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Abstract:
The present study had the objective to identify the necessity of the school to work
with Sexual Education. In this school, in 2006, from the total of 144 girls who were
studying, there were 3 cases of adolescents being pregnant; already in 2007, among
134 students, this number climbed for five. At first, it was used a questionnaire of
shut questions that was answered by 109 pupils of 7th and 8th grades from Basic
Teaching to identify the attitudes related to the initiation of their sex life and the
________________________________________________________________________________
1
Mestranda em Ensino de Ciências e Educação Matemática pela Universidade Estadual de Londrina
(UEL), Licenciada em Matemática pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (FAFICOP/UENP)
e Especialista em Administração, Supervisão e Orientação Escolar pela UNOPAR; professora da
Secretaria de Educação do Estado do Paraná.
2
Orientadora do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/PR/2008. Psicóloga. Especialista
em Análise do Comportamento, Mestre em Educação e Mestre em Análise do Comportamento.
Professora de Psicologia da UENP - Campus Cornélio Procópio e Psicóloga Escolar da UTFPR –
Campus Londrina.
2
knowledge they had on the use of contraceptive methods. Among the investigated
pupils, 43 % revealed not to be virgin. Of this, 11 % declared that they were not using
condoms and 10 %, eventually, reasons that justified the work with these
adolescents with conversations and a group of studies of Sexual Education. The
developed work appeared very important, since it deepened the knowledge of the
pupils about their sexuality, made possible to undo existent doubts and helped in the
development of habits and attitudes for a healthy and safe sex life. It came up to the
conclusion that the school needs to work with this demand and it is not enough the
basic transmission of the knowledge on the physiology of the human body, limited to
the classrooms of Sciences; the work of Sexual Education must not come from ready
answers, but it must direct the student to discussions that incorporate questions,
and, so, enlarge their knowledge and give them the conditions that will lead them to
the construction of a healthy sexuality with information based on the scientific
knowledge.
Introdução:
esses dados, em 2001/2002, 32,8% dos adolescentes brasileiros (com idade entre
12 e 17 anos), já haviam iniciado atividade sexual. Em consequência dessa
precocidade, no ano de 2004, as pesquisas do Programa de Saúde do Adolescente
do Estado de São Paulo constataram que 28% dos casos de gravidez ocorrem nos
três primeiros meses após o início da atividade sexual (REDE FEMINISTA DE
SAÚDE, 2004).
Em outro estudo, realizado em 2006 pelo Ministério da Saúde
(BRASIL, 2006), através da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e
da Mulher (PNDS), entre novembro de 2006 e maio de 2007, observou-se que
32,6% das mulheres pesquisadas tiveram a primeira relação sexual com idade igual
ou inferior a 15 anos, com idade média de 13 anos. Interessante notar que,
prosseguindo à análise da pesquisa, entre a clientela pesquisada na faixa etária de
15 a 19 anos, 53% das entrevistadas foram sexualmente ativas nos últimos doze
meses, contra 44,8%, que nunca tiveram uma relação sexual. Essa pesquisa foi
muito importante no sentido de fazer levantamentos atuais sobre como se encontra
a nossa realidade, no que diz respeito à fecundidade entre as mulheres mais jovens:
Justificativa e Objetivo:
Conforme várias pesquisas realizadas na área da Sexualidade, os
índices de gravidez na adolescência têm aumentado nos últimos anos (REDE
FEMINISTA DE SAÚDE, 2004; BRASIL, 2006). O que também pode ser observado
no município de Bandeirantes. Na Santa Casa de Misericórdia do referido município,
no ano de 2006, do total de 538 partos realizados, 55 (10,22%) foram de jovens
menores de 18 anos. Já no ano de 2007, do total de 468 partos, 70 (14,95%) foram
de adolescentes. O que mostrou que houve um aumento na quantidade de partos
realizados em adolescentes (ver anexo I: gráficos 1, 2 e 3).
O mesmo quadro tem sido observado no Colégio Huberto Teixeira
Ribeiro de Bandeirantes, PR – campo da nossa pesquisa. No ano de 2006, dentre
as 144 meninas que estavam estudando, havia 3 casos de gravidez: duas
adolescentes com 17 anos e uma com 18 anos, todas cursando o ensino
fundamental; destas alunas, duas evadiram da escola.
Já no ano de 2007, dentre as 134 meninas que estavam estudando,
este número subiu para 5 casos de gravidez: uma adolescente de 13 anos, duas
com 15 anos e uma com 17 anos, todas cursando o ensino fundamental. Três
destas alunas grávidas evadiram da escola.
Na tentativa de compreender os fatores que estão contribuindo para
este aumento de casos, apesar da divulgação de informações em vários segmentos,
levantamos alguns questionamentos, entre outros: que fatores contribuíram para a
elevação desse índice neste colégio? Estas adolescentes que engravidaram
conheciam e/ou faziam uso de algum método contraceptivo? Com quantos anos os
alunos do Ensino Fundamental estão iniciando sua vida sexual? Os alunos têm
recebido orientação sexual na escola? Quais meios utilizam para obterem
informações sobre sexualidade? Tal pesquisa teve como objetivo conhecer o
contexto em que ocorreram os casos de gravidez no Colégio Estadual Huberto
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Metodologia de Trabalho
O trabalho foi realizado com os alunos das três sétimas séries (Turmas
“A”, “B”- turno matutino - e “C” – turno vespertino) e com as duas oitavas séries
(Turmas “A” – turno matutino - e “B” – turno vespertino) do Colégio Estadual
Huberto Teixeira Ribeiro – Ens. Fund. e Médio do município de Bandeirantes, Pr. A
metodologia de trabalho foi desenvolvida em duas etapas: 1) Levantamento da
necessidade de um trabalho de educação sexual utilizando um questionário de
múltipla escolha e 2) Planejamento e execução das atividades de educação sexual,
descritas abaixo.
Resultados e Discussão
Questionários de sondagem:
Os resultados serão apresentados em duas etapas: 1) Resultados dos
questionários de sondagem respondidos pelos alunos e 2) Resultado do trabalho de
intervenção desenvolvido junto aos alunos.
26%
51%
sim
23% não
às vezes
19%
39%
namorar
"ficar"
42% ficar solteiro(a)
28%
63%
9%
não serve pra mim
sou indiferente
acho legal
12
28%
nunca
algumas vezes
sempre
61%
25%
50%
Gráfico 6: Respostas dos alunos de 7ª e 8º à pergunta: “Na sua ‘ficada’ você deixa
acontecer:”
22%
51%
10%
beijo, abraço
passar a mão
sexo, transa
nada disso
17%
Com relação ao que ocorre durante as “ficadas”, segundo os alunos
pesquisados, 51% afirmou que acontece apenas beijo e abraço, 22% respondeu que
14
nada disso acontece nas suas “ficadas”, 17% deixa “passar a mão” nas zonas
erógenas, e 10% declarou que chega ao sexo, o que condiz com o pensamento da
psiquiatra Carmita Abdo (2008) que afirma que aos 10 anos, 75% dos alunos já
tiveram algum contato erótico, e que depois, no primeiro relacionamento duradouro,
os adolescentes passam das carícias para a relação sexual com penetração em no
máximo sete meses.
7 - Você é virgem?
43%
57%
sim não
22%
11%
uso
não uso
10% às vezes
57%
ainda não transo
jovem tem em mente que é a adolescente (moça) que deve arcar com a
responsabilidade pelos cuidados contraceptivos (Id., Ibid., 2004).
Perguntado aos alunos que já têm relações sexuais e fazem uso de
camisinha (35 alunos) se além da ‘camisinha’ também usa comprimidos
anticoncepcionais, 23% (8 alunas) disseram que sim, 6% (2 alunas), quando
lembram e 3% (1 aluna), às vezes.
Uma análise realizada em cima dos dados levantados pelo Programa
de Saúde do Adolescente do Estado de São Paulo, entre 2002 e 2003, demonstrou
que, apesar do conhecimento sobre métodos contraceptivos por 87% das 3.900
adolescentes grávidas, este fato isolado não garantiu o seu uso pelas mesmas;
destas adolescentes, 70% não pensaram em nada para evitar a gravidez (REDE
FEMINISTA DE SAÚDE, 2004). Isto evidencia que apenas o conhecimento e a
informação não garante seu uso para se evitar uma gravidez indesejada.
Gráfico 09: Respostas dos alunos de 7ª e 8º à pergunta: “Com quantos anos você
iniciou sua vida sexual?”
7%
normal
“Eu acho muito difícil porque os rapazes de hoje só querem namorar e fazer sexo,
engravidar as mulheres e depois não querem assumir a criança” (7ª série - garoto
não virgem);
Normal:
“Porque muitas meninas adolescentes já têm filhos, por isso eu acho normal” (8ª
série - garota virgem);
“Porque as meninas ‘dão’ muito” (8ª série - garota não virgem, usuária de
anticoncepcional, iniciou vida sexual antes dos 12 anos);
Lindo:
“É um sonho!” (7ª série - garota não virgem – iniciou vida sexual antes dos 12 anos
Virgindade:
“Como que o rapaz sabe se a moça é virgem ou não? Tem alguma diferença ou
não? Ou é a mesma coisa?”
“E o rapaz? Qual é a diferença dele ser virgem ou não?”
“Demora pra começar a mudança no corpo da mulher depois de perder a
virgindade? É verdade que pode ter mudanças no corpo?”
Questões diversas:
“É verdade que quando o pênis do homem é grande, na hora de transar, a mulher
sangra?”
“Por que tem que usar camisinha? Sem camisinha é mais gostoso!”
“Tomar tererê traz impotência sexual?”
“Através do beijo de língua é arriscado a gente ser contaminado com HIV?”
“Gay pode transar naturalmente?”
“Dar o ‘cú’ dói?”
“É verdade que a mulher pode ficar mais de 24 horas fazendo sexo?”
“Por que se não usar camisinha dá doença?”
“É verdade que quando a mulher menstrua, ela vira o cão?”
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Curiosidade:
“Fazer sexo com animal é a mesma coisa que fazer com humano?”
Considerações Finais:
Referências:
BRANDÃO, E. R.; HEILBORN, M. L. Sexualidade e gravidez na adolescência entre
jovens de camadas médias do Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública,
Rio de Janeiro, v. 22, n. 7, p. 1421-1430, jul. 2006. Disponível em:
<http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X20060007000
07> Acesso em: 31 ago. 2008.
DIAZ, J.; DIAZ, M. Contracepção na adolescência. In: Schor, N.; Mota, M. S. F. T.;
Branco, V. C. Cadernos juventude, saúde e desenvolvimento. Brasília: Ministério
da Saúde, ago. 1999. p. 249-57. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgi-
bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=ADOLEC&lang
=p&nextAction=lnk&exprSearch=239684&indexSearch=ID> Acesso em: 31 ago.
2008.
ANEXOS
Partos realizados em
Adolescentes na Sta. Casa - 2006
Idade: Total:
14 anos 7
15 anos 6
16 anos 20
17 anos 22
TOTAL 55
25
20
15
10
0
14 anos 15 anos 16 anos 17 anos
Partos realizados em
Adolescentes na Sta. Casa - 2007
Idade: Total:
13 anos 2
14 anos 2
15 anos 12
16 anos 24
17 anos 30
TOTAL 70
29
30
25
20
15
10
0
13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos
35
30
25
20
15
10
0
12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos
Idade
2006 2007