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º 4
d) «Expropriação», conjunto de nonnas , actos e j ) Dos direitos fundiários das c01mmidades locais;
fonnalidades , de que resulte, em confo1midade k) Do direito de reversão.
com a lei, a extinção de direitos reais e fim- 2. As Entidades Expropriantes devem prossegmr o
diários, por interesse público, mediante justa e intei·esse público, respeitru1do os direitos e os interes-
pronta indemnização; ses legalmei1te protegidos dos Expropriados e dos detnais
e) <<Expropriação ÀJ1Jigér. 1el», aquela que resulta de Interessados.
acordo mútuo, em relação ao valor da indemni- ARTIGO 5.º
(Bene fiei ários)
zação, entre a FntidadePública Expropriante e o
pa1ticular ou Expropriado; Para além do Estado, podem ser beneficiários da
j) <<Expropriação litigiosa», aquela que ocotre sem- Expropriação as Autru·quias Locais, bem como qualquer
pre que as prutes não alcançam o acordo em pessoa colectiva pública ou privada a quem seja reconhe-
cida esta qualidade, desde que existam razões de utilidade
relação ao valor da indemnização;
pública devidameilte ftmdamei1tadas .
g) <<Expropriação por Zonas», delimitação de uma
ARTIGO6.º
detenninada área que é alvo de Expropriação; (Protecção das comunidades afectadas)
h) «E..tpropriação Urgente », aquela que decon-e de
1. Sem prejuízo do previsto na Lei de Tetra s, nos actos
calamidade pública, de exigências de segtu·ança
de Exproptiação por utilidade pública que afectem a posse
interna, de defesa nacional ou de interesses
de tetTenos cttjo título não exista ou flllldada nos costumes
estratégicos e que não pressupõe a observância
locais, devem os Interessados ser compensados com bens ou
de toda a tramitação prevista na presente Lei; tetTenos com valor económico, socia l e culttu·al idênticos ou
i) <<Expropriado», titular de direito real adquirido equipru·ados.
de fotma titulada , pacífica , pública e de boa-fé 2. O previsto no númei·o anterior deve:
sobre o bem objecto de Expropriação; a) Gru·antir a pruticipação dos Interessados afectados
j ) «Interessados», pessoa cujos direitos ou interesses ou seus representantes;
legalmente protegidos sejam afectados pelo acto b) Respeitar os costtunes locais;
expropriativo; e) Criar condições de integração económica, social,
k) «Obra Contínuct>>, aquela que tem configuração culttu·al e ambiental;
geométrica linear e que, pela sua natureza, é sus- d) Respeitar detnais legisla ção gei·al ou especial mais
ceptível de execução faseada ao longo do tempo, favorável à melho1ia de vida dos Intei·essados ou
con-espondendo a tun projecto a1ticulado, global afectados.
e coerente; 3. Quando os actos previstos no presente a1tigo visarem
l) <<.Perito», profissional especializado ou que tenha a requalificação tu·bana ou nu·al, cabe ao Titulai· do Poder
prática, capacidade ou experiência na área de Executivo tomar as providências necessárias que garantam
avaliação imobiliária, inscrito no cadastro nacio- os direitos adquitidos e a compensação dos afectados .
nal de avaliadores de imóveis;
CAPÍTULO II
m) «Títular do Bem Imóvel», pessoa singulru· ou Pressupostos da Expropriação
colectiva detentora de um título constitutivo
ARTIGO 7.0
de um direito ftmdiário, emitido pela entidade {Admissibilidade da Expropriação)
competente para o efeito, nos teimos previstos
A Expropriação dos bens imóveis é admissível por razões
na Lei de Te1rns. de utilidade pública, medirulte o pagamet1to de justa e pronta
ARTIGO 4.0 indemnização, nos teimos da Constittlição da República de
(PI'incipios gernis)
Angola e da presente Lei.
1. No âmbito do processo de Expropriação devem sei·
ARTIGOS .º
obseivados os seguintes princípios gei·ais: {Utilidade Pública)
a) Da legalidade; 1. Para efeitos da presente Lei, consideram-se casos de
b) Da justiça; utilidade pública quando à inte1vet1ção do órgão competente
e) Da proporcionalidade; da Administração Pública está subjacente, designadameilte,
d) Da imparcialidade; o seguinte:
e) Da boa -fé ; a) Interesses de Defesa e Segurança Nacional do
j) Da utilidade pública; Estado;
g) Da justa e pronta indeinnização; b) Intei·esse Social;
h) Do respeito pela propriedade privada; e) Socon-o ein caso de calamidade pública;
i) Da cooperação; d) Salubridade pública;
I SÉRIE - N .º 4 - DE 7 DE JANEIRO DE 2021 71
o requerimento a solicitar a Declaração de Utilidade Pública 1. A decisão de expropriar deve ser fundainentada , men-
deve ser instmído pelo Depaitamento Ministerial responsá- cionando expressamente o seguinte:
vel pelo sector de actividade sobre o qual incide o projecto, a) A causa de utilidade pública;
que passa a ser igualmente a Entidade Expropriante, devendo b) O bem a expropriar, os titulares do bem e os Inte-
o mesmo emitir um pai·ecer sobre a sua utilidade pública. ressados conhecidos;
ARTIGO 13.0 e) Ano1ma habilitante, o acto administrativo ou o pre-
(Requisito s para expropriar)
visto em plano de realização de infra-estruturas,
1. Ao requerer a Declai·ação de Utilidade Pública da ou se1viços a realizar nos imóveis a expropriar
Expropriação, a Entidade Expropriante deve ftmdamentar a e na zona da localização dos referidos imóveis;
sua iniciativ a ob serv ando o seguinte: d) A inteiv enção ou utilização prevista para o bein a
a) O interesse público em causa a prosseguir e a expropria 1:
nonna habilitante; 2. Os bens a expropriar são identificados através do
b) O bem a expropriar, os seus titulares e demais seguinte:
Interessados; a) Identificação das confrontações da parcela;
e) A previsão orçamental do montante dos encargos a b) Coordenadas geográficas dos limites da s parcelas
sup01tar com a Exprop1iação; de te!l'ei10;
d) O previsto em instrumento de ordenamento do e) Esboço geoméb·ico da parcela, g eo-referenciado;
te1Titório para os imóveis a expropriar, nomea- d) Localização geo-referenciada da parcela ;
damente Planos de Ordenamento Rural; Planos e) Tipo de parcela de acordo com as especificações
de Urbanização; Planos de Ponnenor; Planos técnicas;
Especiais de Recuperação ou de Reconversão ./) h1fonnação actualizada sobre a sua tib.ilaridade e
ou outro instmmento de nível superior. quaisquer outros dados relevantes;
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g) Menção de quaisquer oub·as descrições cadastrais como por editais a afixar junto do bem Expropriado, nas
existentes juntamente com a planta cadastral do Adminis b·ações Locais do lugar da situação do mesmo.
imóvel em escala co1Tespondente à do cadastro ARTIGO 19.º
geométrico do imóvel ou, na falta deste, em (Efeitos da publicação da Declaração de Utilidade Pública)
escala graficamente representada; A publicação do acto de Declaração de Utilidade Pública
h) Existindo registos prediais , através das descrições confere poderes à Entidade Expropriante, para desencadear
criadas na Conse1vatória do Registo Predial a o processo expropriativo com base no estipulado na presente
que peitençam. Lei, tomando o bem indisponível para terceiros mesmo que
3. Os titulares do bem e os Interessados conhecidos são não haja posse administrativa imediata.
identificados pelo nome, fuma , denominação e pela residên-
ARTIGO20.º
cia habitual ou sede. (Diligências)
4. A previsão dos encargos com a Expropriação tem por
l. As diligências do processo expropriativo são rea-
base a quantia previamente detenninada, nos tennos do n.º 5
lizada s junto do titular do bem ou do direito objecto da
do a1tigo 13.º
Expropriação com os demais Interessados, sem prejuízo do
5. A decisão de expropriar é notificada ao Expropriado
disposto no n.º 5.
e aos Intei·essados, cuja morada seja conhecida, mediante
2. A Entidade Expropriante apenas considera titular do
c a1ta, oficio registado, ou através dos Meios de Comunicação
bem e demais Intei·essados quem como tal figure nos regis-
Social.
tos públicos ou em documentos oficiais que deinonstrein a
ARTI GO 16.º
(Competência para a Declaração de Utilidade Pública)
presunção de tal titularidade, salvo prova em contrário.
3. Sempre que se tratar de imóveis não cadasb·ados ,
1. A Declaração de Utilidade Pública, nos te1mos da pre-
registados ou que haja manifesta desactualização dos regis-
sente Lei, compete ao Presidente da República, ei1quanto
tos e das inscrições, consideram-se Interessados aqueles que
Titular do Poder Executivo, e visa a implementação de pro-
pública e notoriamente constein como tais ou que apresen-
jectos de interesse público.
tem tíh1los bastantes de prova onde figurem como titulares
2. O Titular do Poder Executivo pode solicitar parece-
dos direitos a que se referem os números antei·iores.
res aos Órgãos da Administração Central e Local do Estado,
4. Nos casos referidos na pa1te final do número ante-
às Autarquias e a outras Entidades de direito público,
rior, deve proceder-se ao levantaineilto cadastral, predial e
competentes para o efeito, quando lhe seja requerido o reco-
matricial.
nhecimento de interesse público.
5. Fm caso de conflitos de titularidade da propriedade do
ARTIGO 17.0
(Fo1·ma do acto de Declaração de Utilidade Pública) bem imóvel ou dos demais direitos registados no Cadasb·o
das Administrações Locais, na Conse1vatória do Registo
1. A Declaração de Utilidade Pública reveste a fo1ma de
Predial e na Repaitição Fiscal, é obrigatória a citação de
Despacho Presidenc ial.
todos aqueles que se airnguem de tais direitos, sendo que a
2. A Declaração de Utilidade Pública deve identificar
resolução final compete ao tiibturnl.
detalhadamente os bei1s sujeitos à Expropriação, com refe-
rência à descrição cadasb·al, predial e matricial quando estas ARTIGO 21.º
(Devei' de comunicação)
existam e a identificação dos respectivos titulares, bein
como a indicação do fim da Expropriação. l. Os Intei·essados devem co1mmicai· à Entidade
3. Quando se b·atar de Expropriação por Zonas, o acto Expropriante, por escrito, qualquei· alteração da sua residên-
declarativo de utilidade pública deve constar a área total a cia habihrnl ou sede, após a notificação da Declaração de
expropriar, a sua divisão de acordo com as fases , os prazos e Utilidade Pública.
a ordein de aquisição. 2. A altei·ação da residência habitual ou da sede dos
ARTIGO 18.0
Interessados que não tei1ha sido co1mmicada nos te1mos des-
(Publicação do acto de Declaração de Utilidad e Pública) critos no n(unei·o ailterior não pode constib.lir fundamento
1. O acto declarativo de utilidade pública, a sua reno- para a repetição de quaisquer teimos ou diligências.
vação ou desistência são sempre publicados em Diário ARTI GO 22.º
(Vistm·ia)
da República e notificados ao Expropriado e aos deinais
Interessados, por caita ou oficio sob registo, devendo, nos l. Após a publicação do acto de Declai·ação de Utilidade
casos de teiTenos urbanos ou rurais, ser averbado no cadastro Pública, a Entidade Expropriante deve, no prazo de 30 dias ,
predial, na Conseivatória do Registo Predial e na Repaitição requerer os Peritos e mai·car a data, a hora e o local do início
Fiscal competei1te. da vistoria necessária para a descrição do bein a exprop1iar,
2. O acto de Declaração de Utilidade Pública referido notificando de tal facto os Interessados, com antecedência
no númei·o antei·ior deve sei· igualmei1te publicado por mínima de quinze dias úteis, por caita, oficio registado ou
via de todos os meios de c01mmicação disponíveis, bein ab·avés dos meios de c01mmicação social.
74 DIÁRIO DA REPÚBLICA
2. A notificação referida no número anterior deve ser 6. A Entidade Expropriante notifica os Interessados por
acompanhada de cópia dos elementos a que se referem as caita ou oficio registado, no prazo de 10 dias após a recepção
alíneas a) e b) do n.º 1 do aitigo 60.º e, sempre que possível, do relatório, remetendo-lhes cópia do mesmo e dos respec-
de indicação da descrição predial e da inscrição mab·icial tivos anexos, para poderem apresentai· reclamação contra o
dos prédios. seu conteúdo.
3. Os hlteressados e a Entidade Expropriante podem 7. Em caso de reclamação, a Entidade Expropriante deve
compai·ecer à vistoria e fonnular, por escrito, as questões prommciai·-se no prazo de 8 dias, em relatório complemen-
que julgarem pe1tinentes, as quais devem ser respondidas tar, do qual não cabe nova reclamação.
por Peritos no respectivo relatório de avaliação do bem. ARTIGO24 .º
4. Da vistoria referida no número anterior deve ser elabo- (Inoponibilidade de h·ansmissões)
rado um auto, contendo, pelo menos, os seguintes elementos : As trat1S1nissões de propriedade ou de quaisquei· outros
a) Descrição ponnenorizada do local, referindo, direitos ou intei·esses não impedem a continuação do expe-
designadamente, as constmções ou áreas pro- dieilte destinado a efectivar a Expropriação.
dutivas existentes, as características destas, o ARTIGO 25.0
estado de conseivação e, sempre que possível, {Ónus e encargos)
as áreas totais constmídas; l. O bem objecto da Expropriação deve estar livre de
b) Mei1ção expressa de todos os elemeiltos susceptí- ónus ou encargos.
veis de influenciai·em na avaliação do bem, nos 2. Em casos excepcionais podem sei· conse1vados direi-
tennos do aitigo 47.º e seguintes; tos reais sobre o bein Expropriado, desde que tal se revele
e) Plantas de localização do bein com as confronta- compatível com o novo destino a dar ao bein.
ções achializadas; ARTIGO 26.0
d) Fotografias ou qualquer oub·o supo1te de capta- (Constituição de servidões adminisb·ativa s)
ção da imagem do bem Expropriado e da área l. Nos imóveis públicos ou piivados podein constituir-
envolvente na data da publicação do acto de -se seividões administrativas necessárias à realização de fins
Declaração de Utilidade Pública; de interesse público, sendo devida uma indeinnização, nos
e) Resposta às eventuais questões referidas no n.º 3.0 tennos da lei, pela constihlição das mesmas, sa lvo nas sihta-
5. O Perito que pretenda pedir escusa pode fazê-lo à ções em que a entidade detei1tora do imóvel é pública.
Entidade Expropriante nos dois dias seguintes à notificação 2. A constihlição de se1vidões administrativas , resultan-
prevista no n.º 1, mediante fundamei1tação legal. tes de Expropriação, dão lugai· a indemnização quando :
a) Inviabilizem a utilização que o bem considei·ado
ARTIGO 23. 0
(Relatório sobre o bem a expropriar) na sua globalidade vinha tendo;
1. O Perito elabora um relató1io, no prazo de 30 dias após b) Inviabilizem qualquer utilização do bem, nos casos
a conclusão da vistoria , que inclui uma descrição concreta e em que estes não estejam a sei· utilizados;
individualizada do bem a expropriar, no qua l descreve, em e) Anulem completamente o valor económico do
todos os seus aspectos matei·iais e jurídicos, os bens ou direi- bem.
tos que considere necessários à Expropriação. 3. Não é reconhecido qualquer direito à inde1TI11ização
2. Recebido o relatório, a Entidade Expropriante, no quando se b·atar da desocupação de se1vidões administrati-
prazo de 1O dias, notifica o Expropriado e os Interessados vas sobre as quais incidiram construções ilegais.
por oficio, catta registada com aviso de recepção ou através ARTIGO 27.0
dos Meios de Comunicação Social, remetendo-lhes cópia do (Direito de ocupação de prédios ,1zinhos)
relatório e dos respectivos anexos, para apresentarein, que- l. A Declaração de Utilidade Pública da Expropriação
rei1do, reclamação conb·a o seu conteúdo, no prazo de 30 dias. confere à Entidade Expropriante e aos Beneficiários da
3. O Pei·ito deve pronunciar-se no prazo de oito dias, em Expropriação, mediante notificação prévia ao titular do bem
relatório complementar, quando haja reclamação. ou aos Interessados afectados, o direito de ocupar tempora-
4. A comunicação aos Interessados deve ser acompa- riameilte prédios vizinhos e de neles efectuar os trabalhos
nhada de cópia dos elemeiltos a que se refei·em o n.º 4 do necessários ou impostos para a execução dos fins a que se
a1tigo 22.º e as alíneas a) e b) do n.º 1 do aitigo 60.º, sempre destina a Expropriação.
que possível, de indicação da descrição cadastral e predial. 2. Aos Interessados prejudicados pela ocupação são
5. Em casos devidamente justificados , nomeadatnente devidas inde1nnizações pelos danos causados, nos tennos da
pelo m:unero de vistorias, o prazo a que se refere o n.º 1 legislação em vigor.
pode ser pr01rngado pela Entidade Expropriante, por mais 3. A inde1nnização referida no númei·o anterior deve ser
15 dias, a requei·ünento do Pei·ito. definida pelo Estado antes de iniciada a ocupação.
I SÉRIE - N .º 4 - DE 7 DE JANEIRO DE 2021 75
5. A caducidade não pode ser invocada depois do início 1. O pedido de Expropriação total deve ser requerido no
da execução do projecto. prazo de 15 dias a contm· da recusa da proposta de aquisição
ARTIGO 29.0 por via do direito privado.
(Desistência da E~1>ropriação) 2. A Entidade Expropriante deve responder ao pedido
1. A Entidade Expropriante pode desistir total ou parcial- de Expropriação total no prazo de 30 dias e, caso concorde,
mente da Expropriação, mediante declaração publicada em deve efectuar o depósito complementar do montante indem-
DiáJ·io da República. nizatório após decretada a Expropriação total.
2. No caso de desistência, o Expropriado e demais 3. O Expropriado pode recoffer ao Tribunal da área
Interessados são indemnizados pelos prejuízos sofüdos nos da localização do bem, quando não haja acordo enb·e a
te1mos gerais do Direito, considerando-se, para o efeito, ini- Entidade Expropriante e o Expropriado quanto à necessi-
ciada a Expropriação a pa1tir da publicação no DiáJ'io da dade da Expropriação total, o que tem efeitos meramente
República do acto declarativo de utilidade pública. devolutivos em relação ao processo expropriativo.
ARTIGO 30.0 ARTIGO33 .º
(Exprop1iação Urgente) (Expropriação por Zonas ou Alinhamentos)
1. No próprio acto declarativo de utilidade pública, pode 1. Quando se trate de execução de obra ou de projec-
ser atribuído carácter de urgência à Expropriação. tos de equipamentos ou infra-esbc1turas de interesse público,
2. À Expropriação referida no número anterior aplicam- podem ser expropriadas de uma só vez, ou por zonas ou ali-
-se, com as devidas adaptações, os procedimentos previstos nhamentos, as áreas necessária s à respectiva execução.
na presente Lei. 2. No caso de Expropriação por Zonas ou Alinhamentos ,
3. A Expropriação Urgente deve ser fundamentada, e o acto de Declm·ação de Utilidade Pública deve deteiminar,
confere, de imediato à Entidade Expropriante a posse admi- além da área total, a divisão desta, a ordetn e os prazos para
nisb·ativa do bem Expropriado, desde que observados os o início da aquisição.
seguintes pressupostos : 3. Os bens abrangidos pela segunda zona ou alinhamento
a) Emissão de uma declaração pelo Depa1tamento e seguintes continuam na esfera jurídica dos seus titulares
Ministerial responsável pelo Sector das Finan- até serein objecto de Expropriação Amigável ou Litigiosa.
ças Públicas , confinnando que este vai supo1tar 4. Para o cálculo da indemnização relativa a prédios não
o pagamento da indemnização devida; compreendidos na primeira zona definida nos te1mos do
b) Programação dos b·abalhos elaborados pela Enti- n.º 2, são atendidas as benfeitorias necessárias neles inb·o-
dade Expropriante, bem como a respectiva duzidas no período que mediar entre a data da Declaração
fundamentação. de Utilidade Pública e a data da aquisição da posse pela
4. A Expropriação Urgente caduca quando as obras no Entidade Expropriante da respectiva zona ou alinhamento.
perímetro não tenham início no prazo fixado pelo n.º 1 do 5. O titular do bem e os Interessados têm direito a
attigo 28.º, sa lvo se ocotTer motivo devidamente justificado. indemnização pelos prejuízos que directa e necessariamente
5. À declaração de caducidade aplica -se o regime gera l. resultein do facto de o betn estar sujeito à Expropriação.
76 DIÁRIO DA REPÚBLICA
1. O direito de reversão traduz-se no poder legalmente 1. O Tribunal deve promover o acordo entre a Entidade
concedido ao Expropriado de adquirir, preferencialmente, Expropriante ou quem posterionnente tenha o domínio do
o bem objecto da Expropriação quando se verifique que o prédio e o interessado, quanto aos tennos , as condições e ao
mesmo não foi aplicado aos fins da Expropriação, mediante montante da reversão a ser pago à Entidade Expropriante,
a restituição dos montantes que tenha recebido. após a aut01ização da reversão.
2. Sem prejuízo do disposto no número anterior e no 2. O acordo reveste a fonna de auto de reversão ou outra
a1tigo 29.º, há direito de reversão : fonna prevista na lei e contém a garantia de pagamento que
a) Se no prazo de cinco anos para a Expropriação o Estado considere adequada e constitui título bastante para
Ordinária e três anos para a Expropriação todos os efeitos legais, incluindo a inscrição cadastral e
Urgente não se iniciar a execução do projecto predial.
para o qual o bem foi Expropriado; 3. O pagamento do montante acordado da reversão é
b) Se cessarem as finalidades da Expropriação. efectuado directamente à Entidade Expropriante ou a quem
3. Sempre que a realização de uma obra contínua deter- posterionnente adquira o domínio sobre o bem.
minar a Expropriação de bens distintos , o seu início em 4. O acordo de reversão deve ser fonnalizado no prazo
qualquer local do traçado faz cessar o direito de reversão fixado pela Entidade Expropriante ou pelo Tribtmal.
sobre todos os bens Expropriados. ARTIG065.º
4. O direito de reversão cessa nos seguintes casos : (Adjudicação pelo Juiz)
a) Quando se dê aos bens Expropriados outro destino, 1. Na falta de acordo entre o Expropriado e a Entidade
mediante nova Declaração de Utilidade Pública; Expropriante ou Beneficiário da Expropriação, consoante
b) Quando haja renúncia do Expropriado; o caso, o Juiz fixa o montante da reversão e os teimos da
e) Quando a Declaração de Utilidade Pública seja adjudicação do bem imóvel, procedendo às diligências ins-
pro1rngada , com fundamento em prejuízo grave trutórias necessárias, entre as quais a avaliação com carácter
para o interesse público. obrigatório.
5. A reversão deve ser requerida no prazo de 90 dias 2. Da decisão do Juiz cabe recurso com efeito meramente
a contar da notificação enviada pelo Beneficiário da devolutivo para o Tribtmal competente, nos teimos da lei.
Expropriação ao abrigo do n.º 2, ou do fim do prazo para a 3. O Juiz adjudica o bem imóvel ao intei·essado, com
referida notificação caso a mesma não se verifique, sob pena os ónus ou encargos existentes à data da Declaração de
de caducidade. Utilidade Pública da Expropriação que não estejam cadu-
ARTIGO 62.0 cados e devem ser especificadamente indicados, após a
(Audiência da Entidade Expropriante e de outros Interessados) efectivação dos depósitos ou as restituições devidas.
1. O Tribunal competente ordena a notificação da 4. Os depósitos são levantados pela Entidade
Entidade Expropriante e dos titulares de direitos reais sobre Expropriante ou por quem posterio1mente adquira o domí-
o imóvel a reve1ter ou sobre os imóveis deles desanexados, nio sobre o bem, confo1me o caso.
cujos endereços sejam conhecidos , para que se prommciem 5. A adjudicação do betn imóvel é co1mmicada pelo
sobre o requerimento nos tennos da legislação aplicável, Tribtmal à Consetvatória do Registo Predial para efeitos de
após a recepção do pedido de reversão. registo oficioso.
2. A Entidade Exprop1iante, dentro do prazo para a sua
resposta , remete o processo de Expropriação ao Tribunal CAPÍTULO V
Disposições Finais e Transitórias
competente para decidir sobre o pedido de reversão ou
indica o Tribunal em que o mesmo se encontra pendente ou ARTIG066.º
arquivado. (Peritos)
3. Quando os factos alegados pelo requerente da rever- 1. O modo de organização e de ftmcionameilto dos
são não sejam impugnados pela Entidade Expropriante, Peritos é regulada em diploma próprio.
prestune-se que são verdadeiros, sa lvo prova em contrário. 2. Os Peritos Ava liadores no exercício da sua actividade
ARTIGO 63.0 devein agir com b·ansparência e pautam-se pelos princípios
(Publicidade da decisão) da imparcialidade, indepet1dência, isenção e objectividade.
1. A decisão sobre o pedido de reversão é notificada ao 3. Os Peritos Avaliadores devein escolhei·, em cada
requerente, à Entidade Expropriante e aos Interessados cujo cirnmstância , o método que se mostre mais indicado à ava-
endereço seja conhecido. lia ção do imóvel em causa.
I SÉRIE - N .º 4 - DE 7 DE JANEIRO DE 2021 81
Con siderando que os Gmpos de Deputados Residentes 9. Gtupo de Deputados Residentes da Província do
têm como objectivo a coordenação da actividade dos Huambo;
Deputados residentes na respectiva província, cujas tarefas a 10. Gtupo de Deputados Residentes da Província da
realizar devem constar de um plano aprovado pelo Plenário Huíla;
da Assembleia Nacional; 11. Gt1.1po de Deputados Residentes da Província da
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo,
Lunda-No1te;
nos tennos das disposições combinadas das alíneas a) e d)
do a1tigo 160.º e da alínea f) do n.º 2 do a1tigo 166.º, ambos 12. Gt1.1po de Deputados Residentes da Província da
da Constituição da República de Angola , e do aitigo 98.º do Lunda-Sul;
Regimento da Assembleia Nacional, a seguinte Resolução : 13. Gtupo de Deputados Residentes da Província de
1. 0 - Aprovar os Planos de Trabalho dos Grupos de Malanje;
Deputados Residentes para o Ano Parlainentar 2020-2021 , 14. Gt1.1po de Deputados Residentes da Província do
que são pa1te integrante da presente Resolução.
Moxico;
2.0 - A presente Resolução entra imediatamente em
vigor. 15. Gt1.1po de Deputados Residentes da Província do
Vista e aprovada pela Assemb leia Nacional, em Luanda, Namibe;
aos 20 de Novembro de 2020. 16. Gt1.1po de Deputados Residentes da Província do
Publique-se. Uíge;
O Presidente da A<;sembleia Nacional, Fernmdo da Piedaie 17. Gt1.1po de Deputados Residentes da Província do
Dias dos Sanws. Zaire.