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CONTRATOS DE FRANCHISING

Sidnei Amendoeira Jr.

OAB/SP

2/07/2019
CONTRATO DE FRANQUIA
A palavra franchising, traduzida para franquia em português,
vem do francês medieval franc e quer significar outorga ou
privilégio.

Para o franqueador trata-se de uma possibilidade de


expansão de seu negócio com baixo investimento que é
realizado diretamente pelo franqueado e ampla divulgação
de sua marca.
Para o franqueado é a oportunidade de utilizar métodos
comprovados de operação, publicidade ampla e de alto
impacto, marcas registradas reconhecidas, assistência
técnica e gerencial contínua, reduzindo riscos ao montar
seu próprio negócio.
CONTRATO DE FRANQUIA
Teria surgido na época da guerra civil norte americana
quando a empresa Singer Sewing Machine criou uma rede
de lojas (1850-1860) que atuavam sob sua bandeira/marca,
revendendo os seus produtos, valendo-se de terceiros para
tanto – essa primeira rede, vale dizer, não deu certo...

Mas seu grande boom surge na década de 50 do século


passado quando surgem grandes redes como McDonald´s,
Burger King, KFC, Donkin Donuts etc.
CONTRATO DE FRANQUIA
https://www.youtube.com/watch?v=m4QwLyoc7tU
CONTRATO DE FRANQUIA
Seria importante destacar a importância econômica que a
franquia alcançou em nosso País:
• 1.299.145 empregos diretos;
• R$174,843 bilhões de faturamento;
• 2.877 Redes;
• 153.704 unidades (próprias e franqueadas) – 53,4
unidades por rede.

***Dados do final de 2018 da ABF- Associação Brasileira


de Franquias
MAIORES REDES NO BRASIL:
FRANCHISING BRASILEIRO NO MUNDO (2016)

208 unidades/rede

47 unidades/rede
FRANCHISING NO BRASIL

Vendas acumuladas nos últimos 12 meses

2018 2017

R$174,843 bilhões R$163,319 bilhões


2.877 redes 2845 redes

Crescimento: 7,1% em faturamento e


1.1% em redes

PIB do Brasil: + 1,0%


CONCEITO

A Lei 8955/94 (Lei de Franquia) define o contrato de


franquia em seu artigo 2º como:

“o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o


direito de uso de marca ou patente, associação ou direito
de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos
ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso
de tecnologia de implantação e administração de
negócios ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos
pelo franqueador, mediante remuneração direta ou
indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo
empregatício”.
CONCEITO
Franquia ou Franchising é o contrato empresarial através do
qual a Franqueadora concede a um terceiro (o franqueado),
o direito de:
(i) utilizar sua marca em caráter não exclusivo;
(ii) implementar, vender ou distribuir produtos e/ou
serviços, sob um formato operacional e mercadológico
previamente definido, geralmente em determinado território
pré-determinado; e
(iii) receber a tecnologia e o know how necessários e
detidos pela franqueadora para viabilizar a administração
de um negócio peculiarmente formatado. Tudo de forma
continuada e com vistas a permitir a reprodução do conceito
padrão e a expansão do negócio franqueado.
CONTRATO DE FRANQUIA

Este know-how operacional pode ser caracterizado por um


trinômio tal qual delimitado por COMPARATO: engineering,
management e marketing.

O franqueador, portanto:
(i) planeja a montagem do negócio franqueado;
(ii) fornece um esquema completo de organização
empresarial; e
(iii) fornece todas as informações necessárias ao
desenvolvimento das vendas dos produtos e serviços ao
mercado consumidor
ESPÉCIES

Quanto ao seu objeto, os contratos de franquia dividem-se em:

(i) franquias de produtos ou de distribuição: a Franqueadora (ou um


terceiro por ela contratado) produz os produtos que serão recebidos
pelos franqueados e revendidos ao mercado consumidor;

(ii) franquias de serviço: a Franqueadora transfere aos seus


franqueados o know how para que estes possam prestar serviços
diretamente ao consumidor final;

(iii) franquia mista envolvendo geralmente produtos e serviços; e

(iv) franquias de produção ou industrial: a Franqueadora cede aos


seus franqueados o know how para a produção dos produtos que serão
comercializados pelos próprios franqueados ou por terceiros
(franqueados ou não).
ESPÉCIES
Com relação ao formato, as franquias podem ser:
(i) tradicionais (de primeira e segunda geração): mera cessão de
licença de uso de marca não exclusiva, associada ao direito de
comercializar produtos e serviços. Sem exclusividade e com
pouquíssimo suporte;
(ii) de negócio formatado (business format franchising): as
chamadas franquias de terceira geração, ou seja, além da cessão da
licença de uso de marca e do direito de distribuição de produtos e
serviços, a Franqueadora cede ao Franqueado todo o know how
necessário para a abertura, implementação e operação do negócio
franqueado, permitindo sua operação diária, constante estruturação e
supervisão de campo, remota ou local, para análise e fiscalização de
todos os aspectos operacionais do negócio, permitindo, inclusive, sua
padronização.
(iii) fala-se atualmente em franquias de quarta (franqueados participam
das decisões através de Conselhos e Comitês) e quinta (com garantia
de recompra pelo Franqueador) gerações.
ESPÉCIES

Quanto ao tipo de concessão podemos ter franquias:


(i) exclusivas ou não exclusivas (caso o franqueado tenha
ou não um território para sua atuação exclusiva);
(ii) por conversão (se o franqueado antes operava uma loja
do segmento e a converteu em uma franquia de outra
marca), em estado puro (iniciou sua operação realizando
todo o investimento e treinamento dados pelo franqueador)
ou associativas (nas quais a Franqueadora tem uma
participação no capital social do Franqueado e vice-versa).

Quanto à abrangência podemos pensar em: (i) master


franquias; (ii) desenvolvedores de área; (iii) corners; e
(iv) microfranquias.
MASTER FRANQUIA

Franqueador
País de Origem
Contrato de
Brasil Master
Master
Franqueado/
Sub Franqueador
Contrato de
Franquia

Sub Franqueado
DESENVOLVEDOR DE ÁREA

Franqueador

Contrato de
Desenvolvimento
Contrato de Desenvolvedor de
Franquia Área

SPE
CONER FRANCHISING

A franquia de canto, mini-unidade ou corner franchising é


a possibilidade de comercializar produtos e serviços de
um sistema de franquia em lojas de grandes dimensões
como de departamentos ou até em espaços abertos
dentro de shopping centers comerciais.
São exercidas geralmente por meio de carrinhos ou
quiosques, mas podem ser encontradas como um ponto
de venda de determinado marca e produto dentro de uma
loja maior. Imagine-se, por exemplo, que, em uma loja de
brinquedos, exista um ponto de vendas e local próprio
para comercialização de produtos de uma determina
marca.
Diferem de um modelo store in store.
MICROFRANQUIAS

Microfranquias são negócios franqueáveis que exigem um investimento


inicial inferior ao de uma franquias tradicionais, qual seja, de até
R$90.000,00 segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF) que
adota como referencia 3 vezes o PIB anual médio por habitante do país
como valor máximo de investimento.

Vantagem – menor risco de investimento; permite que mais pessoas


possam empreender; formaliza negócios e gera empregos.
Desvantagem - a dedicação ao negócio será a mesma que numa
franquia tradicional, mas o suporte da Franqueadora não
necessariamente será o mesmo. Maior Risco – falta de capital de giro

Em 2018, de acordo com o estudo da ABF, já operavam no Brasil 589


marcas com unidades de microfranquia (eram 585 em 2017 –
crescimento de 8%), seja de forma exclusiva (puras - 423) ou de
forma paralela ao modelo tradicional (mistas - 166).
CONTRATO TÍPICO E COMPLEXO:

Apesar de complexo, o contrato de franquia é típico e possui regramento


legal específico. Essa é a sua grande vantagem: a tipicidade, o
regramento legal constante e específico e a orientação jurisprudencial já
firmada nos Tribunais sobre o tema.

A 2ª. Turma do Stj No REsp nº 403.799-MG, Relator o Ministro Franciulli


Netto, DJ de 26/4/06, fixou entendimento no sentido de que o mesmo não
se confunde com nenhum outro contrato porque possui delineamentos
próprios que lhe concedem autonomia.

ANA CLÁUDIA REDECKER tem posição diversa desta. Para ela, o


contrato é nominado, mas permanece atípico UMA VEZ QUE A Lei
8955/64 não lhe teria dado todos os contornos necessários, definindo as
obrigações de franqueadores e franqueados.
INAPLICABILIDADE DO CDC:

Nos contratos de franquia não está caracterizada relação de hipossuficiência


similar àquela que se verifica em contratos de consumo e considerados como de
adesão, especialmente em função do fato que a lei de franquias, em seu artigo 3º,
determina ao franqueador entregar ao franqueado, no mínimo dez dias antes da
celebração de qualquer instrumento ou pagamento de qualquer taxa, uma Circular
de Oferta de Franquia (COF) com todos os dados e informações relativos à
contratação, especialmente com relação ao investimento e, ainda, as minutas do
pré-contrato e contrato de franquia padrão utilizados pela Franqueadora.

Até, por isso mesmo é que existem contratos padrões em franquia, como
decorrência da própria exigência legal de entrega de sua minuta previamente
quando da entrega da COF.

Como se vê, o franqueado teve a opção de escolher e a oportunidade de analisar


previamente o negócio em que estava a ingressar.
INAPLICABILIDADE DO CDC:

Mesmo porque, não parece que o franqueado possa ser equiparado ao


“destinatário final”, nos termos do art. 2º do CDC.

Ora, em se adotando o conceito de destinatário final como aquele que retira o bem
do mercado, encerrando o circuito produtivo, o franqueado certamente não é essa
pessoa.

Ainda que, por interpretação extensiva, pense-se que o franqueado se utiliza da


franquia para seu trabalho profissional, não se pode afirmar que o franqueado seja
o destinatário final da franquia.

Ora, o objeto do contrato de franquia é exatamente criar meios para a passagem


dos produtos e serviços da franquia para o mercado de consumo, utilizando-se a
franqueadora, para tanto de sua rede de franqueados.
INAPLICABILIDADE DO CDC:
O E. STJ, sobre o tema, já decidiu que:

Contrato de fiança. Relação entre o franqueador e franqueado. Lei nº


8.955/94. Código de Defesa do Consumidor. Fiança. Exoneração. 1. A
relação entre o franqueador e o franqueado não está subordinada ao
Código de Defesa do Consumidor. 2. Afastando o acórdão a existência de
moratória com base na realidade dos autos e em cláusula contratual, não há
espaço para acolher a exoneração da fiança, a teor das Súmulas nºs 5 e 7 da
Corte, ademais da falta de prequestionamento dos dispositivos indicados no
especial. 3. Recurso especial não conhecido. (REsp 687.322/RJ, Rel.
Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, TERCEIRA TURMA,
julgado em 21.09.2006, DJ 09.10.2006 p. 287)

Em sentido absolutamente similar: PROCESSO CIVIL - RECURSO


ESPECIAL - EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA - INEXISTÊNCIA, NA
ESPÉCIE, DE CONTRATO DE ADESÃO - PARTES COM CAPACIDADE
FINANCEIRA, TÉCNICA E JURÍDICA PARA CONTRATAR -
COMPETÊNCIA TERRITORIAL - DOMICÍLIO DO RÉU - CRITÉRIO
RELATIVO - DERROGAÇÃO PELAS PARTES - PREVALECENTE O FORO
DE ELEIÇÃO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. (REsp 415.150/PE, Rel.
Ministro MASSAMI UYEDA, QUARTA TURMA, julgado em 02.08.2007, DJ
27.08.2007 p. 256)
CONTRATO POR ADESÃO OU DE ADESÃO?

O contrato de franquia não é um contrato de adesão. Isso porque a


Franqueada, como empresária que é, poderia ter optado por um sem
número de alternativas no mercado. Neste sentido, ensina Orlando
Gomes que:
“O que caracteriza o contrato de adesão propriamente dito é a
circunstância de que aquele a quem é proposto não pode deixar de
contratar, porque tem necessidade de satisfazer a um interesse que, por
outro modo, não pode ser atendido. Assim, quem precisa viajar, utilizando
determinado meio de transporte há de submeter-se às condições
estipuladas pela empresa transportadora, pois não lhe resta outra
possibilidade de realizar o intento. A alternativa é contratar ou deixar de
viajar, mas se a viagem é necessária, está constrangido, por essa
necessidade, a aderir às cláusulas fixadas por aquele que pode conduzi-
lo.” (Contratos. Rio de Janeiro, Forense, 2002, pág. 119, 120).
CONTRATO POR ADESÃO OU DE ADESÃO?

Nesta mesma vertente, LINA FERNANDES acrescenta:

“Assim sendo, enquadra-se a franquia na categoria dos contratos


POR adesão. O candidato a franqueado pode dispensar o contrato ou
mesmo celebrá-lo com pessoas diversas.
Inexiste uma necessidade a ser satisfeita, que o faz aderir
obrigatoriamente, a determinado contrato. Entretanto, optando pela
celebração do contrato de franquia, o candidato a franqueado há de
aderir a vontade do franqueador, o que caracteriza o contrato POR
adesão.
Especificamente com relação à franquia, entendemos que somente da
aceitação integral, pelo franqueado, das cláusulas contratualmente
impostas pelo franqueador, que detém o know-how, pode advir o
sucesso da rede, interesse maior dos contratantes.”[1]

[1] Fernandes, Lina Márcia Chaves. Do contrato de Franquia. Belo


Horizonte, Del Rey, 2000, pag 61 e 62
CONTRATO POR ADESÃO OU DE ADESÃO?

“Assim, com fundamento na doutrina e nos julgamentos deste STJ, o


contrato de franquia é inegavelmente um contrato de adesão.
Quanto à diferenciação apresentada pela recorrida segundo a qual
contratos “por adesão” são distintos de contratos “de adesão”, entendo
que essa sutileza sintática é incapaz de representar alguma
diferença semântica relevante, pois o Direito não trata de forma
distinta essas duas supostas categorias.”
(REsp 1602076/SP, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, 3ª TURMA, julgado
em 15.09.2016)
COF

O artigo 3º da lei de franquias trata dos requisitos que devem constar


de um documento que é particular aos contratos de franchising,
devendo precedê-los, qual seja, a Circular de Oferta de Franquias
(COF).

Este documento é meramente informativo e deve ser previamente


entregue aos candidatos a franqueados para análise, a fim de apontar
as bases e peculiaridades do negócio, bem como informar os dados do
sistema e da Franqueadora.

Este artigo, de uma maneira ou de outra, fixa os elementos mínimos


que devem estar presentes no próprio contrato de franquia a ser
futuramente firmado e tratam das informações específicas que
devem ser prestadas antes da celebração do contrato
COF

Itens obrigatoriamente constantes na COF:

(i) breve histórico da Franqueadora e do negócio;


(ii) descrição do grupo econômico da Franqueadora;
(iii) balanço ou DRE da Franqueadora dos últimos 2 anos;
(iv) descrição de eventuais pendências judiciais da Franqueadora;
(v) descrever o objeto do contrato de franquia a ser futuramente
firmado, de modo a permitir que o que se quer, em resumo, é licenciar a
terceiros (os futuros franqueados) uma marca e um sistema
operacional;
(vi) descrever a situação da marca que será licenciada perante o INPI;
COF

(vii) devem restar claras quais as obrigações da Franqueadora


perante o Franqueado no desenvolvimento do objeto do contrato a ser
firmado. Assim, é fundamental mencionar:
(a)Treinamento inicial;
(b)Expertise na escolha de pontos comerciais;
(c)Supervisão de campo e fiscalização após inauguração da unidade;
(d)Suporte remoto e local para esclarecimento de dúvidas;
(e)Eventos de rede como reuniões de franqueados, simpósios,
palestras etc.; e
(f)Treinamentos para fins de reciclagem do sócio operador da franquia e
seus funcionários.
COF

(viii) nesta mesma linha devem, então, ser descritas as obrigações do


Franqueado, de onde podemos destacar:
a) a necessidade de comercializar em sua unidade os produtos e
serviços determinados pela Franqueadora com exclusividade;
b) a obrigação de seguir todas as diretrizes impostas pela
Franqueadora e a obrigação de que sejam a ela enviados todos os
relatórios solicitados, o que permitirá o controle do número de
matrículas efetivadas, de livros vendidos, além é claro do
desenvolvimento daquela unidade específica;
c) a necessidade de que os funcionários e operadores sejam treinados
e estejam capacitados para desempenhar suas funções junto aos
alunos;
d) além é claro, da necessidade de que sejam pagas todas as Taxas
devidas mensalmente.
COF

Deve a Franqueadora ainda:


(ix) deixar claro para o candidato as suas limitações, notadamente no
que diz respeito ao território que lhe será concedido e o fato que não
poderá concorrer no futuro com a Franqueadora e seus franqueados.
(x) listar as características pessoais e profissionais mínimas que se
exigirá do candidato (como idade, dedicação integral ou não, grau de
escolaridade etc.);
(xi) descrever todos os investimentos que serão feitos pelo candidato;
(xii) o tipo de local onde deve ser instalada a unidade franqueada, será
lhe será fornecido suporte na localização do ponto e o tipo de imposição
de padrão visual; e, principalmente
(xiii) todas as taxas que serão pagas pelo candidato, não só para a
aquisição da franquia, como ainda mensalmente.
REMUNERAÇÃO

Taxa Inicial

Para ingressar no Sistema, os franqueados pagam, geralmente, uma Taxa


Inicial de Franquia (varia, em média, de R$50.000,00 a R$70.000,00).
REMUNERAÇÃO

Royalties

B- Percentual do C-Percentual das


A- Valor Fixo faturamento bruto compras (15-20% em
(na média - 5%) média)
REMUNERAÇÃO

Taxa de Publicidade de Propaganda (Fundo)

B- Percentual do
A- Valor Fixo C- Percentual das
faturamento bruto
compras (4-5%)
(1-2%)
REMUNERAÇÃO

Taxa de Software

O franqueado deve obter o software para a gestão da loja no dia a dia,


junto a Fornecedores Homologados e pagar diretamente a eles pela sua
instalação e manutenção.
REMUNERAÇÃO

Rebate

O Franqueador tem o direito de celebrar acordos com fornecedores e distribuidores


(Fornecedores Homologados), que irão fornecer produtos e serviços a todos os
Franqueados, contemplando o pagamento de uma comissão, concessão de um
desconto ou outra contrapartida ao Franqueador.
A lei brasileira não regula esse assunto, portanto, não é ilegal.
Em qualquer caso, entendemos que a COF deve ser clara no que se refere à
possível cobrança.
COF
Por fim, deve a Franqueadora ainda:

(xiv) Listar todos os franqueados atuais da rede e aqueles que a


deixaram o Sistema nos últimos 12 meses;

(xv) Descrever “a situação do franqueado, após a expiração do contrato


de franquia, em relação a: a) Know how ou segredo de indústria a
que venha a ter acesso em função da franquia; e b) implantação de
atividade concorrente da atividade do franqueador”; e

(xvi) Apresentar “o modelo de contrato-padrão e, se for o caso,


também do pré-contrato-padrão de franquia adotado pelo franqueador,
com texto completo, inclusive dos respectivos anexos e prazo de
validade.”
COF
A lei de franquia, ademais, em seus artigos 4º e 7º prevê
expressamente que, se a COF não for entregue ao candidato a
franqueado com, no mínimo, dez dias de antecedência da assinatura do
contrato ou de qualquer pré-contrato de franquia ou, ainda, do
pagamento de qualquer tipo de taxa pelo candidato a franqueado à
franqueadora, poderá o franqueado:
(i) arguir a anulabilidade do contrato de franquia e, ainda
(ii) exigir da franqueadora a devolução de todos os valores que tiver
pago a título de taxa inicial de franquia ou royalties, corrigidos,
sem prejuízo das perdas e danos.
Idêntica penalidade aplica-se àquele que entregar a COF, mas vincular
ali informações falsas, fazendo o candidato a franqueado incidir em
erro.
COF
Recentemente, porém, foram aprovados alguns enunciados pelo TJ/SP, em
direito empresarial, dentre eles, o Enunciado IV subordina à demonstração de
que tenha ocorrido “efetivo prejuízo” para o franqueado a anulação de contrato
de franquia com base na falta de entrega da Circular com antecedência mínima
de 10 dias antes da assinatura do contrato. Assim:
 
Enunciado IV:
A inobservância da formalidade prevista no art. 4 da Lei nº 8.955/94 pode
acarretar a anulação do contrato de franquia, desde que tenha sido
requerida em prazo razoável e que haja comprovação do efetivo prejuízo.

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