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Quinta-feira, 7 de Janeiro de 2021 I Série-N.

º 4

ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA


Preço deste número - Kz: 2.210,00
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SUMÁRIO LEI DA EXPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE


PÚBLICA
Assembleia Nacional
CAPÍTUL O I
Lei n.º 1/21:
Disposições Gerais
Da E.,qiropriação por Utilidade Pública. - Revoga a Portaria n. 0 14 507,
de 19 de Agosto, e a Portaria n. 0 23 404, de 17 de Junho, ben1 con10 ARTIGO l.º
toda a legislação que contrarie o presente Diploma. (Objecto)

Re solução n.º 1/21: A presente Lei estabelece os princípios e as regras a


Aprova os Planos de Trabalho dos Grupos de Deputados Residentes ob servar na Expropriação por utilid ade pública pelos órgãos
para o ano parlamentar 2020-2021. competentes da Administração Pública.
ARTIGO 2.0
(Âmbito)
ASSEMBLEIA NACIONAL 1. A presente Lei incide sobre bens imóveis e direitos a
eles inerentes.
2. Excluem-se do âmbito de ap licação da presente Lei
Lei n.º 1/21
a desocupação forçada , as nacionalizações, os confiscos, as
de 7 de Janeiro
se1v idões, o realojamento, a requisição civil, a Expropriação
Considerando que o Estado Angolano, nos tennos da por utilidade privada, a ocupação temporária de imóveis, a
Constib.lição da República de Angola, pode reco!1'er ao desb1.iição por utilidade pública e o resgate.
Instituto Jurídico da Expropriação, restringindo o direito de 3. A desocupação forçada e as operações de realojainento
propriedade e os direitos a ela inerentes, das pessoas sin- são regulada s em diploma próprio.
gulares, colectivas e das comunidades locais, sempre que a ARTIGO3 .0
(Definições)
defesa do interesse público constitua uma prioridade inelutá-
vel para a prossecução dos interesses da colectividade; Para efeitos da presente Lei, entende-se por:
Havendo a necessidade de se definir as regras e as con- a) «Beneficiários», entidades a quem o bem objecto
da Expropriação deva ser atribuído pai·a a
dições de utilização, pelo Estado, do Instib.1to Jurídico
prossecução do interesse público subjacente à
da Expropriação para prevenir eventuais excessos da
mesma;
Administração Pública e garantir a defesa dos direitos das
b) «Declamção de Utilidade Pública», acto constitu-
pessoas singulares, colectivas e das comunidades locais
tivo do procedimento expropriativo que pennite
afectadas pelo acto expropriativo; à Entidade Expropriante desencadeai· o processo
A Assemb leia Nacional aprova, por mandato do povo, expropriativo, nos tennos da presente Lei;
nos tennos do n.º 2 do a1tigo 37.º, da alínea n) do a1tigo 165.º e) <<Entidade Expropriante», aquela a quem cabe a
e da alínea d) do n.º 2 do aitigo 166.º, todos da Constituição realização dos fins de utilidade pública que jus-
da República de Angola, a seguinte: tificam a Expropriação;
70 DIÁRIO DA REPÚBLICA

d) «Expropriação», conjunto de nonnas , actos e j ) Dos direitos fundiários das c01mmidades locais;
fonnalidades , de que resulte, em confo1midade k) Do direito de reversão.
com a lei, a extinção de direitos reais e fim- 2. As Entidades Expropriantes devem prossegmr o
diários, por interesse público, mediante justa e intei·esse público, respeitru1do os direitos e os interes-
pronta indemnização; ses legalmei1te protegidos dos Expropriados e dos detnais
e) <<Expropriação ÀJ1Jigér. 1el», aquela que resulta de Interessados.
acordo mútuo, em relação ao valor da indemni- ARTIGO 5.º
(Bene fiei ários)
zação, entre a FntidadePública Expropriante e o
pa1ticular ou Expropriado; Para além do Estado, podem ser beneficiários da
j) <<Expropriação litigiosa», aquela que ocotre sem- Expropriação as Autru·quias Locais, bem como qualquer
pre que as prutes não alcançam o acordo em pessoa colectiva pública ou privada a quem seja reconhe-
cida esta qualidade, desde que existam razões de utilidade
relação ao valor da indemnização;
pública devidameilte ftmdamei1tadas .
g) <<Expropriação por Zonas», delimitação de uma
ARTIGO6.º
detenninada área que é alvo de Expropriação; (Protecção das comunidades afectadas)
h) «E..tpropriação Urgente », aquela que decon-e de
1. Sem prejuízo do previsto na Lei de Tetra s, nos actos
calamidade pública, de exigências de segtu·ança
de Exproptiação por utilidade pública que afectem a posse
interna, de defesa nacional ou de interesses
de tetTenos cttjo título não exista ou flllldada nos costumes
estratégicos e que não pressupõe a observância
locais, devem os Interessados ser compensados com bens ou
de toda a tramitação prevista na presente Lei; tetTenos com valor económico, socia l e culttu·al idênticos ou
i) <<Expropriado», titular de direito real adquirido equipru·ados.
de fotma titulada , pacífica , pública e de boa-fé 2. O previsto no númei·o anterior deve:
sobre o bem objecto de Expropriação; a) Gru·antir a pruticipação dos Interessados afectados
j ) «Interessados», pessoa cujos direitos ou interesses ou seus representantes;
legalmente protegidos sejam afectados pelo acto b) Respeitar os costtunes locais;
expropriativo; e) Criar condições de integração económica, social,
k) «Obra Contínuct>>, aquela que tem configuração culttu·al e ambiental;
geométrica linear e que, pela sua natureza, é sus- d) Respeitar detnais legisla ção gei·al ou especial mais
ceptível de execução faseada ao longo do tempo, favorável à melho1ia de vida dos Intei·essados ou
con-espondendo a tun projecto a1ticulado, global afectados.
e coerente; 3. Quando os actos previstos no presente a1tigo visarem
l) <<.Perito», profissional especializado ou que tenha a requalificação tu·bana ou nu·al, cabe ao Titulai· do Poder
prática, capacidade ou experiência na área de Executivo tomar as providências necessárias que garantam
avaliação imobiliária, inscrito no cadastro nacio- os direitos adquitidos e a compensação dos afectados .
nal de avaliadores de imóveis;
CAPÍTULO II
m) «Títular do Bem Imóvel», pessoa singulru· ou Pressupostos da Expropriação
colectiva detentora de um título constitutivo
ARTIGO 7.0
de um direito ftmdiário, emitido pela entidade {Admissibilidade da Expropriação)
competente para o efeito, nos teimos previstos
A Expropriação dos bens imóveis é admissível por razões
na Lei de Te1rns. de utilidade pública, medirulte o pagamet1to de justa e pronta
ARTIGO 4.0 indemnização, nos teimos da Constittlição da República de
(PI'incipios gernis)
Angola e da presente Lei.
1. No âmbito do processo de Expropriação devem sei·
ARTIGOS .º
obseivados os seguintes princípios gei·ais: {Utilidade Pública)
a) Da legalidade; 1. Para efeitos da presente Lei, consideram-se casos de
b) Da justiça; utilidade pública quando à inte1vet1ção do órgão competente
e) Da proporcionalidade; da Administração Pública está subjacente, designadameilte,
d) Da imparcialidade; o seguinte:
e) Da boa -fé ; a) Interesses de Defesa e Segurança Nacional do
j) Da utilidade pública; Estado;
g) Da justa e pronta indeinnização; b) Intei·esse Social;
h) Do respeito pela propriedade privada; e) Socon-o ein caso de calamidade pública;
i) Da cooperação; d) Salubridade pública;
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e) Criação e melhoramento de aglomerados popula- ARTI G0 9.0


(Limites da Exprnpriação)
cionais e o seu abastecimento regular com meios
de subsistência; A Expropriação deve limitar-se aos bens que sejam esb·i-
j) Aproveitamento industrial das minas e das jazidas tamente indispet1sáveis à realização do interesse público,
minerais, das águas e da energia hích-ica , bem podendo, atendei·-se à exigências futuras , de acordo com
como das redes de abastecimento de água; um programa de execução faseado e devidamente calendari-
g) Assistência pública às obras, cenb·os de saúde, zado, que não exceda o limite máximo de cinco anos.
clínicas, equipamentos geoclimáticos, zonas de ARTIGO 10.º
setvidão radioelécb·icas e fontes medicinais; (Prevalência de aquisição p01· ,'ia de dinito p1·ivado)

h) Exploração ou conservação dos setviços públicos ; 1. A Entidade Expropriante ou o Beneficiário da


i) Execução, ampliação e consetvação de vias e Expropriação, antes de requei·ei· a Declaração de Utilidade
logradouros públicos, planos de urbanização, Pública, deve diligenciar no sentido de adquirir os bens
loteamento do solo, edificações, paisagismo, por via do direito privado, salvo no caso de Expropriação
Polos de Desenvolvimento, Zonas Económicas Urgetlte, prevista na presei1te Lei.
Especiais e Zonas Francas; 2. A notificação da tentativa de negociação deve incluir
j ) Funcionamento dos meios de transp01tes colecti- a proposta de aquisição, por via do direito privado, que tem
vos; como referência o valor constante do relatório de avaliação
k) Consb1.1ção e montagem de cenb·ais eléctricas, dos bens.
subestações e linha s de transp01te de energia 3. No caso de inquilinos de bens do Estado, a notifica-
eléctrica, integrados no sistema eléctrico público, ção deve apresentar proposta de realojamento equivalente
bem como a constmção de infra-estmturas de ou, alternativamente, a indetnnizaç ão prevista no attigo 51 .º
saneamento básico; 4. Quando não sejam conhecidos os tib.1lares do bem e os
l) Prese,vação e consetvação do património histórico Interessados, ou não seja possível entregar as cattas ou ofi-
e sítio isolado ou integrado em conjuntos urba- cios a que se referem os números antei·iores , os mesmos são
nos ou turais, bem como medidas necessárias a comunicados através de editais a afixar na Administração
manter e realçar os aspectos mais valiosos ou Local do lugar da situação do bem, devendo ainda o edital
característicos; sei· publicado nos Órgãos de Comunicação Social e demais
m) Protec ção do ambiente e criação de áreas de con- meios de divulgação disponíveis.
se,vação da biodiversidade; 5. Os Interessados têm um prazo de 30 dias, contados a
n) Prese,vação e consetvação adequada de arquivos, pattir da recepção da proposta ou da última publicação nos
documentos e outros bens móveis de valor his- Órgãos de Comunicação Social e demais meios de divul-
tórico ou a1tístico;
gação disponíveis, para se pronunciarem sobre a mesma ,
o) Constmção ou reconstmção de edificios e estabele-
podendo requerer esclarecimentos ou apresentar contra-
cimentos públicos, monumentos comemorativos
proposta, indicando, de fo1ma fundamentada , o valor que
e cemitérios;
atribuem aos bens a expropriai:
p) Constmção de estádios, aet·ódromos ou campos de
6. Dentro do prazo previsto no número ante1ior, o inte-
pouso para aeronaves ;
ressado pode, igualmente, manifestar as pretensões que
q) Demais casos previstos por leis específicas.
considet·e pettinet1tes , aplicando os critérios e situações
2. A constmção ou ampliação de polos de desenvolvi-
va lorativas que julgue adequados para justificar o va lor justo
mento e Zonas Económicas Especiais, a que se refere, a
dos bens a adquirir, bem como apreset1tar as provas oportu-
alínea i) do n.º 1, inclui o loteamento das áreas necessárias
nas que fundamentetn as suas exigências.
à instalação de indústrias e actividades relacionadas, betn
7. A recusa pelo Expropriado da proposta apresentada ou
como a constituição de direitos fündiários sob os respectivos
a falta de interesse da Entidade Expropriante na contrapro-
lotes a empresas previamente qualificadas.
3. A efectivação da Expropriação para os fins previs- posta feita pelo Expropriado confere, à entidade interessada
tos no número antei·ior depende da aprovação, prévia e na Expropriação, a faculdade de dar início ao processo de
expressa, pela entidade competente, do respectivo projecto Expropriação.
de implantação. 8. Sem prejuízo do início do processo de Expropriação
4. A transmissão do imóvel Expropriado só é pennitida previsto no número antei·ior, a Entidade Expropriante e o
após 10 anos, contados da data da publicação do acto de titular do bem podem setnpre chegar a acordo para a aquisi-
Declaração de Utilidade Pública. ção por via do direito privado.
72 DIÁRIO DA REPÚBLICA

CAPÍTULO III 2. As parcelas a expropriar são identificadas através da


Processo de EX]>ropriação menção das descrições e inscrições na Conse1v atória do
SECÇÃ O I
Registo Predial a que peitençam e das inscrições matriciais,
Fases do Proce sso caso não estejam omissas, ou de plai1ta parcelai·, contendo
as coordeirnda s dos pontos que definem os limites das área s
ARTIGO 11.°
(Fases a ob sei·var) a expropnar.
3. Caso haja planta cada sb·al, os limites do prédio, desde
Sa Ivo nas situações de Expropriação Urgente, o processo
que sib.iados a menos de 300 m dos limites da parcela, em
de Expropriação deve observar as seguintes fa ses:
escala co!l'espondente à do cada sb·o geométrico da proprie-
a) Fonnação do acto expropriativo;
dade ou, na falta deste, em escala graficamei1te representada
b) Expropriação Amigável;
não infei·ior a 1/1000, nas zona s interiores dos pei·ímetros
e) Expropriação Litigiosa;
urbai1os, ou a 1/2000, na s exteriores.
d) Pagamento da s indemnizações.
4. Os tirulares do bem e os Interessados são identificados
SECÇÃ O II pelo nome, füma, dei1ominação e pela residência habihial
Fo1·mação do Acto Expropriativo
ou sede.
ARTIGO 12.º 5. A previsão dos encai·gos com a Expropriação tem
(Remessa do requerimento)
por base a quantia detenninada, previamente, em avaliação
1. A Entidade Expropriante remete o requerimento a documentada por relató1io, efech1ada por Peritos da livre
solicitar a Declaração de Utilidade Pública ao Titular do escolha da entidade intei·essada na Expropriação.
Poder Ex ecutivo, devendo ser instruído com os seguintes 6. A iniciativa a que se refere o n.º 1 é notificada ao
documentos; Expropriado e aos Interessados, cuja morada seja conhecida,
a) Toda a infonnação relativa à tentativa de aquisição mediante caita ou oficio registado com aviso de recepção ou
por via do direito privado; através dos Meios de Comunicação Social.
b) Indicação da dotação orçamental que sup01ta os ARTIGO 14.º
encargos com a Expropriação e da respectiva (Decisão de Expropriaçã o)

cativação ou caução co!l'espondente. A decisão de exprop1iar é o acto pelo qual se concretiza


2. O Tihllar do Poder Executivo pode detenninar que a intenção de expropriai· através da Declaração de Utilidade
o requerente junte quaisquer outros documentos ou preste Pública da Expropriação.
esclarecimentos complementares que entenda necessários. ARTIGO 15.0
3. Quando o Beneficiário da Expropriação for o Estado, (Fundamento da decisã o de Expropriaçã o)

o requerimento a solicitar a Declaração de Utilidade Pública 1. A decisão de expropriar deve ser fundainentada , men-
deve ser instmído pelo Depaitamento Ministerial responsá- cionando expressamente o seguinte:
vel pelo sector de actividade sobre o qual incide o projecto, a) A causa de utilidade pública;
que passa a ser igualmente a Entidade Expropriante, devendo b) O bem a expropriar, os titulares do bem e os Inte-
o mesmo emitir um pai·ecer sobre a sua utilidade pública. ressados conhecidos;
ARTIGO 13.0 e) Ano1ma habilitante, o acto administrativo ou o pre-
(Requisito s para expropriar)
visto em plano de realização de infra-estruturas,
1. Ao requerer a Declai·ação de Utilidade Pública da ou se1viços a realizar nos imóveis a expropriar
Expropriação, a Entidade Expropriante deve ftmdamentar a e na zona da localização dos referidos imóveis;
sua iniciativ a ob serv ando o seguinte: d) A inteiv enção ou utilização prevista para o bein a
a) O interesse público em causa a prosseguir e a expropria 1:
nonna habilitante; 2. Os bens a expropriar são identificados através do
b) O bem a expropriar, os seus titulares e demais seguinte:
Interessados; a) Identificação das confrontações da parcela;
e) A previsão orçamental do montante dos encargos a b) Coordenadas geográficas dos limites da s parcelas
sup01tar com a Exprop1iação; de te!l'ei10;
d) O previsto em instrumento de ordenamento do e) Esboço geoméb·ico da parcela, g eo-referenciado;
te1Titório para os imóveis a expropriar, nomea- d) Localização geo-referenciada da parcela ;
damente Planos de Ordenamento Rural; Planos e) Tipo de parcela de acordo com as especificações
de Urbanização; Planos de Ponnenor; Planos técnicas;
Especiais de Recuperação ou de Reconversão ./) h1fonnação actualizada sobre a sua tib.ilaridade e
ou outro instmmento de nível superior. quaisquer outros dados relevantes;
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g) Menção de quaisquer oub·as descrições cadastrais como por editais a afixar junto do bem Expropriado, nas
existentes juntamente com a planta cadastral do Adminis b·ações Locais do lugar da situação do mesmo.
imóvel em escala co1Tespondente à do cadastro ARTIGO 19.º
geométrico do imóvel ou, na falta deste, em (Efeitos da publicação da Declaração de Utilidade Pública)
escala graficamente representada; A publicação do acto de Declaração de Utilidade Pública
h) Existindo registos prediais , através das descrições confere poderes à Entidade Expropriante, para desencadear
criadas na Conse1vatória do Registo Predial a o processo expropriativo com base no estipulado na presente
que peitençam. Lei, tomando o bem indisponível para terceiros mesmo que
3. Os titulares do bem e os Interessados conhecidos são não haja posse administrativa imediata.
identificados pelo nome, fuma , denominação e pela residên-
ARTIGO20.º
cia habitual ou sede. (Diligências)
4. A previsão dos encargos com a Expropriação tem por
l. As diligências do processo expropriativo são rea-
base a quantia previamente detenninada, nos tennos do n.º 5
lizada s junto do titular do bem ou do direito objecto da
do a1tigo 13.º
Expropriação com os demais Interessados, sem prejuízo do
5. A decisão de expropriar é notificada ao Expropriado
disposto no n.º 5.
e aos Intei·essados, cuja morada seja conhecida, mediante
2. A Entidade Expropriante apenas considera titular do
c a1ta, oficio registado, ou através dos Meios de Comunicação
bem e demais Intei·essados quem como tal figure nos regis-
Social.
tos públicos ou em documentos oficiais que deinonstrein a
ARTI GO 16.º
(Competência para a Declaração de Utilidade Pública)
presunção de tal titularidade, salvo prova em contrário.
3. Sempre que se tratar de imóveis não cadasb·ados ,
1. A Declaração de Utilidade Pública, nos te1mos da pre-
registados ou que haja manifesta desactualização dos regis-
sente Lei, compete ao Presidente da República, ei1quanto
tos e das inscrições, consideram-se Interessados aqueles que
Titular do Poder Executivo, e visa a implementação de pro-
pública e notoriamente constein como tais ou que apresen-
jectos de interesse público.
tem tíh1los bastantes de prova onde figurem como titulares
2. O Titular do Poder Executivo pode solicitar parece-
dos direitos a que se referem os números antei·iores.
res aos Órgãos da Administração Central e Local do Estado,
4. Nos casos referidos na pa1te final do número ante-
às Autarquias e a outras Entidades de direito público,
rior, deve proceder-se ao levantaineilto cadastral, predial e
competentes para o efeito, quando lhe seja requerido o reco-
matricial.
nhecimento de interesse público.
5. Fm caso de conflitos de titularidade da propriedade do
ARTIGO 17.0
(Fo1·ma do acto de Declaração de Utilidade Pública) bem imóvel ou dos demais direitos registados no Cadasb·o
das Administrações Locais, na Conse1vatória do Registo
1. A Declaração de Utilidade Pública reveste a fo1ma de
Predial e na Repaitição Fiscal, é obrigatória a citação de
Despacho Presidenc ial.
todos aqueles que se airnguem de tais direitos, sendo que a
2. A Declaração de Utilidade Pública deve identificar
resolução final compete ao tiibturnl.
detalhadamente os bei1s sujeitos à Expropriação, com refe-
rência à descrição cadasb·al, predial e matricial quando estas ARTIGO 21.º
(Devei' de comunicação)
existam e a identificação dos respectivos titulares, bein
como a indicação do fim da Expropriação. l. Os Intei·essados devem co1mmicai· à Entidade
3. Quando se b·atar de Expropriação por Zonas, o acto Expropriante, por escrito, qualquei· alteração da sua residên-
declarativo de utilidade pública deve constar a área total a cia habihrnl ou sede, após a notificação da Declaração de
expropriar, a sua divisão de acordo com as fases , os prazos e Utilidade Pública.
a ordein de aquisição. 2. A altei·ação da residência habitual ou da sede dos
ARTIGO 18.0
Interessados que não tei1ha sido co1mmicada nos te1mos des-
(Publicação do acto de Declaração de Utilidad e Pública) critos no n(unei·o ailterior não pode constib.lir fundamento
1. O acto declarativo de utilidade pública, a sua reno- para a repetição de quaisquer teimos ou diligências.
vação ou desistência são sempre publicados em Diário ARTI GO 22.º
(Vistm·ia)
da República e notificados ao Expropriado e aos deinais
Interessados, por caita ou oficio sob registo, devendo, nos l. Após a publicação do acto de Declai·ação de Utilidade
casos de teiTenos urbanos ou rurais, ser averbado no cadastro Pública, a Entidade Expropriante deve, no prazo de 30 dias ,
predial, na Conseivatória do Registo Predial e na Repaitição requerer os Peritos e mai·car a data, a hora e o local do início
Fiscal competei1te. da vistoria necessária para a descrição do bein a exprop1iar,
2. O acto de Declaração de Utilidade Pública referido notificando de tal facto os Interessados, com antecedência
no númei·o antei·ior deve sei· igualmei1te publicado por mínima de quinze dias úteis, por caita, oficio registado ou
via de todos os meios de c01mmicação disponíveis, bein ab·avés dos meios de c01mmicação social.
74 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. A notificação referida no número anterior deve ser 6. A Entidade Expropriante notifica os Interessados por
acompanhada de cópia dos elementos a que se referem as caita ou oficio registado, no prazo de 10 dias após a recepção
alíneas a) e b) do n.º 1 do aitigo 60.º e, sempre que possível, do relatório, remetendo-lhes cópia do mesmo e dos respec-
de indicação da descrição predial e da inscrição mab·icial tivos anexos, para poderem apresentai· reclamação contra o
dos prédios. seu conteúdo.
3. Os hlteressados e a Entidade Expropriante podem 7. Em caso de reclamação, a Entidade Expropriante deve
compai·ecer à vistoria e fonnular, por escrito, as questões prommciai·-se no prazo de 8 dias, em relatório complemen-
que julgarem pe1tinentes, as quais devem ser respondidas tar, do qual não cabe nova reclamação.
por Peritos no respectivo relatório de avaliação do bem. ARTIGO24 .º
4. Da vistoria referida no número anterior deve ser elabo- (Inoponibilidade de h·ansmissões)
rado um auto, contendo, pelo menos, os seguintes elementos : As trat1S1nissões de propriedade ou de quaisquei· outros
a) Descrição ponnenorizada do local, referindo, direitos ou intei·esses não impedem a continuação do expe-
designadamente, as constmções ou áreas pro- dieilte destinado a efectivar a Expropriação.
dutivas existentes, as características destas, o ARTIGO 25.0
estado de conseivação e, sempre que possível, {Ónus e encargos)
as áreas totais constmídas; l. O bem objecto da Expropriação deve estar livre de
b) Mei1ção expressa de todos os elemeiltos susceptí- ónus ou encargos.
veis de influenciai·em na avaliação do bem, nos 2. Em casos excepcionais podem sei· conse1vados direi-
tennos do aitigo 47.º e seguintes; tos reais sobre o bein Expropriado, desde que tal se revele
e) Plantas de localização do bein com as confronta- compatível com o novo destino a dar ao bein.
ções achializadas; ARTIGO 26.0
d) Fotografias ou qualquer oub·o supo1te de capta- (Constituição de servidões adminisb·ativa s)

ção da imagem do bem Expropriado e da área l. Nos imóveis públicos ou piivados podein constituir-
envolvente na data da publicação do acto de -se seividões administrativas necessárias à realização de fins
Declaração de Utilidade Pública; de interesse público, sendo devida uma indeinnização, nos
e) Resposta às eventuais questões referidas no n.º 3.0 tennos da lei, pela constihlição das mesmas, sa lvo nas sihta-
5. O Perito que pretenda pedir escusa pode fazê-lo à ções em que a entidade detei1tora do imóvel é pública.
Entidade Expropriante nos dois dias seguintes à notificação 2. A constihlição de se1vidões administrativas , resultan-
prevista no n.º 1, mediante fundamei1tação legal. tes de Expropriação, dão lugai· a indemnização quando :
a) Inviabilizem a utilização que o bem considei·ado
ARTIGO 23. 0
(Relatório sobre o bem a expropriar) na sua globalidade vinha tendo;
1. O Perito elabora um relató1io, no prazo de 30 dias após b) Inviabilizem qualquer utilização do bem, nos casos
a conclusão da vistoria , que inclui uma descrição concreta e em que estes não estejam a sei· utilizados;
individualizada do bem a expropriar, no qua l descreve, em e) Anulem completamente o valor económico do
todos os seus aspectos matei·iais e jurídicos, os bens ou direi- bem.
tos que considere necessários à Expropriação. 3. Não é reconhecido qualquer direito à inde1TI11ização
2. Recebido o relatório, a Entidade Expropriante, no quando se b·atar da desocupação de se1vidões administrati-
prazo de 1O dias, notifica o Expropriado e os Interessados vas sobre as quais incidiram construções ilegais.
por oficio, catta registada com aviso de recepção ou através ARTIGO 27.0
dos Meios de Comunicação Social, remetendo-lhes cópia do (Direito de ocupação de prédios ,1zinhos)

relatório e dos respectivos anexos, para apresentarein, que- l. A Declaração de Utilidade Pública da Expropriação
rei1do, reclamação conb·a o seu conteúdo, no prazo de 30 dias. confere à Entidade Expropriante e aos Beneficiários da
3. O Pei·ito deve pronunciar-se no prazo de oito dias, em Expropriação, mediante notificação prévia ao titular do bem
relatório complementar, quando haja reclamação. ou aos Interessados afectados, o direito de ocupar tempora-
4. A comunicação aos Interessados deve ser acompa- riameilte prédios vizinhos e de neles efectuar os trabalhos
nhada de cópia dos elemeiltos a que se refei·em o n.º 4 do necessários ou impostos para a execução dos fins a que se
a1tigo 22.º e as alíneas a) e b) do n.º 1 do aitigo 60.º, sempre destina a Expropriação.
que possível, de indicação da descrição cadastral e predial. 2. Aos Interessados prejudicados pela ocupação são
5. Em casos devidamente justificados , nomeadatnente devidas inde1nnizações pelos danos causados, nos tennos da
pelo m:unero de vistorias, o prazo a que se refere o n.º 1 legislação em vigor.
pode ser pr01rngado pela Entidade Expropriante, por mais 3. A inde1nnização referida no númei·o anterior deve ser
15 dias, a requei·ünento do Pei·ito. definida pelo Estado antes de iniciada a ocupação.
I SÉRIE - N .º 4 - DE 7 DE JANEIRO DE 2021 75

ARTIGO 28.0 6. Nas Expropriações Urgentes, qualquer interessado tem


(Caducidade da Declaração de Utilidade Pública)
a faculdade de requerer a vistoria para perpetuar a memória
1. A Declaração de Utilidade Pública caduca se não for do bem imóvel, destinada a fixar os elementos susceptíveis
promovido o início da execução do projecto num período de desaparecerem e cujo conhecimento interesse para efeitos
de cinco anos, para a Exproptiação Ordinária, e de três de avaliação do bem Expropriado.
anos para a Expropriação Urgente, a contar da data da sua
SUBS ECÇÃO !
publicação. Pedido de Exprop1iação Total
2. A execução do projecto inicia-se mediante a decisão
ARTIGO 31.º
de contratar proferida pelo órgão competente para a autori- (Casos de admissibilidade)
zação da despesa inerente ao contrato a celebrar.
Quando a Expropriação recair sobre pmte de um pré-
3. A declaração de caducidade pode ser arguida pelo
dio, o titular do bem pode requerer a Expropriação total nos
Expropriado ou por qualquer oub·o interessado à Entidade
seguintes casos :
Expropriante ou ao Tribunal da situação do bem, no prazo
a) Se a pa1te restante não assegurar, proporcional-
de 90 dias a contar da data do vencimento dos prazos pre-
vistos no n.º 1. mente, os mesmos cómodos oferecidos pelo
4. A Declaração de Utilidade Pública pode ser protrn- prédio todo;
gada , em casos devidamente fundamentados , pelo prazo b) Se os cómodos assegurados pela pmte restante não
máximo de um ano, a contar da data da sua caducidade, tiverem interesse económico.
se esta não for invocada pelo Expropriado ou por qualquer ARTIGO 32.º
outro interessado, aproveitando-se os actos já praticados. (Requerimento)

5. A caducidade não pode ser invocada depois do início 1. O pedido de Expropriação total deve ser requerido no
da execução do projecto. prazo de 15 dias a contm· da recusa da proposta de aquisição
ARTIGO 29.0 por via do direito privado.
(Desistência da E~1>ropriação) 2. A Entidade Expropriante deve responder ao pedido
1. A Entidade Expropriante pode desistir total ou parcial- de Expropriação total no prazo de 30 dias e, caso concorde,
mente da Expropriação, mediante declaração publicada em deve efectuar o depósito complementar do montante indem-
DiáJ·io da República. nizatório após decretada a Expropriação total.
2. No caso de desistência, o Expropriado e demais 3. O Expropriado pode recoffer ao Tribunal da área
Interessados são indemnizados pelos prejuízos sofüdos nos da localização do bem, quando não haja acordo enb·e a
te1mos gerais do Direito, considerando-se, para o efeito, ini- Entidade Expropriante e o Expropriado quanto à necessi-
ciada a Expropriação a pa1tir da publicação no DiáJ'io da dade da Expropriação total, o que tem efeitos meramente
República do acto declarativo de utilidade pública. devolutivos em relação ao processo expropriativo.
ARTIGO 30.0 ARTIGO33 .º
(Exprop1iação Urgente) (Expropriação por Zonas ou Alinhamentos)

1. No próprio acto declarativo de utilidade pública, pode 1. Quando se trate de execução de obra ou de projec-
ser atribuído carácter de urgência à Expropriação. tos de equipamentos ou infra-esbc1turas de interesse público,
2. À Expropriação referida no número anterior aplicam- podem ser expropriadas de uma só vez, ou por zonas ou ali-
-se, com as devidas adaptações, os procedimentos previstos nhamentos, as áreas necessária s à respectiva execução.
na presente Lei. 2. No caso de Expropriação por Zonas ou Alinhamentos ,
3. A Expropriação Urgente deve ser fundamentada, e o acto de Declm·ação de Utilidade Pública deve deteiminar,
confere, de imediato à Entidade Expropriante a posse admi- além da área total, a divisão desta, a ordetn e os prazos para
nisb·ativa do bem Expropriado, desde que observados os o início da aquisição.
seguintes pressupostos : 3. Os bens abrangidos pela segunda zona ou alinhamento
a) Emissão de uma declaração pelo Depa1tamento e seguintes continuam na esfera jurídica dos seus titulares
Ministerial responsável pelo Sector das Finan- até serein objecto de Expropriação Amigável ou Litigiosa.
ças Públicas , confinnando que este vai supo1tar 4. Para o cálculo da indemnização relativa a prédios não
o pagamento da indemnização devida; compreendidos na primeira zona definida nos te1mos do
b) Programação dos b·abalhos elaborados pela Enti- n.º 2, são atendidas as benfeitorias necessárias neles inb·o-
dade Expropriante, bem como a respectiva duzidas no período que mediar entre a data da Declaração
fundamentação. de Utilidade Pública e a data da aquisição da posse pela
4. A Expropriação Urgente caduca quando as obras no Entidade Expropriante da respectiva zona ou alinhamento.
perímetro não tenham início no prazo fixado pelo n.º 1 do 5. O titular do bem e os Interessados têm direito a
attigo 28.º, sa lvo se ocotTer motivo devidamente justificado. indemnização pelos prejuízos que directa e necessariamente
5. À declaração de caducidade aplica -se o regime gera l. resultein do facto de o betn estar sujeito à Expropriação.
76 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTI GO 34.0 e) O modo de satisfazei· as prestações;


(Vistoria especial)
d) A indemnização através da cedência de bei1s ou
Após a publicação do Despacho de Declaração de direitos;
Utilidade Pública, a Entidade Expropriante deve, de ime- e) A Expropriação total no caso das expropriações
diato, proceder à vistoria necessária para a descrição do bem parciais;
a expropriar, notificando de tal facto os Interessados , com
j) Condições acessótias.
antecedência mínima de cinco dias úteis, por caita ou oficio
2. O acordo apei1as vincula o Estado após a aprovação
registado, em que se indica, ainda, se a Expropriação é total
pela Entidade indicada no acto de Declaração de Utilidade
ou parcial. Pública pai·a proceder à Expropriação.
ARTIGO 35.º
ARTIGO38.º
(Relatório de vistoria especial)
(Pl'oposta de aco1·do da Entidade Expl'op1iante)
l. O relatório de vistoria especial contém o seguinte:
l. A Entidade Expropriante, através de caita ou oficio
a) Descrição ponnenorizada do local, referindo as
registado com aviso de recepção, dirige a proposta do mon-
construções existentes, as características destas, tai1te indemnizatório ao Expropriado e aos Interessados
a época da edificação, o estado de conservação e, cujos endei·eços sejam conhecidos, no prazo de 15 dias, a
sempre que possível, as áreas totais constmídas; contar da data da publicação da Declai·ação de Utilidade
b) Menção expressa de todos os elementos suscep- Pública.
tíveis de influenciarem na avaliação do bem 2. Os Intei·essados dispõem do prazo de 30 dias para res-
vistoriado; pondei·, podendo fündamentai· a sua contraproposta etn valor
e) Plantas, fotografias ou outro supotte de captação constante de relatório elaborado por Petito de sua escolha.
da imagem do bem Expropriado e da área envol- 3. Na falta de resposta ou de interesse da Entidade
vente; Expropriante em relação à contraproposta, esta dá iní-
d) Elementos referidos no n.º 2 do attigo 22.º; cio à Expropriação Litigiosa, notificando deste facto os
e) Perguntas e respostas referidas no n.º 3 do a1ti- Interessados que tiverem respondido.
go 22.º; 4. Os Interessados devem esclarecei·, por escrito, denb·o
j) Descrição do va lor do bem a expropriar. do prazo de 30 dias a contar da data em que sejatn noti-
2. O relatório do bem a expropriai· deve ser entregue ficados para o efeito, as questões colocadas pela Entidade
pelo Perito no prazo de 15 dias a contai· da data do início Expropriai1te.
da vistoria. ARTIGO 39.º
3. Em casos devidamente justificados , nomeadamente (Fm·ma do acm·do)
pelo número de vistorias , o prazo a que se refere o número O acordo entre a Entidade Expropriante e os Interessados
anterior pode ser protrngado, pela Entidade Expropriante, deve ser celebrado por escritura pública.
por mais 15 dias, a reque1imento do Perito. ARTIGO40.º
4. Recebido o relatótio complementar do Perito, a (Prazo da escl'itura)
Entidade Expropriante pode utilizar o prédio para os fins l. A escrib.1ra é lavrada dentro dos 15 dias subsequentes
da Expropriação, lavrando o auto de posse adminisb·ativa e àquele em que o acordo estabelecido for comunicado pela
dando início aos trabalhos previstos. Entidade Expropriante ao Notário, em confonnidade com o
SECÇÃO III disposto no Regime Jurídico do Notariado.
Expropriação Amigável
2.AEntidadeExpropriante deve facultai· aos Interessados
ARTIGO 36.0 cópia autenticada da escrib.1ra de Expropriação Amigável,
(Tentativa de acm·do)
quando solicitada.
Antes da Expropriação Litigiosa, a Entidade Expropriante ARTIGO41.º
deve procurar chegar a acordo com o Expropriado e os (Atribuição da indemnização)
Interessados, nos teimos dos a1tigos seguintes. l. A indemnização acordada pode ser atribuída ,
ARTIGO 37.0 individuahnente, a cada um dos Intei·essados ou fixada global-
(Conteúdo do acordo)
meilte.
l. Nas Expropriações Amigáveis podem consti- 2. A indeminização global acordada é entregue àquele
tuir objecto de acordo entre a Entidade Expropriante e que é designado por todos, ou consignada em depósito no
Expropriado ou os Intei·essados: lugar do domicílio da Entidade Expropriante, à ordem do
a) O montante da indemnização; Tribunal do lugar da situação dos bens ou da maior extensão
b) O pagamento de indemnização ou de patte dela deles, efectuando-se a pattilha nos tennos gerais do Direito,
em prestações, os juros respectivos e o prazo de quando não haja acordo entre os Intei·essados sobre a patti-
pagamento destes; lha da mesma.
I SÉRIE - N .º 4 - DE 7 DE JANEIRO DE 2021 77

ARTIGO 42.0 b) De obras ou empreendimentos públicos concluídos


(lntenssados desconhecidos)
há menos de dois anos;
l. Salvo em caso de culpa grave imputada à Entidade e) De benfeitorias voluptuárias ou úteis posteriores à
Expropriante, o aparecimento de Interessados desconhe- notificação da proposta de Declaração de Utili-
cidos à data da celebração da escritura , apenas dá lugar à
dade Pública;
reconstituição da situação que existiria se tivessem partici-
d) De infonnações de viabilidade, licenças ou autoriza-
pado no acordo, nos tennos em que este foi concluído.
ções administrativas requeridas posterionnente
2. No caso de admissão de hlteressados desconheci-
à notificação da iniciativa de expropriar;
dos, a reconstituição do processo e a celebração da escritura
e) De qualquer circunstância posterior a essa decla-
pública deverão ser efectuadas no prazo de 30 dias .
ração independentes da vontade do Expropriado
SECÇÃO IV
Exprop1·iação Litigiosa
ou de terceiros.
4. Na fixação da justa indemnização não são considera-
ARTI GO 43.º
dos quaisquer factores , circunstâncias ou situações criadas
(Tribunal Judicial)
com o propósito de atunentar o valor da indemnização.
Na falta de acordo, as pattes têm legitimidade de recon-er
5. Sem prejuízo do disposto nos n.°' 3 e 4, o valor dos
ao Tribunal de Comarca para fixar o montante da indemni-
bens, calculado de acordo com os crité1ios constantes da
zação, salvo quando optem pela arbitragem, nos tennos da
presente Lei, deve con-esponder ao valor real do bem à data
legislação em vigor sobre a matéria.
da Declaração de Utilidade Pública.
ARTIGO 44. 0
6. O Estado, quando satisfaça a indemnização, tem
(Autuação)
direito de regresso sobre o Beneficiário da Expropriação,
l. Deve ser abe,to tun processo de Expropriação com
podendo, independentemente de quaisquer fo1malidades ,
referência a cada tun dos imóveis abrangidos pela Declaração
proceder à retenção de transferências orçamentais até ao
de Utilidade Pública.
valor da dívida, incluindo os juros de mora que se mostrem
2. Quando dois ou mais bens imóveis pe,tençam ao
devidos desde a data do pagamento da indemnização.
mesmo titular ou conjunto de titulares é obrigatória a apen-
ARTIGO 47.º
sação dos processos em que não se verifique acordo sobre os
(Cálculo do montante da indelDllização)
montantes das indemnizações.
1. O montante da indemnização para as expropriações
ARTIGO 45.0
(Promoção da arbitragem)
que incidam sobre o direito de propriedade calcula-se com
base no va lor do solo, acrescido do custo de edificações, de
A Entidade Expropriante, o Expropriado e os demais
acordo com a legislação em vigor.
Interessados podem promover, a qualquer momento, a cons-
2. Para os casos de expropriações de direitos fundiários
tituição de tun tribunal a1bitral, de acordo com a Lei da
limitados, o montante da indemnização é calculado com
Arbitragem em vigor, para fixar o montante da justa e pronta
base no custo de aquisição do solo e de edificação, de acordo
indemnização resultante da Expropriação.
com a legislação em vig01:
SECÇÃO V
3. Na dete,minação do valor dos edificios ou das constm-
Pagamento da IndelDllização
ções com autonomia económica atende-se, designadamente,
ARTIGO 46.0 aos seguintes crité1ios :
(Justa indelDllização)
a) Valor da construção, considerando o seu custo
l. O Estado garante o pagamento da justa e pronta
actua lizado, a localização, o ambiente envol-
indemnização, nos tennos previstos na Constituição e na
vente e a antiguidade;
presente Lei.
b) Sistemas de infra-estmtmas, transpo1tes públicos e
2. A justa indemnização não visa compensar o benefi-
proximidade de equipamentos sociais;
cio alcançado pela Entidade Expropriante, mas ressarcir o
e) Nível de qualidade arquitectónica da constmção
prejuízo do Expropriado que advém da Expropriação, cor-
respondente ao valor real e con-ente do bem de acordo com e estado de conse1Yação, nomeadamente dos
o seu destino efectivo ou possível numa utilização econó- pavimentos e cobe1turas, das paredes exteriores,
mica n01mal, à data da publicação do acto de Declaração de pa1tes comuns , po1tas e janelas;
Utilidade Pública , tendo em consideração as circunstâncias d) Preço das aquisições anteriores e respectivas datas;
e condições de facto existentes naquela data. e) Valor de imóveis próximos, da mesma qualidade;
3. Na detenninação do va lor dos bens Expropriados não j) Declarações feitas pelos contribuintes ou avalia-
se pode ter em conta as mais-valias que resultem: ções para fins fiscais ou outros;
a) Da própria Declaração de Utilidade Pública da g) Avaliação dos Peritos avaliadores inscritos no
Exprop1iação; registo cadastral.
78 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 48.0 ARTIGO 52.0


(Cla ssificação dos solos) (Indemniza ção pela intermp çã o da acth'idade ec011 ómica,
pl'Odutiva ou libe1·al)
Os solos são classificados de acordo com a legislação em
l. Nos casos em que o proprietário exerça qualquer acti-
vigor sobre a matéria para efeitos do cálculo da indemniza-
vidade comercial, indusb·ial, liberal ou agrícola no prédio,
ção por Expropriação.
à indemnização pelo valor do prédio acresce-se o valor que
ARTIGO 49.º coll'esponder aos prejuízos resultantes, quer da cess ação
(Cálculo do valoi· dos solos)
inevitável, quer da intem.1pção e da transferência dessa acti-
A definição do valor dos solos é regulada por diploma vidade, pelo petiodo de tempo necessário.
próprio. 2. A indemnização acrescida é calculada com base na
ARTIGO 50.º
última declaração de rendimentos entregue às repaitições
(Cálculo do valoi· nas expl'Opria çõe s parciais) fiscai s ou nos montantes que fundamentadainente se prove
que deixaram de ser auferidos, caso não existam declarações
l. A Entidade Expropriante ou o Perito calcula sempre,
de rendimentos.
separadamente, o valor e o rendimento totais do prédio e
ARTIGO53.º
das pa1tes abrangidas e não abrangidas pela Declaração de (lndeimliza ção pela Expl'Opriação de direitos diversos
Utilidade Pública , nas expropriações parciais. da propriedade)
2. Quando a pa1te não expropriada ficar depreciada Na Expropriação de direitos diversos da propriedade, a
ou desvalorizada pela divisão do prédio, ou desta divisão indemnização é detenninada de hannonia com os critérios
resultarem outros prejuízos ou encargos, incluindo a neces- fixados para aquele imóvel, na pa1te em que sejrun aplicá-
sidade de constmção de vedações idêntica s às demolidas ou veis, sem exceder o montante devido quando se trate de
às subsistentes, especificam-se também, em separado, os propriedade.
montantes da depreciação e dos prejuízos ou encargos que ARTIGO54.º
(Pagamento da indemnização)
acrescem ao valor da paite expropriada.
l. A atribuição das indemnizações aos Interessados é
ARTIGO 51. 0
titula da por um documento escrito de quitação assina do pelo
(Indemnização respeitante ao arrendamento)
Expropriado e reconhecido pelo notário.
l. O a!l'endamento para habitação, comércio, indústria 2. O pagamento da justa e pronta indemnização é condi-
ou exercício de profissão liberal, bem como o ai1·endamento ção de eficácia do acto de Expropriação.
rural são considerados encargos autónomos pai·a efeito de ARTIGO 55 .0
indemnização dos inquilinos. (M eios de pagamento)
2. O inquilino habitacional ou mral obrigado a desocupai· l. O pagamento das indemnizações devida s pelas expro-
o imóvel em consequência da caducidade do a!l'endamento priações por utilidade pública é feito em dinheiro ou em
resultante de Expropriação, pode optar entre uma habitação espécie ab·avés da cedência, de uma só vez, de bens equiva-
ou te!l'eno, cujas cai·acterísticas de localização e renda sejam lentes, salvo as excepções previstas nos números seguintes.
semelhantes às da anterior ou por indemnização satisfeita de 2. Nas expropriações amigáveis, a Entidade Expropriante,
uma só vez. o Expropriado e os Interessados podem acordai· no paga-
3. Na fixação da indemnização a que se refere o n.º 1 mento da indemnização em prestações ou na cedência de
atende-se ao valor do imóvel e das benfeitorias realizadas bens ou direitos.
pelo inquilino, à relação entre as rendas pagas por este e 3. O disposto no número anterior aplica-se à transac-
as praticadas no mercado e, pai·a os casos de a!l'endamento ção judicial ou extrajudicial na pendência do process o de
rural, ao valor dos frutos pendentes ou das colheitas inu- Expropriação.
4. As indemnizações a pagar por expropriações efectua-
tilizada s, ao valor das benfeitorias a que o rendeiro tenha
da s ao abrigo da presente Lei podem ser satisfeitas através
direito e aos demais prejuízos emergentes da cessação do
do Depa1tamento Ministerial responsável pelo Sector da s
all'endamento, calculados nos tennos gerais do Direito.
Finanças.
4. Na indemnização respeitante ao a!l'endamento para o
ARTIGO56.º
comércio, para a indústria ou qualquer outra actividade de (Cedência de bens ou direitos)
carácter económico, exercício de profissão liberal ou para
l. As pa1tes podem acordar que a indemnização seja
fins agrícolas atende-se às despesas relativas à nova insta- satisfeita, total ou parcialmente, através da cedência de bens
lação, incluindo os diferenciais de renda que o inquilino irá ou de direitos ao Expropriado ou aos Interessados.
pagar e aos prejuízos resultantes do período de paralisação 2. No caso de indemnização através da cedência de bens
da actividade necessário para a transferência dos serviços, imóveis, a Entidade Expropriante é responsável pela iden-
calculados nos tennos gerais do Direito. tificação de um imóvel com características semelhantes ao
I SÉRIE - N .º 4 - DE 7 DE JANEIRO DE 2021 79

imóvel Expropriado, dentre os imóveis do domínio privado ARTIGO 59.0


(Posse adininistntiva)
do Estado, bem como pelo pagamento dos encargos relati-
vos à transmissão. 1. Após a publicação do acto de Declaração de Utilidade
3. A cedência de direitos sobre bens imóveis é regulada Pública, o Titular do Poder Executivo pode autorizar a
pela legislação aplicável à utilização do domínio privado do Entidade Expropriante a tomar a posse administrativa do
Estado. bem a expropriar, desde que sejam obse1vados os requisitos
ARTIGO 57.º estipulados na presente Lei.
(Fm·ma de pagamento da indemniza ção) 2. A aut01ização de posse administrativa deve mencio-
l. Fixado o valor da indemnização, a Entidade nar expressa e clai·amente os motivos que a fundamentam
Expropriante deve notificar o Tribunal ou outra Entidade e o prazo previsto para o início das obras na parcela expro-
que esteja ligada ao processo da Expropriação, bem como priada, de acordo com o programa de trabalhos elaborado
ao Beneficiário da Expropriação para que este, no prazo pelo Beneficiário da Expropriação.
de 30 dias, proceda ao pagamento do valor devido pela 3. Se as obras não tiverem início dentro do prazo esta-
Expropriação e remeta o doctunento comprovativo. belecido nos tennos do n.º 2, salvo por motivo justificado,
2. A Entidade Expropriante notifica o Expropriado e os nomeadainente por atraso não imputável ao Beneficiário da
Interessados da realização do depósito feito em seu nome Expropriação, o Expropriado e os Interessados têm o direito
junto de uma instituição financeira. de ser indemnizados pelos prejuízos que não devam ser con-
3. O Expropriado e os Interessados podem levan-
siderados na fixação da justa indemnização.
tar os montantes depositados, sem prejuízo do direito de
ARTIGO 60.º
impugnação.
(Requisitos prévios à posse administrativa)
ARTIGO 58.0
(Impugnação dos montantes depositados)
1. O acto de posse administrativa do bem não pode efec-
tuar-se sem que se observe previamente o seguinte:
l. O Expropriado e os Interessados podem impugnar
a) A notificação do acto de publicação da Declaração
judicialmente os montantes recebidos pela Expropriação,
especificando os valores devidos, bem como apresentar e de Utilidade Pública ao Expropriado e sobre a
requerer todos os meios de prova quando não se faça o paga- necessidade de se proceder à vistoria do bem a
mento da indemnização no valor devido. expropriar;
2. O Depaitamento Ministerial responsável pelo Sector b) Realização da avaliação do bem a expropriai· des-
das Finai1Ças ou a Entidade Expropriailte é notificado para tinada a fixar os elementos de facto susceptíveis
responder, apresentar e requerer todos os meios de prova, no de desaparecerem e cujo conhecimento seja de
prazo de 15 dias, nos te1mos da lei. interesse ao julgamento do processo;
3. O Tribunal profere a decisão que fixa a caução os e) Efectuado o depósito do montante da justa indem-
montailtes devidos e dete1mina a realização deste depósito nização, nos teimos da presente Lei junto de
complementar merecido, após a produção das provas consi- instituição bancária, à ordem do Expropriado e
deradas necessárias.
dos Intei·essados, quando estes são conhecidos
4. Quando o depósito complementar não for efectuado
e não houver dúvidas sobre a titularidade dos
no prazo fixado , o Juiz ordena o pagamento por força da
direitos afectados.
caução prestada, ou as providências que se revelarem neces-
2. A notifica ção a que se refere a alínea a) do nt'.unei·o
sária s, após a notificação do serviço que tem a seu cargo o
ante1ior deve indicar o dia e a hora a pa1tir da qual tem efeito
aval do Estado, para que este efectue o depósito do montante
em falta , em sub stituição da Entidade Expropriante ou do o acto de posse administrativa.
Beneficiário da Expropriação. 3. Ao Expropriado deve ser concedido um prazo para
5. Depois de se efectuar o pagamento ou assegurada a que este desocupe o bem Expropriado, que não pode ser
sua realização, o Juiz autoriza o levantamento dos montantes superior a 30 dias após obse1vância dos requisitos estabele-
em excesso ou a respectiva restituição e detennina o cance- cidos no n.º 1, salvo se, por razões justificáveis, a Fntidade
lamento das cauções injustificadas. Expropriante entei1dei· existirem motivos para conceder um
6. No caso de Expropriação Amigável, deco1Tidos 60 dias prazo superio1:
após a data acordada pai·a o pagamento de qualquer pres- 4. A El1tidade Expropriante pode requisitar as forças da
tação sem que a mesma seja realizada , o interessado pode ordem pública, para repor a legalidade, nos casos em que o
requerer as providências a que se referem os números ante- bem Expropriado não se ei1contre livre e desocupado, findo
riores, devendo juntar cópia da esc1ittu·a celebrada . o prazo para a sua desocupação.
80 DIÁRIO DA REPÚBLICA

CAPÍTULO IV 2. A decisão é publicada , por extracto, no Jomal de maior


Reversão dos Bens Expropriados circulação no País.
ARTIGO 61. 0 ARTIG064 .º
(Direito de 1·evtl'São) (Acm·do de 1·eve1·são)

1. O direito de reversão traduz-se no poder legalmente 1. O Tribunal deve promover o acordo entre a Entidade
concedido ao Expropriado de adquirir, preferencialmente, Expropriante ou quem posterionnente tenha o domínio do
o bem objecto da Expropriação quando se verifique que o prédio e o interessado, quanto aos tennos , as condições e ao
mesmo não foi aplicado aos fins da Expropriação, mediante montante da reversão a ser pago à Entidade Expropriante,
a restituição dos montantes que tenha recebido. após a aut01ização da reversão.
2. Sem prejuízo do disposto no número anterior e no 2. O acordo reveste a fonna de auto de reversão ou outra
a1tigo 29.º, há direito de reversão : fonna prevista na lei e contém a garantia de pagamento que
a) Se no prazo de cinco anos para a Expropriação o Estado considere adequada e constitui título bastante para
Ordinária e três anos para a Expropriação todos os efeitos legais, incluindo a inscrição cadastral e
Urgente não se iniciar a execução do projecto predial.
para o qual o bem foi Expropriado; 3. O pagamento do montante acordado da reversão é
b) Se cessarem as finalidades da Expropriação. efectuado directamente à Entidade Expropriante ou a quem
3. Sempre que a realização de uma obra contínua deter- posterionnente adquira o domínio sobre o bem.
minar a Expropriação de bens distintos , o seu início em 4. O acordo de reversão deve ser fonnalizado no prazo
qualquer local do traçado faz cessar o direito de reversão fixado pela Entidade Expropriante ou pelo Tribtmal.
sobre todos os bens Expropriados. ARTIG065.º
4. O direito de reversão cessa nos seguintes casos : (Adjudicação pelo Juiz)
a) Quando se dê aos bens Expropriados outro destino, 1. Na falta de acordo entre o Expropriado e a Entidade
mediante nova Declaração de Utilidade Pública; Expropriante ou Beneficiário da Expropriação, consoante
b) Quando haja renúncia do Expropriado; o caso, o Juiz fixa o montante da reversão e os teimos da
e) Quando a Declaração de Utilidade Pública seja adjudicação do bem imóvel, procedendo às diligências ins-
pro1rngada , com fundamento em prejuízo grave trutórias necessárias, entre as quais a avaliação com carácter
para o interesse público. obrigatório.
5. A reversão deve ser requerida no prazo de 90 dias 2. Da decisão do Juiz cabe recurso com efeito meramente
a contar da notificação enviada pelo Beneficiário da devolutivo para o Tribtmal competente, nos teimos da lei.
Expropriação ao abrigo do n.º 2, ou do fim do prazo para a 3. O Juiz adjudica o bem imóvel ao intei·essado, com
referida notificação caso a mesma não se verifique, sob pena os ónus ou encargos existentes à data da Declaração de
de caducidade. Utilidade Pública da Expropriação que não estejam cadu-
ARTIGO 62.0 cados e devem ser especificadamente indicados, após a
(Audiência da Entidade Expropriante e de outros Interessados) efectivação dos depósitos ou as restituições devidas.
1. O Tribunal competente ordena a notificação da 4. Os depósitos são levantados pela Entidade
Entidade Expropriante e dos titulares de direitos reais sobre Expropriante ou por quem posterio1mente adquira o domí-
o imóvel a reve1ter ou sobre os imóveis deles desanexados, nio sobre o bem, confo1me o caso.
cujos endereços sejam conhecidos , para que se prommciem 5. A adjudicação do betn imóvel é co1mmicada pelo
sobre o requerimento nos tennos da legislação aplicável, Tribtmal à Consetvatória do Registo Predial para efeitos de
após a recepção do pedido de reversão. registo oficioso.
2. A Entidade Exprop1iante, dentro do prazo para a sua
resposta , remete o processo de Expropriação ao Tribunal CAPÍTULO V
Disposições Finais e Transitórias
competente para decidir sobre o pedido de reversão ou
indica o Tribunal em que o mesmo se encontra pendente ou ARTIG066.º
arquivado. (Peritos)

3. Quando os factos alegados pelo requerente da rever- 1. O modo de organização e de ftmcionameilto dos
são não sejam impugnados pela Entidade Expropriante, Peritos é regulada em diploma próprio.
prestune-se que são verdadeiros, sa lvo prova em contrário. 2. Os Peritos Ava liadores no exercício da sua actividade
ARTIGO 63.0 devein agir com b·ansparência e pautam-se pelos princípios
(Publicidade da decisão) da imparcialidade, indepet1dência, isenção e objectividade.
1. A decisão sobre o pedido de reversão é notificada ao 3. Os Peritos Avaliadores devein escolhei·, em cada
requerente, à Entidade Expropriante e aos Interessados cujo cirnmstância , o método que se mostre mais indicado à ava-
endereço seja conhecido. lia ção do imóvel em causa.
I SÉRIE - N .º 4 - DE 7 DE JANEIRO DE 2021 81

4. Os Peritos Ava liadores devem estar inscritos no cadas- PLANOS DE TRABALHO


tro nacional de avaliadores de imóveis. DOS GRUPOS DE DEPUTADOS RESIDENTES
ARTIGO 67.º ANO PARLAMENTAR 2020/2021
(Expropriações em cuno)
Introdução
Os casos de Expropriação em curso efectuados antes da
O presente Plano de Trabalho apresenta, em confor-
publicação da presente Lei ficam sujeitos ao regime nela
previsto com as devidas adaptações. midade com o a1tigo 98.º do Regimento da Assemb leia
Nacional (RAN), as actividades a serem desenvolvidas pelos
ARTIGO 68.º
(Revogação) Grupos de Deputa dos Residentes durante o Ano Pai-lamentar
É revogada a Po,taria n.º 14.507, de 19 de Agosto, e a 2020/2021 , que compreende o período de 15 de Outubro de
Po1taria n.º 23.404, de 17 de Junho, que tomaram extensivos 2020 a 15 deAgosto de 2021 , nos tennos do aitigo 102.º do
a Angola a Lei n.º 2030, de 22 de Junho de 1948, e o Decreto Regimento da Assembleia Nacional.
n.º 43.587, de 8 de Abril de 1961 , bem como toda a legisla-
Neste sentido, este Plano Geral resulta da consolida-
ção que contrarie o presente Diploma.
ção dos Planos de Trabalho dos 17 Gmpos de Deputados
ARTIGO 69.º
(Dú,idas e omissões) Residentes, nomeadamente :
As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e 1. Gmpo de Deputados Residentes da Província do
da aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia Bengo;
Nacional. 2. Grupo de Deputados Residentes da Província de
ARTI GO 70.º Benguela;
(Entrada em vigor)
3. Gmpo de Deputados Residentes da Província do
A presente Lei entra em vigor 180 dias após à data da
Bié;
sua publicação.
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, 4 . Gmpo de Deputados Residentes da Província de
aos 17 de Junho de 2020. Cabinda;
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da 5. Gtupo de Deputados Residentes da Prov íncia do
Piedade Dias das Sanws. Cuando Cubango;
Promulgada aos 22 de Dezembro de 2020.
6. Gtupo de Deputados Residentes da Província do
Publique-se.
Cuanza-Noite;
o Presidente da República, JoÃo MANUEL GONÇALVES 7. Gtupo de Deputados Residentes da Província do
LOURENÇO. (20-1 9816-C-AN)
Cuanza-Sul;
8. Gtupo de Deputados Residentes da Província do
Resolução n.º 1/21
de 7 de Janeiro Cunene;

Con siderando que os Gmpos de Deputados Residentes 9. Gtupo de Deputados Residentes da Província do
têm como objectivo a coordenação da actividade dos Huambo;
Deputados residentes na respectiva província, cujas tarefas a 10. Gtupo de Deputados Residentes da Província da
realizar devem constar de um plano aprovado pelo Plenário Huíla;
da Assembleia Nacional; 11. Gt1.1po de Deputados Residentes da Província da
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo,
Lunda-No1te;
nos tennos das disposições combinadas das alíneas a) e d)
do a1tigo 160.º e da alínea f) do n.º 2 do a1tigo 166.º, ambos 12. Gt1.1po de Deputados Residentes da Província da
da Constituição da República de Angola , e do aitigo 98.º do Lunda-Sul;
Regimento da Assembleia Nacional, a seguinte Resolução : 13. Gtupo de Deputados Residentes da Província de
1. 0 - Aprovar os Planos de Trabalho dos Grupos de Malanje;
Deputados Residentes para o Ano Parlainentar 2020-2021 , 14. Gt1.1po de Deputados Residentes da Província do
que são pa1te integrante da presente Resolução.
Moxico;
2.0 - A presente Resolução entra imediatamente em
vigor. 15. Gt1.1po de Deputados Residentes da Província do
Vista e aprovada pela Assemb leia Nacional, em Luanda, Namibe;
aos 20 de Novembro de 2020. 16. Gt1.1po de Deputados Residentes da Província do
Publique-se. Uíge;
O Presidente da A<;sembleia Nacional, Fernmdo da Piedaie 17. Gt1.1po de Deputados Residentes da Província do
Dias dos Sanws. Zaire.

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