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gestão empresarial

Gestão Ambiental

A AGENDA 21
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Gestão Ambiental
A AGENDA 21

Objetivos da Unidade de aprendizagem


Ao final da aula o aluno deverá ser capaz de identificar
a importância da Agenda 21, compreender os principais
temas tratados nos seus capítulos e as ações propostas.

Competências
Identificar a importância da Agenda 21 e, principalmente,
compreendê-la como um Programa de Ação que propõe
a elaboração de projetos sustentáveis.

Habilidades
Habilidades sociais na construção de espaços democrá-
ticos e justos.
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem você aprenderá sobre
a Agenda 21, um dos principais documentos elaborados
na década de 1990 e que busca a participação de todos
para a construção de um mundo realmente sustentável.
Tratará de destacar sobre as diferentes ações que de-
vem ser realizadas na esfera nacional e local.

PARA COMEÇAR
Olá, turma! Nesta segunda aula da Disciplina de Gestão
Ambiental, estudaremos mais a fundo sobre a Agen-
da 21.

Algumas questões
A crescente preocupação com os problemas ambientais
e o legado que a geração atual deixará para as futuras
gerações foi o tema de sucessivos encontros e discus-
sões desde o final do século XX. Nessas reuniões, em
que se produziram documentos como o Relatório Brun-
dtland (como vimos na unidade de aprendizagem an-
terior), o risco que o desenvolvimento desenfreado e o
descaso para com o meio ambiente podem trazer para
os habitantes do planeta foram o foco central dos de-
bates. Nesta aula, você deverá ter como reflexões: qual
a importância da Agenda 21? O que ela evidencia que
poderá contribuir para ações mais sustentáveis de toda
a população?
Assim, vamos entendê-la de modo mais detalhado
para que você possa elaborar projetos sustentáveis no
meio em que vive!
Bom estudo!
Fundamentos
1. A Agenda 21 Global
Em junho de 1992 reuniram-se na cidade do Rio de Janeiro mais de 35.000
pessoas, inclusive 106 chefes de governos, para participar da Conferência
da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Considerada por mui-
tos autores um divisor de águas, a Rio 92, como foi chamada, teve como
seu principal produto um relatório que recebeu o nome de Agenda 21.
De acordo o Ministério do Meio Ambiente (2000, p.11):

A Agenda 21 não enfoca apenas situações voltadas à preservação e conservação da


natureza. Considera questões estratégicas ligadas à geração de emprego e de renda;
à diminuição das disparidades regionais e interpessoais de renda; às mudanças nos
padrões de produção e consumo; à construção de cidades sustentáveis; à adoção de
novos modelos e instrumentos de gestão.

Levando em consideração os vários aspectos e questões abordadas, a


Agenda 21 Global teve seu conteúdo dividido em quatro sessões:

1. Dimensões sociais e econômicas;


2. Conservação e gestão dos recursos naturais para o desenvolvimen-
to;
3. Fortalecimento do papel dos principais grupos sociais;
4. Meios de implementação.

Nota-se que a Agenda 21 engloba não apenas aspectos ambientais, mas


outros aspectos que interferem diretamente na utilização dos recursos
naturais, como a geração de emprego e renda, a redução das desigualda-
des sociais, dentre outros, buscando dessa forma, obter novos modelos e
instrumentos de gestão para a sociedade.

Conceito
Agenda 21 é um processo participativo que envolve o poder
público, o setor privado e a sociedade civil, para a elabora-
ção de uma agenda de compromissos, ações e metas, para
transformar o desenvolvimento de uma região (Agenda 21
Local), de um país (Agenda 21 Brasileira) e até mesmo do
mundo todo (Agenda 21 Global), com base nos princípios da
sustentabilidade da Vida.

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A seguir você irá conhecer alguns temas dos capítulos da Agenda 21 e o
destaque para alguns capítulos. Bom estudo!

2. Destaque: alguns temas que compõem a AGENDA 21

1. Cooperação Internacional para acelerar o desenvolvimento


sustentável dos países em desenvolvimento e políticas inter-
nas correlatadas.

→→ Promoção do Desenvolvimento Sustentável por meio do comércio;


→→ Estabelecimento de um apoio recíproco entre comércio e meio am-
biente;
→→ Oferta de recursos financeiros suficientes aos países em desenvol-
vimento;
→→ Estímulo a políticas econômicas favoráveis ao Desenvolvimento
Sustentável.

2. Mudança dos padrões de consumo.

→→ Exame dos padrões insustentáveis de produção e consumo;


→→ Desenvolvimento de políticas e estratégias nacionais para estimular
mudanças nos padrões insustentáveis de consumo.

3. Dinâmica demográfica e sustentabilidade.

→→ Desenvolvimento e difusão de conhecimentos sobre os vínculos entre


tendências e fatores demográficos e Desenvolvimento Sustentável;
→→ Formulação de políticas nacionais integradas para meio ambiente
e desenvolvimento, levando em conta tendências e fatores demo-
gráficos;
→→ Implementação de programas integrados de meio ambiente e de-
senvolvimento no plano local, levando em conta tendências e fato-
res demográficos.

4. Proteção da atmosfera.

→→ Melhorar a compreensão dos processos que afetam a atmosfera da


Terra em escala mundial, regional e local e dos que por ela são afeta-
dos, incluindo-se os processos físicos, químicos, geológicos, biológi-
cos, oceânicos, hidrológicos, econômicos e sociais. A Agenda 21 tem

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por finalidade realizar os objetivos e metas do Protocolo de Montreal
de 1977 e da Convenção de Viena de 1985;
→→ Aliviar os efeitos adversos da radiação ultravioleta que atinge a su-
perfície da Terra em decorrência da destruição e modificação da ca-
mada de ozônio;
→→ Poluição atmosférica transfronteiriça.

5. Promoção do desenvolvimento rural e agrícola sustentável.

→→ Revisão, planejamento e programação integrada da política agrícola


à luz do aspecto multifuncional da agricultura em especial no que diz
respeito à segurança alimentar e ao DS;
→→ Obtenção da participação popular e promoção do desenvolvimento
de recursos humanos para a agricultura sustentável;
→→ Melhora na produção agrícola e dos sistemas de cultivo por meio
da diversificação do emprego e não agrícola e do desenvolvimento
da infraestrutura.

6. Conservação da diversidade biológica.

→→ Conservação da diversidade biológica;


→→ Desenvolver estratégias nacionais para a conservação da diversida-
de biológica;
→→ Reconhecer e fomentar os métodos tradicionais e os conhecimentos
das populações indígenas e suas comunidades para a conservação
da diversidade biológica e o seu uso sustentável, enfatizando o papel
específico das mulheres;
→→ Implementar mecanismos para melhoria, geração, desenvolvimento
e uso sustentável da biotecnologia e para a sua transferência segura;
→→ Adotar medidas apropriadas para a repartição justa e equitativa dos
benefícios advindos da pesquisa e desenvolvimento, bem como do
uso dos recursos biológicos e genéticos, inclusive da biotecnologia;

7. Manejo ambientalmente saudável da biotecnologia.

→→ Aumento da disponibilidade de alimentos, forragens e matérias-pri-


mas renováveis;
→→ Melhoria da saúde humana;
→→ Aumento da proteção do meio ambiente;
→→ Aumento da segurança e desenvolvimento de mecanismos de coo-
peração internacional;

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→→ Estabelecimento de mecanismos de capacitação para o desenvolvi-
mento e a aplicação ambientalmente saudável de biotecnologia.

8. Manejo ambientalmente saudável dos resíduos perigosos, in-


cluindo a prevenção do tráfico internacional ilícito de resíduos pe-
rigosos.

→→ Promoção da prevenção e redução ao mínimo dos resíduos perigosos;


→→ Promoção do fortalecimento da capacidade institucional do manejo
de resíduos perigosos;
→→ Promoção e fortalecimento da cooperação internacional para o manejo
dos movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos;
→→ Prevenção do tráfico internacional ilícito de resíduos perigosos.

9. Manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radio-


ativos.

→→ Promoção do manejo seguro e ambientalmente saudável dos resí-


duos radioativos.

10. Fortalecimento do papel dos grupos principais.

→→ O compromisso e a participação genuína de todos os grupos so-


ciais terão uma importância decisiva na implementação eficaz dos
objetivos, das políticas e dos mecanismos ajustados pelos governos
em todas as áreas de programas da Agenda 21. Como pré-requisito
fundamental para alcançar o desenvolvimento sustentável, fica es-
tabelecida a ampla participação da opinião pública na tomada de
decisões. Portanto, a necessidade de uma sociedade consciente exi-
ge que se preparem indivíduos, grupos e organizações para partici-
parem em procedimentos de avaliação do impacto ambiental, bem
como conhecer e participar das decisões, principalmente aquelas
que possam vir a afetar as comunidades nas quais vivem e traba-
lham.

11. Ação mundial pela mulher, com vistas a um desenvolvimento


sustentável equitativo.

→→ A comunidade internacional endossou vários planos de ação e con-


venções para a integração plena, equitativa e benéfica da mulher
em todas as atividades relativas ao desenvolvimento, em particular,

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as Estratégias Prospectivas de Nairóbi para o Progresso da Mulher,
que enfatizam a participação da mulher no manejo nacional e inter-
nacional dos ecossistemas e no controle da degradação ambiental.
Aprovaram-se várias convenções, como a Convenção sobre a Elimi-
nação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (reso-
lução 34/180 da Assembleia Geral) e convenções da OIT e da Unesco,
para acabar com a discriminação baseada no sexo e assegurar à mu-
lher o acesso aos recursos de terras e outros recursos, à educação
e ao emprego seguro e em condições de igualdade. Também são
pertinentes a Declaração Mundial sobre a Sobrevivência, a Prote-
ção e o Desenvolvimento da Criança, de 1990, e seu Plano de Ação
(A/45/625). A implementação eficaz desses programas dependerá da
participação ativa da mulher nas tomadas de decisões políticas e
econômicas e será decisiva para a implementação bem-sucedida da
Agenda 21.

12. A infância e a juventude no desenvolvimento sustentável.

→→ Promoção do papel da juventude e de sua participação ativa na pro-


teção do meio ambiente e no fomento do desenvolvimento econô-
mico e social;
→→ A criança no desenvolvimento sustentável;
→→ Ratificação da Convenção dos Direitos da Criança – Resolução 44/25
da Assembleia Geral da ONU de 1989;
→→ Promoção de atividades primárias de cuidado ambiental, que aten-
dam às necessidades básicas das comunidades e melhorem o am-
biente das crianças em seus lares;
→→ Mobilização da comunidade por meio de escolas e centros de saúde
é uma alternativa para que a criança e seus pais se tornem centros
efetivos de atenção.

13. Reconhecimento e fortalecimento do papel das populações indí-


genas e suas comunidades.

→→ Estabelecer um processo para investir de autoridade as populações


indígenas e suas comunidades, por meio de medidas que incluam:

a. Adoção ou fortalecimento de políticas e/ou instrumentos jurídi-


cos adequados em nível nacional;
b. O reconhecimento de que as terras dos populações indígenas e
suas comunidades devem ser protegidas contra atividades que

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sejam ambientalmente insalubres ou que os populações indíge-
nas em questão considerem inadequadas social e culturalmente;
c. O reconhecimento de seus valores, seus conhecimentos tradicio-
nais e suas p ráticas de manejo de recursos, tendo em vista promo-
ver um desenvolvimento ambientalmente saudável e sustentável;
d. O reconhecimento de que a dependência tradicional e direta dos
recursos renováveis e ecossistemas, inclusive a colheita sustentá-
vel, continua a ser essencial para o bem-estar cultural, econômico
e físico das populações indígenas e suas comunidades;
e. O desenvolvimento e o fortalecimento de mecanismos nacionais
para a solução das questões relacionadas com o manejo da terra
e dos recursos;
f. O apoio a meios de produção ambientalmente saudáveis alter-
nativos para assegurar opções variadas de como melhorar sua
qualidade de vida, de forma que possam participar efetivamente
do desenvolvimento sustentável;
g. A intensificação do fortalecimento institucional e técnica para co-
munidades indígenas, baseada na adaptação e no intercâmbio de
experiências, conhecimentos e práticas de manejo de recursos
tradicionais, para assegurar seu desenvolvimento sustentável.

→→ Estabelecer, quando apropriado, mecanismos para intensificar a


participação ativa das populações indígenas e suas comunidades
na formulação de políticas, leis e programas relacionados com o
manejo dos recursos no plano nacional e outros processos que
possam afetá-las, bem como suas iniciativas de propostas para tais
políticas e programas;
→→ Participação das populações indígenas e suas comunidades, nos
planos nacional e local, nas estratégias de manejo e conservação
dos recursos e em outros programas pertinentes estabelecidos para
apoiar e examinar as estratégias de desenvolvimento sustentável.

14. Fortalecimento do papel das Organizações Não Governamen-


tais: parceiros para um desenvolvimento sustentável.

→→ A sociedade, os governos e os organismos internacionais devem de-


senvolver mecanismos para permitir que as organizações não go-
vernamentais desempenhem seu papel de parceiras com respon-
sabilidade e eficácia no processo de desenvolvimento sustentável e
ambientalmente saudável;

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→→ Para fortalecer o papel de parceiras das organizações não governa-
mentais, o sistema das Nações Unidas e os governos devem iniciar,
em consulta com as organizações não governamentais, um processo
de exame dos procedimentos e mecanismos formais para a parti-
cipação dessas organizações em todos os níveis, da formulação de
políticas e tomada de decisões à implementação;
→→ Até 1995, deve-se estabelecer um diálogo mutuamente produtivo
no plano nacional entre todos os governos e as organizações não
governamentais e suas redes auto-organizadas para reconhecer e
fortalecer seus respectivos papéis na implementação do desenvolvi-
mento ambientalmente saudável e sustentável;
→→ Os governos e os organismos internacionais devem promover e per-
mitir a participação das organizações não governamentais na con-
cepção, no estabelecimento e na avaliação de mecanismos oficiais
procedimentos formais destinados a examinar a implementação da
Agenda 21 em todos os níveis.

3. Agenda 21 Brasileira
A Agenda 21 Brasileira é um instrumento de planejamento participativo
para o desenvolvimento sustentável do país, resultado de uma vasta con-
sulta à população brasileira. Foi coordenado pela Comissão de Políticas de
Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 (CPDS); construído a partir das
diretrizes da Agenda 21 Global; e entregue à sociedade, por fim, em 2002.

4. Agenda 21 Local
A campanha da Agenda 21 Local foi criada para conceber planos de ação
que, resolvendo problemas locais, se somarão para ajudar a alcançar re-
sultados globais.
A Agenda 21 Local é o processo de planejamento participativo de um
determinado território que envolve a implantação, ali, de um Fórum de
Agenda 21. Composto por governo e sociedade civil, o Fórum é responsá-
vel pela construção de um Plano Local de Desenvolvimento Sustentável,
que estrutura as prioridades locais por meio de projetos e ações de curto,
médio e longo prazos. No Fórum são também definidos os meios de im-
plementação e as responsabilidades do governo e dos demais setores da
sociedade local na implementação, acompanhamento e revisão desses
projetos e ações.
Agenda 21 é provavelmente o resultado mais importante da Conferên-
cia das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, reali-
zada no Rio de Janeiro, em 1992. É a mais ambiciosa e completa tentativa

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de especificar quais ações serão necessárias, em nível global, para recon-
ciliar o desenvolvimento com as preocupações ambientais.
Um dos de seus principais temas é a necessidade de erradicar a po-
breza, dando aos pobres acesso aos recursos que necessitam para viver
sustentavelmente.
A Agenda 21 não é uma agenda ambiental: é uma agenda para o desen-
volvimento sustentável, que prevê ações concretas a serem implementa-
das pelos governos e sociedade civil, em todos os níveis (federal, estadual
e local).
Mais de dois terços das declarações da Agenda 21 que foram adotadas
pelos governos nacionais não podem ser cumpridas sem a cooperação e
o compromisso dos governos locais.
A Agenda 21 local está dividida em quatro seções:

1. Dimensões sociais e econômicas: De que forma os problemas e


soluções ambientais são interdependentes daqueles da pobreza,
saúde, comércio, dívida, consumo e população;
2. Conservação e gerenciamento dos recursos para o desenvolvi-
mento: De que forma os recursos físicos, incluindo terra, mares,
energia e lixo precisam ser gerenciados para assegurar o desenvol-
vimento sustentável;
3. Fortalecendo o papel dos principais grupos sociais: Inclusive os mi-
noritários, no trabalho em direção ao desenvolvimento sustentável;
4. Meios de implementação: Inclusive financiamento e o papel das
diversas atividades governamentais e não governamentais.

As seções dividem-se num total de 40 capítulos. Cada um refere-se a um


tópico, tal como florestas ou o papel das mulheres, e contém uma ou
mais “áreas de programa”, com títulos tais como “prover abrigo adequado
para todos”.

Onde ocorre?
A Agenda 21 Local pode ser construída e implementada em municípios
ou em quaisquer outros arranjos territoriais - como bacias hidrográficas,
regiões metropolitanas e consórcios intermunicipais, por exemplo.

Quem participa?
Para que uma Agenda 21 Local seja constituída, é imperativo que socieda-
de e governo participem de sua construção.

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Recursos
A Agenda 21 integra o Plano Plurianual do Governo Federal (PPA)
2008/2011. O desenvolvimento do Programa Agenda 21 fundamenta-se
na execução de três ações: elaboração e implementação das Agendas 21
Locais; formação continuada em Agenda 21 Local; e fomento a projetos
de Agendas 21 Locais (por meio do FNMA).
Dentro da ideia de que a comunidade global é um reflexo das comuni-
dades locais, surge a Agenda 21 Local. A agenda 21 Local pode ser consi-
derada como um processo no qual são identificadas as oportunidades e
obstáculos para que o município alcance o desenvolvimento sustentável.
Para o Ministério do Meio Ambiente (2000, p. 11), o objetivo principal
da Agenda 21 Local deve ser:

(...) a formulação de políticas públicas, por meio de uma metodologia participativa,


que produza um plano de ação para o alcance de um cenário de futuro desejável pela
comunidade local e que leve em consideração a análise das vulnerabilidades e poten-
cialidades de sua base econômica, social, cultural e ambiental. Desta forma, a Agenda
21 Local não é um plano de governo, em nenhuma esfera, entretanto, poderá ser um
excelente norteador de políticas públicas a serem adotadas por estes governos, uma
vez que é construída a partir da colaboração e envolvimento de toda a comunidade.

É imprescindível também destacar que a Agenda 21 local deverá repre-


sentar um documento que reflita uma estratégia local para a sustenta-
bilidade ambiental, e que seja claro e conciso; identifique as principais
questões e metas para a área; contenha objetivos explícitos tanto para
o estado do meio ambiente quanto para os indicadores de qualidade de
vida; e diga quais organizações e setores farão o quê e quando; e como o
desempenho e o progresso serão medidos.
É importante lembrar que o documento é um marco no processo e não
o seu final!

Atenção
A Agenda 21 Local era apenas mais um entre centenas de
objetivos da Agenda 21. Mas a forma como vem sendo em-
preendida em tantas cidades do mundo pode fazer com que
seja um dos legados permanentes da Eco 92!

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antena
parabólica

Lembre-se
Ter consciência ambiental é pensar no ou-
tro, pensar no coletivo. É possibilitar que
o mundo seja ocupado pela população hu-
mana por muito mais tempo e de maneira
mais saudável.

E agora, José?
Agora você já conhece os principais acontecimentos rela-
cionados aos movimentos ambientais, bem como a ori-
gem do conceito sustentável e sua evolução para desen-
volvimento humano sustentável. Na próxima unidade de
aprendizagem você aprenderá com maior detalhamento
a Agenda 21. Este documento foi importantíssimo para
avançar na elaboração de projetos que de fato apliquem
ações sustentáveis.
Bons estudos e até lá.
Glossário
Agenda 21: é um programa de ação, baseado proteção de recursos naturais renováveis e
num documento de 40 capítulos, que cons- seu manejo para utilização sustentada e de
titui a mais ousada e abrangente tentativa rendimento ótimo” (ACIESP, 1980).”É a ação
já realizada de promover, em escala plane- que, de acordo com o previsto nos planos de
tária, um novo padrão de desenvolvimento, desenvolvimento urbano, segundo as leis vi-
conciliando métodos de proteção ambiental, gentes, se orienta a manter o equilíbrio eco-
justiça social e eficiência econômica. lógico, o bom estado das obras públicas, dos
Conservação: o conceito de conservação aplica- edifícios, dos monumentos, parques e praças
-se à utilização racional de um recurso qual- públicas, de tudo o que constitui o acervo
quer, de modo a se obter um rendimento histórico, cultural e social dos núcleos popu-
considerado bom, garantindo-se, entretan- lacionais” (SAHOP, 1978).
to, sua renovação ou sua autossustenta- Preservação: ação de proteger, contra a modi-
ção. Assim, a conservação do solo é com- ficação e qualquer forma de dano ou degra-
preendida como a sua exploração agrícola, dação, um ecossistema, uma área geográfica
adotando-se técnicas de proteção contra definida ou espécies animais e vegetais ame-
erosão e redução de fertilidade. Analoga- açadas de extinção, adotando-se as medidas
mente, a conservação ambiental quer dizer preventivas legalmente necessárias e as
o uso apropriado do meio ambiente, dentro medidas de vigilância adequadas. “Preven-
dos limites capazes de manter sua qualida- ção de ações futuras que possam afetar um
de e seu equilíbrio, em níveis aceitáveis. “A ecossistema” (USDT, 1980).

REFERÊNCIAS
ACIESp . Glossário de termos usuais em eco- M inistério do Meio Ambiente-Secretaria
logia. São Paulo, Secretaria de Indústria, de Biodiversidade e Florestas. <http://
Comércio, Ciência e Tecnologia, 1980. 150 p. www2.mma.gov.br/sitio/>.[s.d.]. Acesso
(Publicação Aciesp nº 24). em: out. 2014.
Agenda 21 Local. Disponível em: <http://www. SECRETARIA Municipal do Verde e do Meio Am-
agenda21local.com.br/>. [s.d.]. Acesso em: biente de São Paulo. Agenda 21 do Peda-
out. 2014. ço. São Paulo, A Secretaria, 1997.
Conferência das nações unidas sobre meio . A
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ambiente e desenvolvimento. 1992, Rio de São Paulo, A Secretaria, 1998.
Janeiro. Agenda 21. Brasília: Senado Federal, SAHOp. Secretaria de Asentamientos Humanos
Subsecretaria de Edições Técnicas, 1996. y Obras Públicas. Glosario de términos so-
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www.ecolnews.com.br/dicionarioambiental>. SAHOP, 1978. 175 p.
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 tation. Highway and wetlands.  Washing-
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