vivianedossantos@upf.br Foi um dos principais resultados da conferência Eco-92, ocorrida no Rio de Janeiro; Estabeleceu a importância de cada país se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais. Cada país desenvolveu a sua Agenda 21; No Brasil as discussões são coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS). Constitui num poderoso instrumento de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo paradigma Reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio holístico entre o todo e as partes, promovendo a qualidade, não apenas a quantidade do crescimento. Abriu-se o caminho capaz de ajudar a construir politicamente as bases de um plano de ação e de um planejamento participativo em nível global, nacional e local, de forma gradual e negociada, tendo como meta um novo paradigma econômico e civilizatório. As ações prioritárias da Agenda 21 brasileira são: Programas de inclusão social → acesso de toda a população à educação, saúde e distribuição de renda; Sustentabilidade urbana e rural; Preservação dos recursos naturais e minerais; Ética política para o planejamento rumo ao desenvolvimento sustentável. Mas o mais importante ponto dessas ações prioritárias Planejamento de sistemas de produção e consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício; A Agenda 21 é um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente. A adoção formal por parte da ONU do conceito de desenvolvimento sustentável parte da criação em 1983 da Comissão Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento (WCED); Em 1987 publicou um relatório intitulado "Nosso futuro comum", também conhecido como o relatório Brundtland Indicou a pobreza nos países do sul e o consumismo extremo dos países do norte como as causas fundamentais da insustentabilidade do desenvolvimento e das crises ambientais; A comissão recomendou a convocação de uma conferência sobre esses temas. O desenvolvimento da Agenda 21 começou em 23 de dezembro de 1989 Com a aprovação em assembleia extraordinária das Nações Unidas uma conferência sobre o meio ambiente e o desenvolvimento Com a elaboração de esboços do programa, que, como todos os acordos dos estados-membros da ONU, sofreram um complexo processo de revisão, consulta e negociação; Culminando com a segunda Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco- 92), onde representantes de 179 governos aceitaram adotar o programa. A Agenda 21 teve um estreito acompanhamento a partir do qual foram feitos ajustes e revisões: Com a conferência Rio+5, entre os dias 23 e 27 de junho de 1997 na sede da ONU, em Nova Iorque; Com a adoção de uma agenda complementária denominada Metas do Desenvolvimento do Milênio com ênfase nas políticas de globalização e na erradicação da pobreza e da fome, adotadas por 199 países na 55ª Assembleia da ONU, que ocorreu em Nova Iorque entre os dias 6 e 8 de setembro de 2000; Cúpula de Johannesburgo, na cidade sul-africana entre 26 de agosto a 4 de setembro de 2002. Capítulo 30 - FORTALECIMENTO DO PAPEL DO COMÉRCIO E DA INDÚSTRIA ÁREAS DE PROGRAMAS A. Promoção de uma produção mais limpa: Base para a ação 30.5 Reconhece-se cada vez mais que a produção, a tecnologia e o manejo que utilizam recursos de maneira ineficiente criam resíduos que não são reutilizados, despejam dejetos que causam impactos adversos à saúde humana e o meio ambiente e fabricam produtos que, quando usados, provocam mais impactos e são difíceis de reciclar, precisam ser substituídos por tecnologias, sistemas de engenharia e práticas de manejo boas e conhecimentos técnico-científicos que reduzam ao mínimo os resíduos ao longo do ciclo de vida do produto. Como resultado, haverá uma melhora da competitividade geral da empresa. Na Conferência sobre Desenvolvimento Industrial Ecologicamente Sustentável, realizada em Copenhague em outubro de 1991, reconheceu-se a necessidade de uma transição em direção de políticas de produção mais limpas. Objetivos 30.6. Os Governos, as empresas e as indústrias, inclusive as empresas transnacionais, devem tratar de aumentar a eficiência da utilização de recursos, inclusive com o aumento da reutilização e reciclagem de resíduos, e reduzir a quantidade de despejo de resíduos por unidade de produto econômico. Atividades 30.7. Os Governos, o comércio e a indústria, inclusive as empresas transnacionais, devem fortalecer as parcerias para implementar os princípios e critérios do desenvolvimento sustentável. 30.8. Os Governos devem identificar e implementar uma combinação adequada de instrumentos econômicos e medidas regulamentadoras, tais como leis, legislações e normas, em consulta com o comércio e a indústria, inclusive as empresas transnacionais, que irão promover o uso de sistemas de produção mais limpos, com especial consideração pelas empresas pequenas e médias. Devem-se estimular também as iniciativas privadas voluntárias. 30.9. Os Governos, o comércio e a indústria, inclusive as empresas transnacionais, as instituições acadêmicas e as organizações internacionais, devem trabalhar pelo desenvolvimento e implementação de conceitos e metodologias que permitam incorporar os custos ambientais nos mecanismos de contabilidade e fixação de preços. 30.10. O comércio e a indústria, inclusive as empresas transnacionais, devem ser estimulados a: (a) Informar anualmente sobre seus resultados ambientais, bem como sobre seu uso de energia e recursos naturais;
(b) Adotar códigos de conduta que promovam as melhores
práticas ambientais, tais como a Carta das Empresas para um Desenvolvimento Sustentável, da Câmara de Comércio Internacional, e a iniciativa de manejo responsável da indústria química, e informar sobre sua implementação. 30.11. Os Governos devem promover a cooperação tecnológica e de know-how entre empresas, abrangendo identificação, avaliação, pesquisa e desenvolvimento, manejo, marketing e aplicação de produção mais limpa. 30.12. A indústria deve incorporar políticas de produção mais limpa em suas operações e investimentos, levando também em consideração sua influência sobre fornecedores e consumidores. 30.13. As associações industriais e comerciais devem cooperar com trabalhadores e sindicatos para melhorar constantemente os conhecimentos e as habilidades necessárias para implementar operações de desenvolvimento sustentável. 30.14. As associações industriais e comerciais devem estimular empresas a empreender programas para aumentar a consciência e a responsabilidade ambientais em todos os níveis, para fazer com que essas empresas se dediquem à tarefa de melhorar a performance ambiental com base em práticas de manejo internacionalmente aceitas. 30.15. As organizações internacionais devem aumentar as atividades de ensino, treinamento e conscientização relacionadas com uma produção mais limpa, em colaboração com a indústria, as instituições acadêmicas e autoridades nacionais e locais pertinentes. 30.16. As organizações internacionais e não- governamentais, inclusive as associações comerciais e científicas, devem fortalecer a difusão de informação sobre produção mais limpa mediante a ampliação das bancos de dados existentes, tais como o Centro Internacional de Informação sobre Tecnologias Limpas (ICPIC) do PNUMA, o Banco de Informação Industrial e Tecnológica (INTIB) da ONUDI e o Escritório Internacional para o Meio Ambiente (IEB) da CCI, bem como forjar redes de sistemas nacionais e internacionais de informação. A P+L foi proposta mundialmente pelo UNEP em 1989, através de sua Divisão de Tecnologia, Indústria e Economia; Presumia-se que com tal programa as indústrias melhorassem seu desempenho industrial e ao mesmo tempo protegessem o meio ambiente; O conceito de P+L não foi tão bem aceito e incorporado pelas indústrias como esperado; Ainda hoje o UNEP vem trabalhando para conseguir o compromisso necessário dos governos, das companhias, das associações de indústrias, da academia e de todos os agentes que possam ter um papel no grande cenário da produção e consumo sustentável; Ao longo dos últimos anos, houve um esforço do UNEP, em associação com a UNIDO para implantar em vários países Centros Nacionais de Produção mais Limpa. Em 1992 Ocorreu no Brasil, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92); Onde seu foco, foi erroneamente voltado para discussão sobre Tecnologias Limpas; Apresentando estas como solução para os problemas ambientais, estimulando assim, muito mais o aspecto mercadológico, do que a discussão propriamente dita sobre os danos ambientais e sociais, provocados pelas mudanças tecnológicas ocorridas em todo o mundo. O Brasil não havia uma preocupação muito grande com a adoção de P+L; 1995 → foi criado o Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL) Instalado na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), junto ao Departamento Regional do Rio Grande do Sul do SENAI-RS; Tem como função articular no país a promoção da técnica de P+L Através de capacitações, consultorias, informação tecnológica e eventos em vários estados do Brasil.
O Brasil passou a desenvolver efetivamente ações
relacionadas à P+L. Em 1995, para fortalecer os Centros de P+L UNEP/UNIDO criaram a Rede Global para a Eficiência de Recursos e Produção mais Limpa (RECP Net); Objetivo → promover ações e projetos através de seus Centros e, desta forma, incrementar o intercâmbio de conhecimentos e práticas, priorizando o intercâmbio de técnicos e a implantação de novos centros em outros países; É dividida em regiões geográficas: América Latina e Caribe, África, Leste Europeu e Ásia; Atualmente, totalizam 42 centros no mundo; Em 1997 Foi criada a Rede Brasileira de Produção mais Limpa Sob articulação do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) e orientação do CNTL. Esta rede resultou da parceria entre sete organizações CEBDS, SEBRAE Nacional, Banco do Nordeste, CNI, FINEP, PNUMA e PNUD. Chegou a ter núcleos em todos os estado do Brasil. Buscou unir esforços, trocar experiências e desenvolver sistemas conjuntos, para fortalecer as práticas de P+L e encorajar as empresas a se tornarem mais competitivas, inovadoras e ambientalmente responsáveis. Os objetivos da Rede Brasileira de Produção mais Limpa foi: Reduzir ou minimizar os impactos ambientais; Disseminar as práticas de Produção Mais Limpa; Fortalecer ações integradas entre aspectos de qualidade ambiental, segurança e saúde ocupacional; Promoção à pesquisa, desenvolvimento e transferência de tecnologias mais limpas; Consolidar um banco e dados e de informações sobre as experiências dos integrantes da rede. Em 2003 Rede Brasileira de P+L publicou o “Guia de Produção Mais Limpa – faça você mesmo” Orientando as empresas à implantação autônoma. Apesar de um início promissor e de sua grande importância, a Rede Brasileira de P+L teve suas atividades finalizadas em 2009; Em novembro de 2003 o MMA aderiu à “Declaração Internacional sobre Produção mais Limpa” do UNEP Instituiu o Comitê Gestor de Produção Mais Limpa → Portaria nº 454, de 28/11/2003; Estabeleceu nove Fóruns Estaduais de P+L → Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Pernambuco. As práticas limpas ocorrem em muitas empresas, de todos os setores, de todos os portes, ao longo do território brasileiro; Podem ser motivadas por um processo de certificação, por pressão das leis, dos clientes ou apenas por ciência de seus grandes benefícios; São raros os casos com informações acessíveis, que possibilitem formar um panorama autêntico da P+L, nas empresas ou nos órgãos governamentais. Apesar de todos os seus aspectos positivos, a implementação da P+L no Brasil tem encontrado algumas barreiras: Resistência à mudança;
Conceitos errados devidos à falta de informações sobre a técnica e a
importância do ambiente natural;
Ausência de políticas nacionais que apoiam atividades de P+L;
Pouca interação entre empresas, universidades e centros de pesquisa,
na tentativa de desenvolvimento de ações conjuntas de P+L;
Barreiras econômicas associadas a alocação incorreta dos custos
ambientais e investimentos e baixa capacidade de investimento;
Barreiras relacionadas com o papel da equipe de implantação.
Ações estratégicas nas redes de relacionamentos para a ecossustentabilidade: o projeto "Semana de Limpeza do Rio Pirapora" da Prefeitura Municipal de Piedade
8 - Quais So As Melhores Prticas Internacionais em Polticas Pblicas para Gerenciamento e Preveno Dos Impactos Das Mudanas Climticas Que Podem Ser Adotadas Pelo Governo