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Casos práticos

Com data de 20 de Fevereiro de 2007, a sociedade “FundInveste, Sociedadede


Promoção Imobiliária, S.A.” e “Rodrigo Fernandes Fonseca – Unipessoal, Lda.
Celebraram um contrato denominado “cessão de exploração de espaço em
centro comercial”, pelo qual o primeiro cedeu ao segundo a utilização do espaço
correspondente à loja n.º 7 do centro comercial X, que seria afetada ao exercício
de atividade de “tabacaria”. O contrato foi celebrado pelo prazo de um ano
renovável, tendo ficado acordado que a “Rodrigo Fonseca” pagaria a título de
remuneração um montante fixo, devido pela utilização do espaço, acrescido de
um montante variável(fixado em função de uma percentagem dos lucros da loja),
como contrapartida dos “serviços de gestão, consultoria e logística” prestados
pela “Fundi veste”, gestora do centro comercial. No período compreendido entre
Março de 2011 e Fevereiro de 2012, a “Rodrigo Fonseca” não pagou as
remunerações referentes à ocupação da loja e aos serviços prestados. Por este
motivo, a “FundInveste” resolveu o contrato celebrado, e veio exigir pagamento
dos montantes em dívida, acrescido do pagamento das penas convencionais e
dos juros de mora à taxa fixada para as obrigações comerciais.

3.1. Qualifique o contrato celebrado entre “FundInveste” e “Rodrigo Fonseca”,


esclarecendo se se trata ou não de um contrato comercial. Qual a taxa de juros
aplicável à obrigação pecuniária em dívida?

Decreto lei 62/2013 artigo 3. Aplicamos os juros comerciais, conforme a lei dos
atrasos.
Contrato celebrado entre duas sociedades. Temos um arrendamento que não está
presente no CCom, mas sim no CCivil. Cabe no CCom cabe a compra de imóvel para
arrendar. Pode ser chegar lá por defesa de analogia. Neste caso estamos perante um
exercício organizado de atividade comercial. O arrendamento, na lei ciivl já nem se
fala de arrendamento para comercio, mas sim em arrendamento para fim habitacional
ou não habitacional. Apesar de não existir no CCom olhando para o enunciado
percebemos que é para fim comercial. No surgimento do CCom comercial não existia
centros comerciais, arrendamento em centros comerciais.
Temos de ambos o lado o exercício da atividade empresarial, não estamos perante um
arrendamento tradicional em que alguém tem um imóvel e a arrenda, tendo assim uma
renda estática- não é uma atividade comercial, porque não há um emprenho na
atividade. Já nós centros comerciais, o arrendamento é uma atividade comercial, uma
vez que o gestor tem em vista o bom resultado do negócio, há um esforço. O objetivo
do gestor do centro comercial é que as pessoas passem lá o dia a consumir e ter
lucro. Há uma organização de base para fomentar/promover o consumo. O facto de
existir mias concorrência serve de atração. Na ponta do corredor ter uma loja ancora,
procurando atrair a clientela para aquela zona, para beneficiar as lojas menos
competitivas que se localizem ao lado. É a empresa/gestor e o logista. A lei 6/2006
concedia ao governo para legislar sobre esta matéria. Há um de 2015 de
licenciamento de atividade, que fala de centros comerciais, mas nenhum se refere ao
arrendamento.
Claro que uma das fontes dos contratos é autonomia contratual, e podem dispor um
regime distinto dos existentes. Há a liberdade contratual e a liberdade de fixação de
contrato. Podemos celebrar contratos diferentes dos das leis, diferentes modelos. Nós
podemos admitir como o Professor Pedro Vasconcelos – contrato atípico puro ou
contrato atípico misto. Artigo 1065 e 1026. Mas as misturas colocam a mesma
questão\ao? Que regime aplicamos? Como e resolve o problema?
Quando temos o contrato misto- mistura de contratos artigo 405, é o mesmo problema
que existe no contrato atípico. Atipico- só um regime (pare um regime).

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As estruturas basilares já estão na lei. Fruto do nosso conservadorismo, não há
criação nenhuma, há apenas uma evolução natural que leva a estas criação. O que se
faz é usar essas estruturas basilares para atingir os objetivos. Há uma deformação por
excesso ou defeito. No caso do centro comercial há uma deformação em excesso,
uma vez que não ele é exigido só renda, mas elementos de cooperação-ambos
querem ter muitos clientes no centro comercial. A estrutura base é o arrendamento-
temos a cedência do gozo de um imóvel para desenvolver uma atividade. Atividade
essa que se espera que tenha sucesso. O gestor tem de contribuir com as condições
do espaço, dinamização do centro- se não há interesse não há procura.
Não existe na lei, pega-se numa ponte de referência- contrato e altera-se. Nunca há
uma aplicação automática, há uma operação de subsunção- aplicamos num contrato e
aplicamos a uma norma- é um método seguro, mas não serve para todos os casos.
Cada loigista vai tratar da sua marca vai por em funcionamento o centro comercial-
locação- nesta cede se o imóvel e o locatário cria e o locador fica com o risco.
Ora, sempre se teve me mente que a cessão de exploração não pode ser aplicada o
regime de arrendamento.
Para detetar um contrato atípico basta olhar e ver que já bases já existentes. Neste
caso, não aplicamos o regime do contrato de arrendamento, num contrato atípico não
podemos aplicar qualquer regime à martelada, temos de ver qual o regime.

3.2. Considere agora que, querendo alienar a «tabacaria», a “Rodrigo Fonseca


“depara-se com a oposição da gestora do centro comercial, fundada em cláusula
contratual que condiciona a transmissão de qualquer loja ao consentimento do
gestor do centro comercial. Quid iuris?

O professor Oliveira ascensão diz que podemos aceitar a transmissão, uma certa
despersonalização, uma vez que o que importa é a pessoa e não a empresa.
Texto transmissão e cessão – Cassiano fontes.
Em caso de trespasse não é necessário o consentimento do senhorio, artigo 1112.
Não se aplica, uma vez que aqui depende da postura do logista. O centro comercial
quer um bom logista para manter a reputação. Assim sendo é necessária uma
autorização escrita. Quanto maior é a cooperação maior é a limitação por parte do
gestor.
Não pode existir um desinteresse total, ou é um investimento imobiliário.
A clausula não é valida, Pinto qualquer coisa... diz que é licita a clausula que exige a
autorização da transmissão da loja.
Tese pais Vasconcelos, pinto Duarte.
Método tipológico- um contrato não é isto ou aquilo, um contrato é uma aproximação a
isto e aquilo.
O artigo 1112 é um desvio à regra geral. A regra geral é o 424 CCivil.
Não é necessário o consentimento no trespasse artigo 1112 - o que se quer é valorizar
a criação do estabelecimento empresarial.
Como conjugar tudo isto com a dinâmica do centro comercial- artigo 424 e 1112.
Aplicamos a regra contratual- não permitir. Ou olhamos para o direito positivo e com
os dados decidir. Ora nós temos uma estrutura basilar de estabelecimento, onde seria
possível aplicar o 1112, mas do lado de lá temos um senhorio que não se insere no
quadro típico, tendo este interesse no sucesso do centro comercial. Temos dos dois
lados dois empresários.
Pinto fortado que vai para o esquema do arrendamento, aceita que seja necessário o
consentimento do trespasse- prendesse com i nível de cooperação.
Não deve ser uma oposição só porque sim.

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3.3. Suponha que Joaquim, cliente de “Rodrigo Fonseca”, nunca chegou a
pagara dívida correspondente aos jornais que, semanalmente, durante o período
de Janeiro fevereiro de 2012, adquiriu. Qual a taxa de juros de mora aplicável a
esta

Temos 3 tipos de taxas artigo 102 CCom


Não foi para estas situações que foi criada uma taxa de juros maior. Talvez no artigo 3º.

Os contratos comerciais em geral. Fontes.

1. P, sociedade portuguesa, vendeu a H, sociedade neerlandesa, material de videovigilância,


tendo ficado acordado que seria feito o transporte rodoviário das mercadorias para o
comprador. O contrato de compra e venda foi celebrado com a cláusula CIP (carriage and
insurance paid to). Durante o percurso parte da mercadoria foi furtada. O comprador teria de
pagar o preço na sua totalidade? A quem caberia receber a indemnização a pagar pela
seguradora?

Acórdão da relação de Coimbra 28 do 9 de 2010. Caberia ao comprador pagar e pedir a


indeminização a seguradora. O transporte é contratado pelo vendedor assim como o seguro.
A seguradora pode discutir aspetos como : podia ser recuperada parte da mercadoria; havia
dever de cuidado.

2. «FAMI – Indústria e Comércio de produtos alimentares, Lda.», sediada em Matosinhos,


celebrou, no âmbito do exercício da sua atividade comercial de importação e exportação de
peixe, um contrato de compra de 25 toneladas de corvina congelada, pelo preço de 40 000€,
com M, que se dedica igualmente à indústria e comércio de produtos alimentares e que está
sediada no México. O negócio foi celebrado na modalidade CFR (cost and freight) Leixões,
Portugal. A importadora recusa-se a pagar preço, alegando não ter podido receber a
mercadoria porque não foram cumpridas certas exigências relacionadas com a importação
para a UE de bens originários de países terceiros. Para este efeito, importadora enviara à
exportadora um ficheiro da etiqueta que teria de ser colocada na mercadoria com todas as
inscrições necessárias, mais alertando para a necessidade de respeitar todas essas indicações
e ainda de ser adicionado o número do lote e a identificação do produtor. A exportadora
defende-se, sustentando que não conhece nem, nos termos da modalidade negocial
convencionada, tem de conhecer o regime alfandegário do país importador. A mercadoria
não pôde ser desalfandegada por faltar nas caixas a menção do número e do nome do
produtor. Quid iuris?

Acórdão STJ 20.09.2011


Temos uma clausula do grupo C – transporte marítimo- paga as despesas do transporte, mas
depois da entrega ao comprador já não assume o risco.
Houve discussões e a importadora- sediada em Portugal- chegou a conclusão que o lote devia
ter o numero e etiquetas. O vendedor diz que não conhece a clausula de alfandega.
O vendedor diz que não assumiu as clausulas da alfândega uma vez que não acordaram isso-
cumpre no grupo f.

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Mas aqui há um incumprimento de uma clausula. A empresa portuguesa tinha avisado que era
necessário para poder desalfandegar. Pediu-se um auxílio de cooperação, e não foi cumprido.
Não tem de pagar as despesas, mas não pode descorar o pedido.
Vai para lá da clausula. O tribunal entende que não se resolve no incoterm, uma vez que o
vendedor cumpriu tudo para a mercadoria poder sair e a mercadoria saiu e chegou a Portugal,
ou seja, não é um problema com o incoterm mas sim com a clausula que foi aprovada e não foi
cumprida pelo vendedor. Não existe um problema de risco ou de mercadoria desaparece, na
realidade o problema na alfândega tinha de ser resolvido pelo comprador e as despesas ficam
a seu encargo, mas aqui existia um clausula.

3. A, com sede em Guimarães, exerce a atividade de fabrico e comércio de têxteis e


confeções, com sede em Istambul, dedica-se ao fabrico e exportação de tecidos. Em junho de
2017 foi celebrado entre A e B um acordo por via do qual B se obrigava a fornecer a A 25 000
m de tecido de bombazina, branco e pronto a tingir, pelo preço de 6€ o metro. A mercadoria
seria entregue ao comprador na modalidade CIF (cost, insurance and freight). Ficou também
convencionado que o preço seria pago mediante carta de crédito, confirmada e transferível a
90 dias da data de embarque da mercadoria. A mercadoria foi entregue a A. No entanto,
verificou-se que o tecido apresentava defeito (o tecido fora fabricado com fio de algodão de
diferentes afinidades) que o tornava inaproveitável para o fabrico de peças de vestuário,
sendo do conhecimento da vendedora qual a finalidade visada pela compradora. A
compradora reclamou junto da vendedora e pediu a substituição do tecido. Entretanto, uma
vez exibido o documento de conhecimento de embarque da mercadoria, o Banco
confirmador pagou preço devido à vendedora, conforme acordado com o Banco emitente e
instruções fornecidas na carta descrédito apresentada a este pela compradora. A
compradora pede ao Banco emitente que cancele pagamento. Seria possível ?

Acórdão relação de Guimarães 15 de janeiro de 2009.


Acórdão 12 de outubro de 2005

Temos um incoterm tem de ser expedida e entregue. O vendedor assume as despesas do


transporte, mas exonera-se dos riscos e perda. A falta de qualidade é uma falha de
incumprimento e não de risco ou desaparecimento. Mas o instrumento a que se recorreu é
seguro para ambas as partes, mas olhando para a regra e usos o artigo 4 da UCP. Há uma
separação uma autonomia da relação jurídica de base e o crédito de comentário. A ordem já
foi dada, o compromisso tem de ser honrado. O banco emitente só pode deixar de cumprir se
existir uma fraude. O documento que foi exibido foi a nota de crédito-original- e o
conhecimento de embarque são conformes, por isso tem de ser honrada. A empresa turca tem
de demandar a empresa portuguesa para esta corrigir.
Este instrumento é seguro uma vez que o vendedor não vai ligar maquinas e produzir sem ter
uma ordem de pagamento por parte do banco emitente, assim como o banco emitente não vai
pagar se não vir uma fatura ou documentos-uma vez que é apenas uma emissão e não o
pagamento efetivo.

Acórdão STJ 24 de outubro de 2013 – entende que há fraude


Acórdão STJ 24 de maio de 2011

A formação do contrato comercial. As vinculações preliminares.

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1.No dia 12 de Abril de 2019, os representantes das sociedades anónimas X e Y subscreveram
um documento do qual constavam todas as cláusulas de um acordo relativo à aquisição de
51% da sociedade Y. Uma das cláusulas constantes deste acordo fazia, porém, depender a
conclusão do contrato da aprovação do Conselho de Administração da sociedade X. No dia28
de Abril, a aprovação do contrato, sem qualquer motivo aparente, foi recusada pelo
Conselho de Administração de X. Consequentemente, a sociedade Y vem responsabilizar X
por incumprimento do contrato, reclamando pagamento de uma indemnização avultada que
cubra todos os danos sofridos, incluindo as despesas e o tempo perdido na preparação de
um contrato cuja execução fora ilegitimamente frustrada. Diga, justificando devidamente, se
o pedido de Y seria procedente.

Temos uma reserva da percentagem de capital social. Em termos de celebração de contrato


estamos na terceira etapa, mas há uma reserva, ou seja, fica depende da aprovação da
obtenção da percentagem. Não se verificando esta condição não se realiza o contrato.
Umas das clausulas diz que temos uma reserva do contrato, mas não diz que é uma condição.
Não é uma conclusão suspensiva.
Temos de ver se foi celebrado com condição suspensiva ou resolutiva, ou se reservamos a
conclusão do contrato numa condição.
A condição é uma cláusula do negócio jurídico. Se é antes não é uma cláusula é um requisito,
porque ainda não temos, se não se verificar não há contrato.
Se demostra-se que tinham sido violados deveres de boa fé, como aqui não há um contrato
não há responsabilidade contratual, temos responsabilidade pré-contratual.

2.Considere o documento a seguir transcrito:


“Ata n.º 1
Aos trinta dias do mês de Novembro de 2015, na sede social, onde se encontravam presentes
os dois únicos sócios da «Geoconstruções – Materiaise Equipamentos de Construção, Lda.»,
A........ e B.........., reuniu a Assembleia Geral desta sociedade comercial por quotas,
constando como ponto único da ordem de trabalhos a cedência de quinze por cento da
respetiva quota de cada um dos sócios a um novo sócio que é agora admitido na sociedade:
C..........
E nada mais havendo a tratar, foi encerrada a sessão e elaborada apresente ata que vai
assinada por todos os sócios.
A.... B..... C.....
”Tendo em conta o disposto neste documento, qualifique, justificando devidamente, o
vínculo jurídico estabelecido pelos intervenientes no acordo deceção. Teria C, com base
apenas neste documento, direito a assumir a titularidade de 30% das participações sociais da
«Geoconstruções – Materiais e Equipamentos de Construção, Lda.»?

Pode não ter existido uma convocação regular. Mas há pontes que não se podem ultrapassar.
Estas quotas vão ser transmitidas com que motivo. E uma deliberação da AS não podem fazer
assim a transmissão de quotas dos sócios. Há um prejuízo da confiança.
O que está em causa é que uma pessoa foi aliciada a ser sócio e estes dois sócios subscreveram
um documento que transmitia essas quotas. Em último caso isto pode ser fase pré contratual.
Quem transmite a participação social é a Sociedade, quem delibera é a AS. É o sócio que tem
de fazer a transmissão das quotas, a cedência tem de ser feita pelos sócios. Tínhamos uma
cessão de quotas ou um contrato de promessa de cessão de quotas?

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2.1. O Acórdão STJ de 21.01.2021 (relator: Olindo Geraldes) quPONTalifica como contrato-
promessa de aquisição de participação social a declaração de sociedade em reunião que não
constitui Assembleia Geral, prometendo certa participação no seu capital social, tendo sido
entregue certa quantia pecuniária.

Acórdão- EXEMPLO- a sociedade cria fazer um aumento de capital e existiu uma entrega de
quantia monetária pelo sócio adquirente da participação social.

Estamos no domínio das negociações ou já num contrato?

3.Qualifique, justificando devidamente, o vínculo assumido pelos intervenientes no seguinte


acordo.

O centro comercial não está concluído. Cada lojista vai decorar, instalação elétrica, e tudo o
resto. Ele não entra logo em vigor é preciso saber se é contrato promessa. Neste caso pode ser
apenas um contrato de reserva de loja- a loja quer a reserva d aloja e o centro comercial quer o
dinheiro. Pode existir este acordo sinalagmático de reserva. Se existir esta desistência, perde o
sinal. Perde-se sempre a quantia ou parte dela? Se for um contrato sinalagmático temos de ver
os direitos e interesses.
Pode acontecer que a eficácia do contrato definitivo é imputável a ambas as partes.
A parte sai e não tem prejuízo artigo 812 por analogia. Pode ser restituída porque o contrato
não se celebrou.
A doutora egina castelo- a reserva de imóvel é uma coisa e estes de reserva de shopping são
outra. A reserva de ingresso são outra coisa. O pagamento de ingresso até já pode ter
acontecido-pagamento de entrada- isto é, é a contrapartida para pode ter o espaço- ou seja faz
as analises estéticas, ver os lojistas que vão estar lá, ou seja paga a esta valorização.
Esta ideia de pagamento de ingresso. Isto é um lugar privilegiado para o comercio- tem de
pagar esta vantagem.
Estamos perante um contrato promessa- uma vez que está aqui uma menção mais forte do que
apenas reservar a loja. Temos o regulamento do centro comercial já feitos, há datas para o
comerciante entrar.
A questão é: já foi celebrado ou não?
Há mais que uma mera reserva de loja.
Há casos que acham que se perde a quantia toda.

EX. relação de Coimbra: o lojista quis desistir. Em pouco tempo encontraram outro lojista. A
relação considerou que se tinha de restituir parte do dinheiro- ingresso, uma vez que ele saiu
pouco tempo depois e o centro comercial não teve prejuízo. Considerou que não aproveitou o
centro comercial.
Se afinal o contrato definitivo não se pode concretizar então parte da continua deve ser
restituída.
Não pode é existir um abandono das negociações.
Por aplicação analógica do 812 pode pedir uma redução da perda. Pagar para se aceder ao
ingresso – há tribunais que foram longe demais.
Não pode é ser apenas uma reserva de localização.

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5.Após um longo processo de negociações, A, B, C e D subscreveram,em 19 de Janeiro de
2003, um documento do qual constava o seguinte:
“PROTOCOLO:A, B, C e D estabelecem entre si o seguinte protocolo de acordo, sendoque o
primeiro, segundo e terceiro outorgantes são, cada um, titulares de duasquotas que, no seu
conjunto, perfazem a totalidade do capital social da«Confex – Confecções têxteis, Lda.», e
também seus gerentes, e o quartooutorgante é gerente da «Fitel – fiação têxtil, Lda.» e
detentor de 60% dorespectivo capital.1º - A, B e C prometem ceder uma das duas quotas de
que cada um é titular,respectivamente no valor de x, y e z, e que na sua totalidade perfazem
o valor de 50% do capital social da «Confex», pelo preço de 750 000,00 euros, ao quarto
outorgante (D) ou a pessoa a indicar por este até à véspera da escritura.- O quarto
outorgante ou a pessoa que vier a ser indicada por este, desde que se trate de sociedade em
cujo capital ele tenha participação maioritária, promete comprar as referidas quotas.2º - O
preço será pago em 90 prestações mensais, iguais e sucessivas, no valor de 8 333,00 euros
cada, vencendo-se a primeira no fim do mês seguinte ao da assinatura deste protocolo e as
restantes, no fim de cada mês, sucessivamente até integral pagamento.3º - A escritura de
cedência de quotas será e efetuada no prazo máximo de um ano, em dia, hora e local, a
designar pelo quarto outorgante, ou pessoa por ele indicada nas condições assinaladas.4º -
Os outorgantes reconhecem que a boa concretização do negócio pressupõe, para além do
pagamento do preço, a certeza em relação à verificação prévia de determinadas
circunstâncias, a saber: a) a aprovação do processo que regularizará as dívidas da «Confex»
aoEstado;b) a aprovação da medida de saneamento financeiro que permita a recuperação da
«Confex»;c) o pagamento ao Banco F e aos fornecedores cujas dívidas foram avalizadas ou
garantidas pelos sócios da sociedade «Confex».5º - O quarto outorgante será nomeado
gerente da «Confex» com direito especial, pelo que só poderá ser destituído com justa causa,
judicialmente reconhecida

As partes chamaram protocolo, mas trata-se de um contrato promessa. A doutrina diz que
temos contrato promessa quando já não há nada a discutir está fechado. Quando há a
promessa de, mas ainda há muitos pontos a discutir- protocolo de acordo. Já tinha sido
entregue um cheque, mas uma das partes disse que havia pontos abertos.
A diferença entre contrato promessa e protocolo é o facto de existir pontos a discutir. No caso
do acórdão o tribunal disse que um ponto não está fechado mas há determinabilidade, ou seja,
é possível fechar esse ponto. Já está fechada a negociação, o que fica aberto é as condições, ou
seja, o que está aberto é as clausulas de condição de celebração do contrato ou seja da eficácia
deste. EX: cumpro o contrato mas tem de ter as dividas em dia.
O ponto 4 são cláusulas de condição. O transmitente não cumprirem não tem de transmitir.
Se é uma clausula de eficácia não se verificando não se realiza- cai. Temos um contrato
promessa,
mas se tem uma condição- se não se verificar não se realiza.

5. Após um longo processo de negociações, A, B, C e D subscreveram,em 19 de Janeiro de 2003, um documento


do qual constava o seguinte

A, B, C e D estabelecem entre si o seguinte protocolo de acordo, sendoque o primeiro, segundo e terceiro


outorgantes são, cada um, titulares de duasquotas que, no seu conjunto, perfazem a totalidade do
capital social da«Confex – Confecções têxteis, Lda.», e também seus gerentes, e o quartooutorgante é
gerente da «Fitel – fiação têxtil, Lda.» e detentor de 60% dorespectivo capital.
1º - A, B e C prometem ceder uma das duas quotas de que cada um é titular,respectivamente no valor de x, y e
z, e que na sua totalidade perfazem o valorde 50% do capital social da «Confex», pelo preço de 750
000,00 euros, aoquarto outorgante (D) ou a pessoa a indicar por este até à véspera da escritura.- O
quarto outorgante ou a pessoa que vier a ser indicada por este, desde quese trate de sociedade em
cujo capital ele tenha participação maioritária,promete comprar as referidas quotas.

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2º - O preço será pago em 90 prestações mensais, iguais e sucessivas, novalor de 8 333,00 euros cada, vencendo-
se a primeira no fim do mês seguinteao da assinatura deste protocolo e as restantes, no fim de cada
mês,sucessivamente até integral pagamento.
3º - A escritura de cedência de quotas será efectuada no prazo máximo de umano, em dia, hora e local, a
designar pelo quarto outorgante, ou pessoa por eleindicada nas condições assinaladas.
4º - Os outorgantes reconhecem que a boa concretização do negóciopressupõe, para além do pagamento do
preço, a certeza em relação àverificação prévia de determinadas circunstâncias, a saber:
a) a aprovação do processo que regularizará as dívidas da «Confex» aoEstado;
b) a aprovação da medida de saneamento financeiro que permita arecuperação da «Confex»;
c) o pagamento ao Banco F e aos fornecedores cujas dívidas foramavalizadas ou garantidas pelos
sócios da sociedade «Confex».
5º - O quarto outorgante será nomeado gerente da «Confex» com direitoespecial, pelo que só
poderá ser destituído com justa causa, judicialmentereconhecida”

Neste caso temos uma propota. Temos um acordo pre contratual final. Temos um contrato
promessa. Temos a mera declaração.

Contrato compra e venda mercantil

2.A sociedade comercial «VIC – Comércio de vidro, Máquinas eEquipamentos», que se dedica à
comercialização de vidros, máquinas e equipamentos, vendeu à sociedade comercial
«Rodrigues & Irmãos, Lda.» uma máquina de arestas manual em 30.12.1998. Ficou
acordado entre as duas sociedades que a compradora “iria verificar se a máquina se
ajustava à subactividades”. A máquina, que até então não fora vista pela compradora, foi-
lhe entregue no dia 3 de Janeiro de 1999. No dia 3 de Março de 1999, a vendedora, «VIC –
Comércio de vidro, Máquinas e Equipamentos» endereça à compradora uma missiva em
que reclama o pagamento do preço ainda em dívida e dos juros moratórios
correspondentes. A compradora responde, por fax, com data de 5 de Março, que a
máquina não serve afinal o exercício da sua atividade, pelo que não está interessada em
mantê-la, não devendo como tal ser-lhe cobrada qualquer quantia

Esta compra não foi feita para revenda. Foi para uso da sociedade, não há aqui problemas de celeridade.
Como não é um compra e venda mercantil aplicamos as disposições do código civil. Aplicamos a
aplicação do 470 e 471.
Atuando-se com as diligências do comercia nada justifica que a maquina esteja no armazém um mês.
Teve de ser o vendedor a dizer, não vieram buscar a máquina. Não é um comportamento
adequado. Não tomaram, as diligencias exigíveis. Havia a obrigação do pagamento do preço.
Nada foi dito e não parece razoável que alguém fique dois meses com a máquina.

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