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CONTRATO DE FRANQUIA EMPRESARIAL OU FRANCHISING

Conceitua-se o contrato de franquia como aquele em que uma parte (chamada


franqueador) concede à outra (franqueado) o direito de comercializar marcas
ou produtos de sua propriedade, mediante condições especiais e remunerações
previamente ajustas, sem que haja qualquer vínculo de subordinação,
prestando, o franqueador ao franqueado, assistência técnica e comercial
permanente, inclusive quanto a publicidade dos produtos. Assim dispõe o art.
2º da Lei n.º 8.955/94:

Art. 2º. Franquia empresarial é o sistema pelo qual um


franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou
patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou
semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente,
também ao direito de uso de tecnologia de implantação e
administração de negócio ou sistema operacional
desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante
remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique
caracterizado vínculo empregatício.

Na maioria das vezes o contrato de franquia tem como objeto mediato produto
ou marca já consagrada no mercado, em que o proprietário quer expandir seu
mercado sem investir seu capital com risco, por isso busca a colaboração
empresarial. TARCÍSIO TEIXEIRA diz que:

O empresário que deseja participar desse tipo de negócio não


precisa ter o trabalho de pesquisar o mercado, estruturar seu
negócio, podendo ocupar-se com o estudo da área de
atuação, treinamento de funcionários, ações de marketing
etc. Isso porque, normalmente, esses aspectos são trazidos
pelo franqueador que os fornece ao franqueado.
Uma característica marcante dessa operação contratual é o
fato de que o franqueado tem o direito de utilizar a marca do
franqueador, ao passo que o franqueador tem o direito de
participação nas receitas do franqueado. (in Direito
empresarial sistematizado:
doutrina, jurisprudência e prática, 3ª ed. São Paulo: Saraiva,
2014)

Como contrato de colaboração empresarial por intermediação, na franquia não


existe qualquer vínculo de “subordinação jurídica” do franqueado ao
franqueador, havendo independência e autonomia daquele no que diz respeito
à sua estrutura jurídica, administrativa e financeira. O fato de o franqueado
utilizar a marca de produtos do franqueador muitas vezes induz o consumidor a
acreditar que se trata da mesma pessoa jurídica, o que se sabe não é verdade.
Entretanto, essa autonomia se relativiza na medida em que a dependência do
franqueado em relação à estrutura fornecida pelo franqueador é absoluta, e se
justifica pela necessidade de que seja mantida a padronização dos
procedimentos. Assim, é certo que o franqueado se submete contratualmente a
várias exigências impostas pelo franqueador, não podendo, por exemplo,
conceder descontos ou abatimentos sem a prévia concordância deste. Como se
vê, não há autonomia irrestrita do franqueado, já que a “subordinação
empresarial” é a maior verificada dentre todos os contratos de colaboração
empresarial.

O “sistema” de franquia empresarial exige, para a sua execução, que o


franqueador preste ao franqueado serviços de organização empresarial de três
diferentes tipos:

Os serviços de organização empresarial que o franqueador


presta ao franqueado são, geralmente, os decorrentes de três
contratos, que podem ser tratados autonomamente.
Primeiramente, o contrato de engineering, pelo qual o
franqueador define, projeta ou executa o layout do
estabelecimento do franqueado. Em segundo lugar, o
management, relativo ao treinamento dos funcionários do
franqueador e à estruturação da administração do negócio.
Por fim, o marketing, pertinente às técnicas de colocação dos
produtos ou serviços junto aos seus consumidores,
envolvendo estudos de mercado, publicidade, vendas
promocionais, lançamento de novos produtos ou serviços etc.
(COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial:
direito de empresa (e-book), 26ª ed. São Paulo: Saraiva,
2014)

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