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Introdução………………………………………………………………………….…pág..2
Noção…………………………………………………………………………….pág.3
Figuras afins da empreitada……………………………………………………...pág.3
Sujeitos do Contrato da empreitada……………………………………………...pág.4
Objeto da empreitada…………………………………………………………….pág.5
Classificação……………………………………………………………………..pág.6
Efeitos do contrato (direitos e obrigações das partes)…………………………...pág.7
Subempreitada…………………………………………………………………...pág.11
Vicissitudes da empreitada………………………………………………………pág.12
Responsabilidade do empreiteiro………………………………………………..pág.14
Extinção do contrato…………………………………………………………….pág.16
Conclusão………………………………………………………………………. pág.17
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CONTRATO DE EMPREITADA
Introdução
Antes de iniciar uma abordagem pormenorizada sobre o Contrato de Empreitada,
importa, antes de mais, saber da origem deste contrato. A empreitada vem do direito
romano, nomeadamente faz parte de uma das modalidades da locatio conductio
(locação), concretamente, locatio conductio operis.
Na locatio conductio operis, o locator entregava a coisa ao conductor para que este
efetar uma obra e pagava-lhe o preço em contrapartida. Este se encarregava de efetuar o
trabalho corretamente, diretamente ou por intermédio de terceiros.
Um estudo autonomizado desta figura começou no direito Português com o Código de
Seabra, nos arts. 1396.° a 1408.°. Isto porque até ao aparecimento do Código de Seabra
era estudado dentro de um vasto campo da locação.
No código civil guineense esta matéria enquadra-se no livro II (o das obragações), dos
artigos 1207.º e ss.
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Noção
O contrato de empreitada vem regulado nos artigos 1207.º e segts do CC. É uma das
modalidades de Contrato de prestação de serviços e é definido como sendo “ contrato
pelo qual uma das partes se obriga em relação à outra a realizar certa obra, mediante um
preço. ”
Desta noção pode-se retirar dois elementos constitutivos do contrato de empreitada:
1. Obrigação de realizar uma obra;
2. Pagamento de um preço.
Análise dos elementos constitutivos
Para isso, importa analisar o conceito de empreitada constante do art. 1207. º CC.
O contrato de empreitada tem, essencialmente, duas caraterísticas: assunção da
obrigação de resultado pelo empreiteiro e autonomia e independência com que ele
realiza a sua atividade.
Para Vaz Serra só é empreiteiro quem investe capital e trabalho na execução da sua
atividade que consiste na realização da obra a favor de outra pessoa.
O empreiteiro pode ser profissional ou amador. Se exerce a atividade a título
profissional, a atividade do contrato constitui um ato de administração ordinária. Se
exerce a atividade a título não profissional a qualificação depende do objeto do contrato
em causa, isto é, se produz ou não alterações essenciais no patrimônio do empreiteiro.
Em relação ao dono da obra, para se aferir se se trata de um ato de administração
ordinário ou extraordinário (de disposição), deve-se ter em conta o objeto do contrato de
empreitada. Assim sendo, se o objeto do contrato de empreitada é reparação ou
manutenção, estaríamos perante um ato de administração ordinário. Se se tratar de
construção ou demolição de uma casa, por exemplo, estaríamos perante um ato de
administração extraordinário ou de disposição.
Figuras afins
Contrato de trabalho
No contrato de trabalho existe uma subordinação do trabalhador ao empregador, em que
o trabalhador assume uma obrigação de meios, enquanto que no contrato de empreitada
não existe a subordinação, pelo contrário o que existe é uma autonomia e independência
do empreiteiro em relação ao dono da obra e assume uma obrigação de resultado.
Contrato de mandato
No mandato o que há é a obrigação de praticar atos jurídicos, embora se possa praticar
atos materiais acessórios ou complementares. Na empreitada existe a obrigação de
praticar atos materiais, embora acessoriamente possa praticar atos jurídicos. No
mandato, o mandatário atua por conta de outrem, enquanto na empreitada o empreiteiro
atua por conta própria.
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Contrato de compra e venda
Em princípio, pode-se dizer que não existe relação alguma entre estes contratos, mas a
partir do momento em que o empreito se obriga a construção e ao mesmo tempo a
fornecer os materiais para a obra1 pode dizer que existe sim uma relação.
Nesta situação, embora seja mais correto qualificar a situação como sendo um contrato
misto de compra e venda e empreitada, mas este facto é negado pela maioria da
doutrina.
Sujeitos
Capacidade das partes
Quanto a isso, haverá que distinguir entre as empreitadas de reparação e as empreitadas
de nova construção. As primeiras correspondem a atos de administração ordinária, pelo
que podem ser celebrados por quem tenha capacidade para a prática de atos de mera
administração, como é o caso dos inabilitados (art.º 153.º CC). Já as segundas
correspondem a atos de administração extraordinária ou de disposição, pelo que só
podem ser celebrados por quem tenha capacidade para a sua prática.
Legitimidade do dono da obra
No que diz respeito a legitimidade do dono da obra, neste contrato, importa salientar
que há uma particularidade: a falta de legitimidade como dono da obra, isto é, se a parte
que manda fazer uma obra não tinha poderes enquanto tal, não afeta a validade do
contrato de empreitada. Exemplo de uma pessoa que furta um objeto e depois manda
reparar. O que pode acontecer nestes casos é a responsabilidade do dono da obra.
Um outro exemplo tem a ver com a situação onde o arrendatário manda fazer reparação
sem a autorização do senhorio. Aqui, não obstante a eventual responsabilização que
pode até dar-se na resolução do contrato, mas tudo isto não afeta a validade do contrato.
Pluralidade de empreiteiros
Pode dar-se o caso do dono da obra celebrar vários contratos de empreitada com
diversos empreiteiros (Co-empreitada)2, nestas situações a obrigação não é solidária,
embora haja uma relação com a mesma pessoa. Pode-se ver que há uma independência
entre os empreiteiros, porque há tantos contratos quanto ao número de empreiteiros.
A situação inversa seria nos casos em que o dono da obra celebra um contrato de
empreitada com vários empreiteiros, nestes casos a obrigação dos empreiteiros é
solidária, art.º 513º CC._________________________________
1. É o que alguma parte da doutrina chama de empreitada de lavor e material.
Cfr. José Manuel Vilalonga, compra e venda e empreitada, contributo para
distinção entre os dias contratos, Seminário do Direito Civil I do curso de
mestrado da faculdade de Direito de Lisboa, ano letivo 1992/93, pág. 194.
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Objeto da Empreitada
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É por influência francessa que o Direito Português qualifica a empreitada de obras
públicas como contrato administrativo, isto porque, na França certos contratos
celebrados entre a administração pública e o particulares eram subordinados ao Direito
Adminitrativo.
Natureza civil ou comercial da empreitada de direito privado
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3. Cfr. Romano Martinez, obrigações, pp. 362 e ss.
O Professor Menezes Leitão entende que a empreitada pode ser um contrato real quoad
effectum, isto nos casos em que a propriedade da obra pertence ao empreiteiro, e esta
venha a transmitir para o dono da obra. É o que acontece na empreitada de coisa móvel
realizada com materiais que pertencem ao empreiteiro, em que é a aceitação da coisa
que transmite a propriedade para o dono da obra (art. 1212.º n.º 1), regime que se afasta
do geral quanto a transmissão de direitos reais sobre as coisas futuras e por isso mesmo
constitui uma exceção ao artigo 408.º, n.º 2.
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Esse direito visa impedir que o empreiteiro oculte vícios de difícil descobrimento no
momento da entrega da obra, por isso que se o dono da obra ou o seu comissário
acompanharem a execução assim seria mais fácil aperceberem-se de tais defeitos.
Importa dizer que estes objetivos da fiscalização devem ser conjugados com o artigo
1208.º CC que impõe ao empreiteiro realizar a obra de acordo com aquilo que foi
convencionado, devendo executar a obra sem vícios que excluem ou reduzem o valor da
obra ou a sua aptidão para o normal uso.
O artigo 1209.º coloca numa restrição ao direito da fiscalização, uma vez que diz que
pode-se fazer mas desde que não perturbe o normal andamento da obra. É uma
manifestação do princípio da boa fé.
Natureza injuntiva ou supletiva do direito de fiscalização
A maior parte da doutrina, onde se destacam os professores Pires de Lima e Antunes
Varela, Vaz Serra, Pereira de Almeida, Cardoso Guedes e Menezes Leitão entende que
o direito da fiscalização é injuntiva, sendo que a cláusula que o afaste seja considerada
nula. Para eles há uma necessidade imperativa para o dono da obra fiscalizar a sua
obra4.
Outra parte da doutrina na qual se destaca Romano Martinez nega esta tese,
considerando que, há casos em que o comitente poderia descobrir certos dados técnicos
confidenciais para o empreiteiro que ele não está interessado em revelar, como por
exemplo, novas técnicas de perfurar túneis, de fazer tectos, de cofragens, etc. porém,
quando houver motivos para tal as partes podem afastar a fiscalização.
O Mestre Leonel Lopes Batista é da opinião que o artigo 1209.º é uma norma supletiva
que as partes podem contratualmente afastar. No sentido contrário encontra-se a opinião
do Mestre Alcides Mendes que sustenta que com base nas ideias di Pires de Lima e
Antunes Varela sobre o fim principal da fiscalização é injuntiva.
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4. Agostinho Cardoso Guedes, A responsabilidade do construtor no contrato de
empreitada, AAVV, Contratos, actualidade e evolução, Ob. Cit. Pág.513
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Sendo um contrato oneroso e sinalagmático gera sacrifícios económicos e obrigações
recíprocas para ambas as partes. Assim por parte do dono da obra gera a obrigação de
pagar o preço em contrapartida do serviço e valor do trabalho do empreiteiro.
2. Direito de retenção
O empreiteiro pode reter a obra em consequência do não cumprimento integral por parte
do dono da obra. Este direito é uma garantia do seu crédito, que se justifica porque há
uma relação entre a coisa retida e o direito de crédito do empreiteiro.
3. Liberdade de atuação na execução da obra
Já refirimos que não existe uma relação de subordinação do empreiteiro ao dono da
obra, pelo que tem uma liberdade de atuação na execução da obra, podendo contratar
livremente trabalhadores, celebrar subempreitadas.
B. Obrigações do empreiteiro
1. Obrigação de realizar obra
Já falamos disso na abordagem dos elementos constitutivos do conceito, mas não é
demais referir que na realização da obra, o empreiteiro deve respeitar as regras da arte e
da profissão e as de segurança. Deve agir nos termos do art.º 1208.º CC, também deve
evitar vícios que excluem ou reduzem o valor da obra ou a sua aptidão para o uso
normal que se pretende. Deve respeitar o prazo, sob pena de entrar em mora.
2. Dever de fornecer materiasi e utensílios para a obra
Incorre sobre o empreiteiro, nos termos do art.º 1210.º a obrigação de fornecer materiais
e utensílios necessários para a execução da obra, salvo convenção contrária.
3. Dever de guardar e conservar a obra
Vê-se mais na empreitada de reparação ou de construção, nos casos em que a
propriedade se transmite, mas a coisa não foi entregue ainda, o empreiteiro deve guardar
a coisa. Se houver a violação responde nos mesmos termos que um depositário (art.º
1187.º CC).
4. Deve de entrega da obra
Incorre sobre o empreiteiro o dever de entregar a obra depois da aceitação ou dentro do
prazo acordado. A entrega que se refere aqui pode ser material ou simbólica. Este dever
pode não existir, isso acontece nas situações em que o empreiteiro está a exercer o seu
direito de retenção.
5. Deveres acessórios decorrentes do princípio da boa fé (art.º 762.º CC)
Decorrente deste princípio, incorre sobre o empreiteiro os deveres de informação, de
segurança e de lealdade.
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SUBEMPREITADA
A subempreitada enquadra-se no domínio de Subcontrato, onde se exige a observância
de seguintes requisitos essenciais:
1. Identidade de objeto;
2. Posterioridade cronológica;
3. Interdependência (cai o primeiro, extingue o segundo).
O art.º 1213.º traz uma definição da subempreitada, considerando que “é o contrato pelo
qual um terceiro se obriga para com o empreiteiro a realizar a obra a que este se
encontra vinculado, ou uma parte dela”. Aqui o empreiteiro assume a posição do dono
da obra em relação ao novo empreiteiro (subempreiteiro). Ou seja, é uma empreitada em
segunda mão. Apesar do empreiteiro criar uma nova relação, continua a sua relação com
o dono da obra.
Da definição resulta a ideia de que podemos ter subempreitada total ou parcial. Significa
que o empreiteiro pode não ser a pessoa que executa materialmente a obra, funcionando
como mero coordenador dos trabalhos. Pode ser que se encarregue a executar parte da
obra, deixando a outra parte para as pessoas contratadas (subempreiteiros).
A subempreitada é mais frequente nas obras de construção e isto justifica-se por causa
de ser uma atividade muito especializada, o que implica que algumas partes da obra
sejam executadas por peritos da área. Isso pode acontecer porque o empreiteiro não tem
conhecimentos naquela área. Por exemplo, numa obra de construção de um prédio, o
empreiteiro pode não ter conhecimentos da canalização, da eletricidade, da colocação de
janelas de vidros. Por isso, como não poderá realizar a obra integralmente, celebra com
outras pessoas com conhecimentos especializados nestas áreas. Outra razão, também
importante, tem a ver com o volume das obras, fazendo com que o empreiteiro não
possa realizar tudo sozinho dentro do prazo convencionado.
Liberdade de celebração do contrato de subempreitada (art.º 1213.º, n.º2)
Nos termos deste artigo, a subempreitada é admitida nos seguintes casos:
1. Se o dono da obra a permitir;
2. Se essa faculdade resultar do conteúdo do contrato ou da natureza da relação da
empreitada.
Acontece que há uma unanimidade na doutrina quanto a liberdade de celebração de
subempreitada e esta decorre da natureza da relação jurídica em causa. Como refirimos
algumas situações que justificam a subempreitada.
Para o Professor Menezes Leitão que cita Pereira de Almeida, a autorização para a
celebra do contrato de subempreitada não tem necessariamente que consntar
especificamente do contrato, porque entende que além de resultar dos usos, sempre que
a empreitada exigir tecnicidades específicas que o empreiteiro não tem, deve-se
considerar que existe uma autorização implícita para a subempreitada.
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Conclui-se que a subempreitada é permitida. Apesar de existir situação em que não é
permitida: caso em que o contrato de empreitada seja de caráter intuitu personae.
Aceitação da subempreitada
A questão é saber quando é que o empreiteiro pode aceitar a obra. Isto é, se pode aceitar
a parte da obra que o subempreiteiro comprometeu a realizar antes de terminar a obra
principal. A aceitação pode ser com ou sem reserva e têm consequências distintas.
Se o empreiteiro aceitrar a obra sem reserva e depois o dono da obra verificar que existe
algum defeito, responde perante o dono da obra. Isto quer dizer que, terá que suportar as
despesas com a reparação, tendo apenas direito de regresso, nos termos do art.º 1226.º
CC.
Se o empreiteiro aceitar com reserva e depois o dono da obra verificar que existe
defeito, o empreiteiro pode exigir ao subempreiteiro a reparação dos defeitos.
Uma das vicissitudes que podem surgir no contrato de empreitada tem que ver com as
alterações ao plano convencionado. Normalmente, deve-se cumprir integralmente, mas
pode haver necessidade de haver alterações do plano convencionado, ou pprque são
exigidas por uma das partes ou é necessário, ou porque surge posterior a entrega. Assim,
distingue-se consoante se trata de alterações da iniciativa do empreiteiro, alterações
necessárias, alterações da iniciativa do dono da obra e alterações posteriores a entrega e
obra nova.
1. Alterações da iniciativa do empreiteiro (art.º 1214.º CC)
Nas alterações da iniciativa do empreiteiro temos que distinguir duas situações,
consoante haja ou não autorização do dono da obra.
a) Alterações sem autorização do dono da obra
O n.º 1 deste artigo diz-nos que são proíbidas. Uma regra que chama a colação o
princípio da estabilidade do contrato do art.º 406.º, n.º 1. Se violar esta proibição, as
alterações são tidas como defeituosas (art.º 1214.º, n.º 2), isto é, uma ficção, porque é
tida como defeituosa mesmo não havendo qualquer defeito da coisa.
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Aqui deve distinguir as duas situações que o artigo refere: se for fixado um preço global
para a obra, a autorização do dono da obra deve ser por escrito, devendo nela constar o
aumento. Se não se respeitar estas exigências, o empreiteiro só poderá exigir
indemnização por enrequecimento sem causa, não o aumento do preço (art.º 1214.º, n.º
3 CC).
2. Alterações necessárias (art.º 1215.º CC)
São situações em que a execução da obra impõe, em consequência de direitos de
terceiros ou de regras técnicas, que sejam efetuadas alterações ao plano inicialmente
convencionado. Sendo assim cabe as partes estabelecer as alterações, a revisão do preço
e o prazo de execução.
Prof. Menezes Leitão e Pereira de Almeida sustentam a ideia de que não carece de
qualquer forma o acordo da alteração, mas Mestre Leonel Lopes Batista é da opinião
que deve revistir a forma escrita, para previnir a situação de o empreiteiro não tiver
como provar a existência da autorização.
O artigo 1215.º CC aplica nas situações em que verifica os seguintes pressupostos:
1. Necessidade de alteração resultante de direitos de terceiros ou regras técnicas;
2. Falta de acordo entre as partes.
Se se verificar cumulativamente estes dois requisitos, a lei manda que seja o tribunal a
determinar quais as alterações serão feitas, bem como a revisão do preço e do prazo de
execução da oba.
O Prof. Menezes Leitão chama atenção para não se confundir as alterações necessárias,
das situações em que a obra torna mais onerosa ou difícil de executar, pois neste caso o
empreiteiro pode invocar a alteração de circunstâncias, nos termos do art.º 437.º CC.
São diferentes também das que são imputáveis às partes, caso em que se aplica o regime
de incumprimento das obrigações5.
3. Alterações exigidas pelo dono da obra (art.º 1216.º CC)
Estamos diante de uma exceção ao princípio de estabilidade do contrato (art. 406.º CC).
Ao contrário do que acontece com o empreiteiro, o dono da obra pode pedir alteração do
plano convencionado, sendo que aquele não poderá recusar. Mas, para que isso se
verificar tem que se observar os seguintes requisitos:
1. O valor das despesas não exceder 1/5 do preço;
2. A alteração implicar a modificação da natureza da obra.
Importa referir que tem que ser casuística e deve-se ter em conta as capacidades do
empreiteiro, porque não se pode exigir a um empreiteiro especialista na construção de
casas de madeira para fazer alterações para casa de blocos forçados. Para este caso
deve-se obedecer as exigências do n.º 2 do artigo 1216.º.
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4. Menezes Leitão, Ob. Cit. Pág. 537
Responsabilidade do empreiteiro
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6. Menezes Leitão, Ob. Cit. Pág. 540
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Os direitos conferidos ao dono da obra nos artigos 1221.º, 1222.º e 1223.º CC devem ser
exercidos no prazo de 1 ano a contar da recusa da aceitação da obra ou da aceitação com
reserva.
O n.º 2 do mesmo artigo fala nas situações do defeito ser oculto e o dono tiver aceitado
a obra, o prazo começa com a denúncia, que vai até 2 anos depois da denúncia.
Para imóveis destinados a longa duração o prazo é de 2 anos, mas que é estendido até 5
anos, n.º 1 do art. 1225.º CC.
Extinção do Contrato
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Conclução
Em suma, pode-se notar que o estudo do contrato de empreitada é muito vasto que
ocupa várias páginas nos manuais de Direito, pelo que aqui tentei fazer um resumo dos
aspetos que considero serem mais essenciais, sem querer dizer que deve ser assim.
Outras explicações deixei de lado por entender que a lei explicou e que são de fácil
compreensão com base na leitura dos artigos respetivos.
Pode-se ver, com base neste estudo que é um contrato que tem a sua especificidade, em
certos aspetos, e em muitos outros vai ao regime geral das obrigações para se completar.
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