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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS

LICENCIATURA EM DIREITO

3º Ano Pós-Laboral

Cadeira: Direitos Reais

Trabalho do 3ºGrupo

Tema: Servidões Prediais

Discente:

Bendito Manuel

Betinho Gomes

Cleofa Oliveira

Clésia Tomás

Lichinga,

Setembro

2022
INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS

Licenciatura Em Direito

Discente:

Bendito Manuel

Betinho Gomes

Cleofa Oliveira

Clésia Tomás

Trabalho de cadeira de Direito


Reais, a ser submetido ao Docente
da cadeira, para efeitos de
avaliação.

Docente:

Simão Capinga

Lichinga,

Setembro

2022
Índice
1. Introdução....................................................................................................................................4
1.1.0. Objectivos:.............................................................................................................................4
1.1.1. Objectivo Geral:.....................................................................................................................4
1.1.2. Objectivos Especificos:.........................................................................................................4
1.1.3. Metodologia...........................................................................................................................4
2. Noção geral..................................................................................................................................5
2.1.0. Características........................................................................................................................6
2.1.1. Inseparabilidade.....................................................................................................................6
2.1.2. Indivisibilidade......................................................................................................................7
2.1.3. Modalidades das servidões....................................................................................................7
2.1.4. Modalidades...........................................................................................................................7
2.1.5. Servidões legais e servidões voluntarias................................................................................8
2.1.6. Servidões aparentes e servidões não aparentes......................................................................8
2.1.7. Servidões positivas, negativas e desvinculativas...................................................................9
2.1.8. Servidões legais de água........................................................................................................9
2.1.9. Servidão de aproveitamento de água...................................................................................10
2.2.1. Servidão de presa.................................................................................................................10
2.2.2. Servidão de aqueduto...........................................................................................................11
2.2.3. Servidão de escoamento......................................................................................................12
2.2.4. Constituição.........................................................................................................................12
2.2.5.Servidões legais....................................................................................................................12
2.2.6. Servidão voluntaria..............................................................................................................13
2.2.7. Extinção...............................................................................................................................14
2.2.8. Modos de extinção...............................................................................................................14
Conclusão......................................................................................................................................16
Bibliografia....................................................................................................................................17
1. Introdução
Neste presente trabalho abordaremos o tema das servidões prediais. A servidão predial é a
utilização de um prédio por outro, no caso, o prédio que se utiliza é o dominante e o prédio
utilizado é o serviente.

É real, visto sua origem ser de uma relação direta de dois imóveis – prédio a prédio, e não de
prédio a pessoa, como é o caso do usufruto.

Só quem possui imóvel pode constituir uma servidão, seja através de contrato, ato de última
vontade, sentença, destinação do proprietário e por usucapião, porém, sua existência só será
possível com o registro imobiliário.

São várias as classificações existentes, podendo ainda uma mesma servidão ser enquadrada em
mais de um tipo de classificação, como abaixo se demonstrará; juntamente com a constituição,
exercício e extinção das servidões.

Nele iremos analisar o seu conceito, a sua constituição, a sua característica e a forma de extinção
das servidões e outros componentes que estão associados a servidão.

1.1.0. Objectivos:
1.1.1. Objectivo Geral: Saber conceituar servidões prediais.

1.1.2. Objectivos Especificos:


 Falar a da sua constituição;
 Especificar as suas modalidades;
 Falar a sua extinção.

1.1.3. Metodologia
Elaboramos este trabalho como uma forma de melhor compreensão do tema e esperamos que
com a leitura do trabalho sejam capazes de entende o conteúdo da servidão e para realização do
trabalho foi utilizado com método as leituras bibliográficas, doutrinas com ajuda do uso da
internet.

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2. Noção geral
Uma definição possível de servidão predial é a seguinte: direitos que o titular de um direito real
sobre um certo prédio (dito prédio dominante) tem de utilizar um prédio alheio (dito prédio
serviente) para melhor aproveitamento do prédio dominante, mas a definição legal constante do
art. 1543 do CC, é bem diferente, este artigo define servidão predial pelo lado passivo, como um
encargo imposto num prédio (prédio serviente) em benefício exclusivo de outro prédio (prédio
dominante), pertencente a dono diferente.

O direito de servidão predial é um direito real de gozo sobre a coisa alheia, mediante o qual o
proprietário de um prédio tem a faculdade de se aproveitar de utilidades de prédio alheio em
benefício do aproveitamento das do primeiro.

Resulta daqui ser essencial ao conceito que o aproveitamento das utilidades do prédio serviente
se faça em função do prédio dominante, por intermédio dele, e para permitir um melhor ou mais
completo aproveitamento das desse prédio.

Traduzindo esta conceito por outras palavras, na servidão predial a afectação do prédio serviente
não pode ser feita em atenção à pessoa do titular do direito o prédio dominante, individualmente
considerado, mas como titular deste, para além disso, a fixação do conteúdo do direito de
servidão e das condições do seu exercícios é dominada por um critério que atende às exigências
objectivas do proveito dele emergente para o prédio dominante.

As servidões prediais são qualificáveis como direitos reais, impedindo o princípio da tipicidade a
atribuição desta natureza às servidões pessoais. Não fica, porem impedida a constituição de uma
servidão pessoal qua tale, isto é, com eficácia meramente obrigacional, como direito de crédito,
por assim o permitir o princípio da liberdade contratual dominante nesta matéria e com as
limitações este princípio comporte.

Como é evidente, se as partes pretendem atribuir eficácia erga omnes a uma mera servidão
pessoal, o acto constitutivo é nulo, nos termos do art. 1306.°, n.°1 do CC, mas convertível,
segundo o regime oportunamente exposto.

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Luís Fernandes, faz menção há um exemplo de C. Mota Pinto, no qual, se certa pessoa se obriga
perante outra a permitir-lhe a utilização do parque existente num prédio seu para os seus passeios
matinais, há uma servidão pessoal. Já há, porem, uma servidão predial, se a vinculação for
assumida perante o dono de um hotel existente em prédio vizinho, para recreio dos seus
hóspedes, facultando assim uma utilidade objectiva adicional na exploração do hotel.

Pra melhor esclarecer a que salientar que o direito predial respeita sempre a prédios rústicos ou
urbanos pertencentes a pessoas diferentes.

Isso não significa, que a servidão possa apenas ser atribuída ao titular de propriedade do prédio
dominante, o próprio legislador admite expressamente a aquisição de servidões activas pelo
usufrutuário art.1575 e pelo superficiário art. 1529 ambos do CC.

2.1.0. Características
As principais características das servidões são a inseparabilidade e a indivisibilidade, para
melhor entende-la vamos examinar cada uma dela.

2.1.1. Inseparabilidade
O art. 1545 do CC, determina que, “salvas as excepções previstas na lei, as servidões não podem
ser separadas dos prédios a que pertencem e que as afectação das utilidades próprias da servidão
a outros prédios importam sempre a constituição de uma de uma servidão nova e a extinção da
antiga.

A regra em causa é um corolário da própria ideia de servidão. Se o direito e o dever em que a


mesma consiste são atribuídos em função da titularidade dos prédios dominante e serviente, os
mesmos direito e dever são inseparáveis de tal titularidade, não por serem facticamentte
inseparáveis, mas por o serem juridicamente.

A referencia do art. 1545 do CC, a excepções previstas na lei, tem na sua base, principalmente, a
regra do art. 1568 do CC, segundo a qual os donos dos prédios (serviente ou dominantes) podem
exigir a mudança do local da servidão, se a mudança lhes for conveniente e não prejudicar os
interesses do dono do outro prédio.

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2.1.2. Indivisibilidade
Por força do art. 1546 do CC, se o prédio serviente for dividido, o titular não deve causar
alteração dos direitos e deveres em que a servidão consiste. No caso de divisão de um prédio
onerado com uma servidão de passagem por local determinado, a mesma ficará a onerado com
uma servidão de passagem por local determinando, a mesma ficará a onerar o novo prédio que
compreenda o local de passagem.

No caso de divisão de um prédio benificiário de uma servidão de passagem, cada um dos


titulares dos novos prédios terá direito de passagem, a menos que a passagem só sirva para
utilização de um dos novos prédios, caso em que só o dono deste conservará o direito de
servidão.

2.1.3. Modalidades das servidões


No nosso Código Civil faz referência a alguns tipos de servidões, mas isso, portanto, não
significa a proibição de constituir servidões com outros conteúdos, eis os tipos de servidões
nomeados no Código Civil:

 Servidão de passagem, de pessoas e não de cabos ou condutas, entenda-se arts. 1550 e


segs CC;
 Servidão de vistas art. 1362 CC;
 Servidão de estilicídio art.1365 CC;
 Servidão para aproveitamento de águas art. 1557 e 1558 CC;
 Servidão de presa art. 1559 e 1560 CC;
 Servidão de aqueduto art. 1561 e 1562 CC;
 Servidão de escoamento art. 1563 CC.

2.1.4. Modalidades
A partir de diversos critérios é possível destrincar várias modalidades com relevância dentro do
nosso respectivo regime jurídico. Á que distingue entre servidões prediais e servidões pessoais já
houve necessidade de fazer referência, para esclarecer a própria noção de servidão prediais, por
isso não será aqui considerada.

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Para além dela, será seguida estabelecia a distinção entre servidões legais e voluntarias;
servidões aparentes e não aparentes; e servidões positivas, negativas e desvinculadas.

2.1.5. Servidões legais e servidões voluntarias


A distinção entre servidões legais e voluntarias estabelece-se em função da modalidade do título
constitutivo, mas nos termos singelos que os correspondentes qualificativos sugerem, assim, se
as servidões voluntarias são as constituídas por negócios jurídicos ou acto voluntários, já não é
correcto identificar as servidões legais como as constituídas por lei. As servidões legais não
resultam automaticamente da lei, neste caso a servidão é um efeito da lei sem o concurso de um
acto jurídico, mas sim os casos em que a lei dá ao titular do prédio dominante o direito a exigir a
constituição da servidão. Já as servidões voluntarias são as que cuja constituição não poderia ser
exigida pelo titular do prédio dominante são chamadas “servidões voluntarias”, podem resultar
de contrato, testamento e usucapião.

O alcance da distinção entre servidões legais e voluntarias será fixado a propósito dos seus
títulos constitutivos, mas, desde já interessa salientar que, para alem do diverso regime de
constituição, diferença também se projecta na extinção, identificando-se nas servidões legais
certas causas especiais: desnecessidade e remição n. 2 e 3 do art. 1569 do CC.

2.1.6. Servidões aparentes e servidões não aparentes


O critério que preside à distinção entre servidões aparentes e não aparentes revela, afinal, da
própria maneira da servidão e não aparentes releva, da própria maneira de ser da servidão e do
seu modo de exercício. Há, na verdade, servidões cuja existência ou exercício se manifesta
através de sinais exteriores reveladores da própria servidão. Será o caso de uma servidão de
aqueduto, mediante o encanamento, a descoberta, de águas através de prédios alheios n.°1 do art.
1561 CC.

O mesmo se passa na servidão de vista, que se revela mediante a existência de janela aberta
sobre prédios vizinho, sem salvaguarda das distâncias legais art. 1362 n.°1 CC, ou, na servidão
de estilicídio, manifestada pela existência de beirados sem guarda sobre prédio vizinhos art. 1365
CC.

Por exclusão de partes, servidões não aparentes são as que não se revelam por sinais visíveis e
permanentes, como se diz no n.°2 do art. 1548 CC. Como já ficou dito, servidões não aparentes

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são as que não se revelam por sinais visíveis e permanentes, como se diz no n.°2 do art. 1548
CC, o confirma, o ponto de regime mais relevante desta distinção reside no facto de a servidão
não aparente não se poder constituir por usucapião, por razoes que agora resultam
manifestamente da sua noção.

2.1.7. Servidões positivas, negativas e desvinculativas


É com base no seu conteúdo e modalidade de exercício que se estabelece a distinção entre
servidões positivas e negativas.

As servidões positivas consistem numa permissão que envolve para o respectivo titular a
possibilidade de praticar actos sobre o prédio serviente, exemplo de escola é o da servidão de
passagem.

Diversas, as servidões negativas impõem ao dono do prédio serviente a abstenção de uma


conduta, sem que a isso corresponda, por parte do dono do prédio dominante, qualquer faculdade
de actuação sobre aquele prédio.

Assim, na servidão de vista, o dono de prédio serviente não pode construir no seu prédio
qualquer edifício que a perturbe, mas o exercício desta servidão não atribui ao dono do prédio
dominante a faculdade de praticar actos sobre o prédio serviente.

A distinção anterior não permite configurar um quadro pleno das várias modalidades de relações
que se podem estabelecer entre os prédios dominantes e servientes, vão por isso, ser retomados
aqui do ponto de vista da matéria em estudo, regime antes expostos em sedes diferentes.

Em certos casos do art. 1365 n.°1, o proprietário deve, na construção de edifícios observar certos
limites: deixar, em relação ao prédio vizinho, determinado intervalo, ou evitar, por qualquer
meio, gotejamento de águas provenientes da cobertura do seu prédio sobre o vizinho. Se porem,
se constituir, por qualquer meio, uma servidão de estilicídio, isso importa, para o prédio
dominante, a desvinculação da referida limitação.

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2.1.8. Servidões legais de água

Generalidades
Outra modalidade especificada de servidões legais corresponde à das servidões legais de águas.
Neste caso, encontram-se previstas a servidão de aproveitamento de águas arts. 1557 e 1558 CC,
a servidão de presa art.1559 e 1560 CC, a servidão de aqueduto arts. 1561 e 2562 CC e servidão
de escoamento art. 1563 CC, examinemos sucessivamente esta servidões.

2.1.9. Servidão de aproveitamento de água


A servidão legal de aproveitamento de água é atribuída ao titular de um prédio que não tenha
água suficiente para as necessidades, e não a possa obter sem excessivo incomodo ou dispêndio,
sendo-lhe por isso reconhecido o direito de constituir uma servidão para aproveitar as águas
existentes no prédio vizinho. A lei estabelece um regime diferenciado consoante o
aproveitamento das águas se destine a gastos domésticos art.1557 ou para fins agrícolas art. 1558
ambos CC.

Estando em causa o aproveitamento de água para gastos domésticos, a servidão legal de águas só
é atribuída quando não seja possível ao proprietário de passagem prevista no art. 1556,
funcionando assim com subsidiário em relação a esta. Apenas nesse caso os proprietários dos
prédios vizinhos podem ser compelidos a permitir, mediante indemnização, o aproveitamento
das águas sobrantes das suas nascentes ou reservatório, na medida do indispensável para aqueles
gastos art. 1557, n.°1. Estão, no entanto, isentos da servidão os prédios urbanos e as quintas
muradas, quintais, jardins ou terreiros adjacentes a prédios urbanos arts. 1557, n°2 e 1551 n.°1
CC.

Se estiver em causa o aproveitamento de águas para fins agrícolas, a lei atribui ao proprietário
que não tiver nem puder obter, sem excessivo incomodo ou dispêndio, agua suficiente para a
irrigação do seu prédio, a faculdade de aproveita as aguas dos prédios vizinhos, que estejam sem
utilidade, pagando o seu justo valor art. 1558, n.°1 CC, a servidão não se estende, porem as
aguas provenientes de concessão, nem faculta a exploração de aguas subterrâneas em prédios
alheios art. 1558, n.°2.

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2.2.1. Servidão de presa
A servidão de presa distingue-se da servidão de aproveitamento de águas pelo facto de não ter a
recolha de águas em prédios alheio, atribuindo antes a faculdade de represar a água e a fazer
derivar desse prédio. A lei distingue consoante estejam em causa águas particulares art. 1559, ou
águas publicas art. 1560 CC.

Estando em águas particulares, a atribuição de servidão de presa surge como consequência da


existência de um direito ao uso das águas particulares existência em prédio alheio, de que sejam
titulares os proprietários ou os donos de estabelecimentos industriais. Resulta desse direito a
possibilidade de o titular constituir coercivamente uma servidão de presa, que lhe permite fazer

no prédio alheio as obras necessárias ao represamento e derivação da respectiva água mediante o


pagamento da indemnização correspondente ao prejuízo causado art. 1559 CC.

Já nas publicas essas podem se aplicar coercivamente nos seguintes casos:

a. Quando os proprietários, ou os donos de estabelecimento industriais, sitos na margem de


uma corrente não navegável nem flutuável, só possa aproveitar a água a que tenha direito,
fazendo represa, açude, ou obra semelhante que vá travar no prédio fronteiro;
b. Quando a água tenha sido objecto de concessão, considerando neste caso a servidão
constituída em virtude desta, sem prejuízo de a indemnização, não falta de acordo, ser
fixada pelo tribunal art. 1560, n.°3.

Quer na primeira situação, quer na concessão de interesse privado não estão sujeitas à servidão
as casas de habitação, nem os quintais, jardins ou terrenos que lhes sejam contíguos. No caso de
concessão de utilidade publica, estes prédios só estão sujeitos aos encargos se no respectivo
processo administrativo se tiver provado a impossibilidade material ou económica de executar as
obras sem a sua utilização art. 1560, n.°2.

Se o proprietário do prédio fronteiro sujeito a servidão de travamento quiser utilizar a obra


realizada, pode torna-la comum, provando que tem direito a aproveitar-se das águas e pagando
uma parte da despesa proporcional ao benefício que receber art. 1560, n.°4 CC.

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2.2.2. Servidão de aqueduto
Uma outra categoria de servidão legal de água, a qual se reconduz à faculdade de conduzir sobre
prédio alheio as águas a que o titular da servidão tenha direito. A servidão de aqueduto tem
igualmente um regime distinto, consoante estejam em causas águas particulares art. 1561 e águas
públicas 1562 ambos de CC.

Estando em águas particulares o art 1561, n.°1, admite a constituição dessa servidão, permitindo
em proveito de agricultura ou da indústria ou para gastos domésticos, aos proprietários encanar
subterraneamente ou a descoberto, as águas particulares a que tenha direito, através de prédios
rústicos alheios, não sendo quintais, jardins ou terreiros contíguos a casas de habitação. No
entanto, as quintas muradas só estão sujeitas ao encanamento de acordo com alei do minimi
meio, a natureza, a direcção e forma do aqueduto serão as mais convenientes para o prédio
dominante e as menos onerosas para o prédio servientes art. 1561 n.°3.

Já se estiver em causas aguas publicas, a constituição forcada da servidão de aqueduto só é


admitida no caso de haver concessão de aguas art 1562, n.°1. a servidão de aqueduto considera-
se constituída em resultado da concessão, sem prejuízo de a indemnização, na falta de acordo, ser
habilitação, nem os quintais, jardins ou terreiros que lhes sejam contíguos.

2.2.3. Servidão de escoamento


Nesta servidão consiste na faculdade de fazer escoar sobre prédio vizinho as águas que existem
em excesso em determinado prédio. A servidão de escoamento não se confunde com a obrigação
resultante das relações de vizinhança de permitir o escoamento natural das águas art. 1351, n.°1,
uma vez que implica a realização de actos ou obras que extravasem desse escoamento natural art.
1351, n.°2 CC.

A servidão de escoamento só pode ser constituída sobre os prédios que possam ser onerados com
a servidão legal de aqueduto art. 1563, n.°4.

Uma vez constituída a servidão de escoamento, os proprietários onerados adquirem direitos ao


uso das águas escoadas nos seus prévios, mas a privação desse uso, em virtude de novo
aproveitamento da água efectuado pelo titular do prédio dominante não constitui violação do seu
direito arts. 1563, n.°2 e 1391 CC.

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2.2.4. Constituição
Modos de constituição- Do ponto de vista dos seus modos de constituição, como se disse, as
servidões podem agrupar-se em legais e voluntarias.

2.2.5.Servidões legais
As servidões legais não resultam automaticamente da lei, a expressão em causa na designa casos
e que a servidão é um efeito da lei sem o concurso de acto jurídico, mas sim os casos em que a
lei dá ao titular do prédio dominante o direito a exigir a constituição da servidão. Nesses casos,
abrem-se duas sub-hipóteses: ou o titular do prédio serviente colabora na constituição da
servidão ou se recusa a isso, mas em ambos se fala de servidão legal.

A recusa de colaboração do titular do prédio serviente pode ser ultrapassada por recurso aos
tribunais ou, nalguns casos, às entidades administrativas art. 1547 n.°2 CC.

O Código Civil das servidões legais nos arts. 1550 e segs. Aí se preveem como dando azo as
servidões legais, por exemplo, certos casos de necessidade de passagem por prédios alheios arts.
1550 e 1566 e certos casos de necessidade de condução de águas particulares através de prédios
rústicos alheios arts 1561, n.°1, e 1563, n.°1.

Um aspecto comum aos vários casos de servidão legal é a obrigação de indemnizar o dono do
prédio serviente pelo prejuízo correspondente à constituição da servidão arts. 1554, 1557, n.°1,
1559, n.°1, ou de compensar pela privação de bens seus art. 1558, n.°1 ambos do CC.

Um caso especial de servidão legal (se é que a qualificação como tal é correcta) é a chamada
“servidão por destinação de pai de família” art 1549 CC. Julgamos que a melhor forma de iniciar
a explicação da figura é lembrar que a definição legal de servidão exige que os prédios em causa
pertençam a donos diferentes e dizer que é um modo de constituição que só tem lugar quando
dois prédios que ate ai pertenciam a um único dono passem a ter donos diversos, por um ou
ambos serem alineados. Se antes de alineação algum dos prédios desempenhasse ostensivamente
(a lei fala de sinais visíveis e permanentes) uma função de serventia em relação ao outro, o titular
do prédio em beneficio do qual a serventia se dava terá direito à constituição de uma serventia
com igual conteúdo, a menos que a contrario se estipule no documento que formalize a alineação
em causa.

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2.2.6. Servidão voluntaria
As servidões cuja constituição não poderia ser exigida pelo titular do prédio dominante são
chamadas “servidões voluntarias”, podem resultar de contrato, testamento e usucapião. As duas
primeiras desta sub-hipótese não merecem notas, mas a última sim. Consiste ela em dizer que só
as servidões aparentes se podem constituir por tal modo. Parece que isso resulta da própria
natureza das modalidades de servidão em causa e da usucapião só as aparentes se revela, por
sinais visíveis e permanentes e na ausência desses sinais dificilmente haverá posse, mas a lei
explicita-o art. 1548, n.°1.

O direito à servidão, antes da sua constituição, tem, como acontece no direito de superfície, uma
natureza diversa da do direito à servidão constituída. Mais do que um direito real de gozo, é um
direito real de aquisição.

2.2.7. Extinção

2.2.8. Modos de extinção


São muitos os tipos de factos que se podem causar a extinção das servidões: reunião dos prédios
dominantes e servientes na titularidade da mesma pessoa, não uso, usucapião libertatis, renuncia,
decurso do prazo (todas estas referidas no n.°1 do art. 1569 CC), desnecessidade n.°2 do art
1569, remição n.°4 do art. 1569. Frise-se que nem todos os tipos de factos extintivos enunciados
são aplicáveis a todos os tipos de servidões, vejamos algo sobre cada um desses modos
extintivos:

 Reunião dos prédios dominantes e servientes na mesma pessoa: como notamos, da


diferença legal de servidão faz parte a exigência de que os prédios pertençam a donos
diferentes, esta causa de extinção não é, pois, mais do que uma consequência de tal
aspecto da definição legal;
 Não uso: relembre-se mais uma vez, o art. 298, n.°3, que estabelece que os direitos reais
de gozo regulados no Código Civil não prescrevem, mas que anuncia a existência de
casos de extinção dos mesmos por não uso, este é um deles, sendo o prazo necessário
para o efeito extintivo 20 anos.
 Usucapião libertatis: a lei que as servidões se extinguem pela aquisição, por usucapião,
da liberdade do prédio, traduzindo para vernáculo a formulação latina referida; na

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verdade, não se trata de usucapião, pois não há aquisição nenhum direito, há uma
utilização analógica da figura da usucapião, pois o que se obtém não é a constituição, mas
sim a extinção do direito, como também a existência oposição ao mesmo por parte do
dono do prédio serviente art 1574, n.°1, decorre implicitamente da lei que os prazos
necessários à extinção de servidão se decalcam sobre os da usucapião art. 1574, n.°2;
 Renuncia (pelo dono do prédio dominante): à semelhança do que se faz para o
usufruto, para alguns direitos reais de garantias e para a compropriedade, a lei prevê
expressamente a renuncia como causa de extinção das servidões, a título de
esclarecimento, o n.°5 do art. 1569 estabelece que a renuncia não requer a aceitação do
dono do prédio serviente;

 Decurso do prazo: as servidões voluntarias podem ser constituídas com limite temporal,
quando assim aconteça, obviamente o decurso do prazo faz extinguir o direito;
 Desnecessidade: sendo o fim e a justificação da servidão permite um melhor
aproveitamento do prédio dominante, a inviabilidade desse fim torna a servidão
injustificada, no entanto, a lei restringe a existência das servidões por desnecessidade as
servidões constituídas por usucapião e às servidões legais art. 1569, n.°2 e 3 CC.
Certamente em homenagem ao principio da autonomia privada, frisar é ainda que a
extinção por desnecessidade de servidões legais pode importar a restituição ao dono do
prédio dominante da indemnização que ele tenha pago no momento da constituição da
servidão art. 1569, n.°3 CC.
 Remição (por iniciativa do dono do prédio serviente): esta causa de extinção aplica-se
apenas às servidões para aproveitamento de aguas e depende da demostração pelo dono
do prédio serviente de que pretende fazer da agua uma aproveitamento justificado
incompatível com a servidão; remição não pode ser exigida antes de decorrido dez anos
sobre a constituição da servidão e pode importar a restituição ao dono do prédio
dominante da indemnização que ele tenha pago no momento da constituição da servidão
art. 1569, n.°4 CC.

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Conclusão
Com a finalização do trabalho podemos concluir a definição das servidões prediais ela se
encontra plasmada no artigo 1543 do CC e é definida como um encargo imposto num prédio
(prédio serviente) em benefício exclusivo de outro prédio (prédio dominante) pertencente a
donos diferente. E nesta questão de donos diferentes é uma das condições para que haja as
servidões prediais.

É um direito real de gozo sobre a coisa alheia, mediante a qual o proprietário do tem a faculdade
de se aproveitar de utilidade de prédio alheio em benefício do aproveitamento das do primeiro.

Através deste, conceituando-se as servidões e demonstrando para que as mesmas servem, pode-
se constatar que as servidões estão bem presentes, muitas vezes sem mesmo as pessoas se darem
conta de sua existência, pois por exemplo, como forma mais conhecida, tem-se as servidões de
passagem, permitindo que o proprietário de um imóvel transite sobre o imóvel de outra pessoa.

Pode-se verificar também, que há normas que regulamentam sua constituição, exercício e
extinção; sendo que só será possível a instituição de uma servidão para prédios vizinhos (com
donos diferentes) – embora não seja necessário que os mesmos sejam contíguos; devendo ser útil
ao prédio dominante e com duração indefinida, pois perderia sua característica se fosse
estabelecido um limite de tempo.

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Bibliografia
Fernandes, L. A. (2010). Licoes de Dierito Reais. lisboa.

Leitão, M. T. (2012). Direitos Reais (3 edicao ed.). Almedina.

Uso de legislação

Código Civil - Decreto-Lei n.º 47 344, de 25 de Novembro de 1966


Uso de internet

https://phmp.com.br/servidoes/

https://xdocz.com.br/search/SERVID%C3%95ES+PREDIAIS++ucm

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