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Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra

Mestrado em Solicitadoria de Empresas

CONTRATO DE FRANQUIA
(franchising)
Trabalho elaborado pelo mestrando, RICARDO LOUREIRO,.

Docente:
PROF.

Coimbra,
2015
Sumário:
Introdução
Noção
Modalidades
Conteúdo essencial
Qualificação
Caraterização
Contrato de franquia (franchising)
Reconhecimento de assinaturas
INTRODUÇÃO:
O sistema de franchising teve início em meados do século XIX, nos Estados
Unidos.
Os primeiros contratos apenas contemplavam o direito ao uso da marca do
Franqueador. Mais tarde foram outorgados contratos de serviços, revenda e
distribuição, bem como, a definição contratual da área geográfica.
Na década de 70, aparece um novo conceito, conversion franchising,
traduzia-se no facto dos franqueados, donos de negócios independentes,
preferirem recolher-se à sombra de uma organização maior, que lhes
proporcionava uma maior visibilidade.
Tendo sido adotado na europa em inícios dos anos 70, o primeiro franchising
surge em Portugal na década de 80, no setor têxtil, mais tarde estende-se a
empresas na área de fast food e na área imobiliária.
NOÇÃO:

Código De Deontologia Europeu Do Franchising – O Franchising é um


sistema de comercialização de produtos e/ou serviços e/ou tecnologias,
baseado numa estreita e contínua colaboração entre empresas jurídicas e
financeiramente distintas e independentes, o Franchisador e os seus
Franchisados, através do qual o Franchisador concede aos seus
Franchisados o direito, e impõe a obrigação, de explorar uma empresa de
acordo com o seu conceito.
NOÇÃO:

Doutrinal – Pode definir-se o "franchising" como o "contrato pelo qual


alguém (franquiador) autoriza e possibilita que outrem (franquiado),
mediante contrapartidas, actue comercialmente (produzindo e/ou
vendendo produtos ou serviços), de modo estável, com a fórmula de
sucesso do primeiro (sinais distintivos, conhecimentos, assistência) e surja
aos olhos do público com a sua imagem empresarial, obrigando-se o
segundo a actuar nestes termos, a respeitar as indicações que lhe forem
sendo dadas e a aceitar o controlo e fiscalização a que for sujeito“.
A. PINTO MONTEIRO.
Modalidades de franquia (franchising)
Internacional:
Ø Package franchising;

Ø Product franchising

Interno:
Ø Franquia de serviços;

Ø Franquia de produção ou industrial;

Ø Franquia de distribuição.
Modalidades de franquia (franchising) cont.:
Internacional:
Package franchising – O Franqueado está autorizado pelo
Franqueador a exercer o seu negócio de acordo com um estilo
empresarial definido por Franqueador e identificado pela sua marca.

Product franchising – traduz-se em licenças para vender uma linha


de produtos de marca em exclusividade ou com outros produtos.
Modalidades de franquia (franchising) cont.:
Interno:
Franquia de serviços – contrato pelo qual o Franqueado presta um
serviço sob a insígnia e denominação comercial ou sob a marca do
Franqueador, utilizando o know-how desenvolvido por este. Nesta
modalidade de franchising o Franqueador desenvolve uma
determinada fórmula de prestação de serviços e é essa fórmula que é
transmitida ao franqueado.
Modalidades de franquia (franchising) cont.:
Franquia de produção ou industrial – contrato pelo qual o
Franqueado fabrica os produtos que vende sob a marca do Franqueador e
agindo segundo as suas instruções. Nesta modalidade, o Franqueador
concede, assim, ao franqueado a autorização para este fabricar e distribuir os
seus produtos.

Franquia de distribuição – contrato pelo qual o Franqueado vende


produtos da marca num estabelecimento comercial sob a insígnia do
Franqueador. Nesta modalidade, o franqueador concede ao Franqueado o
direito de distribuir os seus produtos em lojas com a mesma identidade do
Franqueador.
Conteúdo essencial:
Ø Concessão de licença de uso de sinais distintivos do comércio do
Franqueador e/ou concessão de licença de uso de marca;

Ø obrigação de uso dos sinais distintivos do comércio e/ou marca do


Franqueador;

Ø transmissão de saber-fazer (Know-how);

Ø prestação de assistência do Franqueador ao Franqueado;

Ø obrigações pecuniárias do Franqueado ao Franqueador;

Ø controlo da atividade do Franqueado pelo Franqueador.


Conteúdo essencial (cont.):
Segundo o Código Deontologia de Franchising;

Ø Os direitos do Franqueador e do Franqueado;

Ø As obrigações do Franqueador e do Franqueado;

Ø Os bens e/ou os serviços prestados ao Franqueado;

Ø As condições financeiras para o Franqueado;

Ø A duração do contrato;

Ø As condições de renovação do contrato;

Ø As condições em que poderá ocorrer a cessão ou a transmissão dos


direitos do Franqueado;
Conteúdo essencial (cont.):
Ø As condições de utilização pelo Franqueado dos sinais distintivos do
comercio pertencentes ao Franqueador;

Ø O direito do Franqueador adaptar o seu Conceito de franchising alterando


ou adoptando novos procedimentos;

Ø As cláusulas de redução do contrato;

Ø As cláusulas que estabeleçam, a pronta restituição ao Franqueador de


todos os elementos corpóreos e incorpóreos que lhe pertençam, aquando
da cessão do contrato de franchising.
QUALIFICAÇÃO:

Tipos de contratos:

Ø Contrato Típico ou nominado;

Ø Contrato misto;

Ø Contrato atípico ou inominado.


QUALIFICAÇÃO (cont.):
Contratos típicos ou nominados:
Dizem-se contratos típicos ou nominados os que, além de possuírem um
nome próprio (nomen iruis), que os distingue dos demais, constituem
objeto de uma regulamentação legal específica.
Os contratos nominados podem ser típicos ou atípicos:
Típicos- quando, além de possuírem um nome, têm estabelecido o seu
regime na lei, ex: compra e venda, doação, a locação, a sociedade, o
mandato, o deposito.
Atípicos- quando a lei os reconhece como categorias mas não
estabelece qual o seu regime, ex: art 755.º, al. b) do CC.
QUALIFICAÇÃO (cont.):

Contratos atípicos:
O seu regime não se encontra previsto na lei, são contratos que as
partes, ao abrigo do princípio da liberdade contratual criam fora dos
modelos regulados na lei, art. 405.º, n.º 1 do CC.

Se as partes celebrarem um contrato que a lei desconhece por


completo, tratar-se-á de um contrato inominado e atípico.
QUALIFICAÇÃO (cont.):
Contratos mistos:
São aqueles que reúnem em si regras de dois contratos, total ou
parcialmente regulados na lei.
As partes, em vez de celebrarem um ou mais modelos de contratos,
incluídos no catalogo da lei, celebram um só contrato, com prestações
de natureza diversa, mas que se encontram compreendidas em
espécies típicas diretamente reguladas na lei.
Os contrato misto diferencia-se também da junção, união ou coligação
de contratos, pela sua natureza.
Nestes casos, trata-se de dois ou mais contratos que, sem perda da sua
individualidade, se encontram ligados entre si por um nexo funcional,
criando assim uma relação de dependência.
Caracterização do contrato:
Ø Contrato comercial – Segundo a noção tradicional, já que é sempre
subjetivamente comercial do lado do Franqueador e tendencialmente do
lado do Franqueado, pois este terá de constituir uma sociedade comercial
para exercer a sua atividade ou de adquirir a qualidade de comerciante,
mas também segundo o critério de empresarialidade de ENGRÁCIA
ANTUNES, por ser um contrato de empresa.

Ø Atípico – Carece de um regime legal próprio, contudo é socialmente


típico.

Ø Consensual ou não formal – Não requer forma especial.

Ø Obrigacional e não real – Não há a constituição, modificação ou


extinção de direitos reais.
Caracterização do contrato (cont.):

Ø Oneroso – Faz parte do seu conteúdo típico a obrigação do franquiado


prestar uma contrapartida pecuniária ao Franquiador.

Ø Sinalagmático – Ambas as partes comprometem-se a obrigações


recíprocas.

Ø De execução permanente – É realizado “instante a instante”, ao longo


de todo o período em que se encontra em vigor.

Ø Fiduciário – A relação contratual é caracterizada pela confiança entre as


partes, desde a fase pré-contratual.
Caracterização do contrato (cont.):
Ø Intuitus Personae – O contrato é celebrado entre partes que foram
especificamente escolhidas pelas suas qualidades e características, o que
implica que a cessão da posição contratual, esteja sujeita ao
consentimento do Franqueador, mesmo num caso de sucessão mortis
causa, face à regra geral da livre cessão do estabelecimento comercial.

Ø De dependência – É um contrato relacional, onde predominam as


relações duradouras e de estreita colaboração.

Ø Contrato-quadro complexo – Não só se prevê e regula a celebração de


contratos futuros, ao longo da relação contratual de colaboração, mas
também tem um núcleo caracterizador complexo que engloba vários tipos
contratuais, como a celebração de licenças de exploração de marca, a
obrigação de transmissão do saber fazer, a prestação de assistência
técnica, as obrigações pecuniárias.

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