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A DILSON PAULO DE M IRANDA J UNIOR

ANÁLISE DINÂMICA DE ESCOAMENTO BIFÁSICO EM SISTEMAS


OLEODUTO-RISER

Santo André
2023
A DILSON PAULO DE M IRANDA J UNIOR

ANÁLISE DINÂMICA DE ESCOAMENTO BIFÁSICO EM SISTEMAS


OLEODUTO-RISER

Dissertação apresentada ao curso de


pós-graduação em engenharia mecânica
da Universidade Federal do ABC como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Engenharia Mecânica

Orientador: Professor Doutor Karl Peter


Burr

Santo André
2023
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do ABC
Elaborada pelo Sistema de Geração de Ficha Catalográfica da UFABC
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Miranda Junior, Adilson Paulo de


Análise dinâmica de escoamento bifásico em sistemas
oleoduto-riser / Adilson Paulo de Miranda Junior. — 2023.

105 fls. : il.

Orientador: Karl Peter Burr

Dissertação (Mestrado) — Universidade Federal do ABC,


Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Santo
André, 2023.

1. Escoamento bifásico. 2. Sistema Oleoduto Riser. 3.


Análise Dinâmica. 4. Intermitência Severa. I. Burr, Karl
Peter. II. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica,
2023. III. Título.
Este exemplar foi revisado e alterado em relação à versão original, de acordo
com as observações levantadas pela banca examinadora no dia da defesa, sob res-
ponsabilidade única do autor e com a anuência do orientador.
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiço-
amento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento
001
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Adilson Paulo de Miranda e Maria Inês Moreira Miranda, minha esposa
Janaina Aline Santos, meu filho Joaquim Santos Miranda e meu orientador Karl Peter
Burr pela paciência e motivação.

Aos professores da banca de qualificação, em abril de 2022, André Damiani


Rocha e Diego Paolo Ferruzzo Correa pelas contribuições, assim como o aceite de
convite de suplente do professor Antônio Garrido Gallego.
Aos professores da banca de defesa, Cristiane Mileo Batistela Gouvea e Di-
ego Paolo Ferruzzo Correa pelas contribuições, assim como o aceite de convite de
suplente do professor Juan Pablo Juca Avila.
A UFABC e POSMEC que se continuaram a qualidade dos trabalhos, especi-
almente nas dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19.
RESUMO

O sistema de produção de petróleo offshore pode ter um comportamento in-


termitente ao longo de sua vida útil com a redução da vazão de massa de óleo e
gás proveniente dos campos de petróleo. Esse escoamento será estudo como esco-
amento bifásico no sistema oleoduto-riser e modelado via abordagem de volume de
controle. Ambos oleoduto e riser são considerados volumes de controle. No oleoduto
o escoamento é considerado sempre como estratificado. As equações de governo do
oleoduto são as equações de conservação de massa do líquido e do gás. A pressão
do gás é uniforme ao longo do oleoduto, mas varia com o tempo. A pressão no líquido
é hidrostática. A fração de vazio no oleoduto é dada por uma relação de equilíbrio
local entre as forças de atrito do líquido e do gás com a parede do tubo, e na interface
líquido-gás, além da força gravitacional. As equações de governo do riser resultam
da conservação de massa do líquido/gás e da conservação da quantidade de movi-
mento linear. Para fechar o modelo utiliza-se uma relação cinemática que especifica
a velocidade relativa entre as fases. As equações de governo do escoamento bifásico
em sistema oleoduto-riser de acordo com o modelo descrito acima são compostas
por um sistema de três equações diferenciais mais um conjunto de equações algé-
bricas. Esse conjunto de equações é um sistema de equações algébrico-diferenciais
(DAE). O principal objetivo desse trabalho é estudar a dinâmica da DAE que modela
de forma simplificada o escoamento bifásico do sistema oleoduto-riser em função dos
parâmetros do sistema e condições de contorno. O modelo apresenta somente um
estados estacionário cuja estabilidade é estudada via análise de estabilidade linear.
A contribuição deste trabalho, além da análise de estabilidade do estado estacioná-
rio do modelo, é o estudo qualitativo do campo de vetores na vizinhança do estado
estacionário, que nos permite ter uma ideia qualitativa das regiões do espaço de parâ-
metros e condições de contorno onde provavelmente há comportamento intermitente
sem bloqueio da passagem de gás (região do espaço de parâmetros onde o estado
estacionário perde estabilidade via bifurcação de Hopf) e com bloqueio da passagem
de gás (região onde o estado estacionário se comporta como ponto de sela) e a par-
ticipação do segundo conjunto de equações de governo para o oleoduto.

Palavras-chave: Escoamento bifásico, Sistema Oleoduto Riser; Análise Dinâmica; In-


termitência Severa.
ABSTRACT

The offshore oil production system may have an intermittent behavior through-
out its useful life with the reduction of the mass flow of oil and gas from the oil fields.
These flow will be studied as two-phase flow in the pipeline-riser system and modeled
via a control volume approach. Both pipeline and riser are considered control volumes.
In the pipeline, the flow is always considered as stratified. The pipeline’s governing
equations are the mass conservation equations for the liquid and the gas phases. Gas
pressure is assumed uniform along the pipeline but varies with time. The pressure in
the liquid is hydrostatic. The void fraction in the pipeline is given by a local equilib-
rium relations between the friction forces of the liquid and the gas with the pipe wall,
and at the liquid-gas interface, in addition to the gravitational force. The riser govern-
ing equations result from the conservation of liquid/gas mass and the conservation of
linear momentum. To close the model, a kinematic relation is used, which specifies
the relative velocity between the phases. The governing equations for two-phase flow
in a pipeline-riser system result in a system of three differential equations plus a set
of algebraic equations. This set of equations form a system of algebraic-differential
equations (DAE). The main objective of this work is to study the dynamics of the DAE
that models, in a simplified way, the two-phase flow in the pipeline-riser system as a
function of the system parameters and boundary conditions. The contribution of this
work, in addition to the stability analysis of the model’s steady state, is the qualitative
study of the vector field in the vicinity of the steady state, which allows us to have a
qualitative idea of the regions of the parameter space and boundary conditions where
there are likely to be intermittent behavior without blocking the gas passage (region
of the parameter space where the steady state loses stability via the Hopf bifurcation)
and with blocking the gas passage (region where the steady state behaves as a saddle
point) and the participation of the second set of govern equations for the pipeline.

Keywords: Two-phase flow, Riser Pipeline System; Dynamic Analysis; Severe Severe
Slugging.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

1 Regime Permanente no sistema oleoduto riser . . . . . . . . . . . . 17


2 Sinais do escoamento bifásico no sistema oleoduto riser . . . . . . 18
3 Fases da intermitência SS1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4 Fases da intermitência SS2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
5 Fases da intermitência SS3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
6 Visão geral do sistema Oleoduto-Riser sem alagamento . . . . . . . 25
7 Ilustração do Escoamento no Riser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
8 Volume de controle do Oleoduto sem alagamento . . . . . . . . . . 29
9 Volume de controle do Oleoduto com alagamento . . . . . . . . . . 30
10 Equilíbrio em três Dimensões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
11 Bacias de atração por (BOYCE; DIPRIMA, 2008) . . . . . . . . . . . 59
12 Diagrama do código computacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
13 Mapa de Estabilidade para 𝐿𝑒 = 10 𝑚 . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
14 Mapa de Estabilidade para 𝐿𝑒 = 5, 1 𝑚 . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
15 Mapa de Estabilidade para 𝐿𝑒 = 1, 69 𝑚 com dados comparativos . 65
16 Mapa de Estabilidade para 𝛽 = −0, 57𝜋 . . . . . . . . . . . . . . . . 66
17 Mapa de Estabilidade para 𝛽 = 0 𝑟𝑎𝑑 . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
18 Mapa de Estabilidade para 𝛽 = +0, 57𝜋 com dados comparativos . . 67
19 Mapa de Estabilidade experimento (MALEKZADEH; HENKES; MUDDE,
2012) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
20 Comportamento do campo de vetores na vizinhança do estado es-
tacionário para 𝐿𝑒 = 10 𝑚 e ilustração da linha 𝑗𝑙 = 0, 1 𝑚/𝑠 . . . . 69
21 Evoluções dos autovalores e bifurcações para 𝑗𝑙 = 0, 1 𝑚/𝑠 e 𝐿𝑒 =
10 𝑚 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
22 Comportamento do campo de vetores na vizinhança do estado es-
tacionário para 𝐿𝑒 = 5, 1 𝑚 e ilustração da linha 𝑗𝑙 = 0, 1 𝑚/𝑠 . . . . 71
23 Evoluções dos autovalores e bifurcações 𝑗𝑙 = 0, 1 𝑚/𝑠 e 𝐿𝑒 = 5, 1 𝑚 72
24 Comportamento do campo de vetores na vizinhança do estado es-
tacionário para 𝐿𝑒 = 1, 69 𝑚 e ilustração da linha 𝑗𝑔 = 0, 005 𝑚/𝑠
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
25 Evoluções dos autovalores e bifurcações para 𝑗𝑔 = 0, 005 𝑚/𝑠 e 𝐿𝑒 =
1, 69 𝑚 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
26 Comportamento do campo de vetores na vizinhança do estado es-
tacionário para 𝛽 = 0, 57𝑟𝑎𝑑 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
27 Comportamento do campo de vetores na vizinhança do estado es-
tacionário para 𝛽 = 0𝑟𝑎𝑑 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
28 Evoluções dos autovalores e bifurcações para 𝑗𝑙 = 0, 0005 𝛽 = 0𝑟𝑎𝑑 76
29 Comportamento do campo de vetores na vizinhança do estado esta-
cionário com dados comparativos (MALEKZADEH; HENKES; MUDDE,
2012) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
LISTA DE TABELAS

1 Dados experimentais por (TAITEL et al., 1990) . . . . . . . . . . . . 62


2 Dados experimentais por (FABRE et al., 1990) . . . . . . . . . . . . 63
3 Dados experimentais por (MALEKZADEH; HENKES; MUDDE, 2012) 63
4 Variação dos autovalores do lápis matricial em função de 𝑗𝑔 para
𝑗𝑙 = 0, 1 𝑚/𝑠 e 𝐿𝑒 = 10m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
5 Variação dos autovalores em função de 𝑗𝑔 para 𝑗𝑙 = 0, 1 𝑚/𝑠 e 𝐿𝑒 =
5, 1 𝑚 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
6 Variação dos autovalores em função de 𝑗𝑙 para 𝑗𝑔 = 0, 005 𝑚/𝑠 e
𝐿𝑒 = 1, 69 𝑚 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
7 Variação dos autovalores do lápis matricial para 𝑗𝑙 = 0, 0005 𝛽 =
0𝑟𝑎𝑑, no experimento (FABRE et al., 1990) . . . . . . . . . . . . . . 76
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DAE Equações Diferenciais Algébricas (Differential Algrebraic Equations)

ODE Equações Diferenciais Ordinárias (Ordinary differential Equations)

SS Intermitência Severa (Severe Slugging)


LISTA DE SÍMBOLOS

Válido para variáveis globais e escalares até a seção 2.5

𝐴 área (m²)

𝐶𝑑 parâmetro de distribuição de Bendiksen

𝐷 diâmetro da seção (m)

𝑓 fator de atrito

𝐹𝑟 número adimensional de Froude

𝑔 constante gravitacional (m/s²)

𝑗 velocidade superficial (m/s)

𝐿 comprimento (m)

𝐿𝑒 comprimento equivalente do buffer (m)

𝑄 vazão volumétrica (m³/s)

˙
𝑚 ou 𝑚 vazão mássica (kg/s)

𝑃 pressão (kPa)

𝑃𝑒 perímetro (m)

𝑅𝑒 adimensional de Reynolds

𝑅 constante do gás (J/mol K)

𝑠 posição oleoduto e riser (m)

𝑡 tempo (s)

𝑇 temperatura do escoamento (K)

𝑢 velocidade média (m/s)

𝑈𝑑 velocidade de deslizamento (m/s)

𝑉 volume (m³)

𝑉𝑏 volume do buffer (m³)


Letras gregas

𝛼 fração de vazio

𝛽 ângulo de inclinação do oleoduto (rad)

𝛿 comprimento do alagamento do oleoduto (m)

Δ𝜇 razão entre a viscosidades dinâmicas do gás e do líquido

𝜖 rugosidade relativa

𝛾 parâmetro utilizado na fração de vazio do oleoduto

Π𝐷 razão entre a escala de força gravitacional e a escala da força de


pressão

Π𝐹 razão entre a escala de força viscosa e a escala de força de pressão

Π𝐺 razão entre a escala de força gravitacional e a escala de força de


pressão

𝜌 peso específico do fluido (kg/m³)

𝜇 viscosidade dinâmica (m²/s)

𝜏 tensão superficial (MPa)

𝜃 inclinação local do riser (rad)


Índices subscritos

𝑎 trecho alagado

𝑏 base do riser

𝑐 controle

𝑔 gás

𝑖 interface de gás e líquido

𝑙 líquido

𝑚 mistura de gás e líquido

𝑜 oleoduto

𝑟 riser

𝑠 separador

𝑡 topo
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2 MODELO DE ESCOAMENTO BIFÁSICO EM SISTEMA OLEODUTO-


RISER . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.1 Equações de Governo do Riser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.2 Equações de Governo do Oleoduto . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.2.1 Configuração com Passagem Contínua de Gás do Oleoduto para
o Riser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.2.2 Configuração com Alagamento Parcial do Oleoduto . . . . . . . . 31
2.2.3 Fração de Vazio do Oleoduto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.3 Condições de Contorno e de Compatibilidade . . . . . . . . . . . . 37
2.4 Sumário das Equações de Governo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.4.1 Sem Alagamento no Oleoduto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.4.2 Com Alagamento Parcial do Oleoduto. . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.5 Condições de intercâmbio entre as configurações . . . . . . . . . 41
2.6 Forma Matricial das Equações de Governo . . . . . . . . . . . . . . 42
2.6.1 Sem Alagamento no Oleoduto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.6.2 Com Alagamento no Oleoduto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.6.3 Formato DAE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

3 ANÁLISE DINÂMICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.1 Análise da estabilidade linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.1.1 Estado Estacionário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.1.2 Equação de Governo das Perturbações. . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.1.3 Solução e Critério de Estabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
3.1.4 Topologia dos vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
3.2 Análise de estabilidade não linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
3.3 Solução numérica computacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

4 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
4.1 Mapas de Estabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.2 Topologia do campo dos vetores na vizinhança do estado esta-
cionário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
5.1 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
5.2 Discussões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

A APÊNDICES -REDUÇÃO LOCAL DE ÍNDICE E MODELO SIMPLI-


FICADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
A.1 Conjunto de equações da configuração de passagem contínua
do gás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
A.2 Conjunto de equações da configuração sem passagem contínua
de gás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
A.3 Modelo Simplificado adequado ao Riser . . . . . . . . . . . . . . . 87
A.3.1 Caso com Passagem contínua de gás. . . . . . . . . . . . . . . . . 87
A.3.2 Caso sem passagem contínua de gás . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

B ADIMENSIONALIZAÇÃO DAS EQUAÇÕES DE GOVERNO . . . . . 92


B.1 Equações adimensionalizadas do riser com passagem contínua
de gás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
B.2 Equações adimensionais do riser sem Passagem Contínua de
Gás. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
B.3 Equações Adimensionais do Oleoduto sem alagamento . . . . . . 97
B.4 Equações Adimensionais do Oleoduto com alagamento . . . . . . 98
B.5 Equações de Fração de Vazio no Oleoduto em Termos de Variá-
veis Adimensionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
B.6 Condições de Contorno e Compatibilidade dos adimensionais . . 100

C MATRIZ JACOBIANA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101


17

1 INTRODUÇÃO

A indústria do petróleo depende fortemente do transporte de fluidos em fases


gasosas e líquidas dentro de tubulações. Um destes dutos de aplicação sobre o leito
marinho offshore não é perfeitamente reto com trechos de subidas e descidas acom-
panhando a topografia do terreno. Sob certas condições, o líquido se acumula nos
pontos mais baixos do duto, bloqueando a passagem de gás e iniciando a produção
de golfadas em períodos. Esta golfada tem vários graus, sendo a golfada severa a
mais intensa e de maior prejuízo a produção de petróleo e está associado com gran-
des oscilações de pressão. Uma vez modelado de forma adequada o escoamento
multifásico, em sistemas de tubulações é possível prever em quais condições a inter-
mitência severa irá ocorrer e determinar o comprimento e período das golfadas. Foi
observado a ocorrência de golfadas em poços de petróleo próximos do fim da vida útil
onde as vazões de gás e líquido são mais baixas em relação a poços em início de
operação. A previsão das condições nas quais o fenômeno de golfadas pode aparecer
em determinado sistema oleoduto-riser é essencial ao dimensionamento e operação
adequados destes sistemas.

Figura 1 – Regime Permanente no sistema oleoduto riser

Na figura 1, adaptada de (ZAKARIAN; TRAN, 1999) temos uma ilustração do


sistema com oleoduto inclinado em relação a horizontal e riser na posição vertical,
finalizando o escoamento na entrada do vaso separador de líquido e gás. Dentro do
duto a parte clara é a representação do gás e parte escura é a representação do
líquido. O retângulo superior representa o separador. A figura 1 ilustra o tipo de esco-
amento que ocorre no sistema oleoduto-riser, ou seja, um regime permanente, onde
no oleoduto muitas vezes temos escoamento estratificado e no riser padrão de es-
coamento tipo slug. Escoamento em regime permanente é o ideal para operação de
Capítulo 1. INTRODUÇÃO 18

sistemas desse tipo.

Figura 2 – Sinais do escoamento bifásico no sistema oleoduto riser

A figura 2 é adaptada de (MALEKZADEH; HENKES; MUDDE, 2012) da qual


temos diferentes tipos oscilações de pressão no sistema, representada por Δ𝑃 , di-
ferença de pressão entre a base e o topo do riser do sistema oleoduto-riser. As di-
ferentes oscilações de pressão observadas na figura 2 correspondem a diferentes
situações de escoamento. A figura 2 (a) ilustra a variação de pressão no riser quando
o escoamento no sistema oleoduto-riser está em regime permanente. Já nas partes
(b)-(e) da figura 2, a variação da pressão no riser corresponde a escoamento no sis-
tema oleoduto-riser que apresenta algum grau de intermitência. As parte (b), (c), (d) e
(e) da figura 2 correspondem a variação de pressão no riser quando há regime oscila-
tório, intermitência tipo SS1, intermitência tipo SS2 e tipo SS3 respectivamente, estas
geralmente ocorrem em pequenas vazões de líquido e gás associadas ao fim da vida
útil do reservatório de petróleo.
Na figura 2(a) notamos a menor variação de sinal representando o regime
permanente que ocorre em vazões de gás e líquido relativamente altas. (TAITEL et
al., 1990), modela essa situação como oleoduto em escoamento tipo estratificado e
riser como escoamento tipo slug conforme figura 1. Definições de padrões de esco-
amento bifásico como slug, estratificado ou anular são detalhadas por (TAITEL; DU-
KLER, 1976).
Capítulo 1. INTRODUÇÃO 19

A próxima classificação vista na figura 2(b) é o regime de escoamento oscila-


tório caracterizado pela variação periódica da vazão de gás entre o oleoduto e o riser.
Forma branda de intermitência do escoamento no sistema oleoduto-riser.
As intermitências tipo SS1, SS2 e SS3 representam o fenômeno de golfada,
quando há bloqueio da passagem de gás no ponto mais baixo da linha, com produção
de slugs de líquido na parte ascendente da linha (riser). No caso de golfada mais
severa (intermitência tipo SS1), o slug de líquido produzido tem comprimento superior
ao comprimento do riser e nos casos SS2 e SS3, o comprimento do slug de líquido
produzido é menor que o comprimento do riser.

Figura 3 – Fases da intermitência SS1

A intermitência SS1, conforme ilustrado na figura 3, adaptada de (MALEKZA-


DEH; HENKES; MUDDE, 2012), é composta pelas seguintes etapas: (1)bloqueio de
gás na base do riser; (2) crescimento de slug; (3) produção de líquidos; (4) produção
rápida de líquido; (5) gas blowdown. O líquido acumula na base do riser, bloqueando
a passagem de gás mas com continua passagem de líquido de modo que a coluna
de líquido aumenta conforme o estágio (2). A coluna do líquido cresce até o seu va-
lor máximo, alagando todo o riser e ocorrendo produção somente de líquido. Durante
essa fase o oleoduto sofre alagamento parcial de líquido mas a pressão do gás no
oleoduto aumenta devido ao acumulo de gás. No final da fase de produção de líquido
a pressão de gás no oleoduto alcança o valor da pressão na base do riser e empurra
o líquido para fora do oleoduto, fase de produção rápida de líquido que dura até que a
grande bolha de gás que entra no riser chega no topo do mesmo. Quando isso ocorre
temos a fase de gas blowdown que finaliza quando o estoque de gás no oleoduto se
esgota. No final dessa fase o gás não consegue mais arrastar o líquido e esse escorre
para baixo na parede do riser até que o acumulo de líquido na base do riser feche a
passagem de gás e todo o processo se inicia novamente.
Capítulo 1. INTRODUÇÃO 20

Figura 4 – Fases da intermitência SS2

Na figura 4, também adaptada de (MALEKZADEH; HENKES; MUDDE, 2012)


temos a) ilustração gráfica das etapas da intermitência SS2 e b) ciclo experimental
da variação da pressão no riser, correspondente a um ciclo da parte (c) da figura
4 . A SS2 descrita como qualitativamente semelhante a SS1, mas o comprimento
do slug menor que a altura do riser e muitas vezes apresenta oscilações instáveis
intermitentes apresentando picos menores de pressão.

Figura 5 – Fases da intermitência SS3

Na figura 5, adaptada de (MALEKZADEH; HENKES; MUDDE, 2012) temos a


intermitência severa tipo 3 ou SS3 é descrita em 4 estágios conforme figura 5 . As
etapas da intermitência SS3 são: (1) Slugs transientes; (2) crescimento de slug ae-
rado; (3) produção rápida de líquido com bolhas; (4) gas blowdown.A figura 5, parte
(b) apresenta a variação da pressão do riser ao longo de um ciclo temporal da intermi-
tência SS3. É gerado no reservatório inicial. Parte do líquido nos slugs transitórios cai
de volta através do riser e cria reversão de escoamento local de líquido e gás (como
pequenas bolhas) na base do riser, gerando uma longa golfada de líquido aerado.
Capítulo 1. INTRODUÇÃO 21

Como resultado, o regime de escoamento no duto próximo à base do riser muda de


escoamento tipo slug hidrodinâmico para escoamento com bolha alongada.
A motivação é compreender o fenômeno utilizando a teoria de sistemas dinâ-
micos aplicado ao modelo adotado ao escoamento multifásico no sistema oleoduto-
riser. Logo, é de interesse o desenvolvimento de ferramentas para prever já na fase de
projeto a possibilidade de ocorrência destas intermitências.
A modelagem correta do escoamento estratificado ondulado e a descrição
adequada dos mecanismos de transição do padrão estratificado para o padrão slug
são fundamentais para a previsão de qual combinação de parâmetros e condições
de contorno é compatível com a existência de comportamento intermitente do escoa-
mento multifásico, pois a existência de escoamento estratificado no oleoduto é um dos
principais fatores para a ocorrência de intermitências em sistemas oleodutos risers. A
destruição de padrão estratificado no oleoduto é uma forma de se evitar intermitências
no escoamento multifásico em sistema oleoduto-risers. Mecanismos de mitigação to-
mam partido desse fato, como utilização de tubo de venturi em trecho do oleoduto
antes do riser ou injeção de gás no oleoduto de modo a aumentar a velocidade super-
ficial do gás e instabilizar o padrão estratificado antes da base do riser,
Na literatura temos uso de válvulas de estrangulamento, como (MALEKZA-
DEH; HENKES; MUDDE, 2012) e (BALIÑO, 2008) para mitigar o problema.
(PEDERSEN; DURDEVIC; YANG, 2017)Revisa em detalhes o estado da arte
relacionado a análise, detecção, modelagem dinâmica e eliminação dos slugs dentro
dos dutos de petróleo e processos de exploração e produção de gás. A modelagem
do escoamento de slugs tem sido usada para investigar as características do slug
e também ao projeto de controle anti-slug, no entanto, a maioria dos modelos requer
instalação e dados operacionais que, infelizmente, muitas vezes não estão disponíveis
na maioria das instalações offshore.
(FARIAS; AZEVEDO; PAULA, 2023) relata uma investigação experimental das
características do escoamento estratificado gás-líquido em dutos na presença de on-
das interfaciais controladas. Estudos desse regime de escoamento com ondas interfa-
ciais controladas são escassos na literatura. Aqui, as perturbações são excitadas na
interface líquida por uma pá oscilante. As ondas são sincronizadas com as aquisições
de imagem, permitindo a utilização de medições de bloqueio de fase e técnicas de
média de conjunto.
(AZEVEDO; BALIÑO; ANDREOLLI, 2023)apresenta um estudo numérico dos
tipos de intermitências severas através da análise de estabilidade não linear. A equa-
ção de Landau, considerada como uma solução assintótica de um modelo de escoa-
mento bifásico em um sistema oleoduto-riser. Da equação de Landau, o coeficiente de
Capítulo 1. INTRODUÇÃO 22

Landau é calculado e, consequentemente, as amplitudes de saturação das variáveis


de estado no ciclo limite são determinadas.
Como referência em escoamento multifásico, temos (WALLIS, 1969) que apre-
senta modelos para escoamento multifásico em tubulações são tipo modelos homo-
gêneo, separado e de deslizamento. O modelo de escoamento homogêneo assume
que as fases têm as mesmas velocidades e propõem equações de conservação da
mistura. As propriedades do pseudo-fluido (mistura) são dadas em termos de médias
ponderadas pela densidade ou fração volumétrica. No modelo separado a separação
entre as fases é bem definida e as equações de conservação são escritas para cada
fase em separado. Escoamento estratificado é um exemplo de escoamento separado.
No modelo de deslizamento o foco é a mistura, mas permite-se velocidade relativa
entre as fases. As equações de conservação são escritas para a mistura e relação
cinemática especificando velocidade relativa entre as fases é usada como lei de fe-
chamento.
Quanto a trabalhos experimentais que serão tratados no capítulo 4 citamos
um, (SCHMIDT; BRILL; BEGGS, 1980) que detectaram golfadas severas caracteriza-
das por baixas vazões de gás e líquido. Um modelo matemático foi desenvolvido para
previsão de estabilidade. O experimento foi conduzido em diferentes ângulos de incli-
nação do oleoduto . O comprimento do tubo horizontal de 100 ft e 50 ft de riser vertical
e diâmetro da tubulação de 2 polegadas com ar e querosene. A velocidade superficial
do querosene foi estabelecida entre 0,05 e 10 ft/s e a do ar entre 0,35 e 40 ft/s. Foram
medidas temperaturas, pressões e vazões.
(ZAKARIAN; TRAN, 1999) foi o primeiro trabalho a realizar uma abordagem di-
nâmica do problema. Realizaram a modelagem em sistema oleoduto-riser via volume
de controle obtendo um sistema DAE com 2 equações diferenciais (sem atrito). Este
modelo tem um único estado estacionário o qual perde a estabilidade via bifurcação de
Hopf. Compara os resultados dos modelos matemáticos com os experimentos repor-
tados na literatura, apresentando mapas de estabilidade. Como este modelo possui
apenas um grau de liberdade, sua dinâmica possui conjuntos limites restritos a pontos
fixos e ciclos limites.
(BURR; BALIÑO, 2015) apresentam uma teoria assintótica para obter uma
equação de evolução da instabilidade do sistema. Uma solução analítica resulta num
ciclo limite que se aproxima do ciclo limite do sistema original, e então permite obter
estimativas do período do ciclo limite e à amplitude de quantidades de interesse, como
a pressão na base do riser, por exemplo. Esta teoria é válida para parâmetros próximos
à superfície de bifurcação de Hopf.
O objetivo deste trabalho é apresentar a análise dinâmica de modelo simples
composto por sistema de equações algébrico diferenciais para escoamento bifásico
Capítulo 1. INTRODUÇÃO 23

em sistema oleoduto-riser com pelo menos 3 equações diferenciais e equações algé-


bricas, que permite a existência de comportamento caótico e é simples o suficientes
para que técnicas como mapas de Poincaré possam ser efetivamente utilizadas para
estudar a possibilidade de comportamento caótico. Com a análise de estabilidade li-
near do único estado estacionário presente nesse modelo, serão gerados mapas de
estabilidade no espaço de parâmetros e condições de contorno. A região onde o es-
tado estacionário é instável face a perturbações infinitesimais contem a região no es-
paço de parâmetros e condições de contorno onde há a possibilidade do fenômeno de
intermitência. Nesta região se justifica a análise não linear, como construção de ma-
pas de Poincaré para determinar o período de soluções periódicas e sua estabilidade
assim como verificar a possibilidade de comportamento caótico.
A estrutura deste trabalho é descrita nos parágrafos a seguir:
No capítulo 2 apresenta as equações de governo para modelo simplificado do
escoamento bifásico em sistema oleoduto-riser. O modelo obtido é composto de dois
conjuntos de equações. O primeiro conjunto de equações contempla a situação em
que há passagem contínua de gás do oleoduto para o riser, e o segundo conjunto o
contempla a situação onde há bloqueio da passagem de gás do oleoduto ao riser e
consequente alagamento parcial do oleoduto. As condições de mudança do primeiro
ao segundo conjunto de equações e vice-versa são fornecidas. O modelo resultante é
um sistema DAE apresentado na forma adimensional.
O capítulo 3 é dedicado a análise de dinâmica do modelo simplificado com
suas respectivas referências. Inicialmente o estado estacionário desse modelo é ob-
tido, sua estabilidade linear é estudada em função dos parâmetros e condições de
contorno do sistema.
O capítulo 4 serão apresentados os resultados da análise dinâmica do sis-
tema: mapa de estabilidade linear; mapa de comportamento local do campo de veto-
res nas vizinhanças do estado estacionário e análise de bifurcações em comparação
com os dados experimentais.
O capítulo 5 apresenta as discussões e conclusões com base nos resultados
obtidos e sugestões para continuidade deste trabalho.
24

2 MODELO DE ESCOAMENTO BIFÁSICO EM SISTEMA OLEODUTO-RISER

Neste capítulo são apresentadas as equações do escoamento bifásico no riser


unidimensional simplificado sem os termos de inércia na equação de conservação da
quantidade de movimento linear para a mistura e escoamento no oleoduto via aborda-
gem de volume de controle. Assume-se que o líquido é incompressível, o gás é ideal,
sistema isotérmico e escoamento estratificado no oleoduto.
Com base no trabalho (BALIÑO, 2008), são feitas considerações e simplifica-
ções para abordagem do escoamento bifásico. Os fluídos de trabalho do escoamento
bifásico são água e ar. Neste trabalho o oleoduto é reto com pequena inclinação e o
riser é reto e vertical. Utiliza-se abordagem de volume de controle ao riser e oleoduto.
Equações de conservação de massa do líquido e do gás foram obtidas ao volume de
controle que representa o oleoduto e ao volume de controle que representa o riser.
Para fechar o modelo do oleoduto, a relação de equilíbrio das forças de atrito entre
as fases e a parede do duto, a interface líquido-gás e a força gravitacional obtida,
resultando numa equação algébrica. No riser considera-se a conservação da quan-
tidade de movimento linear da mistura e utiliza-se relação cinemática que impõem a
velocidade relativa entre as fases como lei de fechamento.
Temos na figura 6 o sistema oleoduto-riser sem alagamento, na extremidade
inferior esquerda temos o buffer e na extremidade superior direita temos o separador.
As variáveis são conforme o apresentado na lista de símbolos [ ].
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 25

Figura 6 – Visão geral do sistema Oleoduto-Riser sem alagamento

Como lei de fechamento para as equações do riser utiliza-se a relação de des-


lizamento com o parâmetros de distribuição e velocidade de deslizamento dada pela
correlação de (BENDIKSEN, 1984) quando o escoamento é co-corrente. No topo do
riser no entanto, quando há a intermitência severa há a possibilidade de escoaemento
contracorrente e logo a correlação de Chexal-lellouche, (CHEXAL et al., 1997), para
o parâmetros de distribuição e velocidade de deslizamento é utilizada. Abaixo segue
uma descrição de ambas correlações:
(BENDIKSEN, 1984): reporta uma pesquisa experimental de propagação de
bolhas em escoamento intermitente, utilizando detectores foto-transmissores infraver-
melho. Foram realizados experimentos numa bancada água-ar com ângulos de incli-
nação entre -30 a 90 graus com a horizontal, diâmetros entre 1,9 e 5,0 cm e velo-
cidades médias de líquido de até 5 m/s. Como resultado fundamental deste traba-
lho, apresenta-se uma correlação para o parâmetro de distribuição e a velocidade de
escorregamento entre as fases em função do ângulo de inclinação, que satisfaz os
valores limite correspondentes a condutos horizontais e verticais.
(CHEXAL et al., 1997): apresenta uma correlação para a fração de vazio em
escoamentos bifásicos que é válida para uma ampla faixa de valores de pressão,
vazão, fração de vazio, tipos de fluidos (vapor-água, ar-água, hidrocarbonetos e oxi-
gênio), e denominada de correlação Chexal-Lellouche. Esta correlação foi qualificada
a partir de vários conjuntos de dados experimentais para escoamentos bifásicos em
regime permanente numa ampla faixa de condições termodinâmicas e geometrias tí-
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 26

picas de instalações de usinas nucleares, assim como, para tubos com inclinação
qualquer e diâmetro até 450 mm. A correlação é baseada no modelo de deslizamento.
Os parâmetros do modelo de deslizamento são determinados tanto para escoamen-
tos bifásicos com o escoamento das duas fases na mesma direção (co-corrente) como
para escoamento bifásico com velocidades das duas fases em direção oposta (contra-
corrente), com ampla faixa de pressão, vazão e fração de vazio. O objetivo principal
deste trabalho é apresentar uma correlação empírica baseada no modelo de desliza-
mento que elimina a necessidade de se conhecer o regime de escoamento antes que
a predição da fração de vazio possa ser realizada.

2.1 Equações de Governo do Riser

As equações de governo do escoamento bifásico no riser (duto vertical) sob


as hipóteses acima são utilizadas para obter-se o modelo simplificado do escoamento
bifásico com base em (BALIÑO; BURR; NEMOTO, 2010) . Nesse intuito, integra-se no
espaço, as equações de governo do riser na forma contínua a partir da base até o topo,
obtendo-se equações diferenciais ordinárias em termos das variáveis dependentes
restritas à base e ao topo do riser. O conjunto de equações resultante é o modelo
simplificado do escoamento bifásico no riser. Essa estratégia será utilizada, mas após
o estudo do efeito na montagem das equações do oleoduto e na base do riser com
intuito de verificar a existência de combinações lineares de diferenciais no tempo. Caso
esse fenômeno exista nas equações contínuas, a forma discreta das equações deve
também apresentar o mesmo fenômeno. As equações ao modelo contínuo do riser
são dadas as equações (2.1) - (2.8) :
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 27

Figura 7 – Ilustração do Escoamento no Riser

• Conservação de massa para o líquido:

𝜕𝛼𝑟 𝜕𝑗𝑙
− + =0 (2.1)
𝜕𝑡 𝜕𝑠

em que 𝛼𝑟 é a fração de vazio no riser, 𝑗𝑙 é a velocidade superficial do líquido, 𝑡


é o tempo e 𝑠 é a posição ao longo do riser.

• Conservação de massa para o gás:

𝜕 𝜕
(𝑃 𝛼𝑟 ) + (𝑃 𝑗𝑔 ) = 0 (2.2)
𝜕𝑡 𝜕𝑠

sendo 𝑃 é a pressão e 𝑗𝑔 é a velocidade superficial do gás. A relação de gás per-


feito foi utilizada para escrevermos a densidade do gás em termos da pressão.
A equação de gás perfeito é 𝜌𝑔 = 𝑃/(𝑅𝑇 ), onde 𝜌𝑔 é a densidade do gás, 𝑅 é a
constante do gás e 𝑇 é a temperatura do escoamento.

• Conservação da quantidade de movimento linear:

𝜕𝑃 𝑃 2
(︂ )︂
− − [𝜌𝑙 (1 − 𝛼𝑟 ) + 𝛼𝑟 ] 𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃 + 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚 ; 𝜖/𝐷)𝑗|𝑗| = 0 (2.3)
𝜕𝑠 𝑅𝑇 𝐷

onde 𝜃 é a inclinação local do riser. 𝑔 é a aceleração gravitacional, 𝐷 é o diâmetro


Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 28

do tubo, 𝜖 é a rugosidade da parede do tubo, 𝑗 é a velocidade superficial total,


𝑓𝑚 é o fator de atrito da mistura líquido-gás (sub-escrito "m"da mistura) que é
função do número de Reynolds da mistura e da rugosidade relativa (𝜖/𝐷):

𝜌𝑚 𝐷|𝑗|
𝑅𝑒𝑚 = (2.4)
𝜇𝑚

com 𝜌𝑚 = (1 − 𝛼𝑟 )𝜌𝑙 + 𝛼𝑟 𝜌𝑔 e 𝜇𝑚 = 𝜇𝑔 𝛼𝑟 + (1 − 𝛼𝑟 )𝜇𝑙


onde 𝜌𝑚 é a densidade da mistura e 𝜇𝑚 , 𝜇𝑔 , 𝜇𝑙 são as viscosidades dinâmicas da
mistura, gás e líquido respectivamente.

• Lei de fechamento para o modelo de deslizamento ou mistura:

Φ(𝛼𝑟 , 𝑃, 𝑗𝑙 , 𝑗𝑔 ) = 0 (2.5)

No Riser a lei de fechamento é uma relação cinemática que especifica a velocidade


relativa entre as fases.

Φ(𝛼𝑟 , 𝑃, 𝑗𝑙 , 𝑗𝑔 ) = 𝑗𝑔 − 𝛼𝑟 [𝐶𝑑(𝛼𝑟 , 𝑃, 𝑗𝑙 , 𝑗𝑔 )𝑗 + 𝑈 𝑑(𝛼𝑟 , 𝑃, 𝑗𝑙 , 𝑗𝑔 )] (2.6)

onde os coeficientes 𝐶𝑑 (parâmetro de distribuição) e 𝑈 𝑑 (velocidade de deslizamento)


podem ser função de 𝛼𝑟 , 𝑃, 𝑗𝑙 , 𝑗𝑔 e de parâmetros do sistema. Para a correlação de
(BENDIKSEN, 1984):

⎨ 1, 05 + 0, 15𝑠𝑒𝑛𝜃 para 𝐹 𝑟 < 3, 5
𝐶𝑑 = (2.7)
⎩ 1, 2 para 𝐹 𝑟 ≥ 3, 5

e
⎧√
⎨ 𝑔𝐷 (0, 35𝑠𝑒𝑛𝜃 + 0, 54𝑐𝑜𝑠𝜃) para 𝐹 𝑟 < 3, 5
𝑈𝑑 = ⎩ √ (2.8)
0, 35 𝑔𝐷𝑠𝑒𝑛𝜃 para 𝐹 𝑟 ≥ 3, 5


onde 𝐹 𝑟 = 𝑗/ 𝑔𝐷, número adimensional de Froude.

2.2 Equações de Governo do Oleoduto

Serão desenvolvidas duas configurações ao oleoduto, uma primeira configu-


ração, sem alagamento do oleoduto pelo líquido e com passagem contínua de gás
e uma segunda configuração onde há alagamento parcial do oleoduto e bloqueio da
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 29

passagem de gás. É melhor você dizer isso aqui nesse ponto. A figura 8 ilustra a pri-
meira configuração e a segunda configuração é ilustrada na figura 9. Para obter-se o
modelo simplificado do oleoduto utiliza-se uma abordagem de volume de controle, e
o como resultado temos um conjunto de equações diferenciais ordinárias em termos
das variáveis da figura 8.

Figura 8 – Volume de controle do Oleoduto sem alagamento

Na figura 8 𝛽 é a inclinação do oleoduto, 𝑚 ˙ 𝑔0 é a vazão inicial de massa do


gás, 𝑄𝑙0 é a vazão volumétrica inicial do líquido, 𝑆𝑐 é a superfície de controle e 𝑉𝑐 é o
volume de controle. As equações de governo do oleoduto serão obtidas via uma abor-
dagem de volume de controle. Na primeira configuração assume-se que o escoamento
é estratificado, a fração de vazio no oleoduto é constante ao longo do comprimento do
oleoduto e varia com o tempo. Na segunda configuração, o oleoduto é parcialmente
alagado pelo líquido e há bloqueio da passagem de gás do oleoduto ao riser. Na parte
do oleoduto não alagada pelo líquido, o escoamento é estratificado e a fração de va-
zio não varia no espaço e sim com o tempo. As equações de governo são obtidas
via conservação de massa no volume de controle composto pelo oleoduto e um vaso
de pressão com gás (buffer, 𝑉 𝑏). O conjunto oleoduto e o tanque de gás na primeira
configuração são ilustrados na figura 8, mostrando, também, o volume de controle
considerado, as entradas de gás e líquido, a inclinação do oleoduto com a horizontal,
as velocidades superficiais do líquido 𝑗𝑙𝑏 e do gás 𝑗𝑔𝑏 na base do riser, além do vetor
normal ⃗𝑛 à superfície de controle.
A figura 9 mostra a segunda configuração onde temos alagamento parcial do
oleoduto. O comprimento da região alagada é representado pela letra 𝛿. A mudança
da primeira configuração para a segunda configuração ocorre quanto a velocidade
superficial do gás na base do riser 𝑗𝑔𝑏 vai a zero (fração de vazio na base do riser 𝛼𝑟𝑏
também vai a zero e 𝑑𝑗𝑔𝑏 /𝑑𝑡 < 0). A mudança da segunda para a primeira configuração
ocorre quando o comprimento do alagamento do riser 𝛿 vai a zero (a velocidade da
frente do alagamento 𝑑𝛿/𝑑𝑡 < 0).
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 30

Figura 9 – Volume de controle do Oleoduto com alagamento

2.2.1 Configuração com Passagem Contínua de Gás do Oleoduto para o Riser

Apresentando as equações de conservação com base em (BALIÑO; BURR;


NEMOTO, 2010):

• Conservação de massa para o líquido:

𝑑 ∫︁ ∫︁
𝜌𝑙 𝑑𝑉𝑐 + 𝜌𝑙 (𝑉⃗𝑙 · ⃗𝑛) 𝑑𝑆𝑐 = 0 (2.9)
𝑑𝑡 𝑉𝑐 𝑆𝑐

onde 𝑉𝑐 é o volume de controle , 𝑆𝑐 é a superfície de controle que limita o volume


de controle, 𝑉⃗𝑙 é o vetor velocidade do líquido e ⃗𝑛 é o vetor normal à superfície
de controle 𝑆𝑐 . Avaliando as integrais acima :

𝑑
(𝜌𝑙 𝐿𝑜 (1 − 𝛼𝑜 )𝐴) + 𝜌𝑙 𝑢𝑙𝑏 𝐴𝑙 − 𝜌𝑙 𝑄𝑙𝑜 = 0 (2.10)
𝑑𝑡

onde 𝐿𝑜 é o comprimento do oleoduto, 𝛼𝑜 é a fração de vazio no oleoduto, 𝐴𝑙


é a área da seção transversal ocupada por líquido, 𝑢𝑙𝑏 é a velocidade média do
líquido na base do riser ou no final do oleoduto e 𝑄𝑙𝑜 é a vazão volumétrica de
líquido na entrada no oleoduto. Como 𝑗𝑙𝑏 = 𝑢𝑙𝑏 (1 − 𝛼𝑜 ), podemos reescrever a
equação acima como:

𝑑𝛼𝑜 𝑄𝑙𝑜
−𝜌𝑙 𝐿𝑜 + 𝜌𝑙 𝑗𝑙𝑏 − 𝜌𝑙 =0 (2.11)
𝑑𝑡 𝐴

onde 𝐴 é a área seccional do tubo.


Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 31

• Conservação de massa para o gás:

𝑑 ∫︁ ∫︁
𝜌𝑔 𝑑𝑉𝑐 + 𝜌𝑔 (𝑉⃗𝑔 · ⃗𝑛)𝑑𝑆𝑐 = 0 (2.12)
𝑑𝑡 𝑉𝑐 𝑆𝑐

onde 𝑉⃗𝑔 é o vetor velocidade do gás. Avaliando os integrais acima obtemos que

𝑑
(𝜌𝑔 𝑉 𝑏 + 𝜌𝑔 𝐿𝑜 𝛼𝑜 𝐴) + 𝜌𝑔 𝑢𝑔𝑏 𝐴𝑔 − 𝑚𝑔𝑜
˙ =0
𝑑𝑡

onde 𝐴𝑔 é a área da seção transversal ocupada por gás, 𝑉 𝑏 é o volume do balão de


gás, 𝑢𝑔,𝑏 é a velocidade média do gás na base do riser ou no final do oleoduto e 𝑚𝑔0 é
a vazão de massa de gás que entra no oleoduto. Como 𝑗𝑔𝑏 = 𝑢𝑔𝑏 𝛼𝑜 e lembrando que o
gás é ideal, podemos reescrever a equação acima :

(︃ )︃
𝑉𝑏 𝑑𝑃𝑔 𝑑𝛼𝑜 ˙ 𝑔𝑜 𝑅𝑇
𝑚
+ 𝛼𝑜 𝐿 𝑜 + 𝑃𝑔 𝐿𝑜 + 𝑃𝑔 𝑗𝑔𝑏 − =0 (2.13)
𝐴 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝐴

onde 𝑅 é a constante do gás e 𝑇 é a temperatura do gás.

2.2.2 Configuração com Alagamento Parcial do Oleoduto

A forma integral da conservação de massa de líquido é dada pela equação


(2.9). Avaliando-se os integrais desta equação para a segunda configuração ilustrada
na figura 9:

𝑑
{𝜌𝑙 (1 − 𝛼𝑜 )(𝐿𝑜 − 𝛿)𝐴 + 𝜌𝑙 𝛿𝐴} + 𝜌𝑙 𝑢𝑙𝑏 𝐴𝑙 − 𝜌𝑙 𝑄𝑙𝑜 = 0 (2.14)
𝑑𝑡

Como a fração de vazio no trecho alagado, 𝛼𝑜 = 0 nesse trecho, de modo que


podemos escrever 𝑢𝑙𝑏 = 𝑗𝑙𝑏 nesse trecho. Então a equação (2.14 pode ser reescrita
como:

𝑑𝛼𝑜 𝑑𝛿 𝑄𝑙𝑜
−(𝐿𝑜 − 𝛿) + 𝛼𝑜 + 𝑗𝑙𝑏 − =0 (2.15)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝐴

A conservação de massa do líquido é somente na região estratificada. O vo-


lume de controle agora é limitado somente a esta região, sendo a fronteira da interface
entre a região alagada e a região estratificada. Nessa fronteira a velocidade superfi-
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 32

cial do gás é 𝑗𝑔𝑎 e a velocidade superficial do líquido é 𝑗𝑙𝑎 como ilustrado na figura
9. Avaliando os integrais na equação (2.9) com as modificações mencionadas acima
obtemos:

𝑑
{𝜌𝑙 (1 − 𝛼𝑜 )(𝐿𝑜 − 𝛿)𝐴+} 𝜌𝑙 𝑗𝑙𝑎 𝐴 − 𝜌𝑙 𝑄𝑙𝑎 = 0 (2.16)
𝑑𝑡

resultando:

𝑑𝛼𝑜 𝑑𝛿 𝑄𝑙𝑜
−(𝐿𝑜 − 𝛿) + 𝛼𝑜 + 𝑗𝑙𝑎 − =0 (2.17)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝐴

A forma integral da conservação de massa do gás é dada pela equação (2.12).


Analisando a integração desta equação com bloqueio de gás conforme figura 9 :

𝑑 𝑃𝑔
{︂ }︂
(𝑉 𝑏 + 𝛼𝑜 (𝐿𝑜 − 𝛿)𝐴) − 𝑚
˙ 𝑔𝑜 = 0 (2.18)
𝑑𝑡 𝑅𝑇

Reescrevendo:

(︃ )︃
𝑉𝑏 𝑑𝑃𝑔 𝑑𝛼𝑜 𝑑𝛿 𝑅𝑇
+ 𝛼𝑜 (𝐿𝑜 − 𝛿) + 𝑃𝑔 (𝐿𝑜 − 𝛿) − 𝑃𝑔 𝛼𝑜 − ˙ 𝑔𝑜 = 0
𝑚 (2.19)
𝐴 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝐴

Multiplicando a equação (2.15) por 𝑃𝑔 e adicionando o resultado a equação logo


acima(2.19) obtém-se :

(︃ )︃
𝑉𝑏 𝑑𝑃𝑔 𝑄𝑙𝑜 𝑅𝑇
(︂ )︂
+ 𝛼𝑜 (𝐿𝑜 − 𝛿) + 𝑃𝑔 𝑗𝑙𝑏 − − ˙ 𝑔𝑜 = 0
𝑚
𝐴 𝑑𝑡 𝐴 𝐴

Como considera-se a pressão do líquido no oleoduto somente como hidrostática ao


longo deste, a equação da quantidade de movimento linear é dada por:

𝑃𝑏 = 𝑃𝑔 + 𝜌𝑙 𝑔𝛿 𝑠𝑒𝑛𝛽 (2.20)

Escrevendo a pressão do gás em termos da pressão na base do riser e subs-


tituindo o resultado na equação de conservação da massa de gás no oleoduto (2.21):
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 33

(︃ )︃ (︃ )︃
𝑉𝑏 𝑑𝑃𝑏 𝑉𝑏 𝑑𝛿 𝑄𝑙𝑜 𝑅𝑇
(︂ )︂
− 𝛼𝑜 (𝐿𝑝 − 𝛿) −𝜌𝑙 𝑔𝑠𝑒𝑛𝛽 − 𝛼𝑜 (𝐿𝑜 − 𝛿) +𝑃𝑏 𝑗𝑙𝑏 − − ˙ 𝑔𝑜 = 0
𝑚
𝐴 𝑑𝑡 𝐴 𝑑𝑡 𝐴 𝐴
(2.21)

Considera-se a conservação de massa do gás somente na região estratificada


do oleoduto. Na fronteira entre a região estratificada e a região alagada, a velocidade
superficial do gás é denotada por 𝑗𝑔𝑎 e a velocidade superficial do líquido é 𝑗𝑙𝑎 , como
ilustrado na figura 9. Avaliando-se os integrais na equação (2.12) com o volume de
controle descrito acima obtém-se:

𝑑 𝑃𝑔 𝑃𝑔
{︂ }︂
(𝑉 𝑏 + 𝛼𝑜 (𝐿𝑜 − 𝛿)𝐴) + 𝑗𝑔𝑎 𝐴 − 𝑚
˙ 𝑔𝑜 = 0 (2.22)
𝑑𝑡 𝑅𝑇 𝑅𝑇

reescrevendo:
[︃ ]︃
𝑉𝑏 𝑃𝑔 𝑑𝛼𝑜 𝑑𝛿 𝑅𝑇
+ (𝐿𝑜 − 𝛿)𝛼𝑜 + 𝑃𝑔 (𝐿𝑜 − 𝛿) − 𝑃𝑔 𝛼𝑜 + 𝑑𝑃𝑔 𝑗𝑔𝑎 − ˙ 𝑔𝑜 = 0 (2.23)
𝑚
𝐴 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝐴

Relação cinemática entre 𝑗𝑔𝑎 𝑒 𝑑𝛿/𝑑𝑡. Na fronteira entre a região alagada e a região
estratificada, podemos escrever que:

𝑑𝛿
𝑗𝑔𝑎 = −𝛼𝑜 (2.24)
𝑑𝑡

Com a equação (2.24) na equação (2.15), esta última (2.24) pode ser reescrita
na forma:

𝑑𝛼𝑜 𝑄𝑙𝑜
(𝐿𝑜 − 𝛿) = 𝑗𝑙𝑏 − − 𝑗𝑔𝑎 (2.25)
𝑑𝑡 𝐴

A equação (2.17) pode ser reescrita utilizando-se a equação (2.25). Como resultado:

𝑑𝛿
(1 − 𝛼𝑜 ) = −𝑗𝑙𝑏 + 𝑗𝑔𝑎 + 𝑗𝑙𝑎 (2.26)
𝑑𝑡

Por sua vez resulta em uma equação algébrica utilizando-se a equação (2.24),
resultando:

1 − 𝛼𝑜
− 𝑗𝑔𝑎 + 𝑗𝑙𝑏 − 𝑗𝑔𝑎 − 𝑗𝑙𝑎 = 0 (2.27)
𝛼𝑜
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 34

resultando:

𝑗𝑔𝑎 − 𝛼𝑜 (𝑗𝑙𝑏 − 𝑗𝑙𝑎 ) = 0 (2.28)

Em resumo, para a condição 𝛿 > 0, 𝑗𝑔𝑏 = 𝛼𝑟𝑏 = 0, e as equações de governo


do oleoduto nessa condição são as equações (2.16), (2.18), (2.19) e (2.20). Para fe-
char o conjunto de equações, relação de equilíbrio local entre forças de atrito das fases
e a parede do tubo, do atrito na interface entre as fases além da força gravitacional
serão obtidas na seção 2.2.3.

2.2.3 Fração de Vazio do Oleoduto

Com base em (TAITEL; DUKLER, 1976) para escoamento estratificado na ho-


rizontal com uma pequena inclinação, temos a fração de vazio𝛼𝑜 avaliada a partir da
pressão do gás no oleoduto 𝑃𝑔 , da velocidade superficial do gás no oleoduto 𝑗𝑔𝑜 e da
velocidade superficial 𝑗𝑙𝑜 no oleoduto utilizando-se modelo de dois fluidos unidimensi-
onal considerando escoamento estratificado totalmente desenvolvido no oleoduto. As
equações da quantidade de movimento nas condições acima são dadas por:

• Líquido:

𝑑𝑃 𝑃 𝑒𝑙 𝑃 𝑒𝑖
− − 𝜏𝑙 + 𝜏𝑖 + 𝜌𝑙 𝑔 𝑠𝑒𝑛𝛽 = 0 (2.29)
𝑑𝑠 𝐴𝑙 𝐴𝑙

• Gás:

𝑑𝑃 𝑃 𝑒𝑔 𝑃 𝑒𝑖
− − 𝜏𝑔 − 𝜏𝑖 + 𝜌𝑔 𝑔 𝑠𝑒𝑛𝛽 = 0 (2.30)
𝑑𝑠 𝐴𝑔 𝐴𝑔

Eliminando-se o gradiente de pressão das equações acima, resulta:

(︃ )︃
1 1 𝑃 𝑒𝑙 𝑃 𝑒𝑔
𝜏𝑖 𝑃 𝑒 𝑖 + − 𝜏𝑤,𝑙 + 𝜏𝑤,𝑔 + (𝜌𝑙 − 𝜌𝑔 )𝑔𝑠𝑒𝑛𝛽 = 0 (2.31)
𝐴𝑔 𝐴𝑙 𝐴𝑙 𝐴𝑔

onde 𝛽 é o angulo de inclinação do oleoduto, 𝜏𝑖 , 𝜏𝑙 e 𝜏𝑔 são, respectivamente, a tensão


na interface líquido-gás, a tensão de atrito da parede com o líquido e com o gás.
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 35

𝑃 𝑒𝑙 , 𝑃 𝑒𝑔 e 𝑃 𝑒𝑖 são, respectivamente, os perímetros molhados pelo líquido, pelo


gás e na interface. As relações constitutivas das tensões 𝜏𝑖 , 𝜏𝑙 e 𝜏𝑔 são dadas por:

1
𝜏𝑙 = 𝜌𝑙 𝑓𝑙 (𝑅𝑒𝑙 ; 𝜖/𝐷𝑙 )𝑢𝑙𝑜 |𝑢𝑙𝑜 | (2.32)
2

1
𝜏𝑔 = 𝜌𝑔 𝑓𝑔 (𝑅𝑒𝑔 ; 𝜖/𝐷𝑔 )𝑢𝑔𝑜 |𝑢𝑔𝑜 | (2.33)
2

1
𝜏𝑖 = 𝜌𝑔 𝑓𝑖 (𝑢𝑔𝑜 − 𝑢𝑖 )|𝑢𝑔𝑜 − 𝑢𝑖 | (2.34)
2

𝑓𝑙 é o fator de atrito do líquido, , 𝑓𝑔 é o fator de atrito do gás e 𝑓𝑖 é o fator de atrito da


interface líquido-gás. 𝑢𝑙𝑜 , 𝑢𝑔𝑜 e 𝑢𝑖 são as velocidades médias do líquido e do gás e da
interface respectivamente.
𝐷𝑙 e 𝐷𝑔 são os diâmetros hidráulicos do líquido e gás . 𝑅𝑒𝑙 e 𝑅𝑒𝑔 são os
números de Reynolds do líquido e do gás dados por:

𝜌𝑙 𝑃 𝑒𝑙 |𝑢𝑙𝑜 |
𝑅𝑒𝑙 = (2.35)
𝜇𝑙

𝜌𝑔 𝑃 𝑒𝑔 |𝑢𝑔𝑜 |
𝑅𝑒𝑔 = (2.36)
𝜇𝑔

com

4𝐴𝑙
𝐷𝑙 = (2.37)
𝑃 𝑒𝑙

4𝐴𝑔
𝐷𝑔 = (2.38)
𝑃 𝑒𝑔 + 𝑃 𝑒𝑖

𝐷𝑔 = (1 − 𝛾)𝜋𝐷 (2.39)

𝐷𝑖 = 𝛾𝑖 𝜋𝐷 (2.40)
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 36

O parâmetro 𝛾 é a solução da equação transcendente:

1
𝛼𝑜 = 1 − 𝛾 + 𝑠𝑒𝑛(2𝜋𝛾) (2.41)
2𝜋

1
𝛾𝑖 = 𝑠𝑒𝑛(𝜋𝛾) (2.42)
𝜋

Como o gás no oleoduto é gás perfeito assim a densidade do gás pode ser
escrita em termos da pressão no gás como 𝜌𝑔 = 𝑃𝑔 /(𝑅𝑇 ). Na primeira configuração,
onde há passagem contínua de gás do oleoduto para o riser, a pressão do gás 𝑃𝑔 é
igual a pressão na base do riser 𝑃𝑏 considerando a pressão do oleoduto constante ao
longo do comprimento e variável com o tempo, temos:

𝑃 𝑔 = 𝑃𝑏 (2.43)

1 𝑄𝑙0
(︂ )︂
𝑗𝑙𝑜 = 𝑗𝑙𝑏 + (2.44)
2 𝐴

(︃ )︃
1 𝑅𝑇 𝑚˙ 𝑔𝑜
𝑗𝑔𝑜 = 𝑗𝑔𝑏 + (2.45)
2 𝑃𝑔 𝐴

e na segunda configuração, onde há alagamento parcial do oleoduto:

𝑃𝑔 = 𝑃𝑏 − 𝜌𝑙 𝑔𝛿𝑠𝑒𝑛𝛽 (2.46)

1 𝑄𝑙𝑜
(︂ )︂
𝑗𝑙𝑜 = 𝑗𝑙𝑏 + (2.47)
2 𝐴

(︃ )︃
1 𝑅𝑇 𝑚˙ 𝑔𝑜
𝑗𝑔𝑜 = 𝑗𝑔𝑎 + (2.48)
2 𝑃𝑔 𝐴
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 37

2.3 Condições de Contorno e de Compatibilidade

As condições de contorno são as vazões de líquido e gás na entrada do ole-


oduto e a denotadas respectivamente por 𝑄𝑙𝑜 e 𝑚
˙ 𝑔𝑜 . A condição de contorno no topo
do riser é dada por:

𝑃𝑡 = 𝑃𝑠 (2.49)

onde𝑃𝑡 é apressão no topo do riser e 𝑃𝑠 é a pressão no separador de líquido e gás


conectado ao topo do riser . As condições de compatibilidade são a continuidade da
pressão e velocidades superficiais no fim do oleoduto e base do riser, dadas pelas
equações:

𝑗𝑙 (𝑠 = 0) = 𝑗𝑙𝑏 (2.50)

𝑗𝑔 (𝑠 = 0) = 𝑗𝑔𝑏 (2.51)

𝑃 (𝑠 = 0) = 𝑃𝑏 (2.52)

𝛼𝑟 (𝑠 = 0) = 𝛼𝑟𝑏 ̸= 𝛼𝑜 (2.53)

A descontinuidade da fração de vazio entre o fim do oleoduto e a base do riser,


conforme mostra a equação (2.53). Isso se deve à mudança de padrão de escoamento
quando o escoamento passa do oleoduto (estratificado) para o riser (não estratificado,
em geral tipo slug).

2.4 Sumário das Equações de Governo

Apresentando-se as equações de governo na forma adimensional do escoa-


mento no oleoduto e no riser além das condições de contorno. Como consideramos
duas configurações ao oleoduto, teremos dois conjuntos de equações de governo.
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 38

A forma discreta das equações para o riser foram obtidas no apêndice A e a forma
adimensional das mesmas foi obtida no apêndice B. O sobrescrito ˜ é referente as
variáveis adimensionalizadas.

2.4.1 Sem Alagamento no Oleoduto

As equações de governo adimensionais para o riser são as equações (B.6),


(B.7), (B.10), (B.12)-(B.25) e (A.10), listadas abaixo:

𝜕𝑚˜𝑙 ˜
+ 𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 = 0 (2.54)
𝜕 𝑡˜

onde definimos a massa adimensional de líquido no riser 𝑚


˜ 𝑙 de acordo com a equação

1
˜𝑙 =
𝑚 [2 − 𝛼𝑟𝑏 − 𝛼𝑟𝑡 ] (2.55)
2

1 𝜕 𝑃˜𝑏 𝑃˜𝑡 + 𝑃˜𝑏 (︁˜ )︁


𝛼𝑟𝑏 + 𝑃˜𝑡˜𝑗𝑔𝑡 − 𝑃˜𝑏˜𝑗𝑔𝑏 + 𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 = 0 (2.56)
2 𝜕 𝑡˜ 2

{︁ (︁ )︁
𝑃˜𝑡 − 𝑃˜𝑏 + 1
2
[(1 − 𝛼𝑟𝑡 ) + 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟𝑡 ] Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑡 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑡 |˜𝑗𝑡 |

(︁ )︁}︁
+[(1 − 𝛼𝑟𝑏 ) + 𝑃˜𝑏 𝛼𝑟𝑏 ] Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑡 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑏 |˜𝑗𝑏 | =0 (2.57)

˜𝑗𝑔𝑏 − 𝛼𝑟𝑏 (𝐶𝑑𝑏˜𝑗𝑏 + 𝑈˜ 𝑑𝑏 ) = 0 (2.58)

˜𝑗𝑔𝑡 − 𝛼𝑟𝑡 (𝐶𝑑𝑡˜𝑗𝑡 + 𝑈˜ 𝑑𝑡 ) = 0 (2.59)

˜ ˜ (︁
[︃ ]︃
𝛼𝑟𝑏 [︁ ˜ ˜¯ 𝑜 𝑃˜𝑡˜𝑗𝑔𝑡 − 𝑃˜𝑏˜𝑗𝑔𝑏 + 𝑃𝑡 + 𝑃𝑏 ˜𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 = 0 (2.60)
(︁ )︁]︁ )︁
𝑚˙ 𝑔𝑜 − 𝑃˜𝑏˜𝑗𝑔𝑏 − 𝑃˜𝑏 ˜𝑗𝑙𝑏 − 1 + 𝛼
2 2
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 39

As equações de governo para o oleoduto na forma adimensional são as equa-


ções (B.26), (B.27) e (B.34), mas em face da relação algébrica (B.20), utilizando as
equações (B.26) e (B.34) no modelo simplificado, listadas abaixo:

𝐿𝑜 𝑑𝛼𝑜 ˜
− + 𝑗𝑙𝑏 − 1 = 0
𝐿𝑟 𝑑𝑡˜

˜𝑗𝑔 ˜𝑗𝑔 𝛾𝑖 𝛾 (1 − 𝛾) 1
𝑃˜𝑔 𝑓𝑖 ( −˜ 𝑢𝑖 )| −˜ 𝑢𝑖 | −𝑓𝑙 ˜𝑗𝑙 |˜𝑗𝑙 | +𝑃˜𝑔 𝑓𝑔 ˜𝑗𝑔 |˜𝑗𝑔 | + Π𝐷(1−𝑃˜𝑔 )𝑠𝑒𝑛𝛽 = 0
𝛼𝑜 𝛼𝑜 𝛼𝑜 (1 − 𝛼𝑜 ) (1 − 𝛼𝑜 )3 𝛼𝑜3 2
(2.61)

com 𝑃𝑔 , 𝑗𝑙 e 𝑗𝑔 relacionados as variáveis 𝑃𝑏 , 𝑗𝑙𝑏 e 𝑗𝑔𝑏 via equações (B.33)-(B.36). Além


dessas equações, há a condição de contorno no topo do riser na forma adimensional,
dada pela equação

𝑃𝑠
𝑃˜𝑡 = (2.62)
𝜌𝑙 𝑅𝑇

Assim temos dez equações em termos de dez variáveis:


˜𝑗𝑙𝑏 , ˜𝑗𝑙𝑡 , ˜𝑗𝑔𝑏 , ˜𝑗𝑔𝑡 , 𝑃˜𝑏 , 𝑃˜𝑡 , 𝛼𝑟𝑏 , 𝛼𝑟𝑡 , 𝛼𝑜 e 𝑚
˜ 𝑙 . Onde P𝑡 tem seu valor fixo devido a condição de
contorno no topo do riser dada pela equação (B.37).

2.4.2 Com Alagamento Parcial do Oleoduto

Note que na situação em que temos alagamento parcial do oleoduto, não há


passagem de gás do oleoduto ao riser. Implicando 𝛿˜ > 0, 𝑗𝑔𝑏 = 0 e, portanto, 𝛼𝑟𝑏 =
0. Levando-se em conta as equações ˜𝑗𝑔𝑏 = 0 𝑒 𝛼𝑟𝑏 = 0 temos um conjunto de 12
equações com 12 variáveis dependentes. As equações adimensionais ao riser são as
equações (B.22)-(B.25), listadas abaixo. A equação (B.22) será reescrita em termos
da massa de líquido no riser como:

𝑑𝑚˜𝑙 ˜
+ 𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 = 0 (2.63)
𝑑𝑡

onde a massa de líquido adimensional nesta configuração:


Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 40

1
˜ 𝑙 = [2 − 𝛼𝑟𝑡 ]
𝑚 (2.64)
2

𝑃˜𝑡 + 𝑃˜𝑏 (︁˜ )︁


𝑃˜𝑡˜𝑗𝑔𝑡 + 𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 = 0 (2.65)
2
{︁ (︁ )︁
𝑃˜𝑡 − 𝑃˜𝑏 + 1
2
[(1 − 𝛼𝑟𝑡 ) + 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟𝑡 ] Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑡 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑡 |˜𝑗𝑡 | + .
(︁ )︁}︁
+ Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑏 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑏 |˜𝑗𝑏 | =0 (2.66)

˜𝑗𝑔𝑡 − 𝛼𝑟𝑡 (𝐶𝑑𝑡˜𝑗𝑡 + 𝑈˜ 𝑑𝑡 ) = 0 (2.67)

As equações para o oleoduto na forma adimensional nesta configuração são


as equações (B.29 )-( B.34). Essas equações são listadas abaixo:

𝐿𝑜 ˜ 𝑑𝛼𝑜 ˜
(︂ )︂
−𝛿 = 𝑗𝑙𝑏 − 1 − ˜𝑗𝑔𝑎 (2.68)
𝐿𝑟 𝑑𝛿˜
(︁ (︁ )︁)︁ ˜ (︁ (︁ )︁)︁ ˜
𝐿𝑒 − 𝛼𝑜 𝐿𝑜
𝐿𝑟
− 𝛿˜ 𝑃𝑏
𝑑𝑡˜
− Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝛽 𝐿𝑒 − 𝛼𝑜 𝐿𝑜
𝐿𝑟
− 𝛿˜ 𝑑𝛿
𝑑𝑡˜
+
(︁ )︁ (︁ )︁
˜
+ 𝑃˜𝑏 − Π𝐺𝛿𝑠𝑒𝑛𝛽 ˜𝑗𝑙𝑏 − 1 − ˜𝑗𝑙𝑏 − 𝑚
˙ 𝑔𝑜 = 0 (2.69)

𝑑𝛿˜
𝛼𝑜 = −˜𝑗𝑔𝑎 (2.70)
𝑑𝑡˜

˜𝑗𝑔𝑎 − 𝛼𝑜 (˜𝑗𝑙𝑏 − ˜𝑗𝑙𝑎 ) = 0 (2.71)

˜𝑗𝑔 ˜𝑗𝑔 𝛾𝑖 𝛾 (1 − 𝛾) 1
𝑃˜𝑔 𝑓𝑖 ( −˜ 𝑢𝑖 )| −˜ 𝑢𝑖 | −𝑓𝑙 ˜𝑗𝑙 |˜𝑗𝑙 | +𝑃˜𝑔 𝑓𝑔 ˜𝑗𝑔 |˜𝑗𝑔 | + Π𝐷(1−𝑃˜𝑔 )𝑠𝑒𝑛𝛽 = 0
𝛼𝑜 𝛼𝑜 𝛼𝑜 (1 − 𝛼𝑜 ) (1 − 𝛼𝑜 )3 𝛼𝑜3 2
(2.72)
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 41

Com 𝑃𝑔 , 𝑗𝑙 𝑒 𝑗𝑔 relacionados as variáveis 𝑃𝑏 , 𝑗𝑙𝑏 𝑒 𝑗𝑔𝑏 via equações (B.38)-(B.40).


Para complementar o conjunto de equações de modo a termos o número de equações
igual ao número de variáveis dependentes
˜𝑗𝑙𝑏 , ˜𝑗𝑙𝑡 , ˜𝑗𝑔𝑏 , ˜𝑗𝑔𝑡 , 𝑃˜𝑏 , 𝛼𝑟𝑏 , 𝛼𝑟𝑡 , 𝛼𝑜 , 𝑚 ˜ ˜𝑗𝑔𝑎 𝑒 ˜𝑗𝑙𝑎 , adicionando as equações:
˜ 𝑙 , 𝛿,

˜𝑗𝑔𝑏 = 0 (2.73)

𝛼𝑟𝑏 = 0 (2.74)

Considerando o aspecto de implementação computacional das equações de


governo do sistema oleoduto-riser, a configuração com alagamento parcial do oleoduto
˜ ˜𝑗𝑔𝑎 𝑒 ˜𝑗𝑙𝑎 que não aparecem na configuração sem alaga-
utiliza variáveis adicionais 𝛿,
mento parcial do oleoduto. Por outro lado, na configuração com alagamento parcial
as variáveis ˜𝑗𝑔𝑏 𝑒 𝛼𝑟𝑏 não aparecem nas equações de governo para esta configura-
ção. Então adicionaremos ao conjunto de equações de governo da configuração sem
alagamento as três equações abaixo:

𝛿˜ = 0 (2.75)

˜𝑗𝑔𝑎 = 0 (2.76)

˜𝑗𝑙𝑎 = 0 (2.77)

Com as equações (2.63)- (2.74) adicionais, temos agora na configuração com


passagem contínua de gás do oleoduto ao riser um conjunto de 12 equações com 12
variáveis ˜𝑗𝑙𝑏 , ˜𝑗𝑙𝑡 , ˜𝑗𝑔𝑏 , ˜𝑗𝑔𝑡 , 𝑃˜𝑏 , 𝛼𝑟𝑏 , 𝛼𝑟𝑡 , 𝛼𝑜 , 𝑚 ˜ ˜𝑗𝑔𝑎 𝑒 ˜𝑗𝑙𝑎
˜ 𝑙 , 𝛿,

2.5 Condições de intercâmbio entre as configurações

Na integração numérica no tempo das equações que governam o modelo é


necessário especificar a transição da primeira configuração do modelo (𝛿˜ = 0) à se-
gunda configuração do modelo (𝛿˜ > 0) e vice-versa. Num determinado conjunto de
condições iniciais, a integração numérica no tempo começa com as equações de go-
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 42

verno da primeira configuração (𝛿˜ = 0) e assume que no limite 𝑡˜ → 𝑡˜− 0 , temos que
𝛼𝑏 → 0 e 𝑗˜𝑙𝑏 → 0. Isso implica que em 𝑡˜ = 𝑡0 as equações da primeira configuração
deixam de ser válidas, mas a integração numérica pode ser continuada se as equa-
ções da segunda configuração forem utilizadas. A solução no instante 𝑡˜ = 𝑡0 serve de
condição inicial à segunda configuração. Estas são as condições de transição. Na tran-
sição, a maioria das variáveis são contínuas, descontinuidades podem aparecer nas
velocidades superficiais na base do riser e na fração de vazio. Suponha que 𝑡0 seja o
instante onde ocorre transição de uma configuração à outra. Se em 𝑡0 ocorre a tran-
sição da segunda configuração (𝛿˜ < 0) à primeira configuração (𝛿˜ = 0), a velocidade
superficial no instante 𝑡+
0 pode ser determinada da seguinte forma:

𝑑𝛿 − + 𝑑𝛿 −
+
𝑗𝑔𝑠 +
= 𝑗𝑔𝑏 +
, 𝑗𝑙𝑎 = 𝑗𝑙𝑏+ , 𝑗𝑔𝑏
+
= −𝛼𝑜 , 𝑗𝑙𝑏 = 𝑗𝑙𝑏− + 𝛼𝑜 (2.78)
𝑑𝑡 𝑑𝑡

e 𝛼0+ será dado pela equação (2.79). Se em 𝑡0 ocorre a transição da primeira


identação (𝛿˜ = 0) para a segunda configuração (𝛿˜ < 0), a velocidade superficial no
instante 𝑡+
0 pode ser determinado da seguinte forma:


+
𝑗𝑔𝑏 +
= 𝑗𝑔𝑎 = 𝑗𝑔𝑏 +
= 0, 𝑗𝑙𝑎 = 𝑗𝑙𝑏+ = 𝑗𝑙𝑏− (2.79)

2.6 Forma Matricial das Equações de Governo

O conjunto de doze equações que compõem as equações de governo no mo-


delo simplificado do escoamento bifásico no sistema oleoduto-riser será escrito na
forma matricial.

2.6.1 Sem Alagamento no Oleoduto

Nesta configuração, a parte diferencial do conjunto de equações compõem as


três primeiras linhas, e são as equações (2.54), (B.7) e (B.26) Da quarta até a décima
segunda linha temos a parte algébrica do sistema de equações algébrico-diferencial,
dadas pelas equações (B.10), (B.20), (B.13), (B.14), ( B.34), (B.37) e (2.63) a (2.74).
Esse conjunto de doze equações pode ser escrito como:

𝜕
M(x) x = h(x) (2.80)
𝜕𝑡
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 43

onde x𝑇 = {˜𝑗𝑙𝑏 ˜𝑗𝑙𝑡 ˜𝑗𝑙𝑎 ˜𝑗𝑔𝑏 ˜𝑗𝑔𝑡 ˜𝑗𝑔𝑎 𝑃˜𝑏 𝛼𝑟𝑏 𝛼𝑟𝑡 𝛼𝑜 𝑚 ˜ Os elementos não nulos da matriz
˜ 𝑙 𝛿}.
M(x) são:

M1,11 = 1 (2.81)

M2,07 = 𝛼𝑟𝑏 (2.82)

𝐿𝑜
M3,07 = (2.83)
𝐿𝑟

As linhas do vetor h (x) são dadas a seguir:

h1 = ˜𝑗𝑙𝑏 − ˜𝑗𝑙𝑡 (2.84)

˜𝑗𝑙𝑏 − ˜𝑗𝑙𝑡
(︃ )︃
h2 = 𝑃˜𝑏˜𝑗𝑔𝑏 − 𝑃˜𝑡˜𝑗𝑔𝑡 + (𝑃˜𝑏 + 𝑃˜𝑡 ) (2.85)
2

h3 = ˜𝑗𝑙𝑏 − 1 (2.86)

˜ ˜ (︁
[︃ ]︃
𝛼𝑟𝑏 [︁ ˜ ˜¯ 𝑜 𝑃˜𝑡˜𝑗𝑔𝑡 − 𝑃˜𝑏˜𝑗𝑔𝑏 + 𝑃𝑡 + 𝑃𝑏 ˜𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏
(︁ )︁]︁ )︁
h4 = 𝑚˙ 𝑔𝑜 − 𝑃˜𝑏 ˜𝑗𝑔𝑏 + ˜𝑗𝑙𝑏 − 1 + 𝛼 (2.87)
2 2
{︁ (︁ )︁
h5 = 𝑃˜𝑡 − 𝑃˜𝑏 + 1
2
[(1 − 𝛼𝑟𝑡 ) + 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟𝑡 ] Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑡 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑡 |˜𝑗𝑡 |
(︁ )︁
+[(1 − 𝛼𝑟𝑏 ) + 𝑃˜𝑏 𝛼𝑟𝑏 ] Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2𝜋𝐹 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑏; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑏 |˜𝑗𝑏 | (2.88)

h6 = ˜𝑗𝑔𝑏 − 𝛼𝑟𝑏 (𝐶𝑑𝑏˜𝑗𝑏 + 𝑈˜ 𝑑𝑏 ) (2.89)

h7 = ˜𝑗𝑔𝑡 − 𝛼𝑟𝑡 (𝐶𝑑𝑡˜𝑗𝑡 + 𝑈˜ 𝑑𝑡 ) (2.90)


Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 44

˜𝑗𝑔 ˜𝑗𝑔 𝛾𝑖 𝛾 (1 − 𝛾) 1
h8 = 𝑃˜𝑔 𝑓𝑖 ( −˜ 𝑢𝑖 )| −˜ 𝑢𝑖 | −𝑓𝑙 ˜𝑗𝑙 |˜𝑗𝑙 | +𝑃˜𝑔 𝑓𝑔 ˜𝑗𝑔 |˜𝑗𝑔 | + 𝜋𝐷 (1−𝑃˜𝑔 )𝑠𝑒𝑛𝛽
𝛼𝑜 𝛼𝑜 𝛼𝑝 (1 − 𝛼𝑜 ) (1 − 𝛼𝑜 )3 𝛼𝑜3 2
(2.91)

1
˜𝑙 −
h9 = 𝑚 [2 − 𝛼𝑟𝑏 − 𝛼𝑟𝑡 ] (2.92)
2

h10 = 𝛿˜ (2.93)

h11 = ˜𝑗𝑔𝑎 (2.94)

h12 = ˜𝑗𝑙𝑎 (2.95)

onde 𝑃˜𝑔 , ˜𝑗𝑔 e ˜𝑗𝑙 na equação (2.91) estão relacionadas as variáveis 𝑃˜𝑏 , ˜𝑗𝑔𝑏 e ˜𝑗𝑙𝑏 através
das equações:

𝑃˜𝑔 = 𝑃˜𝑏 (2.96)

˜𝑗𝑙 = 1 ˜𝑗𝑙𝑏 + 1
(︁ )︁
(2.97)
2

˜˙ 𝑔𝑜
(︃ )︃
˜𝑗𝑔 = 1 ˜𝑗𝑔𝑏 + 𝑚 (2.98)
2 𝑃˜𝑔

2.6.2 Com Alagamento no Oleoduto

Para essa configuração, a parte diferencial desse conjunto de equações com-


põem as quatro primeiras linhas, e são as equações (2.63), (B.28)-(B.30). Da quinta
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 45

até a décima segunda linha temos a parte algébrica do sistema de equações algébrico-
diferencial, dadas pelas equações ( B.23), (B.24), (B.31), (B.25), (B.34), (2.73) e (2.74).
Esse conjunto de doze equações pode ser escrito na forma dada pela equação (2.80)
com x𝑇 = {˜𝑗𝑙𝑏 ˜𝑗𝑙𝑡 ˜𝑗𝑙𝑎 ˜𝑗𝑔𝑏 ˜𝑗𝑔𝑡 𝑃˜𝑏 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟𝑏 𝛼𝑟𝑡 𝛼𝑜 𝑚 ˜ Os elementos não nulos da
˜ 𝑙 𝛿}.
matriz M(x) são:

M1,11 = 1 (2.99)

𝐿𝑜 ˜
M2,10 = −𝛿 (2.100)
𝐿𝑟

𝐿𝑜 ˜
M3,07 = 𝐿𝑒 − 𝛼𝑝 ( − 𝛿) (2.101)
𝐿𝑟

𝐿𝑜 ˜
(︂ )︂
M3,12 = −Π𝐺 𝑠𝑒𝑛𝛽 𝐿𝑒 − 𝛼𝑝 ( − 𝛿) (2.102)
𝐿𝑟

M4,12 = 𝛼𝑜 (2.103)

As linhas do vetor h(x) são dadas a seguir:

h1 = j𝑙𝑏 − j𝑙𝑡 (2.104)

h2 = j𝑙𝑏 − 1 − j𝑔𝑎 (2.105)

(︁ )︁ (︁ )︁
h3 = 𝑚 ˜
˜˙ 𝑔𝑜 − 𝑃˜𝑏 − 𝜋𝐺 𝛿𝑠𝑒𝑛𝛽 ˜𝑗𝑙𝑏 + ˜𝑗𝑔𝑎 − 1 (2.106)

h4 = −˜𝑗𝑔𝑎 (2.107)
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 46

{︁ (︁ )︁
h5 = 𝑃˜𝑡 − 𝑃˜𝑏 + 1
2
[(1 − 𝛼𝑟𝑡 ) + 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟𝑡 ] Π𝐺𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑡 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑡 |˜𝑗𝑡 |
(︁ )︁
+[(1 − 𝛼𝑟𝑏 ) + 𝑃˜𝑏 𝛼𝑟𝑏 ] Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑏 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑏 |˜𝑗𝑏 | (2.108)

𝑃˜𝑡 + 𝑃˜𝑏 ˜
h6 = 𝑃˜𝑡˜𝑗𝑔𝑡 + (𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 ) (2.109)
2

h7 = ˜𝑗𝑔𝑡 − 𝛼𝑟𝑡 (𝐶𝑑𝑡˜𝑗𝑡 + 𝑈˜ 𝑑𝑡 ) (2.110)

˜𝑗𝑔 ˜𝑗𝑔 𝛾𝑖 𝛾 (1 − 𝛾) 1
h8 = 𝑃˜𝑔 𝑓𝑖 ( −˜ 𝑢𝑖 )| −˜ 𝑢𝑖 | −𝑓𝑙 ˜𝑗𝑙 |˜𝑗𝑙 | +𝑃˜𝑔 𝑓𝑔 ˜𝑗𝑔 |˜𝑗𝑔 | + 𝜋𝐷 (1−𝑃˜𝑔 )𝑠𝑒𝑛𝛽
𝛼𝑜 𝛼𝑝 𝛼𝑝 (1 − 𝛼𝑜 ) (1 − 𝛼𝑜 )3 𝛼𝑜3 2
(2.111)

1
˜𝑙 −
h9 = 𝑚 [2 − 𝛼𝑟𝑡 ] (2.112)
2

h10 = ˜𝑗𝑔𝑎 − 𝛼𝑜 (˜𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 ) (2.113)

h11 = ˜𝑗𝑔𝑏 (2.114)

h12 = 𝛼𝑟𝑏 (2.115)

onde 𝑃˜𝑔 , ˜𝑗𝑔 e ˜𝑗𝑙 na equação (2.111) estão relacionadas as variáveis 𝑃˜𝑏 , ˜𝑗𝑔𝑏 e ˜𝑗𝑙𝑏
através das equações:

˜
𝑃˜𝑔 = 𝑃˜𝑏 − Π𝐺𝛿𝑠𝑒𝑛𝛽 (2.116)
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 47

˜𝑗𝑙 = 1 ˜𝑗𝑙𝑎 + 1
(︁ )︁
(2.117)
2

˜˙ 𝑔𝑜
(︃ )︃
˜𝑗𝑔 = 1 ˜𝑗𝑔𝑎 + 𝑚
(2.118)
2 𝑃˜𝑏 − Π𝐺𝛿˜ 𝑠𝑒𝑛𝛽

2.6.3 Formato DAE

O Sistema DAE para ambas a configurações, pode ser escrito também:

𝜕
M(x) x = h(x, Λ) (2.119)
𝜕𝑡

Onde
{︁ }︁
˜ 𝑙 𝛿˜ ˜𝑗𝑙𝑎 ˜𝑗𝑔𝑎
x𝑇 = ˜𝑗𝑙𝑏 ˜𝑗𝑙𝑡 ˜𝑗𝑔𝑏 ˜𝑗𝑔𝑡 𝑃˜𝑏 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟𝑏 𝛼𝑟𝑡 𝑚 (2.120)

e Λ representa os parâmetros do sistema e condições de contorno. A DAE


dada pela equação (2.120) pode ser colocada na forma semi-explicita, que podemos
escrever como:

ẋ = f (x, y, Λ) (2.121)

0 = g(x, y, Λ) (2.122)

Com
{︁ }︁
xT = 𝑃˜𝑏 𝛼𝑜 𝑚
˜𝑙 (2.123)

{︁ }︁
y𝑇 = ˜𝑗𝑙𝑏 ˜𝑗𝑙𝑡 ˜𝑗𝑔𝑏 ˜𝑗𝑔𝑡 𝛼𝑟𝑏 𝛼𝑟𝑡 𝛿˜ ˜𝑗𝑙𝑎 ˜𝑗𝑔𝑎 (2.124)

e
Capítulo 2. Modelo de Escoamento Bifásico em Sistema Oleoduto-Riser 48

gT = {h4 h5 h6 h7 h8 h9 h10 h11 h12 } (2.125)

Para primeira configuração (sem alagamento).

{︁ }︁
˜ 𝑙 𝛿˜
x𝑇 = 𝑃˜𝑏 𝛼𝑜 𝑚 (2.126)

{︁ }︁
y𝑇 = ˜𝑗𝑙𝑏 ˜𝑗𝑙𝑡 ˜𝑗𝑔𝑏 ˜𝑗𝑔𝑡 𝛼𝑟𝑏 𝛼𝑟𝑡 ˜𝑗𝑔𝑎 ˜𝑗𝑙𝑎 (2.127)

gT = {h5 h6 h7 h8 h9 h10 h11 h12 } (2.128)

Para segunda configuração (com alagamento).


49

3 ANÁLISE DINÂMICA

Neste capítulo iremos usar as equações desenvolvidas no modelo a fim de


analisar a dinâmica do escoamento bifásico. Como referências de trabalhos anteriores
e livros temos:

• Livros sobre dinâmica, dos quais se destaca (STROGATZ, 2018) e (BOYCE;


DIPRIMA, 2008) com capítulos sobre análise dinâmica linear e não linear, bacia
de atração, mapas de Poincaré, expoentes de Lyapunov etc.

• (BALIÑO; BURR; NEMOTO, 2010): modelaram escoamentos bifásicos em sis-


temas de oleoduto-riser em forma de catenária. O riser foi modelado como um
sistema distribuído e oleoduto foi modelado como volume de controle. Um mapa
de estabilidade do único estacionário estado no espaço de parâmetros do sis-
tema foi construído por integração numérica no tempo das equações do sistema
com o estado estacionário como a condição inicial.

• (BEARDMORE; SONG, 1998): este artigo explora os princípios da DAEs e faz


conexão com a teoria de dinâmica de sistemas e serve como tutorial ao desen-
volvimento do presente trabalho. A maioria dos trabalhos mostra diferenças entre
ODEs e DAEs utilizando conceitos de sistemas dinâmicos. Discute a função de
Lyapunov (equilíbrio local). Também temos (REICH, 1995) que faz uma inves-
tigação do comportamento qualitativo das DAEs nas vizinhanças do ponto de
equilíbrio. Uma DAE é chamada de regular localmente em torno de um ponto
de equilíbrio se houver uma ODE única de forma que as soluções da DAE es-
tejam em correspondência uma a uma numa vizinhança desta com condições
suficientes à regularidade estabelecida. Isso, por sua vez, nos permite tradu-
zir vários resultados locais, conforme formulados para ODEs, para DAEs que
são regulares localmente em torno de um determinado ponto de equilíbrio (por
exemplo, Teorema do variedades locais estável e instável, teorema de Hopf). É
importante que esses teoremas sejam enunciados em termos do problema dado
e não em termos do campo vetorial, como aqui é uma ODE equivalente uma
DAE em questão.

O primeiro passo na análise da dinâmica do modelo simplificado é a aná-


lise de estabilidade linear do modelo matemático para escoamento multifásico em
sistema oleoduto-riser. Identificando-se os estados estacionários que o modelo apre-
senta. Uma vez identificado os estados estacionários do modelo, a estabilidade desses
estados estacionários será estudada. As variáveis dependentes são escritas como o
Capítulo 3. Análise dinâmica 50

seu valor no estado estacionário mais uma perturbação e posteriormente substituí-


das nas equações de governo do modelo matemático. Subtraindo-se as equações
resultantes no passo anterior das equações satisfeitas pelo estado estacionário em
estudo. O resultado são as equações de governo das perturbações do estado esta-
cionário. Essas equações, em geral, são não-lineares e difíceis de serem resolvidas.
Para simplificar assume-se que as perturbações são infinitesimais e sob essa hipó-
tese simplifica-se as equações de governo das perturbações do estado estacionário
eliminando-se os termos não lineares envolvendo as perturbações. Assim obtemos as
equações lineares de governo das perturbações do estado estacionário. O comporta-
mento da solução dessas equações permite afirmar se o estado estacionário é estável
ou não. Caso a solução cresça ( ou decresça) com o tempo, o estado estacionário é
instável (ou estável), e caso a solução nem cresce e nem decresce com o tempo, a
estabilidade do estado estacionário é dita neutra. A estabilidade neutra ocorre quando
estamos sob a fronteira entre região onde o estado estacionário é estável e a região
onde o estado estacionário é instável.
As variáveis dependentes no sistema DAE {˜𝑗𝑙𝑏 ˜𝑗𝑙𝑡 ˜𝑗𝑙𝑎 ˜𝑗𝑔𝑏 ˜𝑗𝑔𝑡 𝑃˜𝑏 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟𝑏 𝛼𝑟𝑡 𝛼𝑜 𝑚 ˜
˜ 𝑙 𝛿}
podem assumir valores fixos no domínio. A fração do vazio 𝛼𝑟𝑏 , 𝛼𝑟𝑡 e 𝛼𝑜 assumem va-
lores no intervalo [0,1]. A pressão no topo do riser 𝑃˜𝑡 = 𝑃˜𝑠 é conforme as condições de
contorno. A pressão na base do riser 𝑃˜𝑏 assume valores entre [𝑃𝑡 , 𝑃𝑡 + Π𝐺], a pressão
máxima ocorre quando o riser está cheio de líquido. As velocidades superficiais 𝑗𝑔𝑏 e
𝑗𝑔𝑡 são sempre positivas mas não há, em princípio, nenhum limite superior definido. A
velocidade superficial 𝑗𝑙𝑏 é sempre positiva mas não tem valor máximo. A velocidade
superficial 𝑗𝑙𝑡 é geralmente positiva mas assume valores negativos na segunda con-
figuração quando ocorre intermitência tipo SS1 ou SS2. A massa do líquido do riser
𝑚˜ 𝑙 assume valores entre [0,1]. O comprimento do oleoduto alagado 𝛿˜ assume valor
maior ou igual a zero. Esta discussão dá uma ideia de valores que as variáveis podem
assumir.
As trajetórias da DAE dados pelas equações (2.119) e (2.122) são restritas ao
conjunto definido como:

L = {(x, y) ∈ X × Y : g(x, y, Λ) = 0} (3.1)

onde x ∈ X ⊂ R𝑛 , y ∈ Y ⊂ R𝑚 , Λ ∈ P ⊂ R𝑞 . Nesta primeira configuração,


𝑛 = 3 e 𝑚 = 9 e na segunda configuração 𝑛 = 4 e 𝑚 = 8. As trajetória da DAE estão
contidas no conjunto:
Capítulo 3. Análise dinâmica 51

M = {(x, y) ∈ L : 𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜(𝐷x g) = 𝑛 𝑒 𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜(𝐷y g) = 𝑚} (3.2)

onde 𝑛 e 𝑚 são dados no parágrafo anterior de acordo com as configurações.


M é um conjunto regular ⊂ L e pelo teorema de função implícita é uma variedade n
dimensional. O conjunto:

S = {(x, y) ∈ L : Δ(x, y) := 𝑑𝑒𝑡 𝐷y g = 0} (3.3)

S é chamado de superfície singular ou singularidade. Tipicamente não existem


soluções para pontos em S. Nos pontos (x, u) ∈ M o teorema da função implícita
garante que exista a função y de tal modo que g(x, y) = 0 se e somente se u = y(x).
Então o estudo do sistema DAE é reduzido ao estudo da ODE:

ẋ = f (x, y(x)) (3.4)

Portanto na variedade M a dinâmica da DAE dada pela equações (2.119) e


(2.122) é dada pela dinâmica do sistema ODE representado pela equação 3.4. Então
os resultados para estabilidade linear e bifurcações de ODEs podem ser aplicados ao
sistema DAE considerado.
Na primeira configuração o conjunto S está associado 𝑗𝑔𝑏 = 𝛼𝑟𝑏 = 0, já que
neste caso é fácil ver que 𝐷y g = 0. Assim que esta situação ocorre, há mudança para
segunda configuração onde 𝐷y g ̸= 0. Além dessa situação, assume-se que na pri-
meira configuração 𝐷y g ̸= 0 restrita ao domínio discutido no início desta seção. Com
relação a segunda configuração, a menos que o oleoduto esteja totalmente inundado,
a mesma suposição 𝐷y g ̸= 0 parece correta. Entretanto a variedade M é basicamente
todo o domínio de valores permitidos as variáveis dependentes em ambas configu-
rações e a dinâmica da DAE é equivalente a dinâmica da ODE reduzida, dada pela
equação 3.4. Outra consequência é que o sistema DAE tem o índice diferencial igual
a 1.

3.1 Análise da estabilidade linear

Nessa parte obtém-se o estado estacionário e as equações de governo das


perturbações do estado estacionário, necessárias para estudar a estabilidade deste,
Capítulo 3. Análise dinâmica 52

continuando o estudo com somente o modelo sem alagamento, 𝛿 = 0.

3.1.1 Estado Estacionário

Nesta seção apresentam-se as equações de governos dos estados estacioná-


rios do modelo matemático considerando e discutindo também a estratégia de solução
dessas equações. Somente a configuração sem alagamento do oleoduto apresenta
estado estacionário. A configuração com alagamento parcial do oleoduto acontece
somente quando o estado estacionário é instável e este dá lugar a comportamento
aparentemente periódico, onde pode ocorrer a situação em que a velocidade super-
ficial do gás vai a zero na base do riser e alagamento parcial do oleoduto tem início.
Posteriormente, o gás no oleoduto expulsa o líquido e o sistema retorna à configu-
ração sem alagamento. A aparente periodicidade decorre do retorno aparentemente
periódico à situação de alagamento parcial no oleoduto. Consequentemente, a con-
figuração de alagamento parcial do oleoduto ocorre somente quando o sistema se
comporta de maneira transitória, logo esta configuração não apresenta estado estaci-
onário.
As equações de governos do estado estacionário são obtidas eliminando-se
as derivadas em relação ao tempo presentes nas equações de governo do modelo
considerado na configuração com passagem contínua de gás do oleoduto ao riser.
Então o estado estacionário x* é solução da equação:

h(x* ) = 0 (3.5)

onde o vetor h(x) é dado pelo conjunto de equações descritas no final da seção 2.6.
A equação (3.5) pode ser escrita em termos de suas componentes como:

𝑗𝑙𝑡* − 𝑗𝑙𝑏* = 0 (3.6)

𝑃𝑏* 𝑗𝑔𝑏
*
− 𝑃𝑡* 𝑗𝑔𝑡
*
=0 (3.7)

𝑗𝑙𝑏* − 1 = 0 (3.8)
Capítulo 3. Análise dinâmica 53

˜˙ 𝑔𝑜 − 𝑃𝑏* 𝑗𝑔𝑏
𝑚 *
=0 (3.9)

𝑃𝑡* − 𝑃𝑏* + 21 {[(1 − 𝛼𝑟𝑡 ) + 𝑃𝑡* 𝛼𝑟𝑡 ] (Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑡 ; 𝜖/𝐷)𝑗𝑡* |𝑗𝑡* |)

+[(1 − 𝛼𝑟𝑏 ) + 𝑃𝑏* 𝛼𝑟𝑏 ] (Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑏 ; 𝜖/𝐷)𝑗𝑏* |𝑗𝑏* |)} = 0 (3.10)

*
𝑗𝑔𝑏 *
− 𝛼𝑟𝑏 (𝐶𝑑𝑏 𝑗𝑏* + 𝑈˜ 𝑑𝑏 ) = 0 (3.11)

*
𝑗𝑔𝑡 *
− 𝛼𝑟𝑡 (𝐶𝑑𝑡 𝑗𝑡* + 𝑈˜ 𝑑𝑡 ) = 0 (3.12)

𝑃𝑠
𝑃𝑡* − =0 (3.13)
𝜌𝑙 𝑅𝑇
𝑗* 𝑗* 𝛾𝑖 𝛾
𝑃𝑔* 𝑓𝑖 ( 𝛼𝑔* − 𝑢*𝑖 )| 𝛼𝑔* − 𝑢*𝑖 | 𝛼* (1−𝛼 * *
* ) − 𝑓𝑙 𝑗𝑙 |𝑗𝑙 | (1−𝛼* )3
𝑜 𝑜 𝑜 𝑜 𝑜

(1 − 𝛾) 1
+𝑃𝑔* 𝑓𝑔 𝑗𝑔* |𝑗𝑔* | * 3
+ 𝜋𝐷 (1 − 𝑃𝑔* )𝑠𝑒𝑛𝛽 = 0 (3.14)
(𝛼𝑜 ) 2

1
˜ *𝑙 −
𝑚 *
[2 − 𝛼𝑟𝑏 *
− 𝛼𝑟𝑡 ]=0 (3.15)
2

onde 𝑃𝑔* , 𝑗𝑔* e 𝑗𝑙* na equação (3.14) estão relacionadas as variáveis 𝑃𝑏* , 𝑗𝑔𝑏
*
e 𝑗𝑙𝑏* através
das equações:

𝑃𝑔* = 𝑃𝑏* (3.16)

1 *
𝑗𝑙* = (𝑗 + 1) (3.17)
2 𝑙𝑏
Capítulo 3. Análise dinâmica 54

˜˙ 𝑔𝑜
(︃ )︃
1 * 𝑚
𝑗𝑔* = 𝑗𝑔𝑏 + * (3.18)
2 𝑃𝑔

A partir das equações (3.12) e (3.13), conclui-se que 𝑗𝑙𝑏* = 1 e que 𝑃𝑡* = 𝜌𝑙𝑃𝑅𝑇
𝑠
.
Esse resultado mais a equação (3.6) implica que 𝑗𝑙𝑡* = 1. As equações (3.8) e (3.7)
implicam que

𝑃𝑡* 𝑗𝑔,𝑡
*
= 𝑃𝑏* 𝑗𝑔𝑏
* ˜˙ 𝑔𝑜 .
=𝑚 (3.19)

As equações (3.13) e (3.19) implicam que

* 𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑚˜˙ 𝑔𝑜
𝑗𝑔𝑡 = (3.20)
𝑃𝑠

e que

*
˜˙ 𝑔𝑜
𝑚
𝑗𝑔𝑏 = . (3.21)
𝑃𝑏*
*
Os resultados 𝑗𝑙𝑡* = 1 e 𝑗𝑔𝑡 dado pela equação (3.20) mais a equação (3.11) implicam
que

𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑚˜˙ 𝑔𝑜
* 𝑃𝑠
𝛼𝑟𝑡 = [︁ (︁ ˜
)︁ ]︁ . (3.22)
𝐶𝑑𝑡 1 + 𝜌𝑙 𝑅𝑇𝑃𝑠𝑚˙ 𝑔𝑜 + 𝑈˜ 𝑑𝑡

*
Combinando as equações (3.10) e (3.19), a fração de vazio 𝛼𝑟,𝑡 pode ser es-
*
crita como função da pressão na base do riser 𝑃𝑏 como

˜˙ 𝑔𝑜
𝑚
* 𝑃𝑏*
𝛼𝑟𝑏 = [︂ (︂
˜˙ 𝑔𝑜
)︂ ]︂ . (3.23)
𝐶𝑑𝑏 1 + 𝑚
𝑃𝑏*
+ 𝑈˜ 𝑑𝑏

Substituindo as equações (3.12), (3.13), (3.20), (3.21), (3.22) e (3.23) na equa-


ção (3.9), essa equação se torna uma equação algébrica somente em termos de 𝑃𝑏* .
Capítulo 3. Análise dinâmica 55

Ela é utilizada para se obter 𝑃𝑏* . Uma vez obtido 𝑃𝑏* , as equações (3.21) e (3.23) são
*
utilizadas, respectivamente, para obter 𝑗𝑔𝑏 e 𝛼𝑟𝑏 . Uma vez que o valor das variáveis na
base do riser foram determinadas, a equação (3.14) mais as equações (3.16)-(3.18)
são utilizadas para determinar 𝛼𝑜* . Finalmente, a equação (3.15) é utilizada para obter
𝑚*𝑙 . Assim, o estado estacionário é determinado.

3.1.2 Equação de Governo das Perturbações

As equações de governo das perturbações do estado estacionário são ob-


tidas escrevendo as variáveis dependentes como o seu valor no estado estacioná-
rio mais uma perturbação, em seguida, substituindo-se nas equações de governo do
modelo matemático e finalmente subtraindo das equações resultantes as equações
de governo do estado estacionário. As equações resultantes são não-lineares e de
difícil solução. Para simplificar, assume-se que as perturbações são infinitesimais e
despreza-se os termos não lineares em termos das perturbações das equações resul-
tantes no passo anterior.
As equações de governo do modelo matemático em forma compacta são apre-
sentadas no final do capítulo anterior, repetida abaixo:

𝜕
M (x, 𝑡) x = h (x) (3.24)
𝜕𝑡

onde x𝑇 = {˜𝑗𝑙𝑏 ˜𝑗𝑙𝑡 ˜𝑗𝑔𝑏 ˜𝑗𝑔𝑡 ˜𝑗𝑙𝑎˜𝑗𝑔𝑎 𝑃˜𝑏 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟,𝑏 𝛼𝑟𝑡 𝛼𝑜 𝑚
˜ 𝑙 }. Seja x* o estado estacionário.
Escreve-se o vetor das variáveis dependentes como o estado estacionário mais uma
perturbação x̄ e substitui-se na equação (3.24), que resulta em

𝜕
M(x* , 𝑡)) x̄ = h(x* ) + x̄ (3.25)
𝜕𝑡

pois

𝜕 *
x =0
𝜕𝑡

Como foi assumido que |x̄| ≪ 1, a equação (3.25) é linearizada em relação a


*
x e obtém-se
Capítulo 3. Análise dinâmica 56

[︃ ]︃
* 𝜕 𝜕h * (︁ )︁
M (x , 𝑡) x̄ = x x̄ + 𝑂 |x̄|2 (3.26)
𝜕𝑡 𝜕x
⏟ ⏞
J(x* )

𝜕h
onde é o jacobiano do vetor h
𝜕x
Apresenta-se as componentes não nulas da matriz J(x* ) no Apêndice C

3.1.3 Solução e Critério de Estabilidade

O problema linearizado das equações de governo da perturbação é um sis-


tema DAE com coeficientes constantes e sua solução será obtida a seguir, seguindo
a fonte (BRENAN; CAMPBELL; PETZOLD, 1995) nos capítulos 1 e 2, Admite-se que
existem matrizes R̄ e Q tal que:

⎡ ⎤
I 0 ⎦
RM(x* )Q = ⎣ (3.27)
0 N

⎡ ⎤
C 0 ⎦
RJ(x* )Q = ⎣ (3.28)
0 I

onde I é a matriz identidade de dimensão 9 X 9, C é a matriz de dimensão 3 X 3 cuja


diagonal contém os 3 autovalores finitos e [N] é uma matriz de dimensão 9 X 9 com a
propriedade de que N𝑘 ̸= 0 para 𝑘 = 1, . . . , 𝜈 − 1, mas N𝜈 = 0 com 𝜈 inteiro. Dizemos
que o lápis matricial (M, J) possuí índice 𝜈 − 1. Assume-se que esse lápis matricial
é regular, e que possui forma canônica de Kroneker-Weierstrass ilustrada pelo lado
direito das equações (3.27) e (3.28).
Escreve-se x̄ = Qy e substitui-se na equação (3.26). Em seguida, multiplica-
se a equação resultante a esquerda pela matriz R. Lembrando-se das equações
(3.26)-(3.28) obtém-se que
⎡ ⎤ ⎧ ⎫ ⎡ ⎤⎧ ⎫
I 0 ⎦ 𝑑 ⎨ y1 ⎬ ⎣ C 0 ⎦ ⎨ y1 ⎬
⎣ = (3.29)
0 N 𝑑𝑡 ⎩ y2 ⎭ 0 I ⎩ y2 ⎭

onde escreveu-se x̄T = {y1𝑇 y2𝑇 }. O primeiro bloco da equação (3.29) implica na equa-
Capítulo 3. Análise dinâmica 57

ção

𝑑
y1 = Cy1 (3.30)
𝑑𝑡

cuja solução é na forma

(y1 )𝑛 = 𝜁𝑛 exp(𝜆𝑛 𝑡); 𝑛 = 1, 2, 3 (3.31)

onde 𝜆𝑛 são os autovalores finitos do lápis matricial (M, J). O segundo bloco da equa-
ção (3.29) implica na equação

𝑑
N ȳ2 = ȳ2 (3.32)
𝑑𝑡

cuja solução pode ser escrita na forma

N𝐷 − I−1 {y2 } = 0 ⇒ {y2 } = 0 (3.33)

onde 𝐷 = 𝑑/𝑑𝑡. Então pode-se escrever que

⎧ ⎫




𝜁1 exp(𝜆1 𝑡) ⎪



⎪ ⎪
𝜁2 exp(𝜆2 𝑡)

⎪ ⎪


⎪ ⎪


⎪ ⎪

𝜁3 exp(𝜆3 𝑡)

⎨ ⎪

x̄ = Q−1 y = Q−1 (3.34)




0 ⎪



⎪ ⎪
...

⎪ ⎪


⎪ ⎪


⎪ ⎪

0

⎩ ⎪

onde 𝜁𝑛 , 𝑛 = 1, 2, 3 são constantes de integração determinadas pela condição inicial.


Da linha 4 até a 12 e tudo zero. O vetor y tem as 3 primeiras linhas não nulas mas da
quarta linha em diante é tudo zero.
De acordo com a equação (3.34), se pelo menos um dos autovalores 𝜆𝑛 , 𝑛 =
1, 2, 3 possuir parte real positiva, a solução cresce exponencialmente com o tempo e
o estado estacionário x* é instável. Por outro lado, se todos os autovalores 𝜆𝑛 , 𝑛 =
1, 2, 3 possuem parte real negativa, a solução decresce exponencialmente e o estado
Capítulo 3. Análise dinâmica 58

estacionário x* é estável. Consequentemente, o critério de estabilidade consiste em


todos os autovalores finitos tenham parte real negativa.

3.1.4 Topologia dos vetores

O próximo passo será estudar a topologia do campo de vetores gerado pe-


las equações de governo das perturbações do estado estacionário e a bifurcação do
estado estacionário em função das variações das velocidades superficiais do líquido
e do gás na entrada do oleoduto. A topologia do campo de vetores das equações de
governo das perturbações do estado estacionário no sistema equivalente a três ODE.
Temos 8 tipos de comportamentos possíveis na vizinhança do estado estacionário
conforme a figura 10, adaptada de (IZHIKEVICH, 2007)

Figura 10 – Equilíbrio em três Dimensões

Descrevendo a figura 10 de cima para baixo, da esquerda para direita temos:


Capítulo 3. Análise dinâmica 59

nó estável; nó instável; pontos de sela, na terceira linha, nó de foco estável; nó de foco


instável; focos sela. Os pontos exatos onde há mudanças da topologia dos vetores
são chamados em alguns casos de bifurcações.
(ZAKARIAN; TRAN, 1999) do qual obteve bifurcações de Hopf e ciclos limites
em sistema bidimensional num sistema com somente um grau de liberdade. Foi reali-
zado a modelagem em sistemas de equações via volume de controle consistindo num
sistema DAE com 2 equações diferenciais (sem atrito).

3.2 Análise de estabilidade não linear

Após a análise de estabilidade linear, a região instável poderia ser estudada


de forma mais detalhada.
Segundo (KHALIL, 2002) um ponto de equilíbrio é estável se todas as so-
luções começando em pontos próximos permanecerem próximos; caso contrário, é
instável. É assintoticamente estável se todas as soluções iniciando em pontos próxi-
mos não apenas permanecem próximos, mas também tendem ao ponto de equilíbrio
conforme o tempo se aproxima do infinito. Podemos visualizar na figura 11 com os
pontos iniciais. Na figura da esquerda 𝑥(0) permanece numa órbita que ultrapassam
o subconjunto V mas não sai do conjunto U, caracterizando um ciclo limite. Na figura
da direita um ponto 𝑥(0) qualquer pode até ir as vizinhanças do subconjunto V mas
tende ao ponto 𝑋 𝑒 , também chamado de estabilidade assintótica ou o ponto 𝑥(0) no
conjunto U tem as sua trajetória fora do conjunto indicando a instabilidade.

Figura 11 – Bacias de atração por (BOYCE; DIPRIMA, 2008)

Uma alternativa estudada em dinâmica não linear é a função de Lyapunov,


verificando a sua derivada não positiva no tempo e nas vizinhanças do estado estaci-
onário.
Capítulo 3. Análise dinâmica 60

Temos também os mapas de Poincaré que são usados para descobrir órbi-
tas periódicas e estudar a estabilidade destas. Pode também ser utilizado para pre-
ver a possibilidade de comportamento caótico, como fonte temos (MOEHLIS; JOSIC;
SHEA-BROWN, 2006).
Uma leitura interessante é (VENKATASUBRAMANIAN; SCHATTLER; ZABORSKY,
1995) que fornece uma visão geral taxonômica da teoria de DAE para grandes siste-
mas. O artigo é basicamente sobre teoria da dinâmica de DAE. Uma motivação são
sistemas de potencia, redes elétricas. Fornece a base para métodos de estabilidade
transitória de Lyapunov. O estado estacionário sofre perda de estabilidade local é ca-
racterizando na forma de três bifurcações principais, Sadle node, Hopf e uma nova
bifurcação que não ocorre em ODEs.

3.3 Solução numérica computacional

Foi desenvolvido um código em Matlab TM com diversas sub-rotinas utilizadas


em trabalhos anteriores do professor Karl Peter Burr para implementação das matriz
de Massa e Jacobina, cálculo do estado estacionário e vetor h de forma analíticas e
numéricas com conferência de erros. Estes são utilizados para obter os mapas de es-
tabilidade e de topologia do campo de vetores na vizinhança do estado estacionário
nos sistemas oleodutos-riser com dados experimentais de observação das intermitên-
cias SS1, SS2, SS3 e oscilatória reportados na literatura.

Figura 12 – Diagrama do código computacional


Capítulo 3. Análise dinâmica 61

Como referência temos (SHAMPINE; REICHELT; KIERZENKA, 1999) des-


creve os desenvolvimentos matemáticos para a solução eficaz de equações algébricas
diferenciais de índice 1 no ambiente de computação integrado MATLAB. Os algortimos
mais interessantes são ODE15S com stiff e ODE23T, usando DAE semi-explicita, que
fazem integração numérica.
62

4 RESULTADOS

Nesse capítulo são apresentados mapas de estabilidade e da topologia do


campo de vetores na vizinhança do estado estacionário para três configurações de
sistema oleoduto-riser utilizadas em experimentos reportados na literatura. Dados ex-
perimentais quanto a existência de regime permanente são comparados com mapas
de estabilidade aqui reportados.
Temos três tabelas de dados experimentais de diferentes autores e experi-
mentos. A configuração do sistema oleoduto-riser utilizada nesses experimentos é
basicamente a configuração ilustrada na figura 6, onde há um tanque de gás, oleo-
duto reto com pequena inclinação em relação a horizontal e riser vertical reto com
separador no topo do riser.
Em (TAITEL et al., 1990) apresenta medições de escoamentos intermitentes
em sistemas oleoduto-riser com riser vertical e oleoduto com um ângulo de inclinação
de -5 graus. Foram medidas as velocidades superficiais, os períodos dos ciclos e os
comprimentos máximos de alagamento no oleoduto descendente.

Tabela 1 – Dados experimentais por (TAITEL et al., 1990)


𝑃𝑠 = 105 𝑃 𝑎 𝐿𝑜 = 9, 1 𝑚
𝐿𝑒 = * 𝑚 𝐿𝑟 = 3 𝑚
𝐷 = 0, 0254𝑚 𝜌𝑙 = 998, 2 𝑘𝑔/𝑚3
𝑇 = 293, 15𝐾 𝑅 = 287 𝑚2 /𝑠2 𝐾
𝜇𝑙 = 10−3 𝑘𝑔/𝑚𝑠 𝜇𝑔 = 1, 8−5 𝑘𝑔/𝑚𝑠
𝛽 = 5𝜋/180 𝑟𝑎𝑑 𝜃 = 𝜋/2 𝑟𝑎𝑑

Para * 𝐿𝑒 temos em três valores: 10 ; 5,1 e 1,69 m


Os fluídos de trabalho são água e ar. Os parâmetros do sistema e a pressão
do separador são mantidas fixas, mas as vazões de líquido e gás são variadas.
O segundo experimento considerado é apresentado em (FABRE et al., 1990),
que modela o sistema o escoamento no sistema oleoduto-riser e faz comparações nu-
méricas com os dados experimentais, realizando experimentos com diferentes ângu-
los do oleoduto. Apresenta gráficos da variação de pressão no tempo para diferentes
velocidade iniciais do gás e apresenta resultados satisfatório comparando os dados
experimentais e calculados. Este modelo negligencia o atrito nas paredes do oleoduto
e riser, assim como as forças de inércia. Os comprimentos de dutos são maiores que
em (TAITEL et al., 1990), assim como o diâmetro D.
Aqui * é: 𝛽 = −0, 57𝜋, 0 𝑒 0, 57𝜋
O terceiro experimento é a referência (MALEKZADEH; HENKES; MUDDE,
Capítulo 4. Resultados 63

Tabela 2 – Dados experimentais por (FABRE et al., 1990)


𝑃𝑠 = 105 𝑃 𝑎 𝐿𝑜 = 25 𝑚
𝐿𝑒 = 0𝑚 𝐿𝑟 = 15, 5 𝑚
𝐷 = 0, 053𝑚 𝜌𝑙 = 998, 2 𝑘𝑔/𝑚3
𝑇 = 293, 15𝐾 𝑅 = 287 𝑚2 /𝑠2 𝐾
𝜇𝑙 = 10 𝑘𝑔/𝑚𝑠 𝜇𝑔 = 1, 8−5 𝑘𝑔/𝑚𝑠
−3

𝛽 = * 𝑟𝑎𝑑 𝜃 = 𝜋/2 𝑟𝑎𝑑

2012), já comentada no capitulo 1, onde os comprimentos dos dutos do sistema


oleoduto-riser são maiores que nos outros dois experimentos. Os fluidos de trabalho
são ar e água.

Tabela 3 – Dados experimentais por (MALEKZADEH; HENKES; MUDDE, 2012)


𝑃𝑠 = 105 𝑃 𝑎 𝐿𝑜 = 35 𝑚
𝐿𝑒 = 65𝑚 𝐿𝑟 = 15, 5 𝑚
𝐷 = 0, 045𝑚 𝜌𝑙 = 998, 2 𝑘𝑔/𝑚3
𝑇 = 293, 15𝐾 𝑅 = 287 𝑚2 /𝑠2 𝐾
𝜇𝑙 = 10−3 𝑘𝑔/𝑚𝑠 𝜇𝑔 = 1, 8−5 𝑘𝑔/𝑚𝑠
𝛽 = 2, 54𝑟𝑎𝑑 𝜃 = 𝜋/2 𝑟𝑎𝑑

4.1 Mapas de Estabilidade

O mapa de estabilidade linear do único estado estacionário dos experimentos


descritos em (TAITEL et al., 1990) são apresentados nas figuras 13, 14 e 15 . O pa-
râmetro que muda entre estas figuras é o comprimento equivalente do buffer de gás,
𝐿𝑒 , que assume os valores 10, 5,1 e 1,69 metros, respectivamente. O eixo horizontal
corresponde a velocidade superficial do líquido que entra no oleoduto. O eixo vertical
corresponde a velocidade superficial do gás que entra no oleoduto.
Capítulo 4. Resultados 64

Figura 13 – Mapa de Estabilidade para 𝐿𝑒 = 10 𝑚

Nas figuras 14 a 19 a parte vermelha (x) representa a região de instável e a


parte azul (+) representa a região estável, conforme as simulações computacionais.

Figura 14 – Mapa de Estabilidade para 𝐿𝑒 = 5, 1 𝑚


Capítulo 4. Resultados 65

Figura 15 – Mapa de Estabilidade para 𝐿𝑒 = 1, 69 𝑚 com dados comparativos

Aqui neste gráfico temos os dados comparativos com o experimento:


Capítulo 4. Resultados 66

• círculo preto: pontos de instabilidade;

• círculo azul cian: transição;

• círculo amarelo: zona estável

Nas figuras 16, 17 e 18 temos resultado da análise de estabilidade linear nu-


mérica baseada nos dados experimentais de (FABRE et al., 1990):

Figura 16 – Mapa de Estabilidade para 𝛽 = −0, 57𝜋

Figura 17 – Mapa de Estabilidade para 𝛽 = 0 𝑟𝑎𝑑


Capítulo 4. Resultados 67

Na figura 16 nota-se que quase não ocorre instabilidade em ângulos negativos


conforme constatado por (TAITEL et al., 1990). Assim como na figura 17 com pouca
região de instabilidade. O aparecimento de pares (𝑗𝑙 , 𝑗𝑔 ) nos quais o estado estacioná-
rio é instável na figura 16 deve-se em parte à adimensionalização utilizada. A escala
de velocidades adotada é a velocidade superficial de líquido que entra no oleoduto,
e aos pares (𝑗𝑙 , 𝑗𝑔 ) onde há instabilidade na figura 16, 𝑗𝑔 >> 𝑗𝑙 , de modo que há a
possibilidade de mal condicionamento das matrizes do lápis matricial, o que implicaria
em erros numéricos na avaliação dos autovalores desse lápis matricial.

Figura 18 – Mapa de Estabilidade para 𝛽 = +0, 57𝜋 com dados comparativos

Aqui neste gráfico temos os dados comparativos obtidos do experimento:

• círculo preto: pontos de instabilidade;

• círculo amarelo: pontos de estabilidade

Por fim na figura abaixo temos o mapa de estabilidade do experimento repor-


tado em (MALEKZADEH; HENKES; MUDDE, 2012). Note aqui que o comprimento
equivalente do buffer é de 𝐿𝑒 = 65𝑚.
Capítulo 4. Resultados 68

Figura 19 – Mapa de Estabilidade experimento (MALEKZADEH; HENKES; MUDDE,


2012)

4.2 Topologia do campo dos vetores na vizinhança do estado estacionário

O único estado estacionário é caracterizado de acordo com as partes reais


e imaginárias do conjunto de três autovalores associados com a DAE linearizada em
relação ao estado estacionário. A topologia do campo de vetores na vizinhança do
estado estacionário está ilustrada em função das velocidades superficiais do gás e
líquido que entram no oleoduto.
Significado das cores nos gráficos de topologia dos vetores:

• Preta corresponde a região onde o campo de vetores na vizinhança do estado


estacionário se comporta como nó estável;

• Azul corresponde a região onde o campo de vetores na vizinhança do estado


estacionário se comporta como foco estável;

• Verde corresponde a região onde o campo de vetores na vizinhança do estado


estacionário se comporta como foco de instável;

• Magenta corresponde a região onde o campo de vetores na vizinhança do estado


estacionário se comporta como ponto de sela.

A ilustração do comportamento do campo de vetores na vizinhança do estado


estacionário para nó estável, foco estável e instável e ponto de cela é apresentada na
figura 10.
Capítulo 4. Resultados 69

Figura 20 – Comportamento do campo de vetores na vizinhança do estado estacioná-


rio para 𝐿𝑒 = 10 𝑚 e ilustração da linha 𝑗𝑙 = 0, 1 𝑚/𝑠

Tabela 4 – Variação dos autovalores do lápis matricial em função de 𝑗𝑔 para 𝑗𝑙 =


0, 1 𝑚/𝑠 e 𝐿𝑒 = 10m
𝑗𝑔 R1 𝚤1 R2 𝚤2 R3 𝚤3
10 -8,3311 0 -238,3668 0 -67,1878 0
7 -7,9422 0 -142,7088 0 -95,2534 0
6,7 -7,9038 0 -119,1372 0 -111,7022 0
6,655 -7.9021 0 -115,2588 3,1935 -115,2588 -3,1935
6,652 -7,9018 0 -115,2266 3,8720 -115,2266 -3,8720
6,0 -7,8297 0 -108,3171 31,2706 -108,3171 -31,2706
0,55 -7,5122 0 -2,1158 65,2359 -2,1158 -65,2359
0,54 -7.5121 0 -0,5718 64,9977 -0,5718 -64,9977
0,536 -7,5120 0 0,0 64,8915 0,0 -64,8915
0,53 -7,5119 0 1,0211 64,7197 1,0211 -64,7197
0,325 -7.5087 0 49,4097 31,4750 49,4097 -31,4750
0,305 -7,5083 0 56,5344 12,6249 56,5344 -12,6249
0,3016 -7,5082 0 57,8086 0,8180 57,8086 -0,8180
0,3 -7,5082 0 67,1286 0 49,7013 0
0,1 -7,5034 0 379,8763 0 6,8455 0
0,01 -7,5002 0 709,9985 0 3,3566 0
0,001 -7,4998 0 763,2499 0 3,1117 0

Através da linha amarela iremos analisar os pontos de mudanças das topolo-


gias dos vetores. Na tabela 4, observemos os valores em m/s: 6,655 (troca das cores
de preto para azul); 0,536 (troca das cores de azul para verde) e 0,3016 (troca de
cores de verde para magenta).
Capítulo 4. Resultados 70

A figura 21 mostrando a troca de sinais de dois autovalores, o segundo e o


terceiro autovalor, em relação ao eixo horizontal representando 𝑗𝑔 .

Figura 21 – Evoluções dos autovalores e bifurcações para 𝑗𝑙 = 0, 1 𝑚/𝑠 e 𝐿𝑒 = 10 𝑚

Continuando com os dados de (TAITEL et al., 1990) Mudando 𝐿𝑒 = 5, 1 𝑚


Capítulo 4. Resultados 71

Figura 22 – Comportamento do campo de vetores na vizinhança do estado estacioná-


rio para 𝐿𝑒 = 5, 1 𝑚 e ilustração da linha 𝑗𝑙 = 0, 1 𝑚/𝑠

Tabela 5 – Variação dos autovalores em função de 𝑗𝑔 para 𝑗𝑙 = 0, 1 𝑚/𝑠 e 𝐿𝑒 = 5, 1 𝑚


𝑗𝑔 R1 𝚤1 R2 𝚤2 R3 𝚤3
10 -8,3278 0 -235,0704 0 -92,1833 0
8 -8,0617 0 -168,1112 0 -116,3058 0
7,62 -8,0143 0 -138,3135 0 -138,3135 0
7,5 -7,9995 0 -155,3653 -14,1906 -137,0978 14,1906
6,5 -7,8820 0 -127,276 -40,5662 -127,276 40,5662
5 -7,7276 0 -113,8713 -54,7440 -113,8713 54,7440
3 -7,5778 0 -99,4151 -54,6341 -99,4151 54,6341
1,5 -7,5215 0 -87,3017 -42,1026 -87,3017 42,1026
1 -7,5135 0 -75,2602 -45,3273 -75,2602 45,3273
0,5 -7,5111 0 -35,3662 -65,7085 -35,3662 65,7085
0,4 -7,5094 0 -16,7937 -68,2055 -16,7937 68,2055
0,37 -7,5089 0 -9,7092 -69,4584 -9,7092 69,4584
0,3333 -0,5082 0 0 -68,7762 0 68,7762
0,3 -7,5076 0 10,6782 -66,6631 10,6782 66,6631
0,2 -7,5055 0 54,1105 -33,3844 54,1105 33,3844
0,1846 -7,5052 0 62,4273 0 62,4273 0
0,15 -7,5043 0 146,8910 0 25,8313 0
0,1 -7,5030 0 247,0292 0 14,4314 0
0,01 -7,5000 0 541,7102 0 6,0505 0
0,001 -7,4996 0 588,1026 0 5,5564 0
Capítulo 4. Resultados 72

Então, conforme tabela 5:

• (7,5 ; 0,1) temos uma bifurcação de Hopf;

• (0,3333 ; 0,1) temos a bifurcação uma bifurcação onde o estado estacionário


passa de foco instável para ponto de sela;

• e 𝑗𝑔 < 0, 2 na linha de 𝑗𝑙 = 0, 1 temos instabilidade na região caracterizada pelo


ponto de sela.

A figura 21 mostra a troca de sinais do segundo e terceiro autovalores em


relação ao eixo horizontal representando 𝑗𝑔 .

Figura 23 – Evoluções dos autovalores e bifurcações 𝑗𝑙 = 0, 1 𝑚/𝑠 e 𝐿𝑒 = 5, 1 𝑚


Capítulo 4. Resultados 73

Figura 24 – Comportamento do campo de vetores na vizinhança do estado estacioná-


rio para 𝐿𝑒 = 1, 69 𝑚 e ilustração da linha 𝑗𝑔 = 0, 005 𝑚/𝑠

Então, conforme tabela 6:

• (0,3 ; 1,2275) temos uma bifurcação de Hopf;

• (0,3 ; 0,541) temos a bifurcação onde o estado estacionário passa de foco instá-
vel;

• e 𝑗𝑙 < 0, 252 na linha de 𝑗𝑔 = 0, 005 temos instabilidade.


Capítulo 4. Resultados 74

Tabela 6 – Variação dos autovalores em função de 𝑗𝑙 para 𝑗𝑔 = 0, 005 𝑚/𝑠 e 𝐿𝑒 =


1, 69 𝑚
𝑗𝑙 R1 𝚤1 R2 𝚤2 R3 𝚤3
10 -0,5737 0 -2,6248 0 -1,1543 0
8 -0,6943 0 -3,3815 0 -1,2135 0
4 -0,9162 0 -8,6309 0 -1,5297 0
2 -0,742 0 -26,6156 0 -1,9226 0
1,4 -0,5542 0 -19,8454 0 -3,6602 0
1,25 -0,8869 0 -10,1461 0 -6,751 0
1,2275 -0,9214 0 -8,1515 0 -8,1515 0
1,15 -1,0313 0 -7,2815 -4,149 -7,281 4,149
0,8 -1,544 0 -4,164 -9,041 -4,164 9,041
0,6 -1,979 0 -1,3215 -12,086 -1,321 12,086
0,55 -2,1242 0 -0,1653 -12,998 -0,165 12,998
0,541 -2,1525 0 0 -13,168 0 13,168
0,53 -2,1883 0 0,386 -13,378 0,386 13,378
0,35 -3,0179 0 10,167 -16,08 10,167 16,08
0,3 -3,3879 0 16,3122 -14,6 16,312 14,6
0,252 -3,8549 0 26,5071 0 26,507 0
0,2 -4,5647 0 74,3489 0 14,0485 0
0,1 -7,4995 0 340,0259 0 13,0263 0

Figura 25 – Evoluções dos autovalores e bifurcações para 𝑗𝑔 = 0, 005 𝑚/𝑠 e 𝐿𝑒 =


1, 69 𝑚
Capítulo 4. Resultados 75

Agora com os dados de (FABRE et al., 1990)


Com 𝛽 = 0, 57𝑟𝑎𝑑. Observamos que a topologia é próxima aos dados anterio-
res.

Figura 26 – Comportamento do campo de vetores na vizinhança do estado estacioná-


rio para 𝛽 = 0, 57𝑟𝑎𝑑

Figura 27 – Comportamento do campo de vetores na vizinhança do estado estacioná-


rio para 𝛽 = 0𝑟𝑎𝑑
Capítulo 4. Resultados 76

Tabela 7 – Variação dos autovalores do lápis matricial para 𝑗𝑙 = 0, 0005 𝛽 = 0𝑟𝑎𝑑, no


experimento (FABRE et al., 1990)
𝑗𝑔 R1 𝚤1 R2 𝚤2 R3 𝚤3
10 -0,5737 0 -2,6248 0 -1,1543 0
8 -0,6943 0 -3,3815 0 -1,2135 0
4 -0,9162 0 -8,6309 0 -1,5297 0
2 -0,742 0 -26,6156 0 -1,9226 0
1,4 -0,5542 0 -19,8454 0 -3,6602 0
1,25 -0,8869 0 -10,1461 0 -6,751 0
1,2275 -0,9214 0 -8,1515 0 -8,1515 0
1,15 -1,0313 0 -7,2815 -4,149 -7,281 4,149
0,8 -1,544 0 -4,164 -9,041 -4,164 9,041
0,6 -1,979 0 -1,3215 -12,086 -1,321 12,086
0,55 -2,1242 0 -0,1653 -12,998 -0,165 12,998
0,541 -2,1525 0 0 -13,168 0 13,168
0,53 -2,1883 0 0,386 -13,378 0,386 13,378
0,35 -3,0179 0 10,167 -16,08 10,167 16,08
0,3 -3,3879 0 16,3122 -14,6 16,312 14,6
0,252 -3,8549 0 26,5071 0 26,507 0
0,2 -4,5647 0 74,3489 0 14,0485 0
0,1 -7,4995 0 340,0259 0 13,0263 0

Figura 28 – Evoluções dos autovalores e bifurcações para 𝑗𝑙 = 0, 0005 𝛽 = 0𝑟𝑎𝑑

Note que na figura 28 há mais pontos de bifurcação que na figura anterior


Capítulo 4. Resultados 77

Figura 29 – Comportamento do campo de vetores na vizinhança do estado estacioná-


rio com dados comparativos (MALEKZADEH; HENKES; MUDDE, 2012)

Legenda dos dados comparativos experimentais da figura acima:

• (+) Preto, regime de intermitência severa SS1;

• círculo azul claro (cian) com preenchimento sólido, intermitência severa SS2;

• círculo preto com preenchimento branco, regime de intermitência severa SS3;

• círculo vermelho sólido, regime oscilatório;

• círculo amarelo sólido, estabilidade.


78

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 Conclusões

De acordo com os resultados experimentais o regime de escoamento inter-


mitente existe na região para velocidades superficiais de gás e líquido na entrada do
oleoduto são baixas onde o estado estacionário é instável.
As bifurcações de Hopf mencionadas nos resultados leva a órbita periódica
que representa um regime intermitente, mas como o ponto estacionário sofre outra
bifurcação (de foco para sela), a topologia da trajetória pode se tornar mais complexa
do que apenas órbitas periódicas e pode surgir um comportamento caótico num sis-
tema dissipativo. Para valores menores de velocidades superficiais de gás e líquido na
entrada do oleoduto, o sistema DAE muda de configuração, espera-se que as órbitas
periódicas representem o regime de escoamento intermitente observado nos experi-
mentos.
As figuras 20, 22, 24, 26 e 29 sugerem uma conjectura estabelecendo uma
conexão entre a topologia do campo de vetor na vizinhança do estado estacionário
e as intermitências observadas em experimentos. Na região de cor verde nas figuras
mencionadas acima, o estado estacionário é um foco estável e sofreu bifurcação de
Hopf quando se passa da região azul para a região verde. Logo na região do plano 𝑗𝑔
x 𝑗𝑙 as equações de governo do escoamento multifásico (configuração com passagem
de gás do oleoduto para o riser) apresentam soluções periódicas que pode representar
intermitências sem bloqueio da passagem de gás como intermitência oscilatória e
talvez SS3. Intermitências do tipo SS1 e SS2 devem estar restritas a configurações no
plano 𝑗𝑔 x 𝑗𝑙 de cor magenta. Nessa região o estado estacionário é um ponto de sela,
e deve haver intercambio do conjunto de equações durante a evolução do sistema
devido ao bloqueio da passagem de gás. Em resumo, a conjectura é que intermitências
tipo oscilatória e SS3 devem ocorrer para configurações do plano 𝑗𝑔 x 𝑗𝑙 onde o estado
estacionário é foco instável (cor verde) e as intermitências SS1 e SS2 devem estar
restritas às configurações do plano 𝑗𝑔 x 𝑗𝑙 onde o estado estacionário é ponto de sela
(cor magenta)
Capítulo 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 79

5.2 Discussões

O uso dos integradores ODE23, ODE23t e ODE15i, que deveriam ser capa-
zes de integrar DAEs de índice um no domínio do tempo, do pacote Matlab 2021 se
mostrou infrutífero, mesmo seguindo recomendações de(SHAMPINE; REICHELT; KI-
ERZENKA, 1999) . Logo não foi possível dar sequencia a análise dinâmica do sistema,
como a determinação de bacias de atração e mapas de Poincaré.
Os gráficos do capítulo 3 podem ser melhorados com uso de linhas de frontei-
ras entre as regiões
Uma sugestão de trabalho futuro seria desenvolver abordagem numérica para
integração das equações no domínio do tempo, já que não conseguimos fazer isso até
agora. Uma possível abordagem seria montar rotina que resolva as equações algébri-
cas em função das variáveis cujos diferenciais no tempo aparecem nas equações de
governo do escoamento no sistema oleoduto-riser e utilizar essa rotina a cada passo
temporal para obter as variáveis puramente algébricas a partir das variáveis cujos di-
ferenciais no tempo aparecem nas equações. Isso permite integrar a DAE no domínio
do tempo como se fosse uma ODE e os solvers tradicionais para integração de ODEs
devem funcionar de forma adequada.
80

REFERÊNCIAS

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82

A Apêndices -Redução Local


de Índice e Modelo Simpli-
ficado

Analisando o ponto onde há junção dos dois subsistemas, oleoduto e riser, as


equações de governo são aplicadas junto com as condições de compatibilidade entre
os dois subsistemas, dadas pelas equações (2.50) a (2.53). Escrevendo-se as equa-
ções de governo do riser em termos das variáveis utilizadas no oleoduto, válido para
o riser quando 𝑠 = 0. Procurando combinações lineares de diferenciais das variáveis
dependentes em relação ao tempo. Essas combinações lineares devem ser explicitas
e se possível eliminadas. A discretização espacial das equações do riser e deve repei-
tar esse comportamento das equações contínuas na vizinhança de 𝑠 = 0. Caso isso
não se verifique a análise de estabilidade linear do sistema discretizado espacialmente
não recuperará o comportamento observado para o conjunto de equações contínuas
ao riser.

A.1 Conjunto de equações da configuração de passagem contínua do gás

No Riser temos o seguinte conjunto de equações:

• Conservação de massa para o líquido:

𝜕𝛼𝑟𝑏 𝜕𝑗𝑙𝑏
− + =0 (A.1)
𝜕𝑡 𝜕𝑠

onde 𝛼𝑟𝑏 é a fração de vazio na base do riser, que difere de 𝛼𝑜

• Conservação de massa para o gás:


Apêndice A. Apêndices -Redução Local de Índice e Modelo Simplificado 83

𝜕 𝜕
(𝑃𝑏 𝛼𝑟𝑏 ) + (𝑃𝑏 𝑗𝑔𝑏 ) = 0 (A.2)
𝜕𝑡 𝜕𝑠

• Conservação da quantidade de movimento linear:

𝜕𝑃𝑏 𝑃𝑏 2
(︂ )︂
− − [𝜌𝑙 (1 − 𝛼𝑟𝑏 ) + 𝛼𝑟𝑏 ] 𝑔 sin 𝜃(𝑠 = 0) + 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑏 ; 𝜖/𝐷)𝑗𝑏 |𝑗𝑏 | = 0 (A.3)
𝜕𝑠 𝑅𝑇 𝐷

onde 𝑗𝑏 = 𝑗𝑙𝑏 + 𝑗𝑔𝑏 e o número de Reynolds da mistura na base do riser é dada


pela equação (2.4), mas com densidade e viscosidade dinâmica da mistura es-
critas, respectivamente, como 𝜌𝑚𝑏 = (1−𝛼𝑟𝑏 )𝜌𝑙 +𝛼𝑟𝑏 𝜌𝑔 e 𝜇𝑚𝑏 = 𝜇𝑔 𝛼𝑟𝑏 +(1−𝛼𝑟𝑏 )𝜇𝑙 .

• Lei de fechamento para o modelo de deslizamento ou de mistura na forma

Φ(𝛼𝑟𝑏 , 𝑃𝑏 , 𝑗𝑙𝑏 , 𝑗𝑔𝑏 ) = 0 (A.4)

No oleoduto temos o seguinte conjunto de equações:

• Conservação de massa para o líquido:

𝑑𝛼𝑝 𝑄𝑙𝑜
−𝜌𝑙 𝐿𝑜 + 𝜌𝑙 𝑗𝑙𝑏 − 𝜌𝑙 =0 (A.5)
𝑑𝑡 𝐴

• Conservação de massa para o gás:

(︃ )︃
𝑉𝑏 𝑑𝑃𝑏 𝑑𝛼𝑜 ˙ 𝑔𝑜 𝑅𝑇
𝑚
+ 𝛼𝑝 𝐿𝑜 + 𝑃𝑏 𝐿 𝑜 + 𝑃𝑏 𝑗𝑔,𝑏 − =0 (A.6)
𝐴 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝐴

onde 𝑃𝑔 = 𝑃𝑏 pois assume-se que a pressão do gás no oleoduto somente varia


com o tempo, e não com a posição.

• Relação de equilíbrio local do oleoduto dada pela equação (2.35) em função de


𝑗𝑙𝑏 , 𝑗𝑔𝑏 , 𝑃𝑏 e 𝛼𝑜 .

Então temos um conjunto de sete equações com cinco variáveis dependentes


pois não temos diferença entre as variáveis dependentes e suas derivadas espaciais.
Consideramos esse conjunto de equações como DAE abstrata. O foco nessa seção é
Apêndice A. Apêndices -Redução Local de Índice e Modelo Simplificado 84

a possibilidade de combinações lineares entre diferenciais das variáveis dependentes


em relação ao tempo. Então escrevemos as equações (A.1)-(A.2) e (A.5)-(A.6) abaixo:

𝜕𝛼𝑟𝑏 𝜕𝑗𝑙𝑏
= , (A.7)
𝜕𝑡 𝜕𝑠

𝑑𝑃𝑏 𝑑𝛼𝑟𝑏 𝜕
𝛼𝑟𝑏 + 𝑃𝑏 = − (𝑃𝑏 𝑗𝑔𝑏 ), (A.8)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝜕𝑠

𝑑𝛼𝑜 𝑄𝑙𝑜
𝜌 𝑙 𝐿𝑜 = 𝜌𝑙 𝑗𝑙𝑏 − 𝜌𝑙 , (A.9)
𝑑𝑡 𝐴

𝑑𝑃𝑏 𝑑𝛼𝑝 ˙ 𝑔𝑜 𝑅𝑇
𝑚
¯𝑜
𝛼 + 𝑃𝑏 𝐿 𝑝 = − 𝑃𝑏 𝑗𝑔𝑏 (A.10)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝐴

onde 𝛼¯ 𝑜 = 𝑉 𝑏/𝐴 + 𝛼𝑜 𝐿𝑜 . Vamos multiplicar a equação (A.7) por 𝛼𝑟𝑏 e subtrair o resul-
tado da equação (A.8). Multiplicando a equação (A.9) por 𝑃𝑏 /𝜌𝑙 e subtrair o resultado
da equação (A.9). O resultado é o conjunto de equações:

𝜕𝛼𝑟𝑏 𝜕𝑗𝑙𝑏
= , (A.11)
𝜕𝑡 𝜕𝑠

𝑑𝑃𝑏 𝜕 𝜕𝑗𝑙𝑏
𝛼𝑟𝑏 = − (𝑃𝑏 𝑗𝑔𝑏 ) − 𝑃𝑏 , (A.12)
𝑑𝑡 𝜕𝑠 𝜕𝑠

𝑑𝛼𝑜 𝑄𝑙𝑜
𝜌 𝑙 𝐿𝑜 = 𝜌𝑙 𝑗𝑙,𝑏 − 𝜌𝑙 , (A.13)
𝑑𝑡 𝐴

𝑑𝑃𝑏 ˙ 𝑔𝑜 𝑅𝑇
𝑚 𝑄𝑙𝑜
(︂ )︂
˜𝑜
𝛼 += − 𝑃𝑏 𝑗𝑔𝑏 − 𝑃𝑏 𝑗𝑙𝑏 − (A.14)
𝑑𝑡 𝐴 𝐴

Em seguida vamos multiplicar a equação (A.14 ) por 𝛼


¯ 𝑜 /𝛼𝑟𝑏 e subtrair da equa-
ção (A.14) de modo que esta assume a forma:

(︃ )︃
˙ 𝑔𝑜 𝑅𝑇
𝑚 𝑄𝑙𝑜 ¯𝑜
𝛼 𝜕 𝜕𝑗𝑙𝑏
(︂ )︂
− 𝑃𝑏 𝑗𝑔𝑏 − 𝑃𝑏 𝑗𝑙𝑏 − − (𝑃𝑏 𝑗𝑔𝑏 ) + 𝑃𝑏 =0
𝐴 𝐴 𝛼𝑟𝑏 𝜕𝑠 𝜕𝑠
Apêndice A. Apêndices -Redução Local de Índice e Modelo Simplificado 85

Essa equação pode ser reescrita como:

(︃ )︃
˙ 𝑔𝑜 𝑅𝑇
𝑚 𝑄𝑙𝑜 𝜕 𝜕𝑗𝑙𝑏
[︂ (︂ )︂]︂
𝛼𝑟𝑏 − 𝑃𝑏 𝑗𝑔𝑏 − 𝑃𝑏 𝑗𝑙𝑏 − −𝛼
¯𝑝 (𝑃𝑏 𝑗𝑔𝑏 ) + 𝑃𝑏 =0 (A.15)
𝐴 𝐴 𝜕𝑠 𝜕𝑠

O processo acima resultou na eliminação dos diferenciais em relação ao tempo


em uma das quatro equações acima. Ao riser, em 𝑠 = 0, serão utilizadas as equações
(A.11) e (A.12).
No oleoduto a equação (A.13 ) permanece, mas a equação (A.14) é subs-
tituída pela equação (A.15), esta equação tem diferenciais no espaço mas somente
provenientes da equação (A.12) e envolve relação de ambos subsistemas.

A.2 Conjunto de equações da configuração sem passagem contínua de gás

Nesse caso não há passagem de gás do oleoduto para o riser, logo a veloci-
dade superficial do gás na base do riser 𝑗𝑔𝑏 e a fração de vazio na base do do riser
𝛼𝑟𝑏 são nulos. Então, na base do riser (𝑠 = 0) a equação de conservação de massa
de gás no riser não faz sentido pois só há passagem de líquido. Logo o modelo do
riser restrito a base é composto pela equação de conservação de massa do líquido
e equação da quantidade de movimento linear. O modelo contínuo do riser restrito a
base do mesmo (𝑠 = 0):

• Conservação de massa do líquido:

𝜕𝑗𝑙𝑏
= 0, (A.16)
𝜕𝑠

pois 𝛼𝑟𝑏 = 0 para alagamento parcial do oleoduto e base do riser

• Conservação da quantidade de movimento linear:

𝜕𝑃𝑏 2
(︂ )︂
− 𝜌𝑙 𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃(𝑠 = 0) + 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑏 ; 𝜖/𝐷)𝑗𝑙𝑏 |𝑗𝑙𝑏 | = 0 (A.17)
𝜕𝑠 𝐷

sendo o número de Reynolds:

𝜌𝑙 𝐷𝑄𝑙𝑜
𝑅𝑒𝑚𝑏 = |𝑗𝑙𝑏 | (A.18)
𝐴𝜇𝑙

Ao oleoduto temos o seguinte conjunto de equações:


Apêndice A. Apêndices -Redução Local de Índice e Modelo Simplificado 86

• Conservação de massa para o líquido:

𝑑𝛼𝑝 𝑄𝑙𝑜
(𝐿𝑜 − 𝛿) − 𝑗𝑙𝑏 + + 𝑗𝑔𝑎 = 0 (A.19)
𝑑𝑡 𝐴

• Conservação de massa para o gás:


[︁ ]︁ [︁ ]︁
𝑉𝑏 𝑑𝑃𝑏 𝑉𝑏 𝑑𝛿
𝐴
+ (𝐿𝑝 − 𝛿)𝛼𝑜 𝑑𝑡
− 𝜌𝑙 𝑔𝑠𝑒𝑛𝛽 𝐴
+ (𝐿𝑝 − 𝛿)𝛼𝑜 𝑑𝑡

𝑄𝑙𝑜 𝑅𝑇
(︂ )︂
+ (𝑃𝑏 − 𝜌𝑙 𝑔𝑠𝑒𝑛𝛽) 𝑗𝑙𝑏 − + 𝑗𝑔𝑎 − ˙ 𝑔𝑜 = 0
𝑚 (A.20)
𝐴 𝐴

• Relação cinemática na fronteira de alagamento:

𝑑𝛿
𝛼𝑜 = 𝑗𝑔𝑎 (A.21)
𝑑𝑡

• Relação algébrica entre velocidades superficiais na fronteira de alagamento e


base do riser:

𝑗𝑔𝑎 − 𝛼𝑝 (𝑗𝑙𝑏 − 𝑗𝑙𝑎 ) (A.22)

• Relação de equilíbrio local para o oleoduto dada pela equação (2.35) em função
de 𝑗𝑙𝑏 , 𝑃𝑏 , 𝑗𝑙𝑎 , 𝑗𝑔𝑎 , 𝛿 𝑒 𝛼𝑜

Então temos um conjunto de sete equações com seis variáveis dependentes,


não fazemos diferença entre as variáveis dependentes e suas derivadas espaciais.
Consideramos esse conjunto de equações como uma DAE abstrata. O foco é a pos-
sibilidade de combinações lineares entre diferenciais das variáveis dependentes em
relação ao tempo, mas no caso com alagamento parcial do oleoduto as equações do
riser não contribuem com diferenciais no tempo. A possibilidade de combinação linear
de diferenciais no tempo já foi eliminada. Logo, não temos de nos preocupar com a
possibilidade de combinações lineares de diferenciais no tempo resultante das con-
dições de casamento entre o modelo para o riser e o modelo para o oleoduto, mas
isso não elimina a possibilidade de combinações lineares de diferenciais no tempo
quando as equações para o riser forem discretizadas no caso de alagamento parcial
do oleoduto.
Apêndice A. Apêndices -Redução Local de Índice e Modelo Simplificado 87

A.3 Modelo Simplificado adequado ao Riser

Note que o modelo descrito na seção 2.1 acima é formado por equações dife-
renciais parciais ao longo do comprimento do riser, mas as equações de governo do
escoamento para o oleoduto são equações algébrico-diferenciais como constata-se na
seção 2.3. Logo, para que as equações de governo do escoamento no riser tenham
a mesma natureza que as equações de governo do escoamento no oleoduto, vamos
obter um modelo simplificado para as equações do escoamento no riser. Vamos inte-
grar as equações (A.1), (A.2) e (A.3) ao longo de 𝑠 da base do riser (𝑠 = 0) até o topo
do riser (𝑠 = 𝐿𝑟 ). Assume-se que o riser é retilíneo e tem angulo de inclinação 𝜃. Esse
processo resulta em três equações algébrico diferenciais em termos dos valores das
variáveis dependentes na base do riser e no topo do riser. Esse processo depende
do fato de o oleoduto sofrer ou não alagamento parcial, pois no caso com alagamento
parcial só há líquido na base do riser e 𝛼𝑟 = 𝑗𝑔𝑏 = 0. Então a lei de fechamento cine-
mática fixando a velocidade relativa entre as fases só será imposta no topo do riser
quando existir alagamento parcial do oleoduto, mas deve ser imposta também na base
do riser quando não existir alagamento parcial do oleoduto. Vamos então dividir essa
seção em duas subseções, a primeira para o caso onde há passagem contínua de
gás do oleoduto para o riser e a segunda para o caso em que há alagamento parcial
do oleoduto e somente líquido na base do riser.

A.3.1 Caso com Passagem contínua de gás

As equações simplificadas de governo para o riser são obtidas da forma des-


crita acima, mas como temos gás na base e topo do riser, a lei de fechamento, dada
pela equação (2.5) é imposta tanto na base como no topo do riser. As equações de
governo do escoamento no riser na forma simplificada são dadas a seguir:

• Conservação de massa para o líquido. A equação (A.11 ) é integrada em 𝑠 para


0 ≤ 𝑠 ≤ 𝐿𝑟 resultando em:
∫︁ 𝐿𝑟
𝜕𝛼𝑟
− 𝑑𝑠 + 𝑗𝑙 (𝑠 = 𝐿𝑟 ) − 𝑗𝑙 (𝑠 = 0) = 0
0 𝜕𝑡

Os integrais que não foram avaliados de modo exato são aproximados pela regra
trapezoidal. Então:

{︃ }︃
𝐿𝑟 𝜕𝛼𝑟𝑡 𝜕𝛼𝑟𝑏
− + + 𝑗𝑙𝑡 − 𝑗𝑙𝑏 = 0 (A.23)
2 𝜕𝑡 𝜕𝑡
Apêndice A. Apêndices -Redução Local de Índice e Modelo Simplificado 88

onde 𝛼𝑟 (𝑠 = 𝐿𝑟 ) = 𝛼𝑟𝑡 , 𝛼𝑟 (𝑠 = 0) = 𝛼𝑟𝑏 , 𝑗𝑙 (𝑠 = 𝐿𝑟 ) = 𝑗𝑙𝑡 e 𝑗𝑙 (𝑠 = 0) = 𝑗𝑙𝑏 .

• Conservação de massa para o gás. A equação (A.12) é integrada em 𝑠 para


0 ≤ 𝑠 ≤ 𝐿𝑟 resultando em
∫︁ 𝐿𝑟 ∫︁ 𝐿𝑟
𝜕𝑃 𝜕𝑗𝑙
𝛼𝑟 𝑑𝑠 + (𝑃 𝑗𝑔 )|𝑠=𝐿𝑟 − (𝑃 𝑗𝑔 )|𝑠=0 + 𝑃 𝑑𝑠 = 0
0 𝜕𝑡 0 𝜕𝑠

Os integrais que não foram avaliados de modo exato são aproximados pela regra
trapezoidal. Então:
{︃ }︃
𝐿𝑟 𝜕𝑃𝑡 𝜕𝑃𝑏 𝑃𝑡 + 𝑃𝑏
𝛼𝑟𝑡 + 𝛼𝑟𝑏 + 𝑃𝑡 𝑗𝑔𝑡 − 𝑃𝑏 𝑗𝑔𝑏 + (𝑗𝑙𝑡 − 𝑗𝑙𝑏 ) = 0
2 𝜕𝑡 𝜕𝑡 2

onde 𝑃 (𝑠 = 𝐿𝑟 ) = 𝑃𝑡 , 𝑃 (𝑠 = 0) = 𝑃𝑏 , 𝑗𝑔 (𝑠 = 𝐿𝑟 ) = 𝑗𝑔𝑡 e 𝑗𝑔 (𝑠 = 0) = 𝑗𝑔𝑏 . Como


a pressão no topo do riser é constante de acordo com a condição de contorno
dada pela equação (2.49), o primeiro termo do lado esquerdo da equação acima
é nulo e esta se reduz a:

𝐿𝑟 𝜕𝑃𝑏 𝑃𝑡 + 𝑃 𝑏
𝛼𝑟𝑏 + 𝑃𝑡 𝑗𝑔𝑡 − 𝑃𝑏 𝑗𝑔𝑏 + (𝑗𝑙𝑡 − 𝑗𝑙𝑏 ) = 0 (A.24)
2 𝜕𝑡 2

• Conservação da quantidade de movimento linear. A equação (2.3) é integrada


em 𝑠 para 0 ≤ 𝑠 ≤ 𝐿𝑟 resultando em:
𝑃 (𝑠 = 𝐿𝑟 ) − 𝑃 (𝑠 = 0)+
∫︁ 𝐿𝑟
𝑃 2
(︂ )︂
+ {[𝜌𝑙 (1 − 𝛼𝑟 ) + 𝛼𝑟 ] 𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃 + 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚 ; 𝜖/𝐷)𝑗|𝑗| }𝑑𝑠 = 0
0 𝑅𝑇 𝐷

Os integrais que não foram avaliados de modo exato são aproximados pela regra
trapezoidal. Então :
{︁ (︁ )︁
𝐿𝑟 𝑃𝑡 2
𝑃𝑡 − 𝑃 𝑏 + 2
[𝜌𝑙 (1 − 𝛼𝑟𝑡 ) + 𝛼 ]
𝑅𝑇 𝑟𝑡
𝑔 sin 𝜃 + 𝑓 (𝑅𝑒, 𝑚𝑡 ; 𝜖/𝐷)𝑗𝑡 |𝑗𝑡 |
𝐷 𝑚

𝑃𝑏 2
(︂ )︂}︂
+[𝜌𝑙 (1 − 𝛼𝑟𝑏 ) + 𝛼𝑟𝑏 ] 𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃 + 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑏 ; 𝜖/𝐷)𝑗𝑏 |𝑗𝑏 | =0 (A.25)
𝑅𝑇 𝐷

onde 𝑗(𝑠 = 𝐿𝑟 ) = 𝑗𝑡 , 𝑗(𝑠 = 0) = 𝑗𝑏 . Note que 𝑗 = 𝑗𝑙 + 𝑗𝑔 é a velocidade superficial total.


O número de Reynolds da mistura no topo e na base são dados por:

𝑃𝑡
𝜌𝑚𝑡 𝐷|𝑗𝑡 | 𝜌𝑙 (1 − 𝛼𝑟𝑡 + 𝑅𝑇 𝛼𝑟𝑡 )|𝑗𝑡 |
𝑅𝑒𝑚𝑡 = = (A.26)
𝜇𝑚𝑡 𝜇𝑙 (1 − 𝛼𝑟𝑡 ) + 𝜇𝑔 𝛼𝑟𝑡
Apêndice A. Apêndices -Redução Local de Índice e Modelo Simplificado 89

e
𝑃𝑏
𝜌𝑚𝑏 𝐷|𝑗𝑏 | 𝜌𝑙 (1 − 𝛼𝑟𝑏 + 𝑅𝑇 𝛼𝑟𝑏 )|𝑗𝑏 |
𝑅𝑒𝑚𝑏 = = (A.27)
𝜇𝑚𝑏 𝜇𝑙 (1 − 𝛼𝑟𝑏 ) + 𝜇𝑔 𝛼𝑟𝑏

onde 𝜇𝑙 é a viscosidade do líquido, 𝜇𝑔 é a viscosidade do gás, 𝜇𝑚 é a viscosidade da


mistura dada por:

𝜇𝑚 = 𝜇𝑙 (1 − 𝛼𝑟 ) + 𝜇𝑔 𝛼𝑟

• Lei de fechamento para o modelo de deslizamento ou de mistura. A lei de fe-


chamento é imposta para as variáveis dependentes na base e no topo do riser.
Então podemos escrever que:

𝑗𝑔𝑏 − 𝛼𝑟𝑏 (𝐶𝑑𝑏 𝑗𝑏 + 𝑈 𝑑𝑏 ) = 0 (A.28)

𝑗𝑔𝑡 − 𝛼𝑟𝑡 (𝐶𝑑𝑡 𝑗𝑡 + 𝑈 𝑑𝑡 ) = 0 (A.29)

onde 𝐶𝑑𝑡 (𝐶𝑑𝑏 ) e 𝑈 𝑑𝑡 (𝑈 𝑑𝑏 ) são os coeficientes 𝐶𝑑 e 𝑈 𝑑 dados, respectivamente, pelas


equações (2.7) e na seção 2.1, avaliadas com as variáveis no topo (base) do riser.
Uma vez que as equações de governo para o riser foram discretizadas, mas
agora respeitando a forma como os diferenciais no tempo aparecem nas equações
(A.11 ) e (A.12 ), vamos obter o equivalente a relação algébrica (A.15) em termos das
discretização espacial das equações de governo do escoamento no riser.
Vamos combinar as equações (A.24) e (A.14) de modo a eliminar o diferencial
no tempo que aparece em ambas. Multiplicando a equação (A.24) por 𝛼 ¯ 𝑝 e multiplicar
a equação (A.14) por 𝛼𝑟𝑏 𝐿𝑟 /2, e subtrair ambos resultados, o que leva a:

𝐿𝑟 ˙ 𝑔𝑜 𝑅𝑇
𝑚 𝑄𝑙𝑜 𝑃𝑡 + 𝑃𝑏
[︂ (︂ )︂]︂ [︂ ]︂
𝛼𝑟𝑏 − 𝑃𝑏 𝑗𝑔𝑏 − 𝑃𝑏 𝑗𝑙𝑏 − ¯ 𝑝 𝑃𝑡 𝑗𝑔𝑡 − 𝑃𝑏 𝑗𝑔𝑏 +
+𝛼 (𝑗𝑙𝑡 − 𝑗𝑙𝑏 ) = 0
2 𝐴 𝐴 2
(A.30)

No modelo simplificado para o sistema oleoduto-riser a equação (A.30) subs-


titui a equação de conservação de massa para o gás no oleoduto, equação (A.14)ou
(2.13).
Apêndice A. Apêndices -Redução Local de Índice e Modelo Simplificado 90

A.3.2 Caso sem passagem contínua de gás

A ausência de passagem de gás do oleoduto ao riser afeta a forma simplifi-


cada das equações de governo do escoamento no riser. Por exemplo, a lei de fecha-
mento dada pela equação 2.5 será aplicada somente ao topo do riser, enquanto no
caso com passagem de gás do oleoduto ao riser essa lei de fechamento é aplicada
também à base do riser. As equações de governo do escoamento no riser na forma
simplificada são dadas a seguir:

• Conservação de massa para o líquido. A equação (A.11) é integrada em 𝑠 para


0 ≤ 𝑠 ≤ 𝐿𝑟 resultando em:

∫︁ 𝐿𝑟
𝜕𝛼𝑟
− 𝑑𝑠 + 𝑗𝑙 (𝑠 = 𝐿𝑟 ) − 𝑗𝑙 (𝑠 = 0) = 0.
0 𝜕𝑡

Os integrais que não foram avaliados de modo exato são aproximados pela regra
trapezoidal como feita na subseção anterior . Então a equação fica:

𝐿𝑟 𝜕𝛼𝑟𝑡
− + 𝑗𝑙𝑡 − 𝑗𝑙𝑏 = 0 (A.31)
2 𝜕𝑡

onde 𝛼𝑟 (𝑠 = 𝐿𝑟 ) = 𝛼𝑟𝑡 , 𝛼𝑟 (𝑠 = 0) = 𝛼𝑟𝑏 , 𝑗𝑙 (𝑠 = 𝐿𝑟 ) = 𝑗𝑙𝑡 e 𝑗𝑙 (𝑠 = 0) = 𝑗𝑙𝑏 .

• Conservação de massa para o gás. A equação (A.12) é integrada em 𝑠 para


0 ≤ 𝑠 ≤ 𝐿𝑟 resultando em:
∫︁ 𝐿𝑟 ∫︁ 𝐿𝑟
𝜕𝑃 𝜕𝑗𝑙
𝛼𝑟 𝑑𝑠 + (𝑃 𝑗𝑔 )|𝑠=𝐿𝑟 − (𝑃 𝑗𝑔 )|𝑠=0 + 𝑃 𝑑𝑠 = 0.
0 𝜕𝑡 0 𝜕𝑠

Os integrais que não foram avaliados de modo exato são aproximados pela regra
trapezoidal, mas 𝛼𝑟𝑏 = 𝑗𝑔𝑏 = 0 por não existir passagem de gás na base do riser,
então:

𝐿𝑟 𝜕𝑃𝑡 𝑃𝑡 + 𝑃𝑏
− 𝛼𝑟𝑡 + 𝑃𝑡 𝑗𝑔𝑡 + (𝑗𝑙𝑡 − 𝑗𝑙𝑏 ) = 0 (A.32)
2 𝜕𝑡 2

Seguindo a mesma notação da subseção anterior. Com a pressão no topo do


riser é constante conforme a condição de contorno dada pela equação 2.49, o
primeiro termo do lado esquerdo da equação acima é nulo e esta se reduz a:

𝑃𝑡 + 𝑃𝑏
𝑃𝑡 𝑗𝑔𝑡 + (𝑗𝑙𝑡 − 𝑗𝑙𝑏 ) = 0 (A.33)
2
Apêndice A. Apêndices -Redução Local de Índice e Modelo Simplificado 91

• Conservação da quantidade de movimento linear:


{︁ (︁ )︁
𝐿𝑟 𝑃𝑡 2
𝑃 𝑡 − 𝑃𝑏 + 2
[𝜌𝑙 (1 − 𝛼𝑟𝑡 ) + 𝛼 ]
𝑅𝑇 𝑟𝑡
𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃 + 𝑓 (𝑅𝑒𝑚𝑡 ; 𝜖/𝐷)𝑗𝑡 |𝑗𝑡 |
𝐷 𝑚

𝑃𝑏 2
(︂ )︂}︂
+[𝜌𝑙 (1 − 𝛼𝑟𝑏 ) + 𝛼𝑟𝑏 ] 𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃 + 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑏 ; 𝜖/𝐷)𝑗𝑏 |𝑗𝑏 | =0 (A.34)
𝑅𝑇 𝐷

• Lei de fechamento para o modelo de deslizamento ou de mistura. A lei de fe-


chamento é imposta para as variáveis dependentes na base e no topo do riser.
Então podemos escrever que:

𝑗𝑔𝑡 − 𝛼𝑟𝑡 (𝐶𝑑𝑡 𝑗𝑡 + 𝑈 𝑑𝑡 ) = 0 (A.35)


92

B Adimensionalização das Equa-


ções de Governo

Escalas e variáveis adimensionais são apresentadas nesse capítulo. A forma


adimensional das equações de governo do escoamento no riser e posteriormente as
equações de governo do escoamento no oleoduto nas duas configurações considera-
das, além da forma adimensional das condições de contorno e de compatibilidade são
obtidas. As variáveis adimensionais são dadas por:

𝑄𝑙𝑜
𝑡˜ = 𝑡 (B.1)
𝐴𝐿𝑟

˜𝑗 = 𝑗 𝐴 (B.2)
𝑄𝑙𝑜

𝑃
𝑃˜ = (B.3)
𝜌𝑙 𝑅𝑇

𝛿
𝛿˜ = (B.4)
𝐿𝑟

De modo que:

𝑑 𝑑𝑡˜ 𝑑 𝑄𝑙𝑜 𝑑
= = (B.5)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡˜ 𝐴𝐿𝑟 𝑑𝑡˜

sendo 𝑄𝑙𝑜 /𝐴 é a escala de velocidade, (𝐴𝐿𝑟 )/𝑄𝑙𝑜 é a escala de tempo e 𝜌𝑙 𝑅𝑇 é a


escala de pressão adotada. As variáveis com ˜ como sobreescrito são adimensionais
Apêndice B. Adimensionalização das Equações de Governo 93

em toda esta dissertação.

B.1 Equações adimensionalizadas do riser com passagem contínua de gás

Substituindo-se as equações (B.1), (B.2) e (B.5) na equação (A.23) obtemos


a equação adimensional para a conservação de massa do líquido.

{︃ }︃
𝐿𝑟 𝑄𝑙𝑜 𝜕𝛼𝑟𝑡 𝜕𝛼𝑟𝑏 𝑄𝑙𝑜 {︁˜ }︁
− + + 𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 = 0
2 𝐴𝐿𝑟 𝜕 𝑡˜ 𝜕 𝑡˜ 𝐴

que multiplicando por 𝐴/𝑄𝑙𝑜 a equação acima se reduz a:


{︃ }︃
1 𝜕𝛼𝑟𝑡 𝜕𝛼𝑟𝑏
− + + ˜𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 = 0 (B.6)
2 𝜕 𝑡˜ 𝜕 𝑡˜

Substituindo-se as equações (B.1), (B.2) e (B.5) na equação (A.24) obtemos


a equação adimensional para a conservação de massa do gás.

𝜕 𝑃˜𝑏 𝑃˜𝑡 + 𝑃˜𝑏 (︁˜


{︃ }︃ {︃ }︃
𝐿𝑟 𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑄𝑙𝑜 𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑄𝑙𝑜 ˜ ˜ )︁
𝛼𝑟𝑏 + 𝑃𝑡 𝑗𝑔𝑡 − 𝑃˜𝑏˜𝑗𝑔𝑏 + 𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 = 0
2 𝐴𝐿𝑟 𝜕 𝑡˜ 𝐴 2

que multiplicando por 𝐴/(𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑄𝑙𝑜 ) a equação acima se reduz a:

1 𝜕 𝑃˜𝑏 𝑃˜𝑡 + 𝑃˜𝑏 (︁˜ )︁


𝛼𝑟𝑏 + 𝑃˜𝑡˜𝑗𝑔𝑡 − 𝑃˜𝑏˜𝑗𝑔𝑏 + 𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 = 0 (B.7)
2 𝜕 𝑡˜ 2

Substituindo-se as equações (B.1), (B.2) e (B.5) e (B.3 ) na equação (A.34)


obtemos a equação adimensional para a conservação da quantidade de movimento
linear ou no caso balanço entre as forças de pressão, viscosas e gravitacionais.

{︂ (︂ )︂
𝑄𝑙𝑜 2
(︁ )︁
𝑃˜𝑡 − 𝑃˜𝑏 + 1
2
[(1 − 𝛼𝑟𝑡 ) + 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟𝑡 ] 𝑔𝐿𝑟
𝑅𝑇
𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2 𝐿𝐷𝑟 𝐴
𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑡 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑡 |˜𝑗𝑡 |

(︃ )︂2 )︃}︃
𝑔𝐿𝑟 𝐿𝑟 𝑄𝑙𝑜
(︂
+[(1 − 𝛼𝑟𝑏 ) + 𝑃˜𝑏 𝛼𝑟𝑏 ] 𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑏 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑏 |˜𝑗𝑏 | =0
𝑅𝑇 𝐷 𝐴

que multiplicando por 1/(𝜌𝑙 𝑅) a equação acima se reduz a:


Apêndice B. Adimensionalização das Equações de Governo 94

{︂ (︂ )︂
𝑄𝑙𝑜 2
(︁ )︁
𝑃˜𝑡 − 𝑃˜𝑏 + 1
2
[(1 − 𝛼𝑟𝑡 ) + 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟𝑡 ] 𝑔𝐿𝑟
𝑅𝑇
sin 𝜃 + 2 𝐿𝐷𝑟 𝐴
𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑡 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑡 |˜𝑗𝑡 |

(︃ )︂2 )︃}︃
𝑔𝐿𝑟 𝐿𝑟 𝑄𝑙0
(︂
+[(1 − 𝛼𝑟𝑏 ) + 𝑃˜𝑏 𝛼𝑟𝑏 ] 𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑏 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑏 |˜𝑗𝑏 | =0
𝑅𝑇 𝐷 𝐴

Definindo os adimensionais, por (BALIÑO; BURR; NEMOTO, 2010):

𝑔𝐿𝑟
Π𝐺 = (B.8)
𝑅𝑇

e
)︂2
𝐿𝑟 𝑄𝑙𝑜 1
(︂
Π𝐹 = (B.9)
𝐷 𝐴 𝑅𝑇

Onde: Π𝐹 é a razão entre força viscosa e força de pressão e Π𝐺 é a razão


entre força gravitacional e força de pressão no riser.
a equação acima pode ser reescrita como:
{︁ (︁ )︁
𝑃˜𝑡 − 𝑃˜𝑏 + 21 [(1 − 𝛼𝑟𝑡 ) + 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟𝑡 ] Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑡 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑡 |˜𝑗𝑡 |
(︁ )︁}︁
+[(1 − 𝛼𝑟𝑏 ) + 𝑃˜𝑏 𝛼𝑟𝑏 ] Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑏 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑏 |˜𝑗𝑏 | =0 (B.10)

O número de Reynolds para a mistura em termos de variáveis adimensionais


é dado por

𝜌𝑙 𝐷𝑄𝑙𝑜 (1 − 𝛼𝑟 + 𝑃˜ 𝛼𝑟 )|˜𝑗|
𝑅𝑒𝑚 = (B.11)
𝐴𝜇𝑙 1 − 𝛼𝑟 + Δ𝜇𝛼𝑟

onde Δ𝜇 = 𝜇𝑔 /𝜇𝑙 .
As leis de fechamento para o riser na forma adimensional são obtidas substituindo-
se a equação (B.1) nas equações (A.28) e (A.29) :

˜𝑗𝑔𝑏 − 𝛼𝑟𝑏 (𝐶𝑑𝑏˜𝑗𝑏 + 𝑈˜𝑑𝑏 ) = 0 (B.12)

˜𝑗𝑔𝑡 − 𝛼𝑟𝑡 (𝐶𝑑𝑡˜𝑗𝑡 + 𝑈˜ 𝑑𝑡 ) = 0 (B.13)


Apêndice B. Adimensionalização das Equações de Governo 95

onde

𝐴
𝑈˜ 𝑑𝑏 = 𝑈 𝑑𝑏 (B.14)
𝑄𝑙𝑜

𝐴
𝑈˜ 𝑑𝑡 = 𝑈 𝑑𝑡 (B.15)
𝑄𝑙𝑜

e os coeficientes 𝐶𝑑𝑏 e 𝐶𝑑𝑡 são adimensionais. O coeficiente 𝑈 𝑑 na forma adimensio-


nal é dado pela relação:


⎨ 𝐴

𝑔𝐷(0, 35𝑠𝑒𝑛𝜃 + 0, 54 cos 𝜃) para 𝐹 𝑟 < 3, 5
𝑈˜ 𝑑 = 𝑄𝑙𝑜
√ (B.16)
⎩ 0, 35 𝐴 𝑔𝐷 sin 𝜃 para 𝐹 𝑟 ≥ 3, 5
𝑄𝑙𝑜

e o número de Froude 𝐹 𝑟 em termos das variáveis adimensionais é dado por

𝑄
𝐹𝑟 = √𝑙𝑜 ˜𝑗.
𝐴 𝑔𝐷

onde ˜𝑗 é a velocidade superficial total adimensional.


Substituindo-se as equações (B.1), (B.2) e (B.3) na equação (A.30) podemos
escrever essa relação algébrica em termos das variáveis adimensionais:

[︁ {︁ (︁ )︁}︁]︁
𝐿𝑟 𝛼𝑟𝑏 𝑚
˙ 𝑔𝑜 𝑅𝑇
𝐴
− 𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑄𝑙𝑜
𝐴
𝑃˜𝑏˜𝑗𝑔𝑏 + 𝑃˜𝑏 ˜𝑗𝑙𝑏 − 1

˜𝑡 + 𝑃˜𝑏 (︁
[︃ ]︃
𝜌 𝑙 𝑅𝑇 𝑄 𝑙𝑜 𝑃 )︁
˜¯ 𝑜
−𝐿𝑟 𝛼 𝑃˜𝑡˜𝑗𝑔𝑡 − 𝑃˜𝑏˜𝑗𝑔𝑏 + ˜𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 = 0 (B.17)
𝐴 2

onde 𝛼 ˜¯ 𝑜 , de modo que


¯ 𝑜 = 𝐿𝑟 𝛼

˜¯ 𝑜 = 𝐿𝑒 + 𝐿𝑜 𝛼𝑜
𝛼 (B.18)
𝐿𝑟

e define-se o comprimento equivalente adimensional:


Apêndice B. Adimensionalização das Equações de Governo 96

𝑉𝑏
𝐿𝑒 = (B.19)
𝐴𝐿𝑟

Multiplicando a equação (B.18) por 𝐴/(𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑄𝑙𝑜 𝐿𝑟 ) obtem-se que:

˜𝑡 + 𝑃˜𝑏 (︁
[︃ ]︃
𝛼𝑟𝑏 [︁ ˜ (︁ )︁]︁ 𝑃 )︁
𝑚˙ 𝑔𝑜 − 𝑃˜𝑏˜𝑗𝑔𝑏 − 𝑃˜𝑏 ˜𝑗𝑙𝑏 − 1 + 𝛼 ˜¯ 𝑝 𝑃˜𝑡˜𝑗𝑔𝑡 − 𝑃˜𝑏˜𝑗𝑔𝑏 + ˜𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 = 0 (B.20)
2 2

onde definiu-se:

˜˙ 𝑔𝑜 = 𝑚˙ 𝑔𝑜
𝑚 (B.21)
𝜌𝑙 𝑄𝑙𝑜

que é a razão entre a vazão de massa de gás e a vazão de massa de líquido.

B.2 Equações adimensionais do riser sem Passagem Contínua de Gás

Substituindo-se as equações (B.1), (B.2) e (B.3) na equação (A.31) obtemos


a equação adimensional para a conservação de massa do líquido.

𝐿𝑟 𝑄𝑙𝑜 𝜕𝛼𝑟𝑡 𝑄𝑙𝑜 {︁˜ }︁


− + 𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 = 0
2 𝐴𝐿𝑟 𝜕 𝑡˜ 𝐴

que multiplicando por 𝐴/𝑄𝑙𝑜 a equação fica simplificada:

−1 𝜕𝛼𝑟𝑡 ˜
+ 𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 = 0 (B.22)
2 𝜕𝑡

Substituindo-se as equações (B.1), (B.2) , (B.2) e (A.33 )) obtemos a equação adimen-


sional da conservação de massa do gás:

𝑃˜𝑡 + 𝑃˜𝑏 ˜
{︃ }︃
𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑄𝑙𝑜 ˜ ˜
𝑃𝑡 𝑗𝑔𝑡 + (𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 ) = 0
𝐴 2
Apêndice B. Adimensionalização das Equações de Governo 97

que multiplicando por 𝐴/(𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑄𝑙𝑜 ), temos:

𝑃˜𝑡 + 𝑃˜𝑏 ˜
𝑃˜𝑡˜𝑗𝑔𝑡 + (𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 ) = 0 (B.23)
2

Substituindo-se as equações (B.1), (B.2) e (A.30 ) obtemos a equação adimen-


sional para a conservação da quantidade de movimento linear ou no caso balanço
entre as forças de pressão, viscosas e gravitacionais. Similarmente ao apresentado
na subseção anterior, resultando na equação, já com os mesmos adimensionais (Rey-
nolds):
{︁ (︁ )︁
𝑃˜𝑡 − 𝑃˜𝑏 + 1
2
[(1 − 𝛼𝑟𝑡 ) + 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟𝑡 ] Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑡 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑡 |˜𝑗𝑡 |
(︁ )︁}︁
+[(1 − 𝛼𝑟𝑏 ) + 𝑃˜𝑏 𝛼𝑟𝑏 ] Π𝐺 𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2𝜋𝐹 𝑓𝑚 (𝑅𝑒𝑚𝑏 ; 𝜖/𝐷)˜𝑗𝑏 |˜𝑗𝑏 | =0 (B.24)

A lei de fechamento para o riser na forma adimensional é obtida substituindo-


se a equação (B.1 ) na equação (A.29). Obtém-se que:

˜𝑗𝑔𝑡 − 𝛼𝑟𝑡 (𝐶𝑑𝑡˜𝑗𝑡 + 𝑈˜ 𝑑𝑡 ) = 0 (B.25)

onde 𝑈˜ 𝑑𝑡 é dado pela equação (B.15) e sua expressão para escoamento co-
corrente é dada pela equação (B.16). No caso contracorrente os coeficientes 𝐶𝑑𝑡 𝑒 𝑈 𝑑𝑡
são obtidos via correlação de (CHEXAL et al., 1997) e 𝑈 𝑑𝑡 deve ser adimensionalizada
de acordo com a equação (B.15).

B.3 Equações Adimensionais do Oleoduto sem alagamento

Substituindo-se a equações (B.1 ) e (B.2) na equação (2.11) obtém-se a equa-


ção de conservação de massa para o líquido no oleoduto na forma adimensional
como:

𝐿𝑜 𝑑𝛼𝑜 ˜
− + 𝑗𝑙𝑏 − 1 = 0 (B.26)
𝐿𝑟 𝑑𝑡˜

Substituindo-se as equações (B.1 ) a (B.5) na equação (2.13) obtém-se a


equação de conservação de massa para o gás no oleoduto na forma adimensional
como:
Apêndice B. Adimensionalização das Equações de Governo 98

𝑑𝑃˜𝑏 𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑄𝑙𝑜 ˜ 𝑑𝛼𝑜 𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑄𝑙𝑜 ˜ ˜


(︃ )︃
𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑄𝑙𝑜 𝑉𝑏 ˙ 𝑔𝑜 𝑅𝑇
𝑚
+ 𝛼𝑜 𝐿𝑜 + 𝑃𝑏 𝐿𝑜 + 𝑃𝑏 𝑗𝑔𝑏 − =0
𝐴𝐿𝑟 𝐴 𝑑𝑡˜ 𝐴𝐿𝑟 𝑑𝑡˜ 𝐴 𝐴

Multiplicando-se a equação acima por 𝐴/(𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑄𝑙𝑜 ) e lembrando das equa-


ções (B.18) e (B.21), essa assume a forma:

˜
˜¯ 𝑜 𝑑𝑃𝑏 + 𝑃˜𝑏 𝐿𝑜 𝑑𝛼𝑜 + 𝑃˜𝑏˜𝑗𝑔𝑏 − 𝑚
𝛼 ˜˙ 𝑔𝑜 = 0 (B.27)
𝑑𝑡˜ 𝐿𝑟 𝑑𝑡˜

B.4 Equações Adimensionais do Oleoduto com alagamento

Substituindo-se a equações (B.1), (B.2) e (B.4) na equação (2.17) obtém-se a


equação de conservação de massa para o líquido no oleoduto na forma adimensional
como

˜ 𝑄𝑙𝑜 𝑑𝛼𝑜 = 𝑄𝑙𝑜 ˜𝑗𝑙𝑏 − 1 − ˜𝑗𝑔𝑎


(︁ )︁
(𝐿𝑜 − 𝐿𝑟 𝛿)
𝐴𝐿𝑟 𝑑𝑡˜ 𝐴

Multiplicando a equação acima por 𝐴/𝑄𝑙𝑜 obtém-se que:

˜ 𝑑𝛼𝑜 = ˜𝑗𝑙𝑏 − 1 − ˜𝑗𝑔𝑎


(︁ )︁
(𝐿𝑜 − 𝐿𝑟 𝛿) (B.28)
𝑑𝑡˜

Substituindo-se as equações (B.1) a (B.5) na equação (2.21) obtém-se a equa-


ção de conservação de massa para o gás no oleoduto na forma adimensional como

𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑄𝑙𝑜 𝑑𝑃˜𝑏 𝑄𝑙𝑜 𝑑𝛿˜


(︁ )︁ (︁ )︁
𝑉𝑏 ˜
− 𝛼𝑜 (𝐿𝑜 − 𝐿𝑟 𝛿) − 𝜌𝑙 𝑔𝑠𝑒𝑛𝛽 𝑉𝑏 ˜
− 𝛼𝑜 (𝐿𝑜 − 𝑙𝑟 𝛿)
𝐴 𝐴𝐿𝑟 𝑑𝑡˜ 𝐴 𝐴 𝑑𝑡˜

𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑄𝑙𝑜 ˜ ˜
(︁
˜𝑗𝑙𝑏 − 1 + ˜𝑗𝑔𝑎 − 𝑅𝑇 𝑚
)︁
+ (𝑃𝑏 − 𝜌𝑙 𝑔𝐿𝑟 𝛿𝑠𝑒𝑛𝛽) ˙ 𝑔𝑜 = 0
𝐴 𝐴

Multiplicando essa equação acima por 𝐴𝐿𝑟 /(𝜌𝑙 𝑅𝑇 𝑄𝑙𝑜 ) e lembrando-se das
equações (B.8), (B.19) e (B.21), a equação acima assume a forma:
Apêndice B. Adimensionalização das Equações de Governo 99

(︁ )︁ ˜ (︁ )︁ ˜
˜
𝐿𝑒 − 𝛼𝑜 ( 𝐿𝐿𝑜𝑟 − 𝛿) 𝑑𝑃𝑏 ˜
− Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝛽 𝐿𝑒 − 𝛼𝑜 ( 𝐿𝐿𝑟𝑜 − 𝛿) 𝑑𝛿
𝑑𝑡˜ 𝑑𝑡˜

˜
+(𝑃˜𝑏 − Π𝐺𝛿𝑠𝑒𝑛𝛽) − (˜𝑗𝑙𝑏 − 1 − ˜𝑗𝑔𝑎 ) − 𝑚
˜˙ 𝑔𝑜 = 0 (B.29)

Substituindo-se as equações (B.1) a (B.5) na equação (2.20) obtem-se:

𝑄𝑙𝑜 𝑑𝛿˜ 𝑄𝑙𝑜 ˜


𝛼𝑜 = 𝑗𝑙𝑎
𝐴 𝑑𝑡˜ 𝐴

multiplicando por 𝐴/𝑄𝑙𝑜 :

𝑑𝛿˜
𝛼𝑜 = −˜𝑗𝑙𝑎 (B.30)
𝑑𝑡˜

Substituindo-se as equações (B.1) a (B.5) na equação (2.28) obtem-se:

˜𝑗𝑔𝑎 − 𝛼𝑝 (˜𝑗𝑙𝑏 − ˜𝑗𝑙𝑎 ) = 0 (B.31)

B.5 Equações de Fração de Vazio no Oleoduto em Termos de Variáveis Adi-


mensionais

O balanço de forças utilizado para obter uma equação implícita para a fração
de vazio no oleoduto é dada pela equação (2.31) e leis de fechamento (2.35)-(2.42).
Substituindo-se parte das leis de fechamento, a equação do gás perfeito e as escalas
de velocidade e pressão, equações (B.2 ) e (B.3), na equação (2.31), assumindo a
forma:

(︃ )︃2
𝛾𝑖 𝛾 (1 − 𝛾) 𝐴
𝑃˜ 𝑓𝑖 (˜
𝑢𝑔 −˜ 𝑢𝑔 −˜
𝑢𝑖 )|˜ 𝑢𝑖 | −𝑓𝑙 𝑢˜𝑙 |˜
𝑢𝑙 | +𝑃˜ 𝑓𝑔 𝑢˜𝑙 |˜
𝑢𝑙 | +2𝑔𝐴 (1−𝑃˜𝑔 )𝑠𝑒𝑛𝛽 = 0
𝛼𝑜 (1 − 𝛼𝑜 ) 1 − 𝛼𝑜 𝛼𝑜 𝑄𝑙𝑜
(B.32)

reescrevendo:

𝛾𝑖 𝛾 (1 − 𝛾) 1
𝑃˜𝑔 𝑓𝑖 (˜
𝑢𝑔 −˜ 𝑢𝑔 −˜
𝑢𝑖 )|˜ 𝑢𝑖 | −𝑓𝑙 𝑢˜𝑙 |˜
𝑢𝑙 | +𝑃˜𝑔 𝑓𝑔 𝑢˜𝑔 |˜
𝑢𝑔 | + 𝜋𝐷 (1−𝑃˜𝑔 )𝑠𝑒𝑛𝛽 = 0
𝛼𝑜 (1 − 𝛼𝑜 ) 1 − 𝛼𝑝 𝛼𝑜 2
(B.33)

Em termos das velocidades superficiais adimensionais a equação acima as-


Apêndice B. Adimensionalização das Equações de Governo 100

sume a forma:

˜𝑗𝑔 ˜𝑗𝑔 𝛾𝑖 𝛾 (1 − 𝛾) 1
𝑃˜𝑔 𝑓𝑖 ( −˜ 𝑢𝑖 )| −˜ 𝑢𝑖 | −𝑓𝑙 ˜𝑗𝑙 |˜𝑗𝑙 | +𝑃˜𝑔 𝑓𝑔 ˜𝑗𝑔 |˜𝑗𝑔 | + Π𝐷(1−𝑃˜𝑔 )𝑠𝑒𝑛𝛽 = 0
𝛼𝑜 𝛼𝑜 𝛼𝑜 (1 − 𝛼𝑜 ) (1 − 𝛼𝑜 )3 𝛼𝑜3 2
(B.34)

sendo:

(︃ )︃2
𝐴
Π𝐷 = 𝑔𝐷 (B.35)
𝑄𝑙𝑜

Os números de Reynolds do líquido e do gás utilizados no cálculo dos fatores


de atrito em termos de variáveis adimensionais assumem as formas

𝜌𝑙 𝑄𝑙𝑜 𝐷 ˜
𝑅𝑒𝑙 = |𝑗𝑙 |
𝜇𝑙 𝐴

𝜌𝑙 𝑄𝑙𝑜 𝐷 |˜𝑗𝑔 |
𝑅𝑒𝑔 = (B.36)
𝜇𝑙 𝐴 1 − 𝛾 + 𝛾𝑖

com 𝛾 dado de forma implícita em termos de 𝛼𝑜 pela equação (2.41) e 𝛾𝑖 dado pela
equação (2.42) em termos de 𝛾.

B.6 Condições de Contorno e Compatibilidade dos adimensionais

A condição de contorno no topo do riser é dada pela equação (2.49) e sua


forma adimensional é:

𝑃𝑠
𝑃˜𝑡 = (B.37)
𝜌𝑙 𝑅𝑔 𝑇

e a condição de compatilibidade na forma adimensional é dada pelas equações:

˜𝑗𝑙 (𝑠 = 0) = ˜𝑗𝑙𝑏 𝑒 ˜𝑗𝑔 (𝑠 = 0) = ˜𝑗𝑔𝑏

𝑃˜ (𝑠 = 0) = 𝑃˜𝑏 𝑒 𝛼𝑟 (𝑠 = 0) = 𝛼𝑟𝑏 ̸= 𝛼𝑜
101

C Matriz Jacobiana

Esta matriz é usada na codificação em Matlab, somente com passagem con-


tínua de gás
Aqui são listadas as equações dos elementos da matriz J(x*) não nulos:

𝜕h1
=1 (C.1)
𝜕 ˜𝑗𝑙𝑏

𝜕h1
= −1 (C.2)
𝜕 ˜𝑗𝑙𝑡

𝜕h2 1
˜ = (𝑃˜𝑏 + 𝑃˜𝑡 ) (C.3)
𝜕 𝑗𝑙𝑏 2

𝜕h2 1 ˜
= − (𝑃𝑏 + 𝑃˜𝑡 ) (C.4)
𝜕 ˜𝑗𝑙𝑡 2

𝜕h2
= 𝑃˜𝑏 (C.5)
𝜕 ˜𝑗𝑔𝑏

𝜕h2
= −𝑃˜𝑡 (C.6)
𝜕 ˜𝑗𝑔𝑡

˜𝑗𝑙𝑏 − ˜𝑗𝑙𝑡
(︃ )︃
𝜕h2 ˜
= 𝑗𝑙𝑏 + (C.7)
𝜕 𝑃˜𝑏 2
Apêndice C. Matriz Jacobiana 102

˜ ˜
(︃ )︃
𝜕h2
= −˜𝑗𝑙𝑡 + 𝑗𝑙𝑏 − 𝑗𝑙𝑡 (C.8)
𝜕 𝑃˜𝑡 2

𝜕h3
=1 (C.9)
𝜕 ˜𝑗𝑙𝑏

˜ ˜
(︃ )︃
𝜕h4
= −
𝛼𝑟𝑏 ˜
𝑃 ¯˜ 𝑜 𝑃𝑏 + 𝑃𝑡
𝑏−𝛼 (C.10)
𝜕 ˜𝑗𝑙𝑏 2 2

˜ ˜
(︃ )︃
𝜕h4
= ¯˜ 𝑟𝑡 𝑃𝑏 + 𝑃𝑡
𝛼 (C.11)
𝜕 ˜𝑗𝑙𝑡 2

𝜕h4 𝛼𝑟𝑏 ˜ ¯˜ 𝑜 𝑃˜𝑏


˜ =− 𝑃𝑏 − 𝛼 (C.12)
𝜕 𝑗𝑔𝑏 2

𝜕h4 ¯˜ 𝑜 𝑃˜𝑡
=𝛼 (C.13)
𝜕 ˜𝑗𝑔𝑡

˜ ˜
[︃ (︃ )︃]︃
𝜕h4
= −
𝛼𝑟𝑏 ˜
( 𝑗 ˜ ¯˜ 𝑜 ˜𝑗𝑔𝑏 − 𝑗𝑙𝑡 − 𝑗𝑙𝑏
𝑔𝑏 + 𝑗𝑙𝑏 − 1) − 𝛼 (C.14)
𝜕 𝑃˜𝑏 2 2

˜ ˜
[︃ (︃ )︃]︃
𝜕h4
= ¯˜ 𝑜 ˜𝑗𝑔𝑡 − 𝑗𝑙𝑡 − 𝑗𝑙𝑏
𝛼 (C.15)
𝜕 𝑃˜𝑡 2

𝜕h4 1 [︁ ˜ ]︁
= 𝑚˙ 𝑔𝑜 − 𝑃˜𝑏 (˜𝑗𝑔𝑏 + ˜𝑗𝑙𝑏 − 1) (C.16)
˜ 𝑟𝑏
𝜕𝛼 2

𝑃˜𝑡 + 𝑃˜𝑏 (︁˜


)︂ [︃ ]︃
𝜕h4 𝐿𝑜
(︂ )︁
= 𝑃˜𝑡˜𝑗𝑔𝑡 − 𝑃˜𝑏˜𝑗𝑔𝑏 + 𝑗𝑙𝑡 − ˜𝑗𝑙𝑏 (C.17)
˜ 𝑟𝑡
𝜕𝛼 𝐿𝑟 2
Apêndice C. Matriz Jacobiana 103

{︃ }︃
𝜕h5 (︁
˜
)︁ 𝜕𝑓𝑚𝑏 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑏 ⃒ ⃒
⃒˜ ⃒
= Π𝐹 1 − 𝛼𝑟𝑏 + 𝑃𝑏 𝛼𝑟𝑏 + 𝑓𝑚𝑏 2 ⃒𝑗𝑏 ⃒ (C.18)
𝜕𝑗˜𝑙𝑏 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑏 𝜕 ˜𝑗𝑙𝑏

{︃ }︃
𝜕h5 (︁ )︁ 𝜕𝑓𝑚𝑡 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑡
= Π𝐹 1 − 𝛼𝑟𝑡 + 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟𝑡 𝑗˜𝑡 |𝑗˜𝑡 | + 𝑓𝑚𝑡 2 |𝑗˜𝑡 | (C.19)
𝜕𝑗˜𝑙𝑡 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑡 𝜕𝑗˜𝑙𝑡

{︃ }︃
𝜕h5 (︁ )︁ 𝜕𝑓𝑚𝑏 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑏
= Π𝐹 1 − 𝛼𝑟𝑏 + 𝑃˜𝑏 𝛼𝑟𝑏 𝑗˜𝑏 |𝑗˜𝑏 | + 𝑓𝑚𝑏 2 |𝑗˜𝑏 | (C.20)
𝜕𝑗˜𝑔𝑏 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑏 𝜕𝑗˜𝑔𝑏

{︃ }︃
𝜕h5 (︁ )︁ 𝜕𝑓𝑚𝑡 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑡
= Π𝐹 1 − 𝛼𝑟𝑡 + 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟𝑡 𝑗˜𝑡 |𝑗˜𝑡 | + 𝑓𝑚𝑡 2 |𝑗˜𝑡 | (C.21)
𝜕𝑗˜𝑔𝑡 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑡 𝜕𝑗˜𝑔𝑡

𝜕h5 1 ˜ 𝜕𝑓𝑚𝑏 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑏


= −1 + 𝛼𝑟𝑏 (Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚𝑏 𝑗˜𝑏 |𝑗˜𝑏 |) + (1 − 𝛼𝑟𝑏 + 𝑃𝑏 𝛼𝑟,𝑏 )(Π𝐹 𝑗˜𝑏 |𝑗˜𝑏 |)
𝜕 𝑃˜𝑏 2 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑏 𝜕 𝑃˜𝑏
(C.22)

𝜕h5 1 ˜ 𝜕𝑓𝑚𝑡 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑡


= 1+ 𝛼 𝑟𝑡 (Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃+2Π𝐹 𝑓𝑚𝑡 𝑗˜𝑡 |𝑗˜𝑡 |)+(1−𝛼𝑟𝑡 + 𝑃𝑡 𝛼𝑟𝑡 )(Π𝐹 𝑗˜𝑡 |𝑗˜𝑡 |) (C.23)
𝜕 𝑃˜𝑡 2 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑡 𝜕 𝑃˜𝑡

(︃ )︃
𝜕h5 1 𝜕𝑓𝑚𝑏 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑏
= [𝑃˜𝑏 − 1](Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚𝑏 𝑗˜𝑏 |𝑗˜𝑏 |) + [1 − 𝛼𝑟𝑏 + 𝑃˜𝑏 𝛼𝑟𝑏 ] Π𝐹 𝑗˜𝑏 |𝑗˜𝑏 |
𝜕𝛼𝑟𝑏 2 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑏 𝜕𝛼𝑟𝑏
(C.24)

(︃ )︃
𝜕h5 1 𝜕𝑓𝑚𝑡 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑡
= [𝑃˜𝑡 − 1](Π𝐺𝑠𝑒𝑛𝜃 + 2Π𝐹 𝑓𝑚𝑏 𝑗˜𝑡 |𝑗˜𝑡 |) + [1 − 𝛼𝑟𝑡 + 𝑃˜𝑡 𝛼𝑟𝑡 ] Π𝐹 𝑗˜𝑡 |𝑗˜𝑡 |
𝜕𝛼𝑟𝑡 2 𝜕𝑅𝑒𝑚𝑡 𝜕𝛼𝑟𝑡
(C.25)

𝜕h6
= −𝛼𝑟𝑏 𝐶𝑑𝑏 (C.26)
𝜕 ˜𝑗𝑙𝑏
Apêndice C. Matriz Jacobiana 104

𝜕h6
= 1 − 𝛼𝑟𝑏 𝐶𝑑𝑏 (C.27)
𝜕 ˜𝑗𝑔𝑏

𝜕h6
= −𝐶𝑑𝑏˜𝑗𝑏 − 𝑈˜ 𝑑𝑏 (C.28)
𝜕𝛼𝑟𝑏

𝜕h7
= −𝛼𝑟𝑡 𝐶𝑑𝑡 (C.29)
𝜕 ˜𝑗𝑙𝑡

𝜕h7
= 1 − 𝛼𝑟𝑡 𝐶𝑑𝑡 (C.30)
𝜕 ˜𝑗𝑔𝑡

𝜕h7
= −𝐶𝑑𝑡˜𝑗𝑡 − 𝑈˜ 𝑑𝑡 (C.31)
𝜕𝛼𝑟𝑡

𝜕h8 𝜕h8
= =1 (C.32)
𝜕 ˜𝑗𝑙𝑏 𝜕 𝑃˜𝑡

𝜕h9 𝜕h9 1
˜ = ˜ (C.33)
𝜕 𝑗𝑙𝑏 𝜕 𝑗𝑙 2

𝜕h9 𝜕h9 1
= (C.34)
𝜕 ˜𝑗𝑔𝑏 𝜕 ˜𝑗𝑔 2

𝜕h9 𝜕h9 1
= − (C.35)
𝜕 𝑃˜𝑏 𝜕 𝑃˜𝑔 2

𝜕h9 ˜˙ 𝑔𝑜
𝑚
= (C.36)
𝜕 ˜𝑗𝑔𝑡 𝑃˜𝑏
Apêndice C. Matriz Jacobiana 105

𝜕h10 1
= (C.37)
˜ 𝑟𝑏
𝜕𝛼 2

𝜕h10 1
= (C.38)
𝜕𝛼𝑟𝑡 2

𝜕h10
=1 (C.39)
˜𝑙
𝜕𝑚

onde a derivada do número de Reynolds da mistura em relação a ˜𝑗𝑙 , ˜𝑗𝑔 , 𝑃˜ e 𝛼𝑟 seguem


abaixo:


𝜕𝑅𝑒𝑚 𝜌𝑙 𝑄𝑙𝑜 𝐷 1 − 𝛼𝑟 + 𝑃˜ 𝛼𝑟 ⎨ 1 se 𝑗𝑙 ≥ −𝑗𝑔
= (C.40)
𝜕 ˜𝑗𝑙 𝐴𝜇𝑙 1 − 𝛼𝑟 + Δ𝜇 𝛼𝑟 ⎩ −1 se 𝑗𝑙 < −𝑗𝑔

𝜕𝑅𝑒𝑚 𝜌𝑙 𝑄𝑙0 𝐷 1 − 𝛼𝑟 + 𝑃˜ 𝛼𝑟 ⎨ 1 se 𝑗𝑔 ≥ −𝑗𝑙
= (C.41)
𝜕 ˜𝑗𝑔 𝐴𝜇𝑙 1 − 𝛼𝑟 + Δ𝜇 𝛼𝑟 ⎩ −1 se 𝑗𝑔 < −𝑗𝑙
𝜕𝑅𝑒𝑚 𝜌𝑙 𝑄𝑙0 𝐷 𝛼𝑟
˜ = |𝑗| (C.42)
𝜕𝑃 𝐴𝜇𝑙 1 − 𝛼𝑟 + Δ𝜇 𝛼𝑟
𝑃˜ − 1 (1 − 𝛼𝑟 + 𝑃˜ 𝛼𝑟 )(Δ𝜇 − 1)
{︃ }︃
𝜕𝑅𝑒𝑚 𝜌𝑙 𝑄𝑙0 𝐷
= |𝑗| − (C.43)
𝜕𝛼𝑟 𝐴𝜇𝑙 1 − 𝛼𝑟 + Δ𝜇 𝛼𝑟 (1 − 𝛼𝑟 + Δ𝜇 𝛼𝑟 )2

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