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Quinta-fei­ra,­29­de­Julho­de­2010 I­Sé­rie­—­N.

º­142

DI­Á­RIO­DA­RE­PÚ­BLI­CA
ÓR­GÃO­­OFI­CI­AL­­DA­­RE­PÚ­BLI­CA­­DE­­AN­GO­LA
Pre­ço­des­te­nú­me­ro­—­Kz:­220,00
Toda a correspondência, quer oficial, quer AS­SI­NA­TU­RAS O preço de cada linha publicada nos Di­á­rios
relativa a anúncio e assinaturas do ‹‹Di­á­rio­­da Ano da­Re­pú­bli­ca 1.ª e 2.ª séries é de Kz: 75,00 e para a
As três séries . … … … … Kz: 400 275,00 3.ª série Kz: 95,00, acrescido do respectivo
Re­p ú­b li­c a››, de ve ser di ri gi da à Im pren sa
A 1.ª série … … … … … Kz: 236 250,00 imposto do selo, dependendo a publicação da
Nacional — E. P., em Luanda, Caixa Postal 1306 A 2.ª série … … … … … Kz: 123 500,00 3.ª série de depósito prévio a efectuar na Tesouraria
— End. Teleg.: ‹‹Imprensa›› A 3.ª série … … … … … Kz: 95 700,00 da Imprensa Nacional — E. P.

SUMÁRIO LeI­­dA­­ORgANIzAçãO­­e­­dO­­FUNcIONAmeNTO
dOS­­ÓRgãOS­­de­­AdmINISTRAçãO­­
Assembleia Nacional LOcAL­­dO­­eSTAdO
Lei­n.º­17/10:
TÍTULO I
Da organização e do funcionamento dos Órgãos de Administração Local
do Estado. — Revoga o Decreto-Lei n.º 2/07, de 3 de Janeiro.
Organização­e­Funcionamento

CAPÍTULO I
disposições­gerais
ASSEMBLEIA NACIONAL ARTIgO 1.°
––––– (Objecto)

Lei­n.º­17/10 A presente lei estabelece os princípios e as normas de


de­29­de­Julho
organização e de funcionamento dos órgãos da Adminis-
tração Local do Estado.
A entrada em vigor da Constituição da República de
ARTIgO 2.°
Angola trouxe um conjunto de alterações relevantes quanto
(Âmbito)
à organização e ao funcionamento da Administração Pública
em geral. A presente lei aplica-se a todos os órgãos da Adminis-
tração Local do Estado.
A aprovação da Constituição da República de Angola
implica, necessariamente, a revisão de alguns preceitos legais ARTIgO 3.°
que regem a organização e a actividade administrativas do (Princípios)

Estado a nível local. 1. A organização e o funcionamento da Administração


Local do Estado regem-se pelos princípios da desconcen-
O Decreto-Lei n.° 2/07, de 3 de Janeiro, está desajustado,
tração administrativa, da constitucionalidade e legalidade, da
face à actual realidade constitucional, na área da Adminis-
diferenciação, da transferência de recursos, da transitorie-
tração Local do Estado.
dade, da participação, da colegialidade, da probidade adminis-
Urge a necessidade de se adequar o quadro organizativo trativa, da simplificação administrativa e da aproximação dos
e funcional dos órgãos da Administração Local do Estado ao serviços às populações.
novo figurino constitucional.
2. As relações entre os órgãos centrais e os órgãos locais
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos da Administração do Estado desenvolvem-se com a obser-
termos da alínea b) do artigo 161.° da Constituição da Repú- vância dos princípios da unidade, da hierarquia e da coor-
blica de Angola, a seguinte: denação institucional.
1572 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIgO 4.° CAPÍTULO II


(definições)
Funções­dos­Órgãos­da­Administração­Local­do­estado

Para efeitos da presente lei entende-se por: ARTIgO 5.°


(Representação)
a) Desconcentração­ administrativa — o processo
administrativo através do qual um órgão da adminis- Os órgãos da Administração Local do Estado têm a
tração Central do Estado transfere poderes a competência de representar a Administração Central do
outro órgão da Administração Local do Estado; Estado a nível local, de exercer a direcção e a coordenação
b) Constitucionalidade­ e­ legalidade — a obriga- sobre a generalidade dos serviços que compõem a Adminis-
tração Local e de contribuir para a unidade nacional.
toriedade dos órgãos da Administração Local do
Estado conformarem as suas actividades à Cons-
ARTIgO 6.°
tituição e à lei; (garantia)
c) Diferenciação — a organização e o funcionamento
dos órgãos da Administração Local do Estado Os órgãos da Administração Local do Estado asseguram,
podem estar sujeitos a modelos diferenciados, de no respectivo território, a realização de tarefas e programas
acordo com a especificidade do desenvolvimento económicos, sociais e culturais de interesse local e nacional,
político, económico, social, cultural e demográ- com a observância da Constituição, das deliberações da
fico das circunscrições territoriais, sem prejuízo Assembleia Nacional e das decisões do titular do Poder
da unidade da acção governativa e da boa admi- Executivo.
nistração;
CAPÍTULO III
d) Transferência­de­recursos — o processo que asse-
Administração­Local­do­estado
gura que a desconcentração seja acompanhada da
correspondente transferência dos meios huma- ARTIgO 7.°
nos, recursos financeiros e de património adequa- (Objectivos)

do ao desempenho da função desconcentrada;


e) Transitoriedade — a fase que implica que, à medida A Administração Local do Estado é exercida por órgãos
que forem criadas as autarquias locais, segundo o desconcentrados da Administração central e visa, a nível
local, assegurar a realização das atribuições e dos interesses
princípio do gradualísmo, estas passam a exercer,
específicos da Administração do Estado, participar, promo-
entre outras, as atribuições e competências
ver, orientar o desenvolvimento económico e social e garantir
correspondentes, definidas pela presente lei, para
a prestação de serviços públicos na respectiva circunscrição
os órgãos da Administração Local;
administrativa, sem prejuízo da autonomia do poder local.
f) Participação — o envolvimento dos cidadãos, de
forma individual ou organizada, na formação das ARTIgO 8.°
decisões que lhes digam respeito; (divisão­administrativa)

g) Colegialidade — as decisões administrativas são


Para efeitos de Administração Local do Estado o território
tomadas em comum pelos titulares do órgão
da República de Angola organiza-se, territorialmente, em
colegial;
províncias e estas em municípios, podendo, ainda, estruturar-
h) Probidade — a observância dos valores de boa
-se em comunas e em entes territoriais equivalentes, nos
administração e honestidade no desempenho da
termos da Constituição e da lei.
sua função;
i) Simplificação­ administrativa­ — implica que o ARTIgO 9.°
funcionamento dos órgãos da Administração (categoria­dos­órgãos­da­Administração­Local­do­estado)
Local do Estado, deve tornar fácil a vida dos
cidadãos e das empresas na sua relação adminis- 1. Os órgãos da Administração Local do Estado classifi-
trativa e contribuir para o aumento da eficiência cam-se em órgãos colegiais e órgãos singulares.
interna dos serviços públicos;
j) Aproximação­dos­serviços­às­populações­— que a 2. São órgãos colegiais:
organização e estruturação dos serviços adminis-
trativos desconcentrados obedece a critérios que a) o governo Provincial;
os tornem acessíveis às populações que a b) a Administração Municipal;
Administração Pública visa servir. c) a Administração Comunal.
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3. São órgãos singulares: mento Provincial e elaborar os respectivos rela-


tórios, nos termos e para os efeitos previstos na
a) o governador Provincial; lei;
b) o Administrador Municipal; d) superintender na arrecadação de recursos finan-
c) o Administrador Comunal. ceiros provenientes dos impostos e de outras
receitas devidas ao Estado, que são afectados à
TÍTULO II Província, nos termos da legislação em vigor;
governo­Provincial­ e) elaborar estudos necessários para um melhor
conhecimento da realidade sócio-económica da
CAPÍTULO I Província;
Natureza,­Atribuições,­competências­e­composição f) constituir bases de dados estatísticos sobre a
realidade sócio-económica da Província;
ARTIgO 10.°
(Natureza)
g) elaborar os programas de desenvolvimento provin-
cial, nos termos da lei;
1. O governo Provincial é o órgão desconcentrado da h) elaborar a carteira provincial de projectos a incluir
Administração Central que visa assegurar a realização das na carteira nacional e no Programa de Investi-
funções do Poder Executivo na Província. mento Público (PIP) e as demais tarefas a si
atribuídas no âmbito do processo de programa-
2. Na execução das suas competências, o governador ção e gestão do investimento público.
Provincial responde perante o Presidente da República,
cabendo ao órgão da Administração Central que superintende 2. No domínio do desenvolvimento urbano e do ordena-
a Administração Local do Estado coordenar os esforços dos mento do território:
departamentos ministeriais afins, por forma à estimular e
avaliar a execução da política do Poder Executivo relativa a) elaborar e aprovar a proposta de planeamento
aos referidos domínios, devendo o governo Provincial territorial, nos termos da lei;
enviar, para o efeito, relatórios periódicos sobre o desenvol- b) elaborar e aprovar projectos urbanísticos e o respec-
vimento político, administrativo, económico, social e cultural tivo loteamento para as áreas definidas para a
da Província. construção, nos termos da lei;
c) promover, apoiar e acompanhar o desenvolvimento
3. Compete ao governo Provincial executar as políticas de programas de auto-construção dirigida e de
definidas sectorialmente, nos planos e programas provinciais. habitação social;
d) autorizar a transmissão ou a constituição de direitos
ARTIgO 11.°
(Atribuições) fundiários sobre terrenos rurais, agrários ou
florestais, nos termos da lei;
Cabe ao governo Provincial promover e orientar o e) autorizar a constituição e a transmissão de direitos
desenvolvimento sócio-económico, com base nos princípios fundiários sobre terrenos urbanos, nos termos
e nas opções estratégicos definidos pelo Titular do Poder da legislação fundiária e do ordenamento do
Executivo e no Plano Nacional, bem como assegurar a território;
prestação dos serviços públicos da respectiva área geográfica. f) submeter à Administração Central propostas de
transferência de terrenos do domínio público para
ARTIgO 12.°
o domínio privado do Estado;
(competência)
g) submeter à Administração Central propostas de
Compete ao governo Provincial: concessão de forais aos centros urbanos que
preencham os requisitos legais;
1. No domínio do planeamento e do orçamento: h) observar e fiscalizar o cumprimento do disposto na
Lei de Terras, na Lei do Ordenamento do Terri-
a) elaborar a proposta de orçamento do governo tório e nos seus regulamentos.
Provincial, nos termos da lei;
b) elaborar planos e programas económicos, nos tipos 3. No domínio do desenvolvimento económico local:
e nos termos previstos na lei;
c) acompanhar a execução dos planos e dos programas a) promover e incentivar iniciativas locais de desen-
de investimento público, bem como do Orça- volvimento empresarial;
1574 DIÁRIO DA REPÚBLICA

b) superintender a gestão de empresas públicas e j) apoiar e promover a criação de infra-estruturas de


mistas e de organizações de utilidade pública de recreação e de desporto e incentivar a prática
âmbito local, fiscalizando a situação tributária ou desportiva;
fiscal, bem como a condição social e económica k) promover campanhas de educação cívica da popu-
dos trabalhadores; lação.
c) estimular o aumento da produção e da produ-
tividade nas empresas de produção de bens e de 5. No domínio da segurança pública e da polícia:
prestação de serviços essenciais, de âmbito local;
d) promover a instalação e a reactivação da indústria a) assegurar a protecção dos cidadãos nacionais e
para a produção de materiais de construção, de estrangeiros e a propriedade pública e privada;
indústrias agro-pecuárias, alimentares e de outras b) tomar medidas para o combate à delinquência, à
para o desenvolvimento da Província. especulação, ao açambarcamento, ao contra-
bando, à sabotagem económica e à vadiagem,
4. No domínio do desenvolvimento social e cultural: bem como contra todas as manifestações con-
trárias ao desenvolvimento administrativo, eco-
a) garantir assistência social, educacional e sanitária, nómico, social e cultural da Província;
contribuindo para a melhoria da qualidade de c) desenvolver acções de protecção civil e epide-
vida da população; miológica;
b) garantir as condições organizativas e materiais para d) fazer cumprir as tabelas de preços e margens de
a Educação Para Todos (EPT), a alfabetização e lucros fixados pelo Executivo, as normas rela-
o ensino primário universal; tivas ao comércio, bem como as relativas às
c) garantir as condições organizativas, materiais e transgressões administrativas.
financeiras para a promoção da ciência e da
tecnologia, incentivando a estreita colaboração 6. No domínio do ambiente:
com o mundo laboral;
d) promover a qualificação e o desenvolvimento dos a) promover medidas tendentes à defesa e à preser-
recursos humanos, a nível local; vação do ambiente;
e) promover a educação informal em línguas nacionais b) promover acções, campanhas e programas de cria-
através de múltiplas modalidades possíveis; ção de espaços verdes;
f) criar condições para o desenvolvimento da cultura e c) promover e apoiar as medidas de protecção dos
das artes, promovendo a recolha, o estudo e a recursos hídricos, de conservação do solo e da
investigação, a divulgação e a valorização das água e dos atractivos naturais para fins turísticos,
distintas manifestações, nas suas múltiplas for- tendo em conta o desenvolvimento sustentável
mas, incluindo as línguas nacionais; do turismo;
d) promover o saneamento e o ambiente, bem como a
g) contribuir para o conhecimento, a preservação e a
construção de equipamento rural e urbano;
valorização do património histórico-cultural
e) promover campanhas de educação ambiental.
existente a nível provincial, municipal e comu-
nal, promovendo levantamentos e estudos de
7. No domínio da coordenação institucional:
todo o tipo de estruturas e realizações, classifi-
cadas ou a classificar; a) executar as decisões do titular do Poder Executivo,
h) promover a criação de infra-estruturas para museus, em matéria de incidência local;
bibliotecas e casas de cultura a nível da Provín- b) assegurar a orientação, o acompanhamento e
cia, dos Municípios e das Comunas, bem como a monitoria das administrações municipais e
garantir o seu apetrechamento e o franqueamen- comunais e superintender nos institutos públicos
to pelas populações, através de programas cultu- e empresas públicas de âmbito provincial e muni-
rais e educativos, previamente concebidos e de cipal;
forma consequente; c) acompanhar e cooperar com os institutos públicos
i) garantir as condições organizativas e materiais para e empresas públicas nacionais, com represen-
o desenvolvimento do desporto e da ocupação tação local, nos respectivos programas e planos
dos tempos livres da juventude e da população de desenvolvimento de actividades, com vista à
em geral; harmonização das respectivas intervenções;
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d) assegurar a implementação das deliberações polí- 5. Neste domínio aplicam-se, supletivamente, os prin-
ticas ou estratégicas de relevo específico para a cípios gerais do Direito Administrativo.
defesa nacional;
e) colaborar com os órgãos de defesa, segurança e CAPÍTULO II
governador­e­Vice-governadores­Provinciais
ordem interna, na defesa da integridade de todo
o espaço territorial da Província, nos termos da SECÇÃO I
lei; governador­Provincial

f) assegurar, em coordenação com os órgãos compe-


ARTIgO 16.°
tentes do processo eleitoral, a realização do (definição)
registo eleitoral e das demais actividades legais
inerentes às eleições gerais e autárquicas, no 1. O governador Provincial é o representante da Adminis-
tração Central na respectiva Província, a quem incumbe, em
âmbito do território da Província;
geral, conduzir a governação da Província e assegurar o
g) promover, nos termos da lei, iniciativas para a con-
normal funcionamento dos órgãos da Administração Local
clusão de acordos ou protocolos de geminação e
do Estado, respondendo pela sua actividade perante o
cooperação de cidades; Presidente da República.
h) assegurar, em coordenação com os órgãos compe-
tentes, a aplicação das matérias relativas à pres- 2. O governador Provincial é coadjuvado, no exercício
tação e à garantia dos serviços de justiça às das suas funções, por três Vice-governadores, que respon-
populações. dem pelos seguintes sectores:

ARTIgO 13.° a) económico;


(Forma­dos­actos)
b) político e social;
c) serviços técnicos e infra-estruturas.
No exercício das suas funções o governo Provincial
emite resoluções e posturas que são publicadas na II série do 3. O governador Provincial atende directamente as
Diário­da­República. seguintes áreas:

ARTIgO 14.° a) a coordenação institucional;


(Audiência­prévia)
b) o orçamento e as finanças;
c) a justiça, a segurança e a ordem públicas;
O governo Provincial deve ser previamente ouvido pelo
d) a administração pública;
Poder Executivo sempre que este pretenda adoptar medidas
e) o registo eleitoral e o apoio aos processos eleitorais;
de política com incidência local. f) o recenseamento militar.

ARTIgO 15.°
(composição­e­reunião)
3. O governador Provincial pode delegar poderes nos
Vice-governadores, para acompanhar, tratar e decidir
1. O governo Provincial é presidido pelo respectivo assuntos relativos à actividade e ao funcionamento de outras
governador e integra os Vice-governadores, os Delegados e áreas.
os Directores Provinciais. ARTIgO 17.°
(Provimento­e­equiparação)

2. O governo Provincial reúne-se de dois em dois meses, 1. O governador Provincial é nomeado pelo Presidente
em sessão ordinária e, extraordinariamente, sempre que da República.
convocado pelo governador.
2. O governador Provincial é equiparado a Ministro, para
3. Os Administradores Municipais e Comunais podem efeitos protocolares, remuneratórios e de imunidades.
participar, a convite do governador, das sessões do governo
ARTIgO 18.°
Provincial. (Posse­e­cessação­de­funções)

4. O governador Provincial pode, quando julgue neces- 1. O governador e os Vice-governadores Provinciais


sário, convidar pessoas singulares ou colectivas, a participar iniciam as suas funções com a tomada de posse perante o
das sessões do governo Provincial. Presidente da República.
1576 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Os restantes membros do governo Provincial iniciam p) promover mecanismos que garantam o diálogo, a
as suas funções com a tomada de posse perante o governador colaboração, acompanhamento e autonomia das
Provincial. instituições do poder tradicional;
q) promover medidas tendentes à defesa e à preser-
3. As funções dos membros do governo Provincial vação do ambiente;
cessam em caso de morte ou de exoneração. r) assegurar o cumprimento das acções de defesa, de
segurança e de ordem interna;
ARTIgO 19.° s) convocar e presidir às reuniões com os órgãos locais
(competência) ou regionais de defesa, de segurança e de ordem
interna;
Compete ao governador Provincial: t) promover mecanismos que garantam a inter-relação,
a interdependência e a coordenação institucional
a) garantir o cumprimento da Constituição e demais entre a Administração Central e a Administração
diplomas legais; Local, bem como no seio desta;
b) dirigir o governo Provincial; u) controlar a actividade dos Delegados Provinciais,
c) dirigir a preparação, a execução e o controlo dos nos termos da lei;
programas de Investimentos Públicos e do
v) promover iniciativas para a conclusão de acordos
orçamento da província, bem como supervisionar
ou protocolos de geminação e cooperação entre
os programas e os orçamentos dos escalões
cidades sob sua jurisdição, ouvido o órgão da
inferiores da Administração Local do Estado;
Administração Central que superintende a Admi-
d) nomear, exonerar e conferir posse aos Directores
Provinciais, ouvido o Ministro da especialidade; nistração do Território, de acordo com a legis-
e) nomear, exonerar e conferir posse aos titulares de lação em vigor;
cargos de chefia e aos funcionários do quadro do w) exercer as demais funções que lhe sejam superi-
governo Provincial; ormente determinadas.
f) nomear e exonerar os Administradores Municipais,
Administradores Municipais-Adjuntos, Adminis- ARTIgO 20.°
(Forma­dos­actos­do­governador­Provincial)
tradores Comunais e Administradores Comunais-
-Adjuntos;
Os actos administrativos do governador Provincial,
g) conferir posse aos Administradores Municipais;
quando executórios, tomam a forma de despachos, que são
Administradores Municipais-Adjuntos, Adminis-
publicados na II série do Diário­da­República e quando sejam
tradores Comunais e Administradores Comunais-
instruções genéricas tomam a forma de ordens de serviço.
-Adjuntos;
h) conferir posse aos funcionários que exercem cargos SECÇÃO II
de chefia e aos demais funcionários do governo Vice-governadores
Provincial;
i) pronunciar-se sobre a nomeação e exoneração dos ARTIgO 21.°
(Provimento­e­equiparação)
responsáveis dos institutos públicos e das
empresas públicas representados na Província;
1. O Vice-governador é nomeado pelo Presidente da
j) convocar e presidir às reuniões do governo Provi-
República, sob proposta do governador Provincial, ouvido
ncial e do Conselho Provincial de Auscultação e
o titular do órgão da Administração Central que superintende
Concertação Social e propor as respectivas
a Administração do Território.
agendas de trabalhos;
k) realizar, regularmente, visitas de acompanhamento
2. O Vice-governador é equiparado a Vice-Ministro, para
e controlo aos Municípios e às Comunas;
efeitos protocolares, remuneratórios e de imunidades.
l) autorizar a realização de despesas públicas, nos
termos da lei;
ARTIgO 22.°
m) avaliar e aprovar, ouvido o governo Provincial, os (competência)
projectos de investimento público, nos termos da
lei; 1. Ao Vice-governador para o Sector Económico com-
n) garantir apoio para a realização das visitas de traba- pete coadjuvar o governador Provincial na coordenação e
lho dos Deputados junto dos respectivos círculos execução das tarefas ligadas às seguintes áreas:
eleitorais e instituições da Província;
o) nomear e exonerar os responsáveis dos institutos a) planeamento organizacional do governo provincial;
públicos e das empresas públicas de âmbito local; b) emprego e segurança social;
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c) empresas e institutos públicos de âmbito local; 1. Órgão executivo:


d) água e energia;
e) recursos naturais; a) governo Provincial.
f) agricultura, pescas, indústria, comércio, hotelaria e
turismo; 2. Órgãos de apoio consultivo:
g) transportes e comunicações.
a) Conselho Provincial de Auscultação e Concertação
2. Ao Vice-governador para o Sector Político e Social Social.
compete coadjuvar o governador Provincial na coordenação
e execução das tarefas ligadas às seguintes áreas: 3. Serviços de apoio técnico:

a) saúde, reinserção social, antigos combatentes e a) Secretaria do governo Provincial;


veteranos da Pátria; b) gabinete Jurídico;
b) educação, alfabetização, cultura e desportos, ciência c) gabinete de Inspecção;
e tecnologia; d) gabinete de Estudos e Planeamento.
c) habitação;
d) família, promoção da mulher, infância, deficientes 4. Serviços de apoio instrumental:
e terceira idade;
e) sociedade civil; a) gabinete do governador;
f) defesa do consumidor. b) gabinetes dos Vice-governadores;
c) Centro de Documentação e Informação.
4. Ao Vice-governador para os Serviços Técnicos e Infra-
5. Serviços desconcentrados do governo Provincial:
-Estruturas compete coadjuvar o governador Provincial na
coordenação e execução das tarefas ligadas às seguintes
áreas: a) Direcções Provinciais.

a) urbanismo, ordenamento do território, saneamento, 6. Serviços desconcentrados da Administração Central:


planeamento e gestão urbana e ordenamento
a) Delegações Provinciais.
rural;
b) infra-estruturas e obras públicas; 7. Superintendência:
c) ambiente.
a) Institutos Públicos de âmbito provincial;
4. Por designação expressa um dos Vice-governadores b) Empresas Públicas de âmbito provincial.
substitui o governador Provincial, nas suas ausências e
impedimentos. CAPÍTULO IV
Organização­em­especial
5. Os actos administrativos dos Vice-governadores,
SECÇÃO I
sendo delegados, são executórios e definitivos e tomam a Órgão­de­Apoio­consultivo
forma de despachos.
ARTIgO 24.°
6. Os actos administrativos a que se refere o número (conselho­Provincial­de­Auscultação­e­concertação­Social)

anterior tomam a forma de ordens de serviço, quando se


tratem de instruções genéricas. 1. O Conselho Provincial de Auscultação e Concertação
Social tem por objectivo apoiar o governo Provincial na
CAPÍTULO III apreciação e na tomada de medidas de política económica e
Organização­em­geral social no território da respectiva Província.

ARTIgO 23.°
(estrutura­orgânica) 2. Para efeitos de aplicação do n.° 1 deste artigo o Conse-
lho Provincial de Auscultação e Concertação Social deve ser
A estrutura orgânica da Província, para efeitos de ouvido antes da aprovação do plano de desenvolvimento
Administração Local do Estado compreende os seguintes provincial, do plano de actividades e do relatório de execução
órgãos e serviços: dos referidos instrumentos.
1578 DIÁRIO DA REPÚBLICA

3. O Conselho Provincial de Auscultação e Concertação ARTIgO 27.°


(gabinete­de­Inspecção)
Social é presidido pelo governador Provincial e integra os
seguintes membros:
O gabinete de Inspecção é o serviço de apoio técnico ao
qual cabe realizar actividades de inspecção aos serviços da
a) Vice-governadores;
Administração Local do Estado.
b) Delegados e Directores Provinciais;
c) Administradores Municipais; ARTIgO 28.°
d) representantes provincial dos Partidos Políticos e (gabinete­de­estudos­e­Planeamento)
de Coligações de Partidos Políticos com assento
na Assembleia Nacional; 1. O gabinete de Estudos e Planeamento é o serviço de
e) representantes das Autoridades Tradicionais; assessoria multidisciplinar, com funções de elaboração de
f) representantes das Associações Sindicais; estudos e análise de matérias compreendidas nas atribuições
g) representantes do Sector Empresarial Público e do governo Provincial, bem como elaborar a consolidação
Privado; do Orçamento da Província, a incluir no Orçamento geral do
h) representantes das Associações de Camponeses; Estado, orientar, coordenar e controlar as actividades de
i) representantes das Igrejas reconhecidas por lei; planeamento da respectiva área territorial, acompanhar e con-
j) representantes de organizações não governamen- trolar a execução dos planos provinciais e zelar pela
tais; consecução das respectivas metas.
k) representantes das Associações Profissionais;
l) representante do Conselho Provincial da Juventude. 2. O gabinete de Estudos e Planeamento, no desenvol-
vimento da sua actividade, deve ser apoiado técnica e
4. Sempre que se julgue necessário o governador Provin- metodologicamente pelo órgão central responsável na área
cial pode convidar outras entidades não contempladas no do planeamento.
n.° 3 do presente artigo.
ARTIgO 29.°
(Regulamento­e­equiparação)
5. Os representantes previstos nas alíneas e) a l) do n.° 3
do presente artigo participam até ao limite de três membros
1. As competências dos serviços de apoio técnico são
por cada entidade representada.
definidas por regulamento interno aprovado por despacho do
6. As competências, a organização e o funcionamento do governador Provincial.
Conselho Provincial de Auscultação e Concertação Social
são definidas por regulamento interno aprovado por resolu- 2. A Secretaria do governo Provincial é dirigida por um
ção do governo Provincial. Secretário do governo Provincial equiparado a Director
Provincial.
7. O Conselho Provincial de Auscultação e Concertação
Social reúne de quatro em quatro meses em sessão ordinária 3. Os gabinetes Jurídico, de Inspecção e de Estudos e
e, extraordinariamente, sempre que o governador Provincial Planeamento são dirigidos por Directores de gabinetes, equi-
o convoque. parados a Director Provincial.

SECÇÃO II SECÇÃO III


Serviços­de­Apoio­Técnico Serviços­de­Apoio­Instrumental

ARTIgO 25.° ARTIgO 30.°


(Secretaria­do­governo­Provincial) (gabinetes­do­governador­e­Vice-governadores)

A Secretaria do governo Provincial é o serviço que se A composição e o regime jurídico do pessoal dos gabi-
ocupa da generalidade das questões administrativas, da netes do governador e dos Vice-governadores são estabele-
gestão do pessoal, do património, do orçamento, das relações cidos por diploma próprio.
públicas e dos transportes.
ARTIgO 31.°
(centro­de­documentação­e­Informação)
ARTIgO 26.°
(gabinete­Jurídico)
1. O Centro de Documentação e Informação é o serviço
O gabinete Jurídico é o serviço de apoio técnico ao qual que assegura o apoio nos domínios da documentação em
cabe realizar a actividade de assessoria jurídico-legal e de geral e, em especial, da selecção, da elaboração e da difusão
estudos técnico-jurídicos. de informações.
I SÉRIE — N.º 142 — DE 29 DE JULHO DE 2010 1579

2. As competências do Centro de Documentação e a estratégia ou os planos de desenvolvimento local, o grau


Informação são definidas por regulamento interno aprovado ou áreas de desenvolvimento prioritário, tecnologia ou
por despacho do governador Provincial. recursos a utilizar, desenvolvimento demográfico, e racio-
nalidade orgânico-funcional e de recursos organizacionais.
3. O Centro de Documentação e Informação é dirigido
por um chefe, com a categoria de Chefe de Departamento 2. As funções administrativas de natureza idêntica ou
Provincial. logicamente relacionadas devem ser agregadas numa mesma
unidade organizacional, evitando-se a excessiva segmentação
SECÇÃO IV
Serviços­desconcentrados­do­governo­Provincial
vertical e horizontal de estruturas.

ARTIgO 32.° 3. Sem prejuízo do previsto nos números anteriores as


(direcção­Provincial) relações com os organismos estatais respeitam o princípio da
celeridade e desburocratização.
A Direcção Provincial é o serviço desconcentrado do
governo Provincial, incumbido de assegurar a execução das
4. Os estatutos dos governos Provinciais são aprovados
suas competências específicas.
pelo titular do poder Executivo no âmbito do seu poder
ARTIgO 33.°
regulamentar.
(direcção­e­provimento)
SECÇÃO V
1. A Direcção Provincial é dirigida por um Director Serviços­desconcentrados­da­Administração­central
Provincial, nomeado por despacho do governador Provin-
cial, ouvido o Ministro da especialidade. ARTIgO 38.°
(delegação­Provincial)
2. O parecer do Ministro da especialidade é emitido no
prazo de 15 dias contados da data da notificação pelo 1. A Delegação Provincial é o serviço desconcentrado do
governador Provincial. sector de especialidade da Administração Central que, na
Província, executa as suas competências.
ARTIgO 34.°
(dependência)
2. A nível local as tarefas executivas dos Ministérios do
l. A Direcção Provincial depende orgânica, administrativa Interior, das Finanças e da Justiça são representadas por
e funcionalmente do governo Provincial. Delegações Provinciais, que não integram a orgânica dos
serviços dos governos Provinciais.
2. As áreas de especialidade da Administração Central
prestam apoio metodológico e técnico às Direcções Provin- ARTIgO 39.°
ciais, através do respectivo governador Provincial. (direcção)

ARTIgO 35.°
(Regulamento) 1. A Delegação Provincial é dirigida por um Delegado
Provincial.
A Direcção Provincial rege-se por regulamento interno
aprovado por despacho do governador Provincial. 2. O Delegado Provincial é nomeado por despacho do
Ministro da especialidade, ouvido o governador Provincial.
ARTIgO 36.°
(estrutura)
ARTIgO 40.°

As Direcções Provinciais estruturam-se em: (Subordinação)

a) Departamentos; 1. A Delegação Provincial está sujeita à dupla subor-


b) Secções, quando necessárias. dinação e depende orgânica, administrativa e metodologica-
mente do órgão central de especialidade e funcionalmente do
ARTIgO 37.°
(critérios­de­estruturação)
governo Provincial.

1. A organização e a segmentação interna dos órgãos da 2. A estruturação das Delegações Provinciais é estabe-
Administração Local do Estado podem estar sujeitas a lecida em diploma próprio, aprovado pelo órgão central de
modelos diferenciados, tendo em conta a especificidade local, especialidade.
1580 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIgO 41.° d) garantir a execução do Programa de Desenvol-


(Regulamento)
vimento Municipal e dos Planos anuais de activi-
dades da Administração Municipal e submeter os
A Delegação Provincial rege-se por regulamento interno
respectivos relatórios de execução ao governo
aprovado por despacho do Ministro da especialidade.
Provincial, para efeitos de monitorização e ava-
SECÇÃO VI
liação;
Institutos­e­empresas­Públicas­de­Âmbito­Provincial e) elaborar a proposta de Orçamento da Administração
Municipal, nos termos da legislação competente
ARTIgO 42.° e remetê-la ao governo Provincial com vista a
(Superintendência)
sua integração no Orçamento geral do Estado;
f) administrar e conservar o património da Adminis-
O governo Provincial exerce a superintendência sobre os
tração Municipal;
institutos e empresas públicas de âmbito provincial.
g) promover e apoiar as empresas e as actividades
económicas que fomentem o desenvolvimento
TÍTULO III
económico e social do Município.
Administração­municipal

2. No domínio do desenvolvimento urbano e do ordena-


CAPÍTULO I
Natureza,­Atribuições­e­competência­da­Administração mento do território:
municipal
a) elaborar o projecto de Plano Municipal de ordena-
ARTIgO 43.° mento do território e submetê-lo ao governo
(Natureza)
Provincial, para aprovação;
1. A Administração Municipal é o órgão desconcentrado b) organizar os transportes urbanos e suburbanos,
da Administração do Estado na Província, que visa assegurar inter-municipais e inter-comunais de passageiros
a realização de funções executivas do Estado no Município. e cargas;
c) promover o ordenamento e a sinalização do trânsito
2. Na execução das suas competências a Administração e estacionamento de veículos automóveis nos
Municipal responde perante o governo Provincial. aglomerados populacionais;
d) promover a iluminação, a sinalização rodoviária, a
ARTIgO 44.° toponímia e os cadastros;
(Atribuições)
e) apreciar, analisar e decidir sobre os projectos de
construção unifamiliar e outros de pequena
À Administração Municipal cabe promover e orientar o
dimensão;
desenvolvimento económico e social e assegurar a prestação
f) licenciar terras para diversos fins, nos termos da lei,
de serviços públicos da respectiva área geográfica de
jurisdisção. bem como dinamizar, acompanhar e apoiar a
ARTIgO 45.° auto-construção dirigida;
(competência) g) autorizar a concessão de terrenos até mil metros
quadrados, bem como observar e fiscalizar o
Compete à Administração Municipal:
cumprimento do disposto na Lei de Terras e seus
regulamentos.
1. No domínio do planeamento e do orçamento:

3. No domínio do apoio ao desenvolvimento económico


a) elaborar a proposta de Orçamento Municipal na
e social:
plataforma informática do Sistema Integrado de
gestão Financeira do Estado, nos termos da lei;
a) estimular o aumento da produção e da produti-
b) elaborar a proposta de Programa de Desenvol-
vidade nas empresas de produção de bens e de
vimento Municipal e remetê-lo ao governo
Provincial, para aprovação e integração no plano prestação de serviços no Município;
de desenvolvimento Provincial; b) promover e organizar feiras municipais;
c) supervisionar e coordenar a arrecadação de recursos c) desenvolver programas de integração comunitária
financeiros provenientes dos impostos, das de combate à pobreza;
taxas e de outras receitas devidas ao Estado, nos d) licenciar, regulamentar e fiscalizar a actividade
termos da lei; comercial retalhista e de vendedores ambulantes;
I SÉRIE — N.º 142 — DE 29 DE JULHO DE 2010 1581

e) assegurar a assistência e a reinserção social, educa- 6. No domínio do saneamento e do equipamento rural e


cional e sanitária, contribuindo para a melhoria urbano:
das condições de vida da população;
f) preservar os edifícios, monumentos e sítios classifi- a) garantir a recolha e o tratamento do lixo, bem como
cados como património histórico nacional e os o embelezamento dos núcleos populacionais;
locais históricos situados no território do muni- b) assegurar a gestão, a limpeza e a manutenção de
cípio; praias e zonas balneares;
g) assegurar o desenvolvimento da cultura, do despor- c) assegurar o estabelecimento e a gestão dos sistemas
to e das artes, incentivando o movimento artís- de drenagem pluvial;
tico-cultural a todos os níveis, contribuindo para d) promover a construção, a reparação e a manutenção
o surgimento de novos agentes de promoção de e gestão de mercados, de feiras e de outros
espectáculos e divertimentos públicos; serviços municipais;
h) promover a criação de casas de cultura e de biblio- e) fomentar a criação, conservação, ampliação, manu-
tecas municipais e comunais, bem como garantir tenção e cultura de parques, jardins, zonas verdes,
o seu apetrechamento em material bibliográfico; de recreio e a defesa do património arquitectó-
i) assegurar a manutenção, a distribuição e a gestão da nico;
água e da electricidade na sua área de jurisdição, f) assegurar o estabelecimento, a manutenção e a ges-
podendo criar-se, para o efeito, empresas locais; tão de cemitérios municipais.
j) garantir as condições organizativas, materiais e
financeiras para a promoção do ensino primário 7. No domínio da coordenação institucional:
obrigatório e gratuito;
k) promover a construção e a manutenção de escolas a) assegurar a orientação, o acompanhamento e a
primárias, bem como garantir o seu pessoal monitoria das Administrações Comunais e
docente e administrativo, apetrechamento em superintender nos institutos públicos e empresas
mobiliário, material didáctico e manuais esco- públicas de âmbito local, com sede no município;
lares, nos termos da lei. b) assegurar, em coordenação com os órgãos compe-
tentes, a realização do registo eleitoral e demais
4. No domínio de agricultura e do desenvolvimento rural: operações legais inerentes às eleições gerais e
autárquicas;
a) superintender as estações de desenvolvimento c) realizar, em coordenação com os órgãos compe-
agrário; tentes, o recenseamento militar dos cidadãos com
b) fomentar a produção agrícola e pecuária; 18 anos de idade, residentes na sua área de juris-
c) assegurar a aquisição e a distribuição de insumos dição;
agrícolas e assistência aos agricultores e cria- d) realizar, em coordenação com os órgãos compe-
tentes, o registo dos reservistas moradores na sua
dores;
área de jurisdição;
d) promover e licenciar unidades agro-pecuárias e
e) realizar o registo da técnica auto de transporte e da
artesanal ou industrial, designadamente aviários,
técnica especial adstrita às empresas localizadas
pocilgas, granjas, carpintarias, marcenarias, ser-
na sua área de jurisdição, de acordo com o que,
ralharias, oficinas de reparações, de canaliza-
para o efeito, seja legislado;
ções e de electricidade.
f) acompanhar a realização do registo civil dos
cidadãos da respectiva área de jurisdição sob
5. No domínio da ordem interna e da polícia:
supervisão dos serviços competentes do Minis-
tério da Justiça, enquanto não houver conser-
a) assegurar a protecção dos cidadãos nacionais e
vatórias ou postos de registo.
estrangeiros, bem como a propriedade pública e
privada; ARTIgO 46.°
b) tomar medidas de protecção ao consumidor, bem (Forma­dos­actos­da­Administração­municipal)
como de combate à especulação e ao açambar-
camento; No exercício das suas funções, a Administração Muni-
c) aplicar as disposições contidas na legislação sobre cipal emite resoluções e posturas que são publicadas na
as transgressões administrativas. II série do Diário­da­República.
1582 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIgO 47.° ARTIgO 50.°


(Audiência­prévia) (Provimento)

A Administração Municipal deve ser ouvida, previa- 1. O Administrador Municipal é nomeado por despacho
mente, pelo governo Provincial, sempre que este pretenda do governador Provincial, após consulta prévia ao titular do
adoptar medidas de política, com incidência local. órgão da Administração Central que responde pela Adminis-
tração do Território.
ARTIgO 48.°
(composição­e­reunião) 2. Diploma próprio regula o regime de provimento do
cargo de Administrador Municipal.
1. A Administração Municipal é presidida pelo Adminis-
trador Municipal e integra o Administrador Municipal- 3. Os Administradores Municipais a serem nomeados
-Adjunto e os chefes de Repartição. devem possuir formação superior ou outra específica adqui-
rida no Instituto de Formação da Administração Local ou
2. A Administração Municipal reúne-se, mensalmente, em instituição similar.
sessão ordinária e, extraordinariamente, sempre que convo-
ARTIgO 51.°
cada pelo Administrador Municipal.
(Posse­e­cessação­de­funções)

3. Os Administradores Comunais podem participar nas 1. O Administrador Municipal e o Administrador Muni-


sessões da Administração Municipal, a convite do Adminis- cipal-Adjunto iniciam as suas funções com a tomada de posse
trador Municipal. perante o governador Provincial, nos termos da lei.

4. O Administrador Municipal pode, quando julgue 2. Os restantes membros da Administração Municipal


necessário, convidar pessoas singulares ou colectivas, a iniciam as suas funções com a tomada de posse perante o
participar das sessões da Administração Municipal. Administrador Municipal.

CAPÍTULO II 3. As funções dos membros da Administração Municipal


Administrador­municipal­e­Administrador­municipal-
cessam com a morte ou exoneração.
-Adjunto

ARTIgO 52.°
SECÇÃO I
(competência)
Administrador­municipal

Ao Administrador Municipal compete:


ARTIgO 49.°
(definição)
a) garantir o cumprimento da Constituição e demais
diplomas legais;
1. O Administrador Municipal é o representante do
b) dirigir, orientar e controlar a actividade dos chefes
governo Provincial no Município, a quem incumbe dirigir a
de Repartição e de Secção Municipais e dos
Administração Municipal, assegurar o normal funcionamento
Administradores Comunais;
dos órgãos da Administração Local, respondendo pela sua
actividade perante o governador Provincial. c) informar, regularmente, ao governador Provincial
sobre a realização de tarefas e modo de funcio-
2. O Administrador Municipal é coadjuvado por um namento da Administração Municipal;
Administrador Municipal-Adjunto. d) decidir sobre questões de recursos humanos da
Administração Municipal, nomear, empossar e
3. O Administrador Municipal pode delegar poderes ao exonerar os titulares de cargos de chefia dos
Administrador Municipal-Adjunto, para acompanhar, tratar e diferentes serviços sob sua dependência;
decidir assuntos relativos à actividade e ao funcionamento e) convocar as reuniões da Administração Municipal
das áreas que lhe sejam incumbidas. e do Conselho Municipal de Auscultação e Con-
certação Social e propor a respectiva ordem de
4. Sempre que, por razões de interesse público, das trabalhos;
Administrações Municipais o justifiquem, o Administrador f) auscultar e coordenar, com as autoridades tradi-
Municipal pode ser coadjuvado por até dois Administradores cionais, a realização das acções administrativas
Municipais-Adjuntos. junto das populações;
I SÉRIE — N.º 142 — DE 29 DE JULHO DE 2010 1583

g) cumprir e fazer cumprir as normas que regulam ARTIgO 55.°

questões ligadas ao trânsito, ao saneamento (competências­do­Administrador­municipal-Adjunto)

básico, à electricidade e estética do traçado geral


1. Compete ao Administrador Municipal-Adjunto:
e o rigor dos alinhamentos;
h) aprovar os projectos de construção particular e a) coordenar o sector económico, social e produtivo;
fiscalizar a sua execução; b) propor, ao Administrador Municipal, medidas que
i) aplicar multas, depois do levantamento do respec- visem melhorar o desempenho da Administração
tivo auto, nos termos dos regulamentos adminis- Municipal;
trativos; c) substituir o Administrador Municipal nas suas
j) prestar, a todas as autoridades e serviços públicos, o ausências ou impedimentos;
apoio de que necessitam para o desempenho das d) exercer outras funções que lhe sejam, superior-
suas funções; mente, determinadas.
k) exercer o controlo sobre o uso das licenças passadas
a comerciantes, a industriais e outros, cuja 2. Os actos administrativos do Administrador Municipal-
actividade se justifique; -Adjunto, sendo delegados, são executórios e definitivos e
l) realizar acções que impeçam a destruição da flora e tomam a forma de despachos.
da fauna e que contribuam para a defesa e
3. Os actos administrativos a que se refere o número
preservação do ambiente;
anterior tomam a forma de ordens de serviço, quando se
m) conceder terrenos nos cemitérios municipais para
tratem de instruções genéricas.
jazigos e sepulturas e velar pela conservação dos
mesmos; CAPÍTULO III
n) dinamizar a distribuição de água e de electricidade, Organização­em­geral
nas áreas sob sua jurisdição;
o) emitir alvarás de trasladação de restos mortais; ARTIgO 56.°
p) exercer outras funções que lhe sejam superior- (estrutura­orgânica)
mente determinadas.
A estrutura orgânica do Município, para efeitos de
ARTIgO 53.°
(Forma­dos­actos­do­Administrador­municipal) Administração Municipal Local do Estado, compreende os
seguintes órgãos e serviços:
Os actos administrativos do Administrador Municipal,
quando executórios, tomam a forma de despachos, que são 1. Órgão executivo:
publicados na II Série do Diário­da­República e quando sejam
instruções genéricas tomam a forma de ordens de serviço. a) Administração Municipal.

SECÇÃO II 2. Órgão de apoio consultivo:


Administrador­municipal-Adjunto
a) Conselho Municipal de Auscultação e Concertação
ARTIgO 54.° Social.
(Provimento)

3. Serviços de apoio técnico:


1. O Administrador Municipal-Adjunto é nomeado por
despacho do governador Provincial, ouvido o Administrador
a) Secretaria da Administração Municipal;
Municipal.
b) Repartição de Estudos e Planeamento;
2. O regime jurídico do provimento do cargo de Adminis- c) Repartição Jurídica e do Contencioso Adminis-
trador Municipal-Adjunto é regulado por diploma próprio. trativo.

3. Os Administradores Municipais-Adjuntos a serem 4. Serviços de apoio instrumental:


nomeados devem possuir formação superior ou outra
específica adquirida no Instituto de Formação da Adminis- a) gabinete do Administrador Municipal;
tração Local ou instituição similar. b) gabinete do Administrador Municipal-Adjunto.
1584 DIÁRIO DA REPÚBLICA

5. Serviços desconcentrados da Administração Muni- 6. As competências, a organização e o funcionamento do


cipal: Conselho Municipal de Auscultação e Concertação Social
são definidos por regulamento interno, aprovado por reso-
a) Repartições Municipais. lução da Administração Municipal.

CAPÍTULO IV 7. O Conselho Municipal de Auscultação e Concertação


Organização­em­especial Social reúne de quatro em quatro meses, em sessão ordinária
e, extraordinariamente, sempre que o Administrador Muni-
SECÇÃO I cipal o convoque.
Órgão­de­Apoio­consultivo
SECÇÃO II
Serviços­de­Apoio­Técnico
ARTIgO 57.°
(conselho­municipal­de­Auscultação­e­concertação­Social)
ARTIgO 58.°
(Secretaria­da­Administração­municipal)
1. O Conselho Municipal de Auscultação e Concertação
Social tem por objectivo apoiar a Administração Municipal A Secretaria da Administração Municipal é o serviço que
na apreciação e na tomada de medidas de natureza política, se ocupa da generalidade das questões administrativas, da
económica e social, no território do respectivo Município. gestão do pessoal, do património, do orçamento e das
relações públicas e transportes.
2. Para efeitos de aplicação do disposto no n.° 1 do pre-
sente artigo, o Conselho Municipal de Auscultação e Concer- ARTIgO 59.°
tação Social é ouvido antes da aprovação do Programa de (Repartição­de­estudos­e­Planeamento)
Desenvolvimento Municipal, do plano de actividades e do
relatório de execução dos referidos instrumentos. A Repartição de Estudos e Planeamento é o serviço de
assessoria multidisciplinar, com funções de elaborar estudos
3. O Conselho Municipal de Auscultação e Concertação e análises sobre matérias compreendidas nas atribuições da
Social é presidido pelo Administrador Municipal e integra os Administração Municipal, planificar, programar e coordenar
seguintes membros: a realização de actividades globais do Município.

ARTIgO 60.°
a) Administrador Municipal-Adjunto;
(Repartição­Jurídica­e­do­contencioso­Administrativo)
b) Administradores Comunais;
c) Chefes de Repartições Municipais; A Repartição Jurídica e do Contencioso Administrativo é
d) representantes municipal dos Partidos Políticos e o serviço de apoio técnico à Administração Municipal, ao
de Coligações de Partidos Políticos com assento qual cabe realizar a actividade de assessoria e de estudos
na Assembleia Nacional; técnico-jurídicos.
ARTIgO 61.°
e) representantes das Autoridades Tradicionais. (Regulamentação­e­equiparação)
f) representantes do Sector Empresarial Público e
Privado; 1. As competências dos serviços de apoio técnico são
definidas por regulamento interno, aprovado por despacho
g) representantes das Associações de Camponeses;
do Administrador Municipal.
h) representantes das Igrejas reconhecidas por lei;
i) representantes das organizações não governa- 2. Os serviços a que se refere o número anterior são
mentais; dirigidos por Chefes de Repartição.
j) representantes das Associações Profissionais;
k) representante do Conselho Municipal da Juventude; SECÇÃO III
Serviços­de­Apoio­Instrumental
4. Os representantes das alíneas e) a k) do número anterior
participam até ao limite de três membros por cada entidade ARTIgO 62.°
representada. (gabinete­do­Administrador­municipal­e­do­Adjunto)

5. O Administrador Municipal pode convidar, sempre que A composição e o regime jurídico do pessoal do gabinete
achar conveniente, outras entidades não contempladas no do Administrador Municipal e do respectivo Adjunto são
n.° 3 do presente artigo. estabelecidos por diploma próprio.
I SÉRIE — N.º 142 — DE 29 DE JULHO DE 2010 1585

SECÇÃO IV 4. A orgânica das Administrações Municipais é aprovada


Serviços­desconcentrados­da­Administração­municipal pelo governo Provincial, depois de obtido o parecer das
Direcções que superintendem, a nível Provincial, as funções
ARTIgO 63.°
cometidas às Repartições Municipais.
(Repartição­municipal)

TÍTULO IV
A Repartição Municipal é o serviço desconcentrado da Administração­comunal
Administração Municipal incumbido de assegurar a execução
das suas competências específicas. CAPÍTULO I
Natureza,­Atribuições­e­competências­da­Adminis-
ARTIgO 64.°
tração­comunal
(direcção)

ARTIgO 69.°
A Repartição Municipal é dirigida por um chefe de (Natureza)
Repartição, nomeado por despacho do governador Provin-
cial, sem prejuízo do disposto no artigo 38.° da presente lei. 1. A Administração Comunal é o órgão desconcentrado
da Administração do Estado no Município que visa assegurar
ARTIgO 65.° a realização das funções do Estado na Comuna ou entes
(dependência) territoriais equivalentes.

A Repartição Municipal depende orgânica, administrativa 2. Na execução das suas competências a Administração
e funcionalmente da Administração Municipal. Comunal responde perante a Administração Municipal.

ARTIgO 66.° ARTIgO 70.°


(Atribuições)
(Regulamento)

À Administração Comunal cabe orientar o desenvol-


A Repartição Municipal rege-se por regulamento interno, vimento económico e social e assegurar a prestação dos
aprovado por despacho do Administrador Municipal. serviços públicos da respectiva área geográfica.

ARTIgO 67.° ARTIgO 71.°


(estrutura) (competência)

A Repartição Municipal estrutura-se em secções. Compete à Administração Comunal:

1. No domínio do planeamento e do orçamento:


ARTIgO 68.°
(critérios­de­estruturação)
a) elaborar a proposta do orçamento da Administração
1. A organização e a segmentação interna dos órgãos da Comunal, nos termos da legislação competente e
Administração Municipal podem estar sujeitas a modelos remetê-la à Administração Municipal, com vista
diferenciados, tendo em conta a especificidade local, as a sua integração no Orçamento geral do Estado;
estratégias ou os planos de desenvolvimento local, o grau ou b) supervisionar a arrecadação de recursos financeiros
áreas de desenvolvimento prioritário, a tecnologia ou os provenientes dos impostos e outras receitas
recursos a utilizar, o desenvolvimento demográfico e a devidas ao Estado, nos termos da legislação em
racionalidade orgânico-funcional e de recursos organiza- vigor.
cionais.
2. No domínio do saneamento e do equipamento rural e
urbano:
2. As funções administrativas de natureza idêntica ou
logicamente relacionadas devem ser agregadas numa unidade a) promover a construção, a manutenção e o controlo
organizacional, evitando-se a excessiva segmentação vertical dos mercados;
e horizontal de estrutura. b)gerir, conservar e promover a limpeza dos balneá-
rios, lavatórios e sanitários públicos;
3. A existência de modelos diferenciados de organização c) construir, conservar e promover a limpeza de cemi-
e de segmentação interna de estruturas a que se refere o térios;
n.° 1 do presente artigo não deve prejudicar a boa adminis- d) conservar e promover a reparação de chafarizes e
tração nem a coordenação de funções comuns. fontenários;
1586 DIÁRIO DA REPÚBLICA

e) gerir e manter parques infantis públicos; CAPÍTULO II


f) controlar, acompanhar e apoiar a auto-construção Administrador­comunal­e­Administrador
dirigida; comunal-Adjunto
g) promover a abertura de caminhos vicinais.
SECÇÃO I
Administrador­comunal
3. No domínio do desenvolvimento social e cultural:
ARTIgO 73.°
a) promover campanhas de educação cívica junto das (definição)
populações;
1. O Administrador Comunal é o representante da
b) dinamizar o desenvolvimento da cultura, estimu-
Administração Municipal na Comuna, a quem incumbe diri-
lando a divulgação das manifestações culturais
gir a Administração Comunal, assegurar o normal funciona-
das populações;
mento dos órgãos da Administração Local do Estado,
c) preservar os edifícios, os monumentos e os sítios
respondendo pela sua actividade perante o Administrador
classificados como património histórico nacional
Municipal.
e local.

2. O Administrador Comunal deve ser coadjuvado por um


4. No domínio da coordenação institucional:
Administrador Comunal-Adjunto.
a) acompanhar e apoiar permanentemente o trabalho
3. O Administrador Comunal pode delegar poderes ao
de organização e o funcionamento das localida-
Administrador Comunal-Adjunto, para acompanhar, tratar e
des da Comuna e das Autoridades Tradicionais;
decidir assuntos relativos à actividade e ao funcionamento
b) realizar o registo civil dos cidadãos da respectiva
das áreas que lhe sejam incumbidas.
área de jurisdição;
c) realizar o recenseamento militar dos cidadãos com ARTIgO 74.°
18 anos de idade, residentes na sua área de juris- (Provimento)
dição;
d) realizar o registo dos reservistas moradores na sua 1. O Administrador Comunal é nomeado e exonerado por
área de jurisdição; despacho do governador Provincial, sob proposta do
e) realizar o registo da técnica auto de transporte e da Administrador Municipal.
técnica especial adstrita às empresas localizadas
na sua área de jurisdição, de acordo com o que 2. O Administrador Comunal-Adjunto é nomeado e exo-
para o efeito seja legislado; nerado por despacho do governador Provincial sob proposta
f) assegurar, em coordenação com os órgãos compe- do Administrador Municipal.
tentes, a realização do registo eleitoral e demais
3. Diploma próprio regula o regime jurídico de provi-
operações legais inerentes às eleições gerais e
mento dos cargos de Administrador Comunal e de Adminis-
autárquicas.
trador Comunal-Adjunto.
5. No exercício das suas funções a Administração Comu-
4. Os Administradores Comunais e Adjuntos a serem
nal emite resoluções e posturas.
nomeados devem possuir formação média e outra específica
ARTIgO 72.° do Instituto de Formação da Administração Local ou ins-
(composição­e­reunião) tituição similar.

ARTIgO 75.°
1. A Administração Comunal é presidida pelo Adminis- (Posse­e­cessação­de­funções)
trador Comunal e integra o Administrador Comunal-Adjunto
e os Chefes de Secção. 1. O Administrador Comunal e o Administrador Comu-
nal- Adjunto iniciam as suas funções com a tomada de posse
2. A Administração Comunal reúne-se, ordinariamente, perante o governador Provincial.
uma vez por mês e, extraordinariamente, sempre que convo-
cada pelo Administrador Comunal. 2. Os restantes membros da Administração Comunal
tomam posse perante o Administrador Comunal.
3. O Administrador Comunal pode, quando julgue
necessário, convidar pessoas singulares ou colectivas para 3. As funções dos membros da Administração Comunal
participarem em sessões da Administração Comunal. cessam com a morte ou com a exoneração.
I SÉRIE — N.º 142 — DE 29 DE JULHO DE 2010 1587

ARTIgO 76.° a) substituir o Administrador Comunal, nas suas


(competência)
ausências e impedimentos;
b) exercer outras funções que lhe sejam superiormente
1. Ao Administrador Comunal compete:
determinadas.

a) garantir o cumprimento da Constituição e das


2. Os actos administrativos do Administrador Comunal-
demais disposições legais;
-Adjunto, sendo delegados, são executórios e definitivos e
b) dirigir a Administração Comunal e assegurar o tomam a forma de despachos.
cumprimento das suas deliberações;
c) informar, regularmente, ao Administrador Muni- 3. Os actos administrativos a que se refere o número
cipal sobre a realização de tarefas e sobre o modo anterior tomam a forma de ordens de serviço quando se
de funcionamento da Administração Comunal; tratem de instruções genéricas.
d) decidir sobre questões dos recursos humanos da
Administração Comunal, nomear, empossar e CAPÍTULO III
exonerar os titulares de cargos de chefia dos Organização­em­geral
diferentes serviços sob a sua dependência;
e) convocar e presidir às reuniões da Administração ARTIgO 78.°
(estrutura­Orgânica)
Comunal e do Conselho Comunal de Ausculta-
ção e Concertação Social e propor as respectivas
A Administração Comunal compreende os seguintes
agendas de trabalho;
órgãos e serviços de apoio consultivo, executivo e instru-
f) auscultar e coordenar, com as autoridades tradicio-
mental:
nais, a realização das acções comunitárias junto
das populações;
a) Conselho Comunal de Auscultação e Concertação
g) aplicar multas por transgressões administrativas;
Social;
h) exercer a fiscalização e o controlo sobre o uso das b) Secretaria da Administração;
concessões de licença, emitidas a comerciantes, c) gabinetes do Administrador Comunal e do Admi-
agricultores, industriais e similares, na sua área nistrador Comunal-Adjunto;
de jurisdição; d) Secções Comunais.
i) realizar acções que impeçam a destruição da flora
e fauna e que contribuam para a defesa e preser- CAPÍTULO IV
vação do ambiente; Organização­em­especial
j) promover a abertura e a conservação de caminhos
vicinais; SECÇÃO I
Órgão­de­Apoio­consultivo
k) conceder terrenos nos cemitérios, para jazigos e
sepulturas e assegurar a sua conservação; ARTIgO 79.°
l) organizar e controlar os mercados comunais; (conselho­comunal­de­Auscultação­e­concertação­Social)
m) promover a captação, o tratamento, o transporte e
a distribuição de água potável e de electricidade 1. O Conselho Comunal de Auscultação e Concertação
da Comuna; Social tem por objectivo apoiar a Administração Comunal na
n) exercer outras funções que lhe sejam superiormente apreciação e na tomada de medidas de natureza política,
determinadas. económica e social, no território da respectiva Comuna.

2. Os actos administrativos do Administrador Comunal, 2. Para efeitos de aplicação do disposto no n.° 1 do


quando executórios, tomam a forma de despachos e quando presente artigo o Conselho Comunal de Auscultação e
sejam instruções genéricas tomam a forma de ordens de Concertação Social deve ser ouvido antes da aprovação do
serviço. plano de desenvolvimento comunal, do plano de actividades
e do relatório de execução dos referidos instrumentos.
SECÇÃO II
Administrador­comunal-Adjunto
3. O Conselho Comunal de Auscultação e Concertação
ARTIgO 77.°
Social é presidido pelo Administrador Comunal e integra os
(competência) seguintes membros:

1. Compete ao Administrador Comunal-Adjunto: a) Administrador Comunal-Adjunto;


1588 DIÁRIO DA REPÚBLICA

b) chefes de Secções; 2. A Secretaria da Administração Comunal, a Secção de


c) representantes das Autoridades Tradicionais; Assuntos Económicos, Sociais e Produtivos, a Secção de
d) representante comunal de Partidos Políticos e de Organização, Serviços Comunitários e Fiscalização são
Coligações de Partidos Políticos com assento na dirigidos por chefes de Secção.
Assembleia Nacional;
e) representantes do Sector Empresarial Público e Pri- TÍTULO V
disposições­Financeiras­Locais
vado;
f) representantes das Associações de Camponeses; ARTIgO 83.°
g) representantes das igrejas reconhecidas por lei; (Regime­financeiro)
h) representantes das organizações não governamen-
tais; O regime financeiro dos órgãos da Administração Local
i) representantes das Associações Profissionais. do Estado, no que concerne à programação, à gestão,
j) representante do Conselho Comunal da Juventude. execução e ao controlo interno do Orçamento do Estado, é o
constante da Lei do Orçamento geral do Estado, do diploma
que estabelece o Sistema Integrado de gestão Financeira do
4. Os representantes das alíneas e) a j) do número anterior
Estado, do Decreto Presidencial sobre as Regras de Execução
participam até ao limite de três membros por cada entidade
do Orçamento geral do Estado e respectiva regulamentação.
representada.
ARTIgO 84.°
5. Sempre que julgue necessário o Administrador (Orçamento­Provincial­e­municipal)
Comunal pode convidar outras entidades não contempladas
1. Os governos Provinciais e as Administrações Muni-
no n.° 3 do presente artigo.
cipais são unidades orçamentais.

6. Quanto às competências, à organização e ao funcio- 2. As dotações orçamentais para as Comunas são


namento, são aplicáveis as disposições do respectivo estabelecidas no orçamento das Administrações Municipais.
regulamento interno.
3. A Administração Municipal submete, aos órgãos locais
7. O Conselho Comunal de Auscultação e Concertação competentes, a proposta do orçamento Municipal nos prazos
Social reúne-se, ordinariamente, de dois em dois meses e, legalmente estabelecidos.
extraordinariamente, sempre que o Administrador Comunal
ARTIgO 85.°
o convoque. (Receitas­dos­órgãos­da­Administração­Local­do­estado)

SECÇÃO II
Serviços­de­Apoio­executivo­e­Instrumental 1. Constituem fontes de receitas dos órgãos da Adminis-
tração Local do Estado as transferências ou dotações
ARTIgO 80.° orçamentais provenientes do Orçamento geral do Estado,
(Secretaria­da­Administração­comunal) para as despesas correntes ou de capital, a realizar num
determinado exercício económico.
A Secretaria da Administração Comunal é o serviço que
se ocupa da generalidade das questões administrativas, da 2. As receitas referidas no número anterior são afectadas
gestão do pessoal, do património, do orçamento, dos trans- directamente, como fonte de financiamento do respectivo
portes e das relações públicas da Comuna. orçamento.
ARTIgO 86.°
ARTIgO 81.° (Taxas­de­circulação­e­fiscalização­de­trânsito)
(gabinetes­do­Administrador­comunal­e­do­Administrador­
comunal-Adjunto) Dos recursos financeiros provenientes da taxa de
circulação e fiscalização de trânsito apenas são afectados
A composição e o regime jurídico do pessoal dos 50%, já que os restantes 50% são atribuídos ao Fundo
gabinetes do Administrador Comunal e seu Adjunto são Rodoviário.
estabelecidos por diploma próprio. ARTIgO 87.°
(Recursos­financeiros­afectados­ao­município)
ARTIgO 82.°
(Regulamentação­e­equiparação) Os recursos financeiros afectados a cada Município
destinam-se a despesas de funcionamento e de manutenção
1. As competências dos serviços executivos e de apoio dos serviços administrativos e despesas com infra-estruturas
instrumental são definidas por regulamento interno aprovado sociais e económicas locais, constantes do orçamento apro-
pelo Administrador Comunal. vado.
I SÉRIE — N.º 142 — DE 29 DE JULHO DE 2010 1589

ARTIgO 88.° TÍTULO VI


(despesas­com­infra-estruturas­locais) disposições­Finais­e­Transitórias

ARTIgO 94.°
Para a execução das despesas com infra-estruturas locais
(categorias­de­municípios­e­comunas)
devem ser elaborados projectos de investimentos, a incluir
no Orçamento geral do Estado, respeitando os diplomas 1. A diferenciação dos Municípios é determinada em
legais sobre a matéria, em vigor. função do seu grau de desenvolvimento económico, social e
cultural.
ARTIgO 89.°
(mapa­mensal­das­receitas)
2. Diploma próprio estabelece os critérios de classificação
dos Municípios e Comunas.
As repartições fiscais devem elaborar e enviar à
ARTIgO 95.°
Delegação Provincial das Finanças, até ao dia cinco de cada (Parcerias­público-privadas­e­cooperação)
mês, o mapa mensal das receitas arrecadadas no Município
no mês anterior. 1. Os governos Provinciais e as Administrações
Municipais e Comunais podem promover a parceria público-
ARTIgO 90.°
-privada, incluindo as empresas públicas, cooperativas,
(Valor­consolidado­das­receitas­arrecadadas)
organizações não governamentais ou outras instituições
privadas sem fins lucrativos.
As Delegações Provinciais das Finanças devem, após a 2. Constituem finalidades essenciais das parcerias pú-
conciliação dos valores registados pelas repartições fiscais blico-privadas o acréscimo de eficiência na afectação dos
com os da conta bancária, comunicar ao governo Provincial recursos públicos e a melhoria quantitativa e qualitativa do
e à Direcção Nacional do Tesouro, até ao dia 10 do mês serviço, induzida por formas de controlo eficazes que per-
seguinte, o valor consolidado das receitas arrecadadas na mitam a sua avaliação por parte de potenciais utentes e do
Província. parceiro público.

ARTIgO 91.° 3. Para efeitos da presente lei, entende-se por parceria pú-
(despesas­dos­órgãos­da­Administração­Local­do­estado) blico-privada o contrato por via do qual as entidades privadas
se obrigam, de forma duradoura, perante um parceiro público
1. Constituem despesas orçamentais da Administração a assegurar o desenvolvimento de uma actividade tendente à
Local do Estado todas as despesas públicas consignadas nos satisfação de uma necessidade colectiva e em que o
orçamentos dos governos Provinciais e das Administrações financiamento e a responsabilidade pelo investimento e pela
Municipais. exploração incumbem, no todo ou em parte, ao parceiro
privado.
2. Para efeitos do disposto no número anterior as despesas
4. A parceria público-privada pode assumir, de entre ou-
provinciais e municipais observam o disposto na Lei do tras, as formas de contrato de concessão de obras públicas, de
Orçamento geral do Estado. contrato de concessão de serviço público, de contrato de
fornecimento contínuo, de contrato de prestação de serviço e
ARTIgO 92.° contrato de gestão.
(Investimentos­públicos­locais)
5. Legislação própria regulamenta os termos e as
Para efeitos do disposto no Regulamento sobre Inves- condições da parceria público-privada.
timentos Públicos a Administração Municipal, enquanto
ARTIgO 96.°
unidade orçamental, passa a integrar a orgânica do processo (contratos-programa­e­protocolos)
de investimentos públicos.
1. Podem ser estabelecidos contratos-programas e
ARTIgO 93.° protocolos através dos quais a Administração Central coloca
(controlo­de­execução­orçamental­local) à disposição dos órgãos da Administração Local do Estado
meios de financiamento público destinados à prossecução de
A execução e a fiscalização interna e externa do objectivos concretos que não possam ser satisfeitos no qua-
orçamento dos órgãos locais são feitas nos termos do Sistema dro do regime normal de financiamento das despesas de
Integrado de gestão Financeira do Estado. funcionamento das mesmas instituições.
1590 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Os contratos-programas e os protocolos devem prever ARTIgO 100.°


(criação­e­extinção­de­direcções­Provinciais,­Repartições­
o objecto, as obrigações reciprocamente assumidas pelas municipais­e­Secções­comunais)
partes, os recursos financeiros a transferir, a duração e os
mecanismos de acompanhamento e de controlo da aplicação A criação ou a extinção de Direcções Provinciais, das
dos financiamentos acordados. Repartições Municipais e das Secções Comunais processa-
-se nos termos da lei e de acordo com as condições de desen-
3. Os contratos-programas e os protocolos podem abran-
volvimento económico, social e cultural da Província, do
ger mais do que uma Província, Município ou Comuna e
Município e da Comuna, sob deliberação do governo Pro-
devem prever as formas de cooperação mútua.
vincial e das Administrações Municipais e Comunais, respec-
4. Compete ao órgão competente do Executivo fixar as tivamente.
ARTIgO 101.°
condições gerais a que deve obedecer a celebração dos con- (Autarquias­Locais)
tratos-programas e os protocolos.
À medida que sejam criadas as autarquias locais, estas
ARTIgO 97.° passam a exercer as atribuições correspondentes definidas
(estatutos­do­governo­Provincial­e­das­Administrações­
municipais­e­comunais) por lei, de acordo com os princípios do gradualismo e da tran-
sitoriedade.
1. Os Estatutos do governo Provincial e das Adminis- ARTIgO 102.°
trações Municipais e Comunais são aprovados pelo titular do (Regime­organizativo­e­administrativo­específico)
Poder Executivo, após o pronunciamento do órgão da Admi-
Sem prejuízo do disposto nos artigos 37.°, 68.° e 101.°
nistração Central que superintende a Administração do
da presente lei, pode ser fixado um regime organizativo,
Território.
administrativo e remuneratório específico para uma dada
2. O titular do Poder Executivo pode delegar, ao Minis- unidade territorial visando assegurar a prestação dos serviços
tro que superintende a Administração do Território, a compe- públicos essenciais e garantir uma adequada gestão da
tência referida no número anterior do presente artigo. correspondente circunscrição administrativa, regendo-se,
com as devidas adaptações, pelas disposições da presente lei.
ARTIgO 98.°
(estatutos­das­empresas­públicas­de­âmbito­local) ARTIgO 103.°
(Revogação­de­legislação)
1. Para efeitos da presente lei os estatutos das empresas
públicas de âmbito provincial e municipal são aprovados pelo A presente lei revoga o Decreto-Lei n.° 2/07, de 3 de
titular do Poder Executivo após o pronunciamento do órgão Janeiro.
da Administração Central da especialidade, do Ministério da ARTIgO 104.°
(dúvidas­e­omissões)
Finanças e do órgão da Administração Central que superin-
tende a Administração Local do Estado, sendo aplicável ao As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e da
processo de constituição das empresas em causa, com as aplicação da presente lei são resolvidas pela Assembleia
devidas adaptações, os critérios estabelecidos pela Lei das Nacional.
Empresas Públicas em vigor, enquanto não seja aprovado um
regime específico, em diploma próprio. ARTIgO 105.°
(entrada­em­vigor)
2. O regime de criação e de tutela das empresas públicas
de âmbito provincial e municipal é estabelecido por diploma A presente lei entra em vigor à data da sua publicação.
próprio.
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
3. O titular do Poder Executivo pode delegar, aos órgãos aos 22 de Junho de 2010.
da Administração Central que superintendem as empresas pú-
blicas e a Administração do Território, a competência referida O Presidente, em exercício, da Assembleia Nacional,
no n.° 1 do presente artigo. João­Manuel­Gonçalves­Lourenço.

ARTIgO 99.°
(Quadro­de­pessoal)
Promulgada, aos 12 de Julho de 2010.

O quadro de pessoal do governo Provincial e das Publique-se.


Administrações Municipais e Comunais é parte integrante
dos respectivos estatutos. O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.
O. E. 473— 7/142 — 1500 ex. — I. N.-E. P.— 2010

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