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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA


CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

AULA 02 - 09/08/13

Prof. MSc. Viviane Rocha dos Santos


vivianedossantos@upf.br
Foi um dos principais resultados da
conferência Eco-92, ocorrida no Rio de
Janeiro;
Estabeleceu a importância de cada país se
comprometer a refletir, global e
localmente,
sobre a forma pela qual governos, empresas,
organizações não-governamentais e todos os
setores da sociedade poderiam cooperar no
estudo de soluções para os problemas
socioambientais.
Cada país desenvolveu a sua Agenda 21;
No Brasil as discussões são coordenadas pela
Comissão de Políticas de Desenvolvimento
Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS).
Constitui num poderoso instrumento de
reconversão da sociedade industrial rumo a um
novo paradigma
Reinterpretação do conceito de progresso,
contemplando maior harmonia e equilíbrio holístico
entre o todo e as partes, promovendo a qualidade,
não apenas a quantidade do crescimento.
Abriu-se o caminho capaz de ajudar a
construir politicamente as bases de um
plano de ação e de um planejamento
participativo em nível global, nacional
e local, de forma gradual e negociada,
tendo como meta um novo paradigma
econômico e civilizatório.
As ações prioritárias da Agenda 21
brasileira são:
Programas de inclusão social → acesso de
toda a população à educação, saúde e
distribuição de renda;
Sustentabilidade urbana e rural;
Preservação dos recursos naturais e minerais;
Ética política para o planejamento rumo ao
desenvolvimento sustentável.
Mas o mais importante ponto dessas ações
prioritárias
Planejamento de sistemas de produção e
consumo sustentáveis contra a cultura do
desperdício;
A Agenda 21 é um plano de ação para ser
adotado global, nacional e localmente, por
organizações do sistema das Nações Unidas,
governos e pela sociedade civil, em todas as
áreas em que a ação humana impacta o
meio ambiente.
A adoção formal por parte da ONU do conceito de
desenvolvimento sustentável parte da criação em
1983 da Comissão Mundial sobre Ambiente e
Desenvolvimento (WCED);
Em 1987 publicou um relatório intitulado "Nosso
futuro comum", também conhecido como o
relatório Brundtland
Indicou a pobreza nos países do sul e o consumismo
extremo dos países do norte como as causas
fundamentais da insustentabilidade do desenvolvimento
e das crises ambientais;
A comissão recomendou a convocação de uma
conferência sobre esses temas.
O desenvolvimento da Agenda 21 começou em 23 de
dezembro de 1989
Com a aprovação em assembleia extraordinária das
Nações Unidas uma conferência sobre o meio ambiente e
o desenvolvimento
Com a elaboração de esboços do programa, que, como
todos os acordos dos estados-membros da ONU, sofreram
um complexo processo de revisão, consulta e negociação;
Culminando com a segunda Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-
92), onde representantes de 179 governos aceitaram
adotar o programa.
A Agenda 21 teve um estreito acompanhamento a
partir do qual foram feitos ajustes e revisões:
Com a conferência Rio+5, entre os dias 23 e 27 de junho
de 1997 na sede da ONU, em Nova Iorque;
Com a adoção de uma agenda complementária
denominada Metas do Desenvolvimento do Milênio
com ênfase nas políticas de globalização e na erradicação da
pobreza e da fome, adotadas por 199 países na 55ª
Assembleia da ONU, que ocorreu em Nova Iorque entre os
dias 6 e 8 de setembro de 2000;
Cúpula de Johannesburgo, na cidade sul-africana entre
26 de agosto a 4 de setembro de 2002.
Capítulo 30 - FORTALECIMENTO
DO PAPEL DO COMÉRCIO E DA
INDÚSTRIA
ÁREAS DE PROGRAMAS
A. Promoção de uma produção mais
limpa: Base para a ação
30.5
Reconhece-se cada vez mais que a produção, a
tecnologia e o manejo que utilizam recursos de
maneira ineficiente criam resíduos que não são
reutilizados, despejam dejetos que causam
impactos adversos à saúde humana e o meio
ambiente e fabricam produtos que, quando usados,
provocam mais impactos e são difíceis de reciclar,
precisam ser substituídos por tecnologias,
sistemas de engenharia e práticas de manejo
boas e conhecimentos técnico-científicos que
reduzam ao mínimo os resíduos ao longo do ciclo
de vida do produto.
Como resultado, haverá uma melhora
da competitividade geral da empresa.
Na Conferência sobre Desenvolvimento
Industrial Ecologicamente Sustentável,
realizada em Copenhague em outubro
de 1991, reconheceu-se a necessidade
de uma transição em direção de
políticas de produção mais limpas.
Objetivos
30.6. Os Governos, as empresas e as
indústrias, inclusive as empresas
transnacionais, devem tratar de aumentar a
eficiência da utilização de recursos,
inclusive com o aumento da reutilização e
reciclagem de resíduos, e reduzir a
quantidade de despejo de resíduos por
unidade de produto econômico.
Atividades
30.7. Os Governos, o comércio e a indústria, inclusive as
empresas transnacionais, devem fortalecer as parcerias para
implementar os princípios e critérios do desenvolvimento
sustentável.
30.8. Os Governos devem identificar e implementar uma
combinação adequada de instrumentos econômicos e
medidas regulamentadoras, tais como leis, legislações e
normas, em consulta com o comércio e a indústria, inclusive
as empresas transnacionais, que irão promover o uso de
sistemas de produção mais limpos, com especial
consideração pelas empresas pequenas e médias. Devem-se
estimular também as iniciativas privadas voluntárias.
30.9. Os Governos, o comércio e a
indústria, inclusive as empresas
transnacionais, as instituições acadêmicas
e as organizações internacionais, devem
trabalhar pelo desenvolvimento e
implementação de conceitos e
metodologias que permitam incorporar
os custos ambientais nos mecanismos de
contabilidade e fixação de preços.
30.10. O comércio e a indústria, inclusive as
empresas transnacionais, devem ser estimulados
a:
(a) Informar anualmente sobre seus resultados
ambientais, bem como sobre seu uso de energia e
recursos naturais;

(b) Adotar códigos de conduta que promovam as melhores


práticas ambientais, tais como a Carta das Empresas para
um Desenvolvimento Sustentável, da Câmara de Comércio
Internacional, e a iniciativa de manejo responsável da
indústria química, e informar sobre sua implementação.
30.11. Os Governos devem promover a
cooperação tecnológica e de know-how entre
empresas, abrangendo identificação,
avaliação, pesquisa e desenvolvimento,
manejo, marketing e aplicação de produção
mais limpa.
30.12. A indústria deve incorporar políticas de
produção mais limpa em suas operações e
investimentos, levando também em
consideração sua influência sobre
fornecedores e consumidores.
30.13. As associações industriais e comerciais devem
cooperar com trabalhadores e sindicatos para melhorar
constantemente os conhecimentos e as habilidades
necessárias para implementar operações de
desenvolvimento sustentável.
30.14. As associações industriais e comerciais devem
estimular empresas a empreender programas para
aumentar a consciência e a responsabilidade
ambientais em todos os níveis, para fazer com que
essas empresas se dediquem à tarefa de melhorar a
performance ambiental com base em práticas de
manejo internacionalmente aceitas.
30.15. As organizações internacionais
devem aumentar as atividades de ensino,
treinamento e conscientização
relacionadas com uma produção mais
limpa, em colaboração com a indústria, as
instituições acadêmicas e autoridades
nacionais e locais pertinentes.
30.16. As organizações internacionais e não-
governamentais, inclusive as associações comerciais
e científicas, devem fortalecer a difusão de
informação sobre produção mais limpa mediante
a ampliação das bancos de dados existentes, tais
como o Centro Internacional de Informação sobre
Tecnologias Limpas (ICPIC) do PNUMA, o Banco de
Informação Industrial e Tecnológica (INTIB) da
ONUDI e o Escritório Internacional para o Meio
Ambiente (IEB) da CCI, bem como forjar redes de
sistemas nacionais e internacionais de informação.
A P+L foi proposta mundialmente pelo
UNEP em 1989, através de sua Divisão de
Tecnologia, Indústria e Economia;
Presumia-se que com tal programa as
indústrias melhorassem seu desempenho
industrial e ao mesmo tempo protegessem
o meio ambiente;
O conceito de P+L não foi tão bem aceito
e incorporado pelas indústrias como
esperado;
Ainda hoje o UNEP vem trabalhando para
conseguir o compromisso necessário dos
governos, das companhias, das associações de
indústrias, da academia e de todos os agentes
que possam ter um papel no grande cenário da
produção e consumo sustentável;
Ao longo dos últimos anos, houve um esforço do
UNEP, em associação com a UNIDO para
implantar em vários países Centros Nacionais
de Produção mais Limpa.
Em 1992
Ocorreu no Brasil, a Conferência das Nações Unidas
para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92);
Onde seu foco, foi erroneamente voltado para
discussão sobre Tecnologias Limpas;
Apresentando estas como solução para os problemas
ambientais, estimulando assim, muito mais o
aspecto mercadológico, do que a discussão
propriamente dita sobre os danos ambientais e
sociais, provocados pelas mudanças tecnológicas
ocorridas em todo o mundo.
O Brasil não havia uma preocupação muito grande com a
adoção de P+L;
1995 → foi criado o Centro Nacional de Tecnologias
Limpas (CNTL)
Instalado na Federação das Indústrias do Estado do Rio
Grande do Sul (FIERGS), junto ao Departamento Regional do
Rio Grande do Sul do SENAI-RS;
Tem como função articular no país a promoção da técnica
de P+L
Através de capacitações, consultorias, informação tecnológica e
eventos em vários estados do Brasil.

O Brasil passou a desenvolver efetivamente ações


relacionadas à P+L.
Em 1995, para fortalecer os Centros de P+L
UNEP/UNIDO criaram a Rede Global para a Eficiência de
Recursos e Produção mais Limpa (RECP Net);
Objetivo → promover ações e projetos através de seus
Centros e, desta forma, incrementar o intercâmbio de
conhecimentos e práticas, priorizando o intercâmbio de
técnicos e a implantação de novos centros em outros
países;
É dividida em regiões geográficas: América Latina e
Caribe, África, Leste Europeu e Ásia;
Atualmente, totalizam 42 centros no mundo;
Em 1997
Foi criada a Rede Brasileira de Produção mais Limpa
Sob articulação do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro
para o Desenvolvimento Sustentável) e orientação do CNTL.
Esta rede resultou da parceria entre sete organizações
CEBDS, SEBRAE Nacional, Banco do Nordeste, CNI, FINEP,
PNUMA e PNUD.
Chegou a ter núcleos em todos os estado do Brasil.
Buscou unir esforços, trocar experiências e desenvolver
sistemas conjuntos, para fortalecer as práticas de P+L e
encorajar as empresas a se tornarem mais
competitivas, inovadoras e ambientalmente
responsáveis.
Os objetivos da Rede Brasileira de Produção
mais Limpa foi:
Reduzir ou minimizar os impactos ambientais;
Disseminar as práticas de Produção Mais Limpa;
Fortalecer ações integradas entre aspectos de
qualidade ambiental, segurança e saúde
ocupacional;
Promoção à pesquisa, desenvolvimento e
transferência de tecnologias mais limpas;
Consolidar um banco e dados e de informações
sobre as experiências dos integrantes da rede.
Em 2003 Rede Brasileira de P+L publicou o “Guia de Produção
Mais Limpa – faça você mesmo”
Orientando as empresas à implantação autônoma.
Apesar de um início promissor e de sua grande importância, a
Rede Brasileira de P+L teve suas atividades finalizadas em
2009;
Em novembro de 2003 o MMA aderiu à “Declaração
Internacional sobre Produção mais Limpa” do UNEP
Instituiu o Comitê Gestor de Produção Mais Limpa → Portaria nº
454, de 28/11/2003;
Estabeleceu nove Fóruns Estaduais de P+L → Amazonas, Bahia,
Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, São Paulo e Pernambuco.
As práticas limpas ocorrem em muitas
empresas, de todos os setores, de todos os
portes, ao longo do território brasileiro;
Podem ser motivadas por um processo de
certificação, por pressão das leis, dos clientes
ou apenas por ciência de seus grandes
benefícios;
São raros os casos com informações acessíveis,
que possibilitem formar um panorama autêntico
da P+L, nas empresas ou nos órgãos
governamentais.
Apesar de todos os seus aspectos positivos, a
implementação da P+L no Brasil tem encontrado algumas
barreiras:
Resistência à mudança;

Conceitos errados devidos à falta de informações sobre a técnica e a


importância do ambiente natural;

Ausência de políticas nacionais que apoiam atividades de P+L;

Pouca interação entre empresas, universidades e centros de pesquisa,


na tentativa de desenvolvimento de ações conjuntas de P+L;

Barreiras econômicas associadas a alocação incorreta dos custos


ambientais e investimentos e baixa capacidade de investimento;

Barreiras relacionadas com o papel da equipe de implantação.

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