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Cap.1: As empresas
As empresas dividem-se em dois sentidos:
Em sentido subjetivo;
Em sentido objetivo;
Em sentido subjetivo:
As empresas em sentido subjetivo traduzem-se nos sujeitos jurídicos que
exercem a atividade comercial.
Como pode ser exercida?
1. Empresários em nome individual
Qualquer pessoa pode ser um empresário em nome individual, tendo, no
entanto, responsabilidade ilimitada, uma vez que ao contrair dívidas é o
património pessoal que irá responder por essas mesmas dívidas.
Ex: Sr. A Património da empresa = 5000€; Carro + terreno (pessoal) =
5000€
Ambos os patrimónios irão responder pela dívida, podendo começar pelo
património pessoal.
Nota: Um empresário em nome individual paga imposto IRS (uma taxa
variável, podendo diminuir ou aumentar).
2. Criar sociedades
Os sócios têm responsabilidade limitada.
Lda: por quotas (art. 200 nº1 e art. 9 nº1 CSC – sede da empresa: valor do
capital social).
SA: art. 275 nº1 CSC.
Nota: As sociedades pagam impostos IRC (taxa fixa = 21%)
Sociedade unipessoal por quotas (SUQ – art. 275 e seguintes CSC) sócio
único (gerente).
Em sentido objetivo:
As empresas são instrumentos ou estruturas produtivas-efeito
económicas objetos de direitos e negócios.
Como é que as pessoas exercem a atividade comercial?
Em estabelecimentos comerciais (empresas em sentido objetivo):
Coisas corpóreas (mercadorias, matérias-primas, móveis, viaturas,
etc.).
Coisas incorpóreas
a) Marcas: permitem distinguir produtos e serviços; são
protegidas durante 10 anos e ao fim desse tempo há a sua
renovação pelo pagamento de uma taxa (I.N.P.I.).
b) Patentes: protegem as invenções (registada se tiver utilidade e
aplicada à prática industrial) duração de 20 anos e ao fim
caem no domínio público.
c) Logotipos: distinguem as entidades empresariais umas das
outras.
d) Know-how: traduz-se no conjunto de conhecimentos de caráter
empírico não patenteáveis aplicados na prática empresarial e
industrial
Ex: restaurantes (conhecidos por determinados pratos devido
aos segredos que utilizam).
e) Recompensas: prémios, estrelas, medalhas, etc.
f) Clientela (fundamental).
Locação
Consiste no contrato pelo qual uma das partes se obriga a proporcionar à
outra o gozo temporário de um estabelecimento mediante uma
retribuição.
(Mera utilização – temporário)
Também conhecida como: Cessão de exploração (ceder temporariamente
a exploração do estabelecimento comercial).
Ex: O Sr. A vai estar fora durante dois anos, então o Sr. B fica a cargo do
restaurante durante 2 anos (no fim dos 2 anos se nada se disser em
contrário, o contrato cessa) pelo valor de 1000€/mês.
A locador
B locatário
Trespasse
Consiste na transmissão onerosa da propriedade de um estabelecimento
comercial por ato entre vivos.
Ex: Sr. A trespassa o seu restaurante a Sr. B de forma definitiva mediante
uma retribuição.
A trespassante
B trespassário
Art. 136 CT: Após a locação, o Sr. B fica livre para abrir outro
restaurante (interpretação extensiva após a cessação do
contrato, O Sr. B pode iniciar a atividade que quiser, mesmo que
seja de cariz concorrente).
Cap. 2: Tipos de Sociedades comerciais
Art. 1 nº3 CSC (Princípio da tipicidade das sociedades comerciais): As
sociedades que tenham por objeto a prática de artes de comércio devem
adotar um dos tipos previstos na lei.
Em Portugal podem escolher a sociedade, mas não as regras uma vez que
essas estão associadas a cada tipo de sociedade comercial.
Tipos de sociedades comerciais:
1) Sociedades em nome coletivo;
2) Sociedades por quota/Sociedades unipessoais por quotas (SQ ou
SUQ);
3) Sociedades anónimas (SA);
4) Sociedades em comandita simples;
5) Sociedades em comandita por ações.
1, 4 e 5 não existem em Portugal.
As sociedades são identificadas através da sua firma:
2) Lda - limitada (art. 200 nº1 CSC) SQ; Unipessoal Lda SUQ (art. 270
b) CSC);
3) SA ou Sociedade (art. 275 nº1 CSC).
Em regra, é necessário um número mínimo de 2 sócios para constituir
uma sociedade (art. 7 nº2 CSC).
Exceções:
SUQ: 1 único sócio (art. 270-A CSC)
SA: 5 sócios no mínimo (art. 273 nº1 CSC)
Art. 273 nº2 CSC: As sociedades anónimas (SA) podem ser
constituídas apenas por 2 sócios desde que 1 dos sujeitos seja o
Estado ou qualquer outra pessoa coletiva pública e que fique a
possuir a maioria do capital social.
Responsabilidade dos sócios perante a sociedade e perante os credores
sociais
Quando os sócios decidem construir uma sociedade comercial têm que
investir, ou seja, efetuar determinadas entradas.
Essas entradas podem ser de 3 tipos:
Dinheiro (art. 14 CSC);
Espécie (consistem em bens diferentes de dinheiro, neste caso
euros, que sejam suscetíveis de penhora (art. 28 CSC): podem
ser terrenos, casas, bens que sejam avaliados por um revisor
oficial de contas (ROC) que vai fazer um relatório para
descrever como estão os bens e deste modo avaliá-los).
Indústria (consiste na prestação de trabalho pelos sócios a
favor da sociedade); segundo os art. 202 nº1 e 277 nº1 CSC, as
SA e SQ não podem dar entradas em indústria.
Capital social: Consiste numa cifra tendencialmente estável representativa
da soma dos valores nominais das participações sociais que não
correspondam a entradas em serviço, necessariamente expressa em
moeda com curso legal (circulação) em Portugal e que determina o valor
em que o ativo há de superar o passivo.
Art. 32 CSC (PS – (CS+RI)).
Participações sociais: traduzem-se no conjunto de direitos e obrigações
atuais e potenciais dos sócios.
SQ: Quotas (quotistas)
SA: Ações (acionistas)
Direitos:
Direito de quinhoar (uma parte dos lucros) (art. 21 CSC);
Participar na deliberação dos sócios;
Sócio pode obter informações sobre o funcionamento da sociedade;
Pode ser designado para órgãos de administração e fiscalização da
sociedade.
Obrigações:
Entrar para a sociedade com dinheiro/espécie (art. 20 a) CSC).
Valor nominal: valor constante do contrato de sociedade a título de
participação social de cada sócio.
Ex: A SQ X tem 3 sócios (A, B e C) que dão as seguintes entradas:
A (10000€)
B (20000€)
C (terreno avaliado em 15000€)
Será que o capital social é igual a 45000€? Não.
Art. 25 CSC: o valor nominal (quota de um sócio) pode ser igual ou inferior
ao valor da entrada, só não pode ser superior.
Por exemplo, é possível que o valor nominal de A seja 8000€.
Art. 219 nº3 CSC (valor mínimo das quotas): 1€
Art. 276 nº3 CSC (valor mínimo das ações): 0,01€
Art. 276 nº5 CSC (valor mínimo do Capital Social): No caso das sociedades
anónimas (SA), o valor mínimo é 50000€. As sociedades por quotas (SQ)
não têm valor mínimo.