Você está na página 1de 13

Educação sexual no contexto familiar

Revisão de Literatura

Educação sexual na percepção de pais e adolescentes:


uma revisão sistemática

Sex education in the perception of parents and


adolescents: a systematic review

La educación sexual en la percepción de padres y


adolescentes: una revisión sistemática
Pâmela Schultz Danzmann1
Liliane Tomazi Vestena2
Ana Claudia Pinto da Silva3
Maristela Jaqueline Reis Peixoto4
Autora para correspondência. Universidade Franciscana (Santa Maria). Rio Grande do Sul, Brasil. pamelapsicologia10@gmail.com
1

Universidade Franciscana (Santa Maria). Rio Grande do Sul, Brasil. lilianetomazi@gmail.com, maris.rpeixoto@gmail.com
2,4

3
Universidade Federal de Santa Maria (Santa Maria). Rio Grande do Sul, Brasil. anaclaudiaps14@hotmail.com

RESUMO | INTRODUÇÃO: A adolescência é um período marcado por mudanças biopsicossociais nas quais as relações com os pares ganham
muita importância e a sexualidade apresenta-se de forma evidente. OBJETIVO: Compreender por meio da revisão de produção científica como
são transmitidas as informações sobre educação sexual para os adolescentes em diferentes contextos, conforme a percepção dos cuidadores
parentais e dos próprios adolescentes. MÉTODO: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, na qual a busca dos artigos foi realizada nas
bases de dados, Lilacs, Scielo, Directory of Open Access Journals, e Biblioteca Virtual da Saúde, entre os anos de 2016 e 2020. Foram verificados por
meio da revisão nos relatos dos pais e adolescentes o que entendem sobre educação sexual. CONCLUSÃO: Compreendeu-se que os adolescen-
tes buscam por essas informações principalmente com os membros da família, mesmo que algumas orientações sejam transmitidas com pouca
clareza, em segundo apareceu o cenário escolar, na sequência os meios tecnológicos, os amigos e os profissionais da saúde.

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Sexualidade. Adolescente.

ABSTRACT | INTRODUCTION: Adolescence is a period marked by biopsychosocial changes, in which relationships with peers gain great
importance and sexuality is evident. OBJECTIVE: To understand, through the review of scientific production, how information on sex education
is transmitted to adolescents in different contexts, according to the perception of parental caregivers and the adolescents themselves.
METHOD: This is a systematic review of the literature, in which the search for articles was performed in the databases Lilacs, Scielo, Directory
of Open Access Journals, and Biblioteca Virtual da Saúde, between 2016 and 2020. verified by reviewing the reports of parents and adolescents
what they understand about sex education. CONCLUSION: It was understood that adolescents seek this information mainly with family
members, even if some guidelines are transmitted with little clarity, secondly the school scenario appeared, followed by technological means,
friends, and health professionals.

KEYWORDS: Education. Sexuality. Adolescent.

RESUMEN | INTRODUCCIÓN: La adolescencia es un período marcado por cambios biopsicosociales, en el que las relaciones con los pares
cobran gran importancia y la sexualidad es evidente. OBJETIVO: Comprender, a través de la revisión de la producción científica, cómo se
transmite la información sobre educación sexual a los adolescentes en diferentes contextos, según la percepción de los padres cuidadores y
de los propios adolescentes. MÉTODO: Se trata de una revisión sistemática de la literatura, en la que se realizó la búsqueda de artículos en las
bases de datos Lilacs, Scielo, Directory of Open Access Journals y Biblioteca Virtual da Saúde, entre 2016 y 2020. verificado mediante la revisión
de los relatos de los padres y adolescentes lo que entienden sobre educación sexual. CONCLUSIÓN: Se entendió que los adolescentes buscan
esa información principalmente con los familiares, aunque algunas orientaciones se transmiten con poca claridad, en segundo lugar, apareció
el escenario escolar, seguido de medios tecnológicos, amigos y profesionales de la salud.

PALABRAS CLAVE: Educación. Sexualidad. Adolescente.

Como citar este artigo: Danzmann, P. S., Vestena, L. T., Silva, A. C. P.,
Submetido 23/07/2021, Aceito 01/02/2022, Publicado 21/02/22 & Peixoto, M. J. R. (2022). Educação sexual na percepção de pais e
Rev. Psicol. Divers. Saúde, Salvador, 2022;11:e3981 adolescentes: uma revisão sistemática. Revista Psicologia, Diversidade
http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e3981 e Saúde, 11, e3981. http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.
ISSN: 2317-3394 e3981
Educação sexual no contexto familiar

Introdução Sendo assim, sabe-se que muitos pais enfrentam difi-


culdades em abordar a temática da educação sexual
A adolescência é um período importante no de- com seus filhos, e muitas famílias consideram o as-
senvolvimento humano, caracterizada por uma sé- sunto como um tabu. Nesses casos, os adolescentes
rie de transformações físicas, emocionais e sociais. podem não possuir abertura para falar sobre suas
Conforme a Organização Mundial de Saúde (2009), dúvidas, anseios e necessidades frente ao desenvol-
a adolescência compreende-se como uma das fases vimento de sua sexualidade (Furlanetto et al., 2018).
do desenvolvimento que corresponde entre os 10 a Diante da identificação e compreensão dos amigos,
19 anos de idade (OMS, 2009). No que se refere ao os adolescentes recorrem aos seus pares, na busca
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a adoles- por informações seguras. Muitas vezes, os amigos
cência situa-se entre os 12 e os 18 anos incompletos acabam por se tornar a principal via de intimidade na
(Ministério da Educação, 1990). Desse modo, pode ser adolescência, servindo como modelos e influencian-
compreendida como um período de transição entre a do em atos e comportamentos (Seloilwe et al., 2015).
infância e a vida adulta (Papalia & Feldman, 2013). Assim, alguns grupos de amigos podem favorecer
condutas de risco e aumentar a probabilidade de
É importante salientar que não existe um consenso adolescente praticar ações não saudáveis, tornando
sobre quando se inicia e quando se encerra a ado- cada vez mais importante a supervisão e orientação
lescência, e que legislações e organizações como dos pais (Savegnago & Arpini, 2016).
descritas acima seguem marcadores cronológicos de
idades para defini-la. Por outro lado, há estudos que Considerando que os questionamentos são comuns
consideram o contexto social, econômico, político e ao período do desenvolvimento, muitas vezes a bus-
cultural que o indivíduo está inserido para definir o ca por informações a respeito da sexualidade culmi-
que é adolescência, sendo assim na atualidade não na nos meios tecnológicos. Porém, sabe-se que as
se enfatiza a adolescência como única, mas sim vá- fontes de informações mediadas por meios digitais
rias "adolescências" (Arpini & Witt, 2015; Bock, 2015). nem sempre proporcionarão esclarecimentos de
forma segura e adequada. O acesso ao conteúdo da
Este período é marcado por mudanças biopsicos- internet sem o monitoramento da rede de cuidados
sociais, nas quais as relações com os pares ganham dos adolescentes, pode fazer com que esses encon-
importância e a sexualidade apresenta-se de forma trem informações distorcidas sobre sexo e sexualida-
clara (Freire et al., 2017). Porém, as manifestações se- de (Furlanetto et al., 2019). Esse fato pode favorecer
xuais podem se dar de diferentes formas para cada a exposição de riscos emocionais e sexuais, tal como
indivíduo, pois são influenciadas pelas crenças, va- a disseminação de informações íntimas nas redes so-
lores familiares e pessoais, tabus e normas morais ciais. Sendo assim, a repercussão desses episódios
construídas socialmente (Arpini & Witt, 2015). pode culminar em efeitos psicológicos extremamen-
te danosos aos adolescentes (Seloilwe et al., 2015).
Neste sentido, uma rede familiar faz-se necessária
durante a adolescência, na qual os pais e/ou cuidado- Alguns adolescentes recorrem também aos professo-
res possam enfatizar e orientar os filhos sobre edu- res e profissionais que atuam na escola, assim como
cação sexual e reprodutiva, bem como sanar as dúvi- aos profissionais da saúde para sanar suas dúvidas
das diante dos enfrentamentos ocasionados por este (Gava & Villela, 2016). Desta forma, salienta-se a im-
período. Para tanto, é importante que o adolescente portância de que a educação sexual seja pautada no
tenha acesso a esclarecimentos sobre questões rela- diálogo e na escuta profissional dos adolescentes, pois
cionadas ao sexo (ato sexual) e ao próprio desenvol- o que está colocado é uma educação preventiva, na
vimento da sexualidade (transformações fisiológicas, qual se contempla os diferentes modos de viver a se-
cognitivas, emocionais e comportamentais), livres de xualidade e “as adolescências” (Furlanetto et al., 2018).
preconceitos, preparando assim o adolescente para
uma vida sexual segura e de cuidados com o seu pró- Sendo assim, o trabalho justifica-se pela importância
prio corpo (exposição, contaminação por doenças e de discutir a temática sobre educação sexual e a com-
gravidez indesejada) (Genz et al., 2017). preensão dos aspectos que envolvem a sexualidade

Rev. Psicol. Divers. Saúde, Salvador, 2022;11:e3981


http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e3981 | ISSN: 2317-3394

2
Educação sexual no contexto familiar

no período da adolescência, visto que não existem Foram encontrados documentos nas línguas portu-
muitos estudos que versam sobre esse tema na ado- guesa, inglesa e espanhola, apesar da utilização de
lescência. Assim, tanto os pais quanto os adolescen- descritores em português. O recorte temporal ado-
tes podem acabar acessando informações com pou- tado refere-se aos últimos cinco anos desde o início
ca ou nenhuma cientificidade na internet. da pesquisa, o que inclui os anos de 2016 a 2020. Os
critérios para a seleção do material foram artigos que
O estudo se torna relevante por existirem poucos expusessem sobre a temática educação sexual na
estudos brasileiros que abordam de uma forma cla- adolescência, bem como por serem conteúdos gra-
ra e reflexiva o tema. Além disso, os estudos publica- tuitos. Os idiomas selecionados foram o português,
dos trazem a percepção parental ou dos filhos sobre inglês e o espanhol. Os critérios de exclusão do mate-
educação sexual, poucos discutem os dois pontos de rial foram documentos em livros, e-books, artigos de
vista, o que é fundamental para compreender as prin- revisão (bibliográfica, integrativa, sistemática e ou-
cipais dúvidas, medos e desconfortos de ambos os tros), resumos, dissertações, dentre outros materiais,
lados. Objetiva-se compreender por meio da revisão que estivessem fora do recorte temporal estabele-
de produção científica como são transmitidas as infor- cido, descrevessem apenas infecções sexualmente
mações sobre educação sexual para os adolescentes transmissíveis, e não trouxessem a percepção fami-
em diferentes contextos, conforme a percepção dos liar ou do adolescente acerca da educação sexual.
cuidadores parentais e dos próprios adolescentes.
As pesquisadoras selecionaram previamente cin-
co categorias: contexto familiar, contexto escolar,
contexto tecnológico, contexto da saúde e amigos.
Método Durante a seleção e leitura dos materiais espera-
va-se confirmar estas categorias mediante análise
O estudo caracteriza-se como uma revisão sistemá- de conteúdo, seguindo-se os três passos propostos
tica da literatura que permite uma busca rigorosa e por (Bardin, 2016). Na primeira etapa (a) pró-análi-
seletiva de estudos publicados em um determinado se, foi realizada a leitura flutuante dos materiais. Na
período (Galvão & Pereira, 2014). Essa revisão bus- segunda etapa, (b) para a exploração do material
ca responder à seguinte pergunta norteadora: Como foram escolhidos conteúdos dos artigos e agrupa-
são transmitidas as informações sobre educação se- dos em uma única categoria (Educação sexual em
xual para os adolescentes no contexto familiar, esco- diferentes contextos), devido a quantidade de re-
lar, da saúde, rede de amigos e tecnológico na visão sultados encontrados. E na última etapa (c) análise
dos pais e filhos? A pergunta norteadora foi elabora- e interpretação dos dados, a categoria foi analisada
da por meio da estratégia PICO (paciente, interesse e interpretada com base em estudos prévios sobre
ou intervenção, comparação ou contexto e resulta- o tema publicados na literatura nacional e interna-
dos), em que: P = adolescentes e pais; I = Educação cional (Bardin, 2016).
sexual; C = família, escola, tecnologia, amigos e pro-
fissionais da saúde; O = entender como a educação Por fim, tentou-se minimizar o risco de viés com uma
sexual é transmitida para os adolescentes. metodologia criteriosa e minuciosa, onde se utilizou
base de dados e descritores específicos, exclusão dos
O levantamento bibliográfico ocorreu no primeiro artigos e demais materiais que não condizem com
bimestre do ano de 2021 por meio das bases Lilacs, a pergunta norteadora. Tudo isso ligado ao modelo
Scielo, Directory of Open Access Journals (DOAJ), e PRISMA, recomendado para o desenvolvimento de
Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) através dos descrito- revisões sistemáticas, bibliográficas e meta-análise.
res booleanos “Educação Sexual OR Sexualidade AND Posto isso, o PRISMA baseia-se em um conjunto de
Adolescentes OR Adolescência AND Família OR Pais”. itens (checklist), que possui a finalidade de auxiliar
Os artigos identificados durante a busca nas bases de os(as) autores(as) a construírem uma lista com o que
dados foram selecionados a partir da leitura dos títu- não pode faltar em cada etapa da revisão sistemá-
los, seguido dos resumos por duas pesquisadoras in- tica, desde o título, resumo e introdução, orientan-
dependentes (A e B), sendo os desacordos resolvidos do-se pelos objetivos, com os principais pontos dos
por consenso. Após esta etapa, uma nova avaliação foi métodos e resultados, encerrando com a discussão e
realizada e os estudos foram analisados na íntegra. considerações finais (Galvão et al., 2015).

Rev. Psicol. Divers. Saúde, Salvador, 2022;11:e3981


http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e3981 | ISSN: 2317-3394

3
Educação sexual no contexto familiar

Resultados

Foram encontrados e analisados 284 documentos. Destes foram lidos na íntegra 41 artigos e selecionados 14
para a construção desse documento.

Tabela 1. Síntese dos principais artigos apresentados na revisão sistemática (continua)

Rev. Psicol. Divers. Saúde, Salvador, 2022;11:e3981


http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e3981 | ISSN: 2317-3394

4
Educação sexual no contexto familiar

Tabela 1. Síntese dos principais artigos apresentados na revisão sistemática (continuação)

Rev. Psicol. Divers. Saúde, Salvador, 2022;11:e3981


http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e3981 | ISSN: 2317-3394

5
Educação sexual no contexto familiar

Tabela 1. Síntese dos principais artigos apresentados na revisão sistemática (conclusão)

Legenda: Artigos apresentados na revisão sistemática.


Fonte: Os autores (2021).

Rev. Psicol. Divers. Saúde, Salvador, 2022;11:e3981


http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e3981 | ISSN: 2317-3394

6
Educação sexual no contexto familiar

Síntese dos principais artigos apresentados na revisão sistemática

Figura 1. Apresenta o fluxograma de seleção dos materiais, a partir dos critérios de inclusão e exclusão

Legenda: fluxograma de seleção dos materiais.


Fonte: Os autores (2021).

Rev. Psicol. Divers. Saúde, Salvador, 2022;11:e3981


http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e3981 | ISSN: 2317-3394

7
Educação sexual no contexto familiar

Para chegar a esses resultados e responder ao objetivo do estudo, fez-se uma análise dos artigos selecionados,
buscando compreender os contextos que falam sobre educação sexual e chegou-se a uma categoria “Educação
sexual em diferentes contextos”. Os resultados apontaram que 86,6% (13) dos adolescentes e pais relatam que o
conhecimento sobre educação sexual dos adolescentes ocorre no contexto familiar, mesmo sendo informações
genéricas e superficiais. Cerca de 66,6% (10) dos adolescentes e/ou pais relatam que a escola retrata em algum
momento o assunto. Já a tecnologia é um meio de acesso citado de 40% (6) dos participantes da pesquisa, seguido
da troca de informações com amigos 40% (6) e da busca por informações com profissionais da saúde 26,6% (4).
Isso pode ser verificado visualmente no gráfico 1:

Gráfico 1. Fluxograma de seleção dos artigos

Legenda: Seleção dos artigos.


Fonte: Os autores (2021).

Percebeu-se que 100% dos documentos retratam as informações sobre o tema como insuficientes e precárias,
principalmente nos contextos familiar e escolar. No que se refere aos participantes, 71,4% (6) eram adolescen-
tes e 28,5% (4) pais (pai e mãe), sendo que dentro desse panorama 21,4% (3) das entrevistadas eram as mães e
o restante, 7,1% (1) eram pais. Além disso, a maioria das pesquisas foram realizadas no Brasil sendo 42,8% (6)
correspondem a Região Sul, todas do estado do Rio Grande do Sul, 14,2% (2) Região Nordeste, 7,14% (1) Região
Norte, 7,14% (1) Região Sudeste, 7,14% (1) Região Centro. E 21,4% (3) são estudos relacionados a outros países.

O caminho metodológico para chegar a esses resultados foi identificar nos artigos selecionados a região dos
estudos, se eram brasileiros ou internacionais. Caso fossem brasileiros, foram divididos por regiões, e se fossem
internacionais eram agrupados em um novo conjunto denominado “outros países”. Tudo isso pode ser bem vi-
sualizado no gráfico 2:

Rev. Psicol. Divers. Saúde, Salvador, 2022;11:e3981


http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e3981 | ISSN: 2317-3394

8
Educação sexual no contexto familiar

Gráfico 2. Pesquisas acerca do tema sexualidade

Legenda: Pesquisas acerca do tema sexualidade.


Fonte: Os autores. (2021).

Quanto ao ano de publicação de estudo, 21,4% (3) dos estudos referem-se ao ano de 2016, 28,6% (4) dizem res-
peito a 2017, 14,2% (2) a 2018, 28,6% (4) a 2019 e 7,14% (1) foi publicado em 2020. Outro ponto importante a dar
destaque é que 64,2% (6) dessas pesquisas foram realizadas pela área da enfermagem e 35,7% (5) dos artigos
encontrados foram pesquisas realizadas pela psicologia. A média de idade dos adolescentes desta pesquisa foi
de 16,1 e a média da idade dos pais foi de 42,2.

No que se refere ao contexto familiar, à maioria dos estudos encontrados ressalta que as informações sobre edu-
cação sexual são insuficientes (Almeida et al., 2017; Barbosa et al., 2019; Bezerra et al., 2016; Campos et al., 2018;
Ferreira et al., 2019; Furlanetto et al., 2018; Freire et al., 2017; Genz et al., 2017; Grossman et al., 2019; Matos,
2020; Sevilla et al., 2016; Rolim et al., 2016; Savegnago & Arpini, 2018; Sevilla et al., 2016). E isso acontece devido
a dois motivos principais, filhos que não se sentem confortáveis de falar sobre sexo e sexualidade por vergonha
dos pais (Bezerra et al., 2016; Campos et al., 2018; Freire et al., 2017; Genz et al., 2017; Rolim et al., 2016; Sevilla et
al., 2016) e pais que se sentem despreparados para falar sobre educação sexual com os adolescentes (Savegnago
& Arpini, 2018) ou desconfortáveis em algumas situações (Grossman et al., 2019).

Os principais temas retratados sobre sexo na família são infecções sexualmente transmissíveis e gravidez na
adolescência (Bezerra et al., 2016; Campos et al., 2018; Savegnago & Arpini, 2016 ). Sendo que as meninas bus-
cam muito mais as mães, enquanto os meninos buscam mais a figura do pai para sanar suas dúvidas (Genz et al.,
2017). No que se refere a importância de discutir sobre a temática como uma maneira de prevenção e promoção
à saúde, a maioria dos pais e adolescentes considera a discussão como fundamental (Rolim et al., 2016; Grossman
et al., 2019; Savegnago & Arpini, 2016) embora existam lacunas ou insuficiência na transmissão de informação.

No que se refere ao momento para começar a falar a respeito da sexualidade, os estudos apontam resultados
diferentes. Algumas famílias ressaltam serem favoráveis ao adiamento da iniciação da vida sexual até o filho(a)
terminar a faculdade, conseguir um bom emprego ou simplesmente pela religião ou crença familiar, evitando
assim falar sobre o assunto (Grossman et al., 2019). Outras famílias sentem a necessidade de discutir sobre
sexo apenas quando percebem que o filho(a) assumiu um namoro (Grossman et al., 2019; Sevilla et al., 2016).
Para alguns adolescentes, as famílias acham que ainda não é o momento para falar sobre sexo, mesmo os filhos
questionando alguns pontos sobre o assunto (Freire et al., 2017). Contudo, alguns pais orientam sobre práticas
sexuais seguras desde muito cedo, porque além de desejarem que seus adolescentes sigam os estudos, e este-
jam protegidos de riscos futuros, não desejam ser pegos de surpresa com perguntas sobre sexo e sexualidade
(Grossman et al., 2019).

Rev. Psicol. Divers. Saúde, Salvador, 2022;11:e3981


http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e3981 | ISSN: 2317-3394

9
Educação sexual no contexto familiar

No que diz respeito ao contexto escolar, a maior par- Discussão


te dos achados considera a escola como um ambien-
te propício para discutir sobre o ensino da educação Em linhas gerais, as orientações e informações sobre
sexual e sexualidade (Almeida et al., 2017; Barbosa educação sexual são direitos previstos na legislação
et al., 2019; Bezerra et al., 2016; Campos et al., 2018; para os adolescentes, o que reflete na qualidade de
Ferreira et al., 2019; Furlanetto et al., 2018; Freire et vida desses jovens. Quando esses direitos são nega-
al., 2017; Grossman et al., 2019; Rolim et al., 2016). dos, ou mesmo insuficientes como apontam os resul-
Entretanto, a discussão é insuficiente, visto que as tados da pesquisa, os adolescentes podem construir
informações são restritas e com poucas aulas so- saberes a partir de suas próprias vivências. A falta de
bre o tema (Almeida et al., 2017; Bezerra et al., 2016; informações pode levar a prática sexual desprote-
Campos et al., 2018; Ferreira et al., 2019; Grossman gida, sendo fundamental a abertura para o diálogo,
et al., 2019; Rolim et al., 2016). Alguns dos aspectos principalmente no contexto familiar (Campos et al.,
apontados, que tornam as aulas cansativas, é que 2018; Matos, 2020).
existem mitos, crenças e tabus que não são discu-
tidos em aula (Savegnago & Arpini, 2016), a lingua- No caso das famílias que se sentem despreparadas
gem adotada pelos professores é de difícil acesso em discutir sobre educação sexual com os filhos, as
(Almeida et al., 2017), e falta espaço para o diálogo e Equipes de Saúde da Família podem auxiliar em algu-
envolvimento dos alunos (Freire et al., 2017). mas dúvidas básicas (Campos et al., 2018). Destaca-se
que os pais podem ter enfrentado as mesmas dificul-
Diante disso, a tecnologia e a troca de informações dades de falar sobre o assunto na sua adolescência
com os amigos próximos são meios que os adoles- com seus pais, e podem ainda hoje não ter informa-
centes se sentem mais confortáveis em buscar infor- ções suficientes para auxiliar seus filhos (Costenaro
mações (Bezerra et al., 2016; Genz et al., 2017; Rolim et al., 2020). Assim, mesmo que os pais não se intimi-
et al., 2016; Savegnago & Arpini, 2016, 2018). Nessas dem para falar sobre sexo e sexualidade a tarefa de
duas categorias as informações podem ser trocadas discutir a temática com um adolescente pode ser di-
através da televisão, e conteúdos disponibilizados na fícil e árdua, além de provocar o afastamento tempo-
internet como vídeos (Furlanetto et al., 2018; Rolim rário pode até prejudicar a relação (Wight & Fullerton,
et al., 2016; Savegnago & Arpini, 2016). Em relação a 2013). O discurso familiar em relação a educação
isso, existe uma grande preocupação dos pais nas in- sexual deve ir muito além do sexo na adolescência,
formações que são buscadas e obtidas pelos adoles- deve visar proteção, prevenção e promoção da saúde
centes (Savegnago et al., 2019). (Costenaro et al., 2020).

Por último, tanto os pais quanto os adolescentes po- Pode haver lacunas na comunicação entre pais e fi-
dem buscar orientações através do conhecimento de lhos, pois os adultos podem querer impor alguns
profissionais da saúde (Bezerra et al., 2016; Campos tópicos e não abrir espaços para o diálogo e a dis-
et al., 2018; Genz et al., 2017; Savegnago & Arpini, cussão de temas relacionados à sexualidade dos ado-
2016). Principalmente quando a família não sabe lescentes (Sevilla et al., 2016). Desse modo, embora
como conduzir uma discussão (Savegnago & Arpini, os adolescentes possuam alguns conhecimentos
2018) ou quando os adolescentes se sentem cons- prévios sobre educação sexual e situações de riscos,
trangidos ou desconfortáveis em iniciar a conversa ainda assim podem estar diante de vulnerabilidades
com os pais (Bezerra et al., 2016).

Rev. Psicol. Divers. Saúde, Salvador, 2022;11:e3981


http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e3981 | ISSN: 2317-3394

10
Educação sexual no contexto familiar

em relação às doenças sexualmente transmissíveis nesses contextos, bem como as trocas de informa-
e a gravidez indesejada (Bezerra et al., 2016). Neste ções, curiosidades e dúvidas advindas de amigos e
sentido, fica evidente a importância do desenvolvi- colegas. Quando a atuação é coletiva e a educação
mento de programas/oficinas de educação sexual e sexual inicia desde a infância, pode-se ter uma vida
da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) sexual mais satisfatória, saudável e responsável.
como uma forma preventiva nas escolas e nos muni-
cípios. No entanto, a maioria dos adolescentes desco-
nhece esses meios de educação, o que torna neces-
sário que os órgãos públicos tornem mais acessíveis Considerações finais
esses programas nas escolas e nos serviços de saúde
(Rolim et al., 2016). Conclui-se, a partir da percepção de pais e filhos,
que existem falhas na educação sexual transmiti-
Outro ponto a destacar, é que a escola, juntamente da aos adolescentes nos mais diversos contextos.
com a família, são fundamentais na elaboração sobre No que se refere ao ambiente familiar, o principal
a temática. Para que o assunto seja atrativo ao público entrave é o desconforto dos adolescentes em falar
adolescente podem-se propor espaços de promoção sobre sexo e sexualidade com os pais. Da mesma
da saúde sexual, os quais considerem os interesses forma, os pais sentem-se despreparados ao tocar
e oportunizem a participação ativa dos participantes nesses assuntos. Já no contexto escolar a limitação
(Freire et al., 2017). Oficinas ou espaços de diálogo do tempo para debate e diálogo é limitado apenas
aberto são alternativas para tanto (Costenaro et al., às disciplinas de ciências.
2020). Ademais, um dos fatores relacionados à bre-
ve discussão sobre o tema nas escolas é o fato da Neste panorama, devido à falta de espaço para o diá-
temática sexualidade estar presente exclusivamente logo, outras formas de acesso às informações como
no currículo da disciplina de ciências, limitando-se as- os meios tecnológicos e a rede de amigos são en-
sim a debater o assunto em outros espaços (Vieira & contradas. Esses ambientes proporcionam aos ado-
Matsukura, 2017). lescentes autonomia e fácil acesso. No entanto, há
uma preocupação por parte dos pais diante desses
Nesse sentido, a tecnologia pode facilitar o apren- meios, pois, nem todas as informações encontradas
dizado individual e coletivo acerca da saúde sexual. ali são confiáveis e serão repassadas dentro do grupo
Contudo, deve-se considerar que a adolescência se de amigos acarretando conhecimentos equivocados.
trata de uma fase do desenvolvimento que favorece Além disso, no contexto da saúde identifica-se a pou-
a vulnerabilidade a riscos, e na qual costuma-se ini- ca procura de orientação sexual tanto por adolescen-
ciar a vida sexual. Dessa forma, a limitação no aces- tes como pelos pais, recorrendo a esses somente em
so a informações em fontes mais seguras, como a situações muito específicas.
família, a escola e os profissionais da saúde, pode
estar relacionada a vergonha, as crenças pessoais Logo, a educação sexual para adolescentes e famílias
ou até mesmo receio de os pais percebam o inte- carece de espaços visando uma melhora na qualida-
resse pelo assunto (Aragão, 2016). Juntamente com de de vida dos envolvidos. Assim, fica evidente que
a tecnologia encontra-se a troca de informações so- o trabalho em conjunto entre família, escola e pro-
bre educação sexual com amigos e colegas, o que fissionais da saúde pode proporcionar a promoção
pode ser preocupante se considerar que se pode e a prevenção da saúde sexual na adolescência. Por
não ter acesso a um conteúdo confiável sobre a te- fim, o estudo realizado encontrou algumas limitações
mática (Almeida et al., 2017). no sentido da precariedade de artigos dentro da área
da Psicologia. Destaca-se a importância de estudo
É perceptível na pesquisa que todos os contextos na área supracitada e também de espaços de escu-
discutidos são complementares. Assim, a família, a ta ativa aos adolescentes sem preconceitos morais
escola e os profissionais da saúde podem atuar em construídos socialmente para que possam expressar
conjunto na prevenção e promoção da educação e seus anseios e dúvidas advindas do desenvolvimento
saúde sexual. A tecnologia pode ser usada como um sobre sexo e sexualidade. Outra lacuna encontrada
recurso na busca de informações a serem discutidas é a falta de estudos que versam sobre a percepção

Rev. Psicol. Divers. Saúde, Salvador, 2022;11:e3981


http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e3981 | ISSN: 2317-3394

11
Educação sexual no contexto familiar

do tema “educação sexual” na família, já que o ma- Bardin, L. (2016). Análise de conteúdo. Almedina.
terial encontrado discutia o lado dos pais e/ou cui-
Bezerra, E. P., Sousa, L. B., Cardoso, V. P., & Alves, M. D. S. (2016).
dadores ou dos filhos. Sugere-se, que mais estudos
Percepção de adolescentes acerca da atividade de vida
sejam realizados no contexto familiar colocando em “exprimir sexualidade”. Revista Cuidado é Fundamental
contraponto a forma com que os pais falam sobre o Online, 9(2), 340-346. https://doi.org/10.9789/2175-
tema e a forma com que os adolescentes recebem 5361.2017.v9i2.340-346
essas informações.
Bock, A. M. B. (2015). Perspectivas para a formação em
psicologia. Psicologia Ensino & Formação, 6(2), 114-
122. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S2177-20612015000200009
Contribuições dos autores
Campos, H. M., Paiva, C. G. A., Mourthé, I. C. A., Ferreira, Y. F.,
Danzmann, P. S., Vestena, L. T., Silva, A. C. P. e Peixoto, M. J. Assis, M. C. D., & Fonseca, M. C. (2018). Diálogos com
R. participaram da concepção, delineamento, busca e análise adolescentes sobre direitos sexuais na escola pública:
estatística dos dados da pesquisa, interpretação dos resultados, Intervenções educativas emancipatórias! Pesquisas e
redação do artigo científico. Práticas Psicossociais, 13(3), e2437. http://seer.ufsj.edu.br/
index.php/revista_ppp/article/view/3107
Conflitos de interesses
Costenaro, R. G. S., Jesus, M. I. A., Oliveira, P. P., Ross, M. R.,
Nenhum conflito financeiro, legal ou político envolvendo terceiros Stankowski, S. S., & Teixeira, D. A. (2020). Educação sexual
(governo, empresas e fundações privadas etc.) foi declarado com adolescentes promovendo saúde e socializando
para nenhum aspecto do trabalho submetido (incluindo, mas boas práticas sociais e familiares. Brazilian Journal
não se limitando a subvenções e financiamentos, participação of Development, 6(12), 100544-100560. https://doi.
em conselho consultivo, desenho de estudo, preparação de org/10.34117/bjdv6n12-519
manuscrito, análise estatística, etc.).
Ferreira, E. A., Alves, V. H., Pereira, A. V., Rodrigues, D. P.,
Santos, M. V., & Gabrielloni, M. C. (2019). Sexualidade na
Percepção de Adolescentes Estudantes da Rede Pública
de Ensino de Macapá. Revista de Pesquisa, 11(5), 1208-
Referências 1212. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/
biblio-1022310
Almeida, R. A. A. S., Corrêa, R. G. C. F., Rolim, I. L. T. P., Hora,
J. M., Linard, A.G., Coutinho, N. P. S., & Oliveira, P. S. Freire A. K. S., Melo M. C. P., Vieira M. P., Gomes I. M., Gomes
(2017). Conhecimento de adolescentes relacionados às J. L., Ribamar D. S., Coêlho V. S., Ferreira Neto A. J.,
doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. Revista Marques K. K., Silva G. E., Soares F. A. A., & Costa M.
Brasileira de Enfermagem, 70(5), 1033-1039. https://doi. M. (2017). Aspectos psicossociais da sexualidade na
org/10.1590/0034-7167-2016-0531 adolescência: Diálogos e aprendizagem na escola. Semina:
Ciências Biológicas e da Saúde, 38(1), 3-14. https://doi.
Aragão, J. M. N. (2016). Mídia social, Facebook, como tecnologia de org/10.5433/1679-0367.2017v38n1p3
educação em saúde sexual e reprodutiva de adolescentes
escolares [tese, Universidade Federal do Ceará]. http:// Furlanetto, M. F., Lauermann, F., Costa, C. B., & Marin, A. H.
repositorio.ufc.br/handle/riufc/21807 (2018). Educação sexual em escolas brasileiras: Revisão
sistemática da literatura. Cadernos de Pesquisa, 48(168),
Arpini, D. M., & Witt, C. S. (2015). As múltiplas formas de 550-571. https://doi.org/10.1590/198053145084
ser adolescente. In H. R. Campos, & S. M. G. Sousa
(Eds.). Emocore: Experiências grupais na constituição da Furlanetto, M. F., Marin, A. H., & Gonçalves, T. B. (2019). Acesso
adolescência. EDUFRN. e qualidade da informação recebida sobre sexo e
sexualidade na perspectiva adolescente. Estudos e
Barbosa, L. U., Machado, R. S., Pereira, J. C. N., Lima, A. G. T., Costa, pesquisas em Psicologia, 19(3), 644-664. https://doi.
S. S., & Folmer, V. (2019). Percepção de adolescentes sobre org/10.12957/epp.2019.46907
sexualidade e saúde reprodutiva: A escola como espaço
para a educação sexual. Cultura de los cuidados, 55, 25-54.
https://doi.org/10.14198/cuid.2019.55.03

Rev. Psicol. Divers. Saúde, Salvador, 2022;11:e3981


http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e3981 | ISSN: 2317-3394

12
Educação sexual no contexto familiar

Galvão, T. F., & Pereira, G. P. (2014). Revisões sistemáticas da Rolim, S. L., Bielenki, C. R. Z., Béria, J. U., Schermann, L. B., Santos,
literatura, passos para sua elaboração. Epidemiologia A. M. V., & Arossi, G. A. (2016). Conhecimento e acesso aos
e Serviços de Saúde, 23(1), 183-184. http://dx.doi. programas de educação sexual e prevenção da Aids: Um
org/10.5123/S1679-49742014000100018 estudo com adolescentes escolares. Aletheia, 49(2), 110-121.
https://doi.org/10.29327/226091
Galvão, T. F., Pansani, T. S. A., & Harrad, D. (2015). Principais
itens para relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises: Savegnago, S. D. O., & Arpini, D. M. (2016). A abordagem do tema
A recomendação PRISMA. Epidemiologia e Serviços de Sexualidade no contexto familiar: O ponto de vista de
Saúde, 24(2), 335-342. https://doi.org/10.5123/S1679- mães de adolescentes. Psicologia: Ciência e Profissão, 36(1),
49742015000200017 130-144. https://doi.org/10.1590/1982-3703001252014

Gava, T., & Villela, W. V. (2016). Educação em sexualidade: Savegnago, S. D. O., & Arpini, D. M. (2018). Olhares de mães de
Desafios políticos e práticos para a escola. grupos populares sobre a educação sexual de filhos
Sexualidad, Salud y Sociedad, 24, 157-171. https://doi. adolescentes. Estudos e Pesquisa em Psicologia, 18(1), 8-29.
org/10.1590/1984-6487.sess.2016.24.07.a https://doi.org/10.12957/epp.2018.38107

Genz, N., Meincke, S. M. K., Carret, M. L. V., Corrêa, A. C. L., & Seloilwe, E. S., Magowe, M. M., Dithole, K., & Lawrence, J. S.
Alvez, C. N. (2017). Doenças sexualmente transmissíveis: (2015). Parent and youth communication patterns on
Conhecimento e comportamento sexual dos adolescentes. HIV and AIDS, STIs and sexual matters: Opportunities
Texto e Contexto: Enfermagem, 26(2), e5100015. https://doi. and challenges [Padrões de comunicação dos pais e
org/10.1590/0104-07072017005100015 dos jovens sobre o VIH e a AIDS, as ISTs e as questões
sexuais: Oportunidades e desafios]. Journal of Child and
Grossman, J. M., Jenkins, L. J., & Richer, A, M. (2019). Parents’ Adolescence Behavior, 3(203), 1000203. https://ubrisa.
perspectives on family sexuality communication from ub.bw/handle/10311/1825
Middle School to High School [As perspectivas dos pais
sobre a comunicação da sexualidade familiar desde a Sevilla, T. S., Sanabria, J. P., Orcasita, L. D., & Palma, D. M. (2016).
escola secundária até ao ensino médio]. International Consistencies and Discrepancies in Communication
Journal Environmental Research and Public Health, 15(1), Between Parents and Teenage Children About Sexuality
107. https://doi.org/10.3390/ijerph15010107 [Consistências e discrepâncias na comunicação entre pais
e filhos adolescentes sobre sexualidade]. Pandéia, 26(64),
Matos, S. (2020). Estratégia de ensino sobre as consequências 139-147. https://doi.org/10.1590/1982-43272664201601
das relações sexuais precoces em adolescentes da
comúnidade "O Carmen". Revista de Investigación en Vieira, P. M., & Matsukura, T. S. (2017). Modelos de educação
Salud, 3(8), 85-94. http://www.scielo.org.bo/scielo. sexual na escola: Concepções e práticas de professores do
php?pid=S2664-32432020000200004&script=sci_arttext ensino fundamental da rede pública. Revista Brasileira de
Educação, 22(69), 453-474. https://doi.org/10.1590/S1413-
Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. (1990). Estatuto da Criança e do 24782017226923
Adolescente. http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/
lei8069_02.pdf Wight, D., & Fullerton, D. (2013). A review of interventions
with parents to promote the sexual health of their
Organização Mundial de Saúde. (2009). Child and adolescent health children [Uma revisão das intervenções com os pais
and development[Saúde e desenvolvimento da criança e do para promover a saúde sexual de seus filhos]. Journal of
adolescente]. Organização Mundial de Saúde; 2009. http:// Adolescent Health, 52(1), 4-27. https://doi.org/10.1016/j.
www.who.int/child-adolescent-health/ jadohealth.2012.04.014

Papalia, D. E., & Feldman, R. D. (2013). Desenvolvimento humano.


(12ª ed.). Artmed.

Rev. Psicol. Divers. Saúde, Salvador, 2022;11:e3981


http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e3981 | ISSN: 2317-3394

13

Você também pode gostar