio ambientais existentes.

A Agenda 21 consiste em uma reflexão acerca dos problemas sócio ambientais


existentes no mundo

A Agenda 21 é um dos reflexos da Conferência Eco-92 (Conferência das Nações


Unidas para Meio Ambiente e o Desenvolvimento) que aconteceu em 1992, na cidade
do Rio de Janeiro, Brasil. A finalidade de tal evento era discutir acções que pudessem
aliar desenvolvimento sócio económico e preservação ambiental.

Cabe a cada país a responsabilidade de elaboração de sua Agenda 21. A mesma consiste
em um documento pelo qual cada país deve ter o compromisso acerca dos problemas
sócio ambientais existentes no mundo; partindo das problemáticas particulares ou
regionais até as gerais ou globais.
A Agenda 21 tem como objectivo elucidar acerca de uma nova perspectiva de
desenvolvimento, disponibilizando uma inédita concepção para a sociedade industrial;
além de estabelecer um conceito inovador em relação ao modelo de desenvolvimento
instaurado actualmente. O documento prevê também que o desenvolvimento sócio
económico dos países deve estar firmado na qualidade, e não somente na quantidade, ou
seja, considerando a preservação humana e da natureza.

O que se busca a partir da Agenda 21 é a implantação global de um modelo de


desenvolvimento sustentável, tentando aliar preservação ambiental, questões sociais e
crescimento económico. A conciliação desses itens não é tarefa fácil, especialmente nas
sociedades capitalistas que visam apenas o lucro.

Diante do significado e dos objectivos propostos pela Agenda 21, nota-se que sua
implantação efectiva parece estar distante, tendo em vista que os resultados ainda são
modestos ou imperceptíveis.

Como novidade a Agenda 21, estabeleceu que o meio ambiente deveria ser o assunto
primordial quando o contexto é desenvolvimento. Já que até sua elaboração, as políticas
relacionadas ao desenvolvimento tinham como base o crescimento económico deixando
por último os assuntos relacionados ao meio ambiente.

Elaborada na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento


(CNUMAD), realizada em 1992 no Rio, a Agenda 21 sistematizou um plano de acção
para definir métodos para alcançar desenvolvimento sustentável.

Durante a conferência ocorrida no Rio de Janeiro no ano de 1992, a Eco Rio-92, alguns
itens importantes relacionados ao meio ambiente foram levantados. Entre eles o
desenvolvimento sócio ambiental do planeta, onde 179 países se comprometeram com
esta causa. Chamada de Agenda 21, este compromisso foi elaborado em um documento
de 40 capítulos com o objectivo principal de promover o desenvolvimento sustentável
no planeta.

Podemos dizer que basicamente que, o resumo da Agenda 21 é que através de


iniciativas sociais, económicas e ambientais a humanidade consiga estabelecer um
equilíbrio entre a utilização de recursos naturais e o crescimento económico, a fim de
que as gerações futuras não corram o risco de enfrentar escassez destes recursos.
Entenda como desenvolvimento sócio ambiental, em resumo da Agenda 21, o progresso
que atende as demandas presentes nos países, porém não danifica as possibilidades
futuras. Fica claro que o modo de produção e consumo actual, em que a nossa sociedade
é criada, precisa ser reavaliado e transformado. Entre os principais pontos abordados, no
resumo da agenda 21 temos:

 Lutar contra a pobreza;


 Colaboração entre os países para o desenvolvimento sustentável;
 Protecção da atmosfera;
 Esboçar planos e ordenação para com o uso dos recursos naturais;
 Vencer o combate ao desmatamento das matas e florestas do planeta;
 Evitar e lutar contra a desertificação e a seca;
 Preservação dos ecossistemas do planeta, principalmente os ecossistemas
frágeis;
 Aperfeiçoamento do trabalho rural visando a sustentabilidade;
 Conservar os recursos hídricos, destacando as fontes de água doce;
 Preservação da biodiversidade;
 Tratamento e manutenção responsável do destino dos vários tipos de resíduos
produzidos no planeta (sólidos, orgânicos, hospitalares, tóxicos, radioactivos,
etc.);
 Educar no intuito de conscientizar a sociedade para a protecção ao meio
ambiente;
 Fortalecer as ONGs em busca do desenvolvimento sustentável.

Em síntese, na Agenda 21, fica claro que o documento é um recurso que procura
explicitar que é de responsabilidade dos governos investir em programas e projectos
ambientais sempre com políticas destinadas a justiça social. Destacando o lema
proposto na ECO – 92: “Pensar globalmente, agir localmente”, que além da abordar o
tema de maneira geral, no capítulo 28 da Agenda 21, é estabelecido que “cada
autoridade em cada país implemente uma Agenda 21 local, usando como base de acção
e construção, a execução e manutenção da infra-estrutura económica, social e ambiental
local, estabelecendo políticas ambientais locais e prestando assistência na
implementação de políticas ambientais e nacionais”.
Em cada país comprometido com a Agenda 21 foram desenvolvidos as agendas 21
locais, que concentram nas cidades medidas para que estes objectivos possam ser
atingidos. Entre os principais desafios estabelecidos na Agenda Local estão o
planeamento direccionado para o compartilhamento de acções, onde haja a mesma visão
de futuro entre os variados protagonistas envolvidos.

Também estão a condução de um processo contínuo e sustentável, a descentralização e a


obtenção de uma visão multidisciplinar durante todas as etapas do processo de
implementação dos objectivos da Agenda 21. Assim com a união de governo e
sociedade na utilização dos planos e estratégias contidas no documento, visa-se a
construção de condições que servirão de subsídios para a criação de políticas públicas
focadas na sustentabilidade para guiar o desenvolvimento económico, justiça social e o
meio ambiente.

A Agenda 21 teve os seus primeiros passos por volta do ano de 1995. O Ministério do
Meio Ambiente produziu estudos e organizou uma série de reuniões com sectores
governamentais e não governamentais, a fim de definir quais métodos poderiam ser
utilizados e quais acções seriam necessárias para o desenvolvimento sustentável no país.
Essa etapa durou cerca de oito anos, intitulada como a primeira fase, foi coordenada
pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional
(CPDS) e contou com a participação de aproximadamente 40 mil pessoas de todo o
país.

No ano de 2003, a Agenda 21 entrou na fase de implementação assessorada pela CPDS


e sendo promovida a condição de Programa do Plano Plurianual (2004-2007). Como
programa a Agenda 21 Brasileira ganhou mais força política e se tornou um
componente fundamental para as directrizes da política ambiental do Governo
(desenvolvimento sustentável, fortalecimento do Sisnama e participação social). A
Agenda 21 Brasileira tem por objectivo melhorar a qualidade de vida da população,
transformando os municípios e localidades mais humanas e saudáveis, sem que os
avanços económicos prejudiquem as gerações futuras.
Os temas fundamentais da Agenda 21 estão tratados em 41 capítulos organizados em
um preâmbulo e quatro sessões:

1. Preâmbulo: Secção I. Dimensões social e económica


2. Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável dos
países em desenvolvimento das políticas internas conexas
3. Luta contra a pobreza
4. Evolução das modalidades de consumo
5. Dinâmica demográfica e sustentabilidade
6. Protecção e fomento da saúde humana
7. Fomento do desenvolvimento sustentável dos recursos humanos
8. Integração do meio ambiente e o desenvolvimento na tomada de decisões
Secção II. Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento
9. Protecção da atmosfera
10.Enfoque integrado do panejamento e da ordenação dos recursos das terras
11.Luta contra o desmatamento
12.Ordenação dos ecossistemas frágeis: luta contra a desertificação e a seca
13.Ordenação dos ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentável das zonas
montanhosas
14.Fomento da agricultura e do desenvolvimento rural sustentável
15.Conservação da diversidade biológica
16.Gestão ecologicamente racional da biotecnologia
17.Protecção dos oceanos e dos mares de todo tipo, incluídos os mares fechados e
semi-fechados e as zonas costeiras, e o uso racional e o desenvolvimento de
seus recursos vivos
18.Protecção da qualidade dos recursos de água doce: aplicação de critérios
integrados para o aproveitamento, ordenação e uso dos recursos de água doce
19.Gestão ecologicamente racional dos produtos químicos tóxicos, incluída a
prevenção do tráfico internacional ilícito de produtos tóxicos e perigosos
20.Gestão ecologicamente racional dos rejeitos perigosos, incluída a prevenção do
tráfico internacional ilícito de rejeitos perigosos
21.Gestão ecologicamente racional dos rejeitos sólidos e questões relacionadas com
as matérias fecais
22.Gestão inócua e ecologicamente racional dos rejeitos radioactivos
Secção III. Fortalecimento do papel dos grupos principais
23.Preâmbulo
24.Medidas mundiais em favor da mulher para atingir um desenvolvimento
sustentável e equitativo
25.A infância e a juventude no desenvolvimento sustentável
26.Reconhecimento e fortalecimento do papel das populações indígenas e suas
comunidades
27.Fortalecimento do papel das organizações não-governamentais associadas na
busca de um desenvolvimento sustentável
28.Iniciativas das autoridades locais em apoio ao Programa 21
29.Fortalecimento do papel dos trabalhadores e seus sindicatos
30.Fortalecimento do papel do comércio e da indústria
31.A comunidade científica e tecnológica
32.Fortalecimento do papel dos agricultores

Secção IV. Meios de execução

33.Recursos e mecanismos de financiamento


34.Transferência de tecnologia ecologicamente racional, cooperação e aumento da
capacidade
35.A ciência para o desenvolvimento sustentável
36.Fomento da educação, a capacitação e a conscientização
37.Mecanismos nacionais e cooperação internacional para aumentar a capacidade
nacional nos países em desenvolvimento
38.Acordos institucionais internacionais
39.Instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais
40.Informação para a adopção de decisões
41.Ligados a eco 92
Conclusão

A Agenda 21 é uns documentos que contem compromissos dos países ricos em relação
aos países pobres, onde cada país participante será responsável em incorporar às suas
políticas públicas, com base no desenvolvimento sustentável, com o objectivo de
compatibilizar a melhoria da qualidade de vida da população, proporcionando o
crescimento económico em sintonia com o meio ambiente.

Portanto, todas as acções da Agenda 21, visam o desenvolvimento sustentável, o qual é


regido pela ideia de que as necessidades de hoje precisam ser satisfeitas, sem, no
entanto, comprometer a qualidade de vida das gerações futuras. Assim, entende-se que
ainda há muito por ser feito, uma vez que os impactos ambientais continuam ocorrendo
em grandes proporções, seja pela emissão de gases nocivos na atmosfera, o
desmatamento ocasionado pela criação de gado ou as plantações de soja, as queimadas,
a perda da biodiversidade, etc. A teoria, com base nos acordos efectuados, é algo que
pode produzir bons resultados, desde que todos estejam dispostos e se comprometam
em fazer sua parte.

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