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2. Organizações e sua Evolução
2.1 Organizações burocráticas e Administração Pública
Uma autoridade legal, para ter efectividade, deve validar-se nas seguintes prerrogativas:
Existem vários tipos importantes de dominação, sendo o mais puro exercício da autoridade
legal aquele que emprega um quadro administrativo burocrático e o conjunto à este
subordinado é formado conforme os seguintes critérios:
São individualmente livres e sujeitos à autoridade apenas no que diz respeito às suas
obrigações oficiais
Estão organizados numa hierarquia de cargos, claramente definida;
Cada cargo possui uma esfera de competência, claramente determinada;
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O cargo é preenchido mediante uma livre relação contratual;
Os candidatos são seleccionados na base de qualificações técnicas;
São remunerados com salários fixos em dinheiro;
O cargo é considerado como única ou principal ocupação do funcionário;
O cargo estabelece os fundamentos de uma carreira;
O funcionário trabalha inteiramente desligado da propriedade dos meios de
administração e não se apropria do cargo;
Está sujeito a uma rigorosa e sistemática disciplina e controle no desempenho do
cargo.
A administração baseada nestes fundamentos pode ser facilmente aplicada a uma ampla
variedade de setores diferentes.
Porém, deve-se ter em conta que os participantes das organizações burocráticas podem se
servir de suas habilidades e conhecimento para se tornar mais poderosos ainda pelo
conhecimento proveniente da prática que adquirem no serviço.
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Nestes termos, o empresário capitalista é o único que tem sido capaz de manter-se “imune à
dominação do saber racional burocrático” (p. 27).
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regime, entretanto, não caem na fascinação ingênua do discurso das elites políticas dos
partidos comunistas. Percebem que tais regimes políticos não passavam de empalhação
ideológica ou de um regime baseado no capitalismo de estado. Por esse motivo, vêem, na
burocracia desses regimes políticos, os mesmos pressupostos burocráticos instituídos nos
países capitalistas. Em Tragtenberg, percebe-se um ecletismo em relação às preferências de
leituras, que influencia directamente na sua produção académica. O anarquismo é percebido
permanentemente nas suas obras e ao longo da sua trajectória académica. Marx e Weber
acompanham permanentemente seus escritos, seja de forma directa como objecto de análise
ou indirectamente na estruturação dos fundamentos e das argumentações. Em Prestes Motta,
percebe-se com clareza pelo menos três momentos distintos: primeiro, a influência de autores
como Marx e Weber (PRESTES MOTTA, 1989, 1990, 2001); segundo, o interesse pelos
estudos sobre cultura organizacional e cultura brasileira (PRESTES MOTTA; CALDAS,
1997) e o terceiro, a teoria da psicanálise (PRESTES MOTTA; FREITAS, 2002). A produção
de artigos também acompanha essa lógica. Avaliando-se o desenvolvimento teórico em
relação à burocracia, é possível perceber que o conceito, mesmo na segunda e na terceira fase
e apesar de não ser abordado como objecto central, está presente tangencialmente nos escritos
e em muitos deles como pressuposto elementar de estruturação social. Tanto para Tragtenberg
como para Prestes Motta, a burocracia precisa ser entendida em seu espaço e tempo histórico.
Essa realidade pode ser percebida em diversas civilizações sob formas variadas de economias.
Assim, as formas específicas de burocracia só podem ser entendidas em um contexto
económico e político indissociável. Burocracia é mais do que um termo pontual ou um
fenómeno específico do sistema de capital. É um processo de racionalização peculiar e que se
apresenta em todas as épocas históricas. Por isso, é necessário compreender sua dimensão
semântica, compreender esse processo como consequência elementar do processo
civilizatório. Sua compreensão requer dissociá-la da sua imersão ideológica e cultural, apesar
de esses elementos serem também constitutivos do próprio processo de racionalização de uma
época histórica. Tragtenberg e Prestes Motta concordam que as principais características da
burocracia são impessoalidade, formalismo e profissionalismo, apesar de as conceberem
como efeito de um processo de racionalização ocorrido na sociedade, especialmente originado
da divisão técnica do trabalho. Assim, avaliando-se o conceito ao longo das suas obras, a
burocracia apresenta-se como organização, poder e controle. Organização, porque está
baseada em uma racionalidade formalizado de natureza instrumental estruturada na forma
como o trabalho se organiza. A divisão técnica e social do trabalho estabelece a forma como
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as outras dimensões da vida influenciam o quotidiano dos indivíduos. A burocracia é
organização, porque está baseada em uma ordem específica que precisa ser compartilhada e
reproduzida para garantir a existência da própria civilização. Assim, da organização
estabelecida na forma como se estrutura a divisão técnica do trabalho para a subordinação da
existência dos homens à burocracia do Estado, como a grande organização que assegura a
continuidade do processo civilizatório na modernidade, a burocracia é vista não como
produto, mas como processo de racionalização. Esse entendimento é adotado tanto por
Tragtenberg como por Prestes Mouta. Burocracia é poder. Sua condição de estabelecer
relações de poder, seja formatando as relações sociais ou instituindo a informalidade em favor
de elites que detêm o aparelho burocrático, possibilita a reprodução dos indivíduos nas suas
posições sociais ou das organizações na lógica de dominação política e economiza. A
burocracia, como racionalidade instituída e mediadora de relações políticas e económicas,
apresenta-se como espaço das lutas sociais. Entretanto, esse espaço beneficia geralmente
aqueles que detêm o domínio desse espaço e que têm a posse dos meios de criação e
instituição das racionalidades. Sendo o poder um atributo colectivo, de grupos organizados, a
burocracia torna-se instrumento de dominação e de controlo social. A superioridade técnica da
burocracia moderna possibilita o estabelecimento do poder. A doação da técnica e de sua
permanente aprimoramento faz da burocracia um sistema de dominação baseado na
reprodução da dominação da natureza, inclusive do homem em relação ao próprio homem. As
diferenças entre Tragtenberg e Prestes Mouta é que o primeiro deu foco diferenciado para o
poder do Estado, enquanto o segundo analisa a burocracia como poder emanado das
organizações. Isso não implica afirmar que ambos não tenham feito a relação dialéctica entre
poder e burocracia com base na relação entre organizações e Estado. Burocracia significa
controlo, cujas formas estão presentes nas organizações produtivas, mas, sobretudo no Estado.
Este é a organização em forma de máquina que garante o controlo político-social,
influenciando directamente na reprodução das demais organizações na sociedade. A
burocracia é capaz de estabelecer relações de controlo, seja por vias objectivas ou pelo
domínio intersubjectivo. A tecnologia dentro da racionalidade burocrática, as normas, as
regras formais e os procedimentos são exemplos de meios instituidores de controlo. Somada à
ideologia, a burocracia é capaz de criar costumes, normas informais, ideias e imaginários
tornando-se responsável pelo controle intersubjectivo. Em Prestes Motta, são desenvolvidos
raciocínios de como o salário, o disciplinamento dos trabalhadores no ambiente de trabalho e
a cooptação ideológica são instituidores de controlo no cotidiano dos indivíduos. Por isso, a
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alienação se confirma, porque o indivíduo internaliza o modo burocrático de pensar. Em
Prestes Motta, a relação entre burocracia e alienação é ressaltada. A inculcação ideológica, a
submissão, os comportamentos padrões e o disciplinamento não são decorrentes apenas da
forma objectiva como a burocracia se institui na organização. A burocracia investe também
no controle intersubjectivo e esse movimento é essencial para que o controle possa ser
efectivo. Nos escritos de Tragtenberg e de Prestes Motta é possível perceber nuances em
relação à burocracia como organização, poder e controle. Em cada um deles, a burocracia das
organizações privadas ou públicas, ou ainda no âmbito do Estado, pode ser percebida como
resultado de uma forma específica da organização da produção da vida dos sujeitos. Ergue-se
um grande aparelho com todas as suas racionalidades fundamentais capaz de estabelecer
organização, poder e controle sobre as práticas dos indivíduos ou sobre os grupos que
participam das esferas organizacionais. Com base neste estudo teórico, portanto, foi possível
identificar que, em ambos os autores, a burocracia apresenta-se nas três formas citadas.
Problemas Administrativos
A pergunta que fica então é a seguinte: o que nos impede de estar entre os países do chamado
Primeiro Mundo? Resta lembrar que a Espanha, hoje um dos países mais desenvolvidos do
mundo, há cerca de 20 anos tinha níveis de desenvolvimento bem próximos. Afinal de contas,
o que está atrasando nosso crescimento? As causas são notórias: a corrupção e a
descontinuidade administrativa
Há pouco tempo dois diplomatas americanos foram quase execrados por terem afirmado que a
corrupção em Moçambique é endémica e está espalhada em todos os níveis. O fato é que o
mundo globalizado de hoje não comporta mais desperdício.
O problema da corrupção aparece hoje em primeiro plano e, a meu ver, acima do próprio
problema da segurança. O desvio de dinheiro público impediu que os recursos
proporcionassem ensino público de qualidade, em nível compatível com o da rede privada;
transformou os hospitais públicos em depósitos de doentes e feridos à espera da morte; o que
às vezes ocorre na própria fila do atendimento; fez dos funcionários públicos trabalhadores
mal remunerados e desestimulados, o que alimenta a falta de comprometimento com a função.
A corrupção gera criminalidade em todas as suas formas, que surge como a única porta aberta
para as hordas de miseráveis excluídos. É um tumor que se desenvolve na sociedade, que se
alastra em plena metástase. Se não fizermos algo muito radical agora, essa doença vai nos
destruir. Mas como extirpá-lo.
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O primeiro foco em que devemos nos concentrar é o Orçamento Público da União, o dos
Estados e o dos municípios. Os orçamentos devem ser publicados na Internet e todos os dias,
em horário nobre, deve haver uma exposição clara e didáctica de seus principais pontos e
utilizações, para que a sociedade saiba como vai ser gasto o dinheiro público
A execução do Orçamento também tem de ser acompanhada passo a passo. Além disso, o
Estado já demonstrou que não serve para construir obras públicas, pois gasta mal, superfatura
as despesas e consome grande parte dos recursos nas licitações e na escolha daquela que
deveria ser a melhor oferta.
O custeio de pessoal da máquina pública consome 87% dos recursos, incluídos aí gastos
normais e ilegais, além do desperdiço. Isso quer dizer que de cada R$ 100 aplicados no setor
social, somente R$ 13 chegam ao seu destino final.
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3. Conclusão
Tendo feito o trabalho ude concluir que a Burocrática da Administração é preciso, primeiro,
entender o que é burocracia. Não estamos falando do conceito popular de burocracia, que se
refere à uma estrutura emperrada, geralmente encontrada em instituições públicas. Aqui,
apresentamos outro conceito: o da burocracia como solução para que as organizações evitem
arbitrariedades. Estamos nos referindo ao termo cunhado pelo sociólogo, cientista político e
economista Max Weber (1864-1920).
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4. Bibliografia
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