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Trespasse
Ativos – conjunto de todas as posições jurídicas ativas (p.e bens e direitos) com
expressão patrimonial ou económica
Passivos – conjunto de obrigações a que o comerciante se vinculou no exercício
da atividade económica
O estabelecimento tem:
Há certos elementos sobre os quais a doutrina discute se são elementos, são eles, e,
portanto, sempre que aparecem devemos ter uma especial atenção:
1. Se ainda não entrou em funcionamento, e por isso ainda não tem clientela e
outros elementos que dependem do funcionamento, é estabelecimento?
CA: Sim, já existe um conjunto de meios organizado com fim à prossecução de
uma finalidade
2. Se os seus elementos materiais foram destruídos (p.e incendio que queima um
café)
Em princípio sim, mas temos de analisar qual a essência daquele
estabelecimento comercial. Restam os elementos imateriais (p.e as patentes, o
direito à firma, ao nome), e continuam a existir as relações com clientes,
fornecedores embora de forma suspensa.
CA: É uma coisa 202ºn.1, mas é uma soma de todos os elementos e por isso uma
coisa imaterial. No entanto, as coisas incorpóreas podem ser alvo de
propriedade, até porque este possui um substrato material.
OA: É uma coisa corpórea, e, portanto, sujeito de direito de propriedade pelo
1302º
Âmbitos do trespasse:
Mínimo: É o mínimo funcional, sem ele não há trespasse. Para analisar se está
cumprido temos de ver se estão todos os elementos sem os quais aquele concreto
estabelecimento comercial já não é aquele mesmo estabelecimento.
Natural: É o que se transmite em caso de silêncio das partes.
Convencional: Só se transmitem por convenção das partes
Nota: Ferreira Gomes fala-nos do âmbito máximo – todos os elementos suscetíveis
de recondução ao estabelecimento e decorre tipicamente de declarações expressas
das partes como “transmito sem qualquer exceção, ou reserva”, “com todo o ativo e
passivo”.
Analisar sempre casuisticamente, porque p.e em certos casos um elemento pode ser
em abstrato do âmbito natural, mas no caso concreto ser do âmbito mínimo.
Gomes Ferreira: Âmbito convencional cf. 424º. Exceto se a lei dispensar esse
consentimento p.e 1112º n.1 (dispensa de autorização da posição do
arrendatário) e do 285º n.1 CT (as prestações laborais transmitem-se
automaticamente).
Tem de haver consentimento do 3º?
Contrato de trabalho: Não, devido à tutela da parte mais fraca, prevalecendo o
interesse do trabalhador na manutenção do seu posto. Há quem defenda que isso
leva a uma mercantilização da pessoa humana, e por isso exigem o
consentimento deste.
Fornecedores: Tem de haver consentimento, porque pode não ter relação de
confiança com esta “nova” parte
OA: O 424º CC não se aplica à cessão da posição em contratos sobre a
exploração do estabelecimento. São transmitidas automaticamente sem
consentimento das partes, aplica-se analogicamente o 1112º n.1 a)
Dívidas:
O 1112º n.5 alarga a proteção dada pelo 1112º n.2, aplicando-se se depois do contrato se
mudar a finalidade do estabelecimento. Consequência:
À parte: