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1. Introdução...............................................................................................................................1
4. Referências bibliográficas.......................................................................................................8
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1. Introdução
A adolescência é para alguns autores uma fase da vida compreendida entre 10 e 19 anos de
idade, caracterizada por conflitos e descobertas. Praticamente é nessa fase que os adolescentes
começam a viver suas primeiras experiências sexuais, podendo apresentar comportamentos
com risco de infecções por DST/SIDA, os quais podem ser: início precoce da vida sexual e
uso inconsistente de preservativo.
Segundo uma análise do Ministério da Saúde (2001), referia existirem poucos dados
estatísticos sobre a saúde do adolescente disponíveis e há uma deficiente avaliação das
intervenções a ele direccionadas, e dos dados disponíveis com relação a isto, indicam que os
adolescentes enfrentam múltiplos e graves desafios. Em 1997, o Inquérito Demográfico e de
Saúde (IDS), indicava que a idade média na primeira relação sexual era de 16 anos para as
raparigas e de 18 anos para os rapazes. Já um estudo levado ao cabo em 1995 na Cidade do
Maputo, entre adolescentes do ensino secundário de ambos os sexos e com idade entre os 13 e
os 19 anos, revelou que 73% dos adolescentes inquiridos eram já sexualmente activos. Sendo
a idade média da primeira relação sexual, 13 anos para os rapazes e de 15 anos para as
raparigas. E actualmente segundo dados da UNICEF, indicam que aos 14 anos, um terço das
crianças moçambicanas, tornam-se sexualmente activas, mas o conhecimento sobre métodos
de prevenção do HIV é ainda baixo.
Não obstante, estima-se que a prática da actividade sexual precoce, tem estado intimamente
ligada ao casamento prematuro e ao abandono escolar pois dados do MICS (2008) apontavam
que 40% das jovens de 20-24 anos tiveram filhos antes dos 18 anos e a mesma fonte revelou
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que 18% deste grupo etário têm se casado antes de 15 anos de idade e que também 52%
casavam antes de completar 18 anos. Desta maneira, torna-se difícil perceber quais são os
factores que levam a que os adolescentes, sobretudo, as meninas comecem a sua vida sexual
de forma precoce e isso levar-nos também a uma série de questões. Será a falta de diálogo
entre os pais e seus filhos adolescentes? Ou a escola não tem abordado as questões sobre a
sexualidade nas aulas? A prática precoce da actividade sexual em jovens será devido a falta de
informações relacionadas com a sexualidade? E qual deveria ser o papel da escola frente as
transformações que ocorrem nos adolescentes?
Um trabalho realizado no bairro do Chamanculo permitiu constatar que grande parte dos
adolescentes, sobretudo os adolescentes na faixa dos 13 a 18 anos já se encontra activas
sexualmente. Quando foi levada a cabo uma conversa com algumas adolescentes foi possível
perceber que os adolescentes buscam modelos externos nas Mídias sociais influenciados
através de imagens o que traz certas atitudes a adoptar em casos de relacionamentos
amorosos. Parece que os diferentes discursos em forma de propagandas ou anúncios em
revistas, jornais, cartazes de músicas, sítios de internet de relacionamentos, em diferentes
suportes e meios de comunicação, quando o assunto é sexualidade, mostram frequentemente
alto teor de erotismo nas mensagens/imagens que influencia bastante as atitudes dos
adolescentes.
Muitas adolescentes referem que já estarem crescidas para ter um parceiro/namorado, pois
ficar sem um, estariam a perder o que acontece no mundo, e já que estamos no séc. XXI, as
coisas estão em mudanças cada dia que passa, e ficar ultrapasso seria estar na antiguidade.
Aquando das conversas, cinco adolescentes referiram que a primeira relação sexual é das mais
interessantes e consideraram um marco na sua vida reprodutiva. Igualmente constatou-se que
muitas iniciaram ou tiveram a sua primeira relação sexual com pessoas um pouco mais velhas,
ou seja, muitas disseram que era melhor envolver-se uma pessoa experiente. Tendo por base
estas premissas, no presente projecto foi elaborada a seguinte pergunta de partida:
Por outro lado, a escolha do tema foi influenciada pelo percurso académico, uma vez que, no
decurso das aulas a estudante ter posto em prática um projecto sobre o início precoce da
actividade sexual em adolescentes, projecto que abordou uma das escolas secundárias da
cidade de Maputo. Assim sendo, a necessidade de aprofundar a temática e a problemática
acima enunciada surgiu. A par disto, despontou a curiosidade de compreender os factores
determinantes do início precoce da actividade sexual em adolescentes.
Ademais, um outro dos motivos que levou a estudante a escolher este tema foi que houve um
interesse real em trabalhar com os adolescentes para ouvir os pensamentos destes acerca do
que pensam sobre o tema, isto por se tratar de um tema pertinente, (embora não muito actual)
mas preocupante. Cada vez mais se ouve falar, nos meios de comunicação, da criação de
projectos de retenção da rapariga na escola, o que torna provável a inserção de alguns (ou
mesmo todos) membros do grupo num desses projectos. Os adolescentes são considerados
como um grupo de risco nesta área e são o alvo de actuação prioritária em acções de
prevenção dos casamentos prematuros que conforme nos referimos, muitas vezes é influenciar
por actividade sexual precoce.
Numa perspectiva social a escolha deste tema deve-se ao facto de se tornar visível nos dias
que correm, a propensão galopante e assustadora para o início precoce da actividade sexual.
Esta está acarretar, no nosso ponto de vista, um conjunto de fenómenos sociais que
prejudicam muitas raparigas que acabam ficando grávidas muito cedo por não saber como
agir nesta fase da adolescência. Ou seja, este é um tema que diz respeito a toda a sociedade,
desde os jovens aos próprios pais e acreditamos que, para combater o início precoce da
actividade sexual, é necessário o envolvimento de toda a sociedade, quer através de planos de
prevenção, quer através do investimento do diálogo familiar sobre o assunto, quer até mesmo
da forma como é visto e vivido pela sociedade este flagelo que é a sexualidade. Com este
estudo espera-se contribuir para uma melhoria da qualidade nas respostas frente a situação em
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Por fim em termos académicos, acreditamos que este tema permitirá dar conhecimento a
estudantes e profissionais que iniciem os seus trabalhos e/ou intervenções na área da rapariga,
dando a conhecer as alternativas/soluções para reduzir a existência de gravidez precoces
influenciadas pelo início precoce da actividade sexual precoce. Por conseguinte, achamos que
esta investigação dará uma visão específica de quais as soluções são viáveis, em especial
pelos Assistentes Sociais, neste tipo de intervenção, ajudando os adolescentes a confiarem
mais nos seus encarregados de educação do que nas redes sociais ou as influencias de grupo
de amigos.
Em termos do grupo-alvo escolhido para o estudo, a escolha prendeu-se, pelo facto de o tema
tratar especificamente de adolescentes, e mais uma vez, pelo facto de a estudante terem um
grande contacto com adolescentes que já começou a actividade sexual muito cedo, que muitas
vezes não têm consciência dos malefícios que isto acarreta.
Pontes (s/d) afirma que em 2002 a Organização Mundial de Saúde fez uma consulta alargada
a diversos técnicos no sentido de obter definições para o sexo, sexualidade, saúde sexual e
direitos sexuais. Os resultados foram depois revistos por um grupo de experts de diferentes
partes do mundo.
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No caso do conceito de sexualidade a definição elaborada é muito mais abrangente, sendo que
a Organização Mundial da Saúde não a reconhece como representando a sua perspectiva
oficial. A definição de sexualidade resultante deste processo é a seguinte:
“A sexualidade é um aspecto central do ser humano ao longo da vida e inclui o sexo, género,
identidades e papéis, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. A
sexualidade é experienciada e expressa através de pensamentos, fantasias, desejos, crenças,
atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relações. Embora a sexualidade possa
incluir todas estas dimensões, nem sempre elas são todas experienciadas ou expressas. A
sexualidade é influenciada pela interacção de factores biológicos, psicológicos, sociais,
económicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais” (Pontes,
s/d).
Nesta perspectiva, através das definições apresentadas, podemos entender que a sexualidade
são comportamentos que têm a ver com o desejo sexual das pessoas. Significa, no entanto,
sentir atracção pelo individuo do sexo oposto.
Neste tipo de situação apresentado neste trabalho e de acordo com as observações prévias
realizadas no campo, embora num curto espaço de tempo, achou-se ser necessário o uso de
uma entrevista semi-estruturada, visto esta ser a mais adequada para o fenómeno identificado
uma vez que vai permitir uma conversação entre a pesquisadora com os intervenientes.
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4. Referências bibliográficas