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QUESTÕES SOBRE A LEI DE FRANQUIAS (LEI 13.

966 DE 2019)

7ºA - noturno

A) Quais são as principais diferenças entre o contrato de franquia e o contrato de


representação comercial?

Tanto a representação comercial, quanto a comissão mercantil - que têm por


objetivo a comercialização ou a distribuição de bens e serviços - assemelham-se, em
verdade, à franquia empresarial, mas, em absoluto, não se confundem.
Enquanto o franqueado é um empresário independente, realizando negócios em
seu próprio nome, fiel a uma determinada marca, o representante comercial opera em
favor de um ou mais empresários, agenciando negócios.
Um representante comercial é o responsável por apresentar os produtos e serviços
de uma marca aos consumidores. Mas ele não tem uma empresa registrada com
CNPJ. Na verdade, ele é um trabalhador que ganha em cima de comissões e
percentuais de venda da marca que representa. Ele é um vendedor dos produtos e
serviços da marca que representa.
Muita gente também conhece os representantes como revendedores. Eles são
profissionais autônomos e não possuem vínculo empregatício com a marca que
representam. Para investir em uma representação comercial, o profissional não
costuma aplicar muito dinheiro. Além disso, o representante não precisa se limitar a
apenas uma marca. Se decidir representar várias de uma só vez, ele poderá tentar
realizar diversas vendas aos mesmos consumidores. Em geral, uma pessoa pode
deixar de ser representante da marca quando quiser.
Sobre as franquias, a diferença se inicia pelo vínculo criado entre o
empreendedor e franqueadora que na verdade ainda não é empregatício, mas sim de
uma parceria. Ao adquirir uma franquia, o empreendedor abre uma nova unidade de
uma empresa que já existe. Como no caso do McDonald’s, que possui inúmeras
unidades de franquia espalhadas pelo mundo. Dessa forma, o indivíduo se torna dono
do próprio negócio. Mas ele precisa seguir o plano de negócio da marca, mantendo a
padronização da rede. Isso significa que o empreendedor irá comercializar os mesmos
produtos e serviços que a marca hoje. Mas em uma nova unidade, em um novo ponto
comercial.
Para essa padronização, o empresário recebe o plano de negócio da marca.
Assim como uma série de treinamentos e suportes, incluindo o suporte jurídico, de
marketing e comercial.
Outra diferença entre as representações e as franquias é que essas últimas têm
um prazo de contrato. Em média, segundo a Associação Brasileira de Franchising
(ABF), esse prazo é de dois anos. Cancelando-o antes, o empreendedor pode ter que
quitar algumas taxas.
B) Quais direitos essenciais o franqueador deve conferir ao franqueado pelo contrato?
Justifique.

O Contrato de Franquia deve estabelecer os direitos e deveres do franqueador


e franqueado; As cláusulas essenciais são as que se referem aos balanços e
demonstrações financeiras da empresa franqueadora; taxas da franquia; delimitação
do território de atuação da unidade franqueada; remuneração periódica; dentre outros
dispostos no artigo 2º da Lei nº 13.966/2019.
Além dessas cláusulas específicas, o Contrato de Franquia versa também
sobre prazo de vigência, penalidades por descumprimento contratual, rescisão
contratual, dentre outras existentes nos contratos em geral.

C) Que obrigação legal tem o franqueador perante o franqueado em momento


anterior à implantação da franquia? Justifique.

A Circular de Oferta de Franquia (“COF”) é documento de extrema relevância,


que deve ser fornecido ao interessado em ingressar na rede de franquias, no mínimo,
10 (dez) dias antes da assinatura do contrato. Nos termos do art. 2° da Lei de
Franquias, trata-se de documento vinculante e obrigatório, que tem como finalidade
orientar o interessado a respeito da viabilidade e demais informações fundamentais
do negócio.
A Lei de Franquias impõe que a COF, obrigatoriamente, deverá conter, dentre
outras informações:
 Resumo e histórico do negócio;
 Balanços e demonstrativos financeiros da empresa franqueadora;
 Descrição, ainda que não exaustiva, dos recursos que serão provisionados pelo
franqueador para operacionalização do estabelecimento franqueado;
 Descrição das atividades que serão desempenhadas pelo franqueado;
Requisitos quanto à atuação do franqueado na operação e administração da
franquia; e
 Informações claras quanto aos valores que deverão ser desembolsados pelo
franqueado no ingresso do negócio, como, por exemplo, a taxa inicial de
filiação; bem como valores que serão pagos mensalmente, como os royalties ,
a contribuição para o fundo de publicidade da rede, o aluguel de equipamentos
obrigatórios, a contratação de seguros, dentre outros.

Ainda nessa questão, cabe destacar que a nova Lei de Franquias ampliou o rol de
informações que devem constar na COF, incluindo, por exemplo, a exigência de
informações claras quanto à estimativa total do investimento que deverá ser feito pelo
franqueado para dar início às operações em seu estabelecimento próprio. Cabe
mencionar, também, a nova exigência de regras claras a respeito da concorrência
entre diversos estabelecimentos sob a mesma rede de franquias.
Importante ressaltar, por fim, que as informações contidas na COF devem
corresponder à realidade. Desse modo, é vedado ao franqueador, na intenção de atrair
parceiros comerciais com maior facilidade, omitir ou modificar informações
essenciais do negócio, ou, ainda, “inflar” os resultados da empresa franqueadora nos
últimos anos.

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